PASSO 4: nossas ações

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Veja bem. Podem pensar por aí que uma mulher ou um homem sem palavra não vale de nada. Vá lá! O que dizer então de uma mulher ou um homem sem ações? A “letargia existencial” existe e é uma verdadeira praga que afeta muita gente de calibre…

Considero que não existe nada mais lastimável do que Seres conscientes que não agem, vivendo sempre naquela corda bamba, ao léu, suscetível à influência dos mais fortes… Veremos agora o porquê e como remediar este “estado de espírito” aprisionador.

Letargia existencial

O “Ser letárgico” por certo tem suas crenças. Ele pensa de acordo com elas e, claro, fala aos quatro ventos sobre elas… O único problema, por sinal dos mais graves em termos evolutivos, é que não toma atitudes coerentes com elas. Não experiencia a razão da sua própria existência!

São os chamados pensamentos “âncora” que aprisionam as pessoas, impedindo-as de deixarem fluir a intuição inerente ao estado de “mente aberta” que seria o contrário da letargia existencial. O segredo está, assim, em saber identificar estes pensamentos deletérios logo no ninho e removê-los definitivamente das nossas vidas! Neste sentido, veremos mais a frente o papel das “afirmações científicas” no contexto da Kriya Yoga.

Uma imagem contendo homem, pessoa, foto

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Figura. As amarras da “letargia existencial”.

Sendo assim, quando não agimos em consonância com o que pensamos e acreditamos, há literalmente uma “quebra” do Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Não há, portanto, geração de valor. Pelo contrário, pode ocorrer até mesmo a destruição de valor: o “antivalor”.

A letargia existencial, se recorrente, evolui para um estado de “inércia evolutiva” que pode ser considerado mais perigoso do que o próprio antivalor!

Isto acontece porque, através da AÇÃO, independente do grau de coerência com suas crenças, o Ser ao menos cria oportunidades de conscientização pela vivência ou pelo sofrimento que é inevitável. Somos seres radicalmente vulneráveis ao sofrimento, mas toleráveis, em boa medida, ao comodismo. Esta é a mais pura verdade!

Crenças científicas

É relativamente comum as pessoas se encontrarem nesta situação letárgica porque ficam perdidas com facilidade, confusas sobre as suas crenças e, por este motivo, titubeantes no momento de agir. Por sorte estes são casos bem mais fáceis de se resolver! Basta apegarem-se a crenças mais sólidas, com embasamento filosófico ou mais propriamente científico.  

Uma crença científica nasce invariavelmente quando não estamos satisfeitos com nosso “sistema de crenças”, no entanto é preciso muita força de vontade, paciência e estudo para buscar alternativas além das mais aparentes… Lembro-me sempre deste que considero um lema para vida: da obviedade não se pode extrair muito mais do que o mesmo ou, em termos evolutivos, o nada!

Deve-se, antes de mais nada, desprender-se das amarras do círculo próximo (digo aqui familiares e amigos) que, apesar de salutar e essencial à vida humana, pode nos acomodar, “viciar” no sentido de viés e até mesmo nos acovardar… A verdadeira busca espiritual não se restringe, não é limitante nem limítrofe. É, por essência, ilimitada!

Urge, assim, explorar novos “espaços de compreensão”, conviver com pessoas diferentes, de outras religiões, outras culturas, outros países, outras classes sociais, outras religiões, outras profissões, enfim, buscar enxergar a vida por novos prismas menos, menos óbvios, mais vívidos… Saia da “mediana” e trace a sua própria “bissetriz”!

Pode-se ainda galgar tal diversidade de estímulos, de novos conhecimentos, de visões e razões, através do estudo aprofundado, da pesquisa despretensiosa, porém meticulosa e incansável, capaz de gerar a introspecção inerente ao espírito do “livre pensador” que sonda os caminhos da metafísica. Este foi o caminho que escolhi, mas cabe a cada um escolher aquele que melhor se adequa ao seu perfil…

Demasiado humano

Como nos livrar do humano, demasiado humano? Felizmente, não foi Nietzsche que me ensinou, apesar de ter despertado, ao menos, o ensejo para tal…1 Por algum tempo me dizia ser desta ou daquela religião por considerar esta a melhor crença que conhecia. Doce ilusão a minha!

Ao sair da juventude, aquela fase do florescer para vida, perdi o encanto por certas práticas doutrinárias, em grande medida por causa da instituição religiosa que é repleta de erros humanos, estes sim “demasiado humanos”! Foi assim que comecei a busca por outros sistemas de crenças, “minimamente humanos” neste caso… [hehe]

Após longa jornada, cujos percalços me distanciavam cada vez mais do dito “divino”, tateando até mesmo as sendas materialistas de correntes dawkinianas, aos 35 anos de idade e num estado deveras melancólico para não dizer deprimido, encontrei finalmente algumas “ferramentas” catalisadoras do meu processo evolutivo, tais como a meditação e yoga.2

Ainda assim, sentia que precisava ir além, muito além da descoberta e prática destas “ferramentas”. Faltava o tal do sistema de crenças, algo robusto, lógico, científico e ao mesmo tempo de fácil compreensão. Algo que me instigasse a “experienciar” a teoria na prática e não me deixasse titubear perante os percalços da vida…

§

Devemos nos lembrar, portanto, que os Estados de Incoerência Consciencial (EIC) só acontecem quando o ser, deliberadamente, age em desacordo com as suas crenças, sejam elas quais forem. E, se por acaso você ainda não as encontrou, não se julgue imune aos conflitos existenciais. Recorde-se de que o egocentrismo é um dos “antivalores de estado” mais comuns…

Quando o Seres gozam deste tipo de apatia, pode-se dizer que se tornaram verdadeiros “zumbis”, sem paixão por nada, nem por ninguém! Suas ações são inócuas, sob a ótica evolutiva. Mal sabem que as suas almas, dotadas de consciência, existem e não perecem jamais, continuando a vagar no universo sem fim, mesmo que nisso desacreditem… 

Enfim, a busca incessante dos melhores sistemas de crenças lhes ajudará a compreender a existência da alma, sua consciência, a conexão com o princípio vital, os estados de superconsciência e assim por diante. Este é o meu caminho para evolução! Disto já não tenho mais dúvidas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Nietzsche, Friedrich. Humano, Demasiado Humano – Um livro para espíritos livres, em Obras Incompletas da Editora Nova Cultural, São Paulo, 2000. 

2. Marcou-me o curso introdutório de raja yoga, ministrado no Brasil pela organização Brama Kumaris, sediada em São Paulo (SP). Acessível AQUI .

PASSO 3: nossas palavras

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Quantos de nós nunca se arrependeu de ter dito algo no “calor da emoção” e feriu profundamente os sentimentos de alguém? Ou mesmo deixou escapar palavras que de nada valeram senão para inflar nossos EGOS e apaziguar complexos de inferioridade sem sentido! Sem falar dos casos em que a total ausência de algo de bom para falar denota simplesmente que a pessoa já perdeu quase que por completo o encantamento pela vida…

Não poderia ser mais cabível neste contexto se aquele famoso ditado popular fosse adaptado da seguinte forma: “é pela boca que se mede o valor de um homem“. 1 Por outro lado, não se pode conceber uma sociedade repleta de eremitas vivendo isolados dentro de si mesmos, nas “prisões” das grandes cidades… Decerto há uma forma única, libertadora e ao mesmo tempo ecumênica para mantermos o equilíbrio sem deixarmos de falar e nos comunicar efetivamente com os outros.    

Linguística do pensamento

Seja qual for o motivo da comunicação, as palavras são uma forma de manifestação física dos pensamentos. Nós não devemos nunca “vomitá-las” involuntariamente (pelos menos assim se espera). São, via de regra, antecipadas por um propósito, mesmo que este muitas vezes não esteja tão claro antes de proferí-las, mas subjacente ao escopo da conversa.

Acontece que os próprios pensamentos podem refletir necessidades não atendidas ou traumas mal resolvidos internamente que ficam retidos no nosso subconsciente. Aqueles que nós dificilmente enxergamos sem a ajuda de um psicanalista, talvez pelo simples fato de que não queiramos vê-los ou encará-los de frente… Devemos guardar o princípio de que somos seres impulsionados tanto por pensamentos como emoções, sendo que estas podem ter sua origem nos domínios mais recônditos da psique humana.

O “estado da arte” da autocognição reside, portanto, em como controlar as nossas palavras pelo próprio pensamento e não deixá-las à mercê, levadas puramente pelas nossas emoções ou pelo automatismo do momento. Vejamos alguns casos bem interessantes sob esta ótica.

Sobre a fofoca

Talvez uma das mais primordiais necessidades humanas seja a da fofoca. Sim, ela remonta ao tempo das antigas civilizações e dificilmente poderíamos imaginar uma vida em convívio social sem ela! Segundo Daniel J. Levitin, estudioso das neurociências pela Universidade McGill (Canadá),2 nós fofocamos basicamente pelos seguintes motivos mais evidentes:

“Ajuda a nos sentirmos superiores aos outros, enquanto somos inseguros sobre nós mesmos; e também para fortalecer ligações com os demais, testando suas alianças”.

Até aí sem muita novidade, quais sejam: autoconfiança e networking não faz mal a ninguém! O problema é que nem sempre a fofoca é verdadeira, podendo ser responsável pela formação de imagens equivocadas sobre a realidade (hoje conhecidas por fake news). É o que os psicólogos chamam também de “ilusões cognitivas”, as quais são muito difíceis de serem desfeitas.

Existem também certos falatórios bem mais profícuos como é o caso das “tertúlias” que por muito tempo influenciaram centenas de correntes de pensamentos mundo afora. Na sua essência podem acontecer entre amigos, familiares ou simplesmente frequentadores de um local que se reúnem de forma regular para discutir vários temas e assuntos com o propósito de disseminar conhecimento.

As tertúlias se espalharam pelo mundo nos séculos XVIII e XIX, associadas principalmente aos cafés filosóficos que abordavam temas diferentes numa clara divisão entre as correntes de pensamento da época. Delas participavam figuras icônicas da literatura e filosofia como Bocage e Fernando Pessoa no café A Brasileira de Lisboa. Hoje as tertúlias assumiram outras formas dentro do universo online através da blogosfera e canais no YouTube, porém a essência continua a mesma mesmo com propósitos bem diferentes…

Figura. Café A Brazileira em Lisboa: palco de tertúlias.

Não poderíamos concluir sem mencionar também a importância da “palavra escrita” por conta da sua capacidade de disseminação. Por muito tempo conviveu-se em sociedade sem a linguagem escrita, mas limitava-se assim o registro e a difusão das mensagens. A comunicação por meio de papirus, cartas e livros veio então romper com este gargalo de forma irreversível!

Em tempos não tão remotos os “copistas”, especialistas na tradição escrita, gozavam de grande prestígio social e foram os responsáveis pela transmissão de conhecimentos preciosos das civilizações antigas (dos egípcios aos romanos) que chegaram até o final da idade medieval, quando a invenção da imprensa propiciou um grande salto cultural para humanidade.3

Outro grande marco para propagação da “palavra escrita” veio recentemente com o advento da internet, tendo ganhado tamanha importância que propiciou a divisa de uma nova era: a Era da Informação. O que mais estará por vir?

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. A Bíblia, nos Provérbios de Salomão, traz ensinamentos preciosos sobre o tema tais como o seguinte: “o que mede suas palavras possui a ciência; quem é calmo de espírito é um homem inteligente. Mesmo o insensato passa-se por sábio quando se cala; por prudente, quando fecha sua boca”.

2. Não deixe de conhecer mais sobre este “cientista da mente” em seu website. Acesse AQUI. Seus livros são o que se pode chamar de fabulosos: um verdadeiro tratado com a autoridade que se espera sobre tão complexo tema!

3. Para uma viagem maravilhosa e ainda ilustrada na história da invenção da imprensa, bem como a importância da palavra escrita, conheça a obra de Schrappe, Max H. G. em O Legado de Gutenberg, São Paulo: EP & Associados, 2002.

INTELIGÊNCIA DE VALOR

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Chegamos finalmente ao auge do nosso escopo introdutório! Agora, já é possível responder a duas questões de importância colossal, pelo menos dentro do contexto dos processos de tomada de decisão, quais sejam:

1. Será que competição e colaboração são mesmo realidades dicotômicas?
2. Por acaso existe alguma forma de automatizar ambas as estratégias?

A resposta é sim e a metodologia de Inteligência de Valor foi criada justamente para atender ambos os quesitos… Ela pode ser aplicada por entidades autônomas ou controladas para processos de geração de valor em qualquer dimensão: pessoal, profissional ou social (neste trabalho iremos nos ater especificamente à dimensão profissional).

Já vimos que “entidade” pode ser tanto uma pessoa como uma organização, empresarial, sem fins lucrativos ou estatal. Vimos também que entidades são, na verdade, estruturas de processos complexos governados por uma coletividade de algoritmos. Aí vem logicamente outra pergunta: como a Inteligência de Valor pode de fato ajudar tais entidades?

Parte-se do pressuposto de que o determinante para o sucesso de uma entidade é que tenham, na sua rotina, uma quantidade significativa de “boas decisões”, condição esta que só pode ser atingida quando governada por algoritmos de machine learning, livres dos “viés” típico da mente humana.  

Tudo que não for governado por algoritmos não tem lógica, está “aprisionado” pelas emoções, deve ser evitado e até mesmo banido!

Antes que me julguem mal, fique claro que não são todas as circunstâncias que devem ser analisadas sob a ótica pura, fria e, de certa forma, simplista dos algoritimos. Veremos aqui algumas aplicações nas sendas da inteligência digital, financeira, científica, tecnológica e de mercado que não deixarão dúvidas sobre o poder desta metodologia.

A espinha dorsal da metodologia de Inteligência de Valor se dá pelo preposto do ciclo FRD (acrônimo Filtre, Recomende e Decida) de feedback inteligente que se inicia com a extração e filtro dos dados através das técnicas de data mining.1

Num mundo rodeado de aplicações de big data, em que a presença dos dados massivos é dominante, se você não souber aplicar ou, minimamente, fazer uso de ferramentas capazes de selecionar e filtrar dados relevantes, formando uma base para descoberta de novos conhecimentos, certamente o fluxo de dados irá literalmente “engolir” toda sorte de interpretação estratégica para tomada de decisão.  

De posse dos dados, não há como prosseguir em qualquer tipo de análise de domínio sem antes tranformá-los antes em informação. É ela que dá sentido aos mesmos. Com este intuito, já vimos o papel dos BROKERs de informação que se utilizam de metodogias próprias para transformar os dados em informação verdadeiramente útil!

Uma imagem contendo equipamentos eletrônicos

Descrição gerada automaticamente
Figura. O ciclo FRD de feedback inteligente.

Chegamos então à etapa decisiva do FRD cujo proprósito é justamente o ranking das alternativas encontradas. Nela, são utilizados diferentes tipos de “sistemas de recomendação” que irão propiciar a seleção das melhores FONTEs de informação.2 Detalhe importante: observe antes que, para tal, todas as etapas do ciclo são permeadas por algoritmos de machine learning.3

Lembremos aqui de mais uma regra de ouro e das mais importantes:

Na era da informação, mais vale uma boa FONTE do que páginas e mais páginas de relatórios e análises que não passam de pura especulação!

Ao monitorar FONTEs fidedignas, o ciclo FRD será constantemente “retro-alimentado” por eventos que representam fatos realmente significativos sobre determinada aplicação e, com base neles, qualquer entidade poderá decidir sobre as atividades da sua rotina, tomando o devido cuidado de sempre registrar a performance para formar, aos poucos, sua base de conhecimento. É ela que dará os inputs para retro-alimentar um novo ciclo de tomada de decisão com base em novos dados e assim sucessivamente.

A metodologia de Inteligência de Valor, portanto, reside em respeitar cada uma destas etapas do ciclo FRD, independente do seu campo de atuação, garantindo assim suas chances de chegar a bons resultados através de boas decisões, ou seja, aquelas que geram valor sustentável que se retro-alimenta e evolui com o tempo!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1. Goldschmidt, G. Data mining, 2a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

2. Cowan, D. et al. The use of machine learning algorithms in recommender systems, Expert Systems with Applicatons, 2017.

3. Souza, M. A. F. Algoritmos e lógica de programação, 2a. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014.

PASSO 2: nossos pensamentos

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Acredito piamente que os leitores que chegaram até aqui têm minimamente a convicção de que o poder dos nossos pensamentos é bem maior do que julgamos, ou mais propriamente, do que praticamos em nossas vidas! Veremos logo a frente a maneira mais fácil de se buscar a mudança deste “estado de coisas”. Convido-os agora a refletir em maior profundidade sobre como tudo isto se processa, no nível mental. Eis o primeiro e talvez o mais importante dos axiomas:

Nossos pensamentos podem sim afetar “positivamente” ou “negativamente” o nosso corpo consciencial ou o de outras consciências. Isto não é uma questão de crença!

Qualquer interação dita “construtiva” com o corpo consciencial também se reflete na consciência e vice-versa. Nenhuma novidade até aqui, certo?! Obviamente que, ao cultivar bons pensamentos, iremos corroborar para o equilíbrio do nosso corpo consciencial. Acontece que este processo, quando praticado continuamente,  nos leva aos Estados de Coerência Consciencial (ECC), qual seja aquele que, quando elicitado, procuramos mantê-lo inadvertidamente porque consiste na única forma de propiciar a manifestação plena dos valores em nossas vidas, seja no plano físico ou sutil.

A coerência dos pensamentos, portanto, é a “chave-mestra” para uma consciência tranquila. Quem nunca ouvir falar de alguém que teve uma grande desilusão num relacionamento e acabou por desenvolver, com o peso do tempo (na verdade anos e anos de pensamentos “negativos”), um câncer ou viu eclodir um súdito aneurisma? 1 Ou senão, pensando por outro lado (o “positivo” neste caso), quem não conhece pessoas que sabem fazer bom uso da já tão popular “lei da atração” e conseguem galgar, por exemplo, o emprego dos seus sonhos ou a conquista daquele amor que pareceria praticamente impossível aos olhos da grande maioria?! 2

Síndrome do Pensamento Acelerado

O problema é que nossos pensamentos ficam efetivamente quase que 100% do tempo a deriva, literalmente no “piloto automático” das nossas vidas… E tenham a mais absoluta certeza de que isto sim é um crime contra nossas consciências!! O famoso psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Cury chegou até mesmo a propor uma síndrome denominada a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) para aquelas pessoas que sofrem com as consequências desta completa falta de “governança” mental. Tão acertada foi sua proposição que a ansiedade já tem sido considerada o maior mal do século XXI. 3

Figura. Mecanismo da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).

Precisamos desligar o tal do “piloto automático” e assumir o controle dos nossos pensamentos para ter condição de mudar os seus efeitos deletérios e induzir, outrossim, os bons resultados que são aqueles que geram real valor em nossas vidas. Eis o verdadeiro “segredo” da tal “lei da atração”!!

O Dr. Augusto Cury propôs ainda uma técnica educacional extremamente interessante e com resultados práticos para se evitar a SPA, já validados em suas inúmeras sessões de psicoterapia. Chama-se DCD, um acrônimo para a seguinte série progressiva de atitudes mentais: Duvidar, Criticar e Decidir.  

Esta técnica cabe justamente nos momentos em que as chamadas “janelas killer” ou “gatilhos de memória” são acessados e podem desencadear pensamentos perturbadores ou uma emoção angustiante. Vamos imaginar a seguinte situação: você tem uma certa fobia de água e um amigo lhe convida para uma festa na piscina. Sua primeira reação natural e instintiva seria negar prontamente o convite. No entanto, ao aplicar o DCD, você pararia por um instante e pensaria consigo mesmo:

            _ Porque raios eu deveria evitar esta piscina? É só um churrasco. Posso ficar pelo menos a uns 3 metros da água... (isto é DUVIDAR)
            _ Mesmo que eu venha até a cair na piscina, qual seria o problema? Água só molha e a piscina nem é funda. Este medo é completamente infundado! (isto é CRITICAR)
            _ Pois bem. Vou aceitar este convite. Afinal, muito me interessa ir neste churrasco... (isto é DECIDIR)

Outras correntes teóricas também já fazem o controle dos pensamentos de maneira sistemática através de metodologias que usam a mente e sua interação com as diversas manifestações do corpo, tal como a linguagem no caso da Programação Neurolinguística (PNL).4

Apesar dos avanços observados nos últimos tempos, ainda percebe-se grande dificuldade em se criar o ambiente propício para controlar os nossos pensamentos. Mais a frente adentraremos nas técnicas de meditação que são vastas e têm sido cada vez mais praticadas e estudadas. Hoje tenho para mim que este é o melhor caminho para se atingir a conexão de maneira integral, abrangendo todos os fenômenos da consciência.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Quando uma doença tem sua origem num estado de perturbação da mente, esta é denominada uma doença psicossomática, podendo se manifestar em diversos sistemas que constituem nosso corpo, como por exemplo: gastrointestinal (úlcera, gastrite, retocolite); respiratório (asma, bronquite); cardiovascular (hipertensão, taquicardia, angina); dermatológico (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema); endócrino e metabólico (diabetes); nervoso (enxaqueca, vertigens); das articulações (artrite, artrose, tendinite, reumatismos).

2. A lei da atração, mediante a qual se acredita que pensamentos “positivos” ou “negativos” atraem resultados semelhantes, já foi objeto de muitos estudos filosóficos e espirituais ao longo dos séculos. Mais recentemente (em 2006), ganhou ampla divulgação com o lançamento do filme e da publicação do livro intitulado The Secret, da autora australiana Rhonda Byrne. Apesar de haver diversos estudos sobre os efeitos placebo e nocebo (uma derivação da “lei de atração”), ainda não se aceita certas evidências científicas para sua confirmação.

3. A leitura do livro Ansiedade: como enfrentar o mal do século (Saraiva, 2014), do conceituado psiquiatra brasileiro Augusto Cury, é fundamental para entender como e o porquê que a humanidade adoeceu coletivamente.

4. A PNL é como uma “caixa de ferramentas” que pode ser utilizada para superar crenças e limitações pessoais, criar padrões de comportamento mais eficazes e, principalmente, aprender a mantê-los. Trata-se de um modelo transformador e evolutivo que gera novos valores e capacidades. Para maiores detalhes, acesse pnl.com.br/siteSobre/content/1.

BASES DE DADOS ESPECIALIZADAS

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Vimos o importante papel dos “brokers de informação”, mas não nos atemos devidamente ao seu principal insumo: os dados! De nada adianta produzir e disseminar documentos de inteligência (um tipo de produto do conhecimento) se a informação não tiver sido extraída de “fontes” fidedignas e obtida através de buscas sistemáticas em bases de dados especializadas.

Não falo aqui dos mecanismos de buscas onipresentes em nossa rotina como o Google. Na verdade, sendo mais formalista, nem sequer poderíamos enquadrá-lo como tal. Sem desmerecer sua funcionalidade e alcance indiscutível, nos orientando nas buscas de informações genéricas, ele funciona tão somente como um indexador de páginas web e ponto. Não trata-se propriamente de um gerador, nem tampouco um HUB de conteúdo!

Como nos desvencilhar deste hábito, já meio que automático e quase instintivo, de iniciar todas as nossas buscas de informação pelo Google?

Em se tratando da busca de informações técnicas, voltadas para inteligência competitiva e colaborativa, esta não é mais uma opção e sim uma obrigação! Deve-se considerar as chamadas bases de dados especializadas.

Categorias das bases de dados

De acordo com a aplicação, temos bases de dados digitais, financeiras, científicas, tecnológicas, de mercado, entre outras. Elas podem ser abrangentes ou específicas, dependendo da variedade de canais, ativos, disciplinas, tecnologias ou mercados. O número de backlinks, operações financeiras, artigos científicos, patentes ou registros de transações comerciais são dados preciosos que podem ser obtidos através destas bases.1

A busca de informações científicas, por exemplo, é indispensável nas atividades de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), fornecendo uma visão global sobre os avanços em determinado ramo científico e permitindo ao pesquisador obter uma noção precisa sobre a influência dos seus trabalhos. Além disso, evita a realização de pesquisas duplicadas.2 É possível acessar um paper completo através da bases de dados das editoras de periódicos científicos, entre as quais pode-se citar a ScienceDirect da editora Elsevier.

Por sua vez, a demanda de informação tecnológica pelas empresas inovadoras é tão premente que já foi inclusive objeto de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para identificar as necessidades do setor industrial brasileiro.3 Apesar da baixa utilização das informações contidas nos documentos de patentes, ficou evidente o desejo de obterem informações sobre o mercado de atuação como um fator de competitividade. Neste sentido, pode-se destacar a PatentScope que congrega os principais escritórios de patentes ao redor do mundo.

É possível obter informações de mercado de diversos setores econômicos através de bases de dados nacionais gratuitas que contabilizam as transações de comércio exterior como a ComexStat no Brasil. Voltando-nos ao universo digital, destacam-se as bases de dados de backlinks e palavras-chave, tais como o SEMrush e SEOprofiler, bem como o BuzzSumo que monitora engajamentos nas redes sociais. Na área financeira, não poderíamos deixa de citar a Investing.com que compreende o monitoramento das diferentes classe de ativos, bem como a TradingEconomics que compila os principais indicadores econômicos dos países. Abaixo uma breve compilação dos principais exemplos de cada uma das categorias de bases de dados especializadas aqui citadas.

Tabela. Exemplos de bases de dados especializadas divididas por categoria.

Entenderemos melhor, na sequência, como a utilização contínua, sistemática e perspicaz dos dados extraídos destas bases especializadas (digitais, financeiras, científicas, tecnológicas e de mercado), fazendo uso de técnicas avançadas de data mining e analytics, pode impulsionar significativamente o valor gerado nas organizações. Por falar em valor, sem mais delongas, chegou o momento de introduzirmos o conceito principal da metodologia a ser aplicada daqui em diante: a “inteligência de valor”.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1. Valentim et al. Revista de Ciência da Informação, 2003.

2. Firme et al. Química Nova, v. 31, nº 2, pp. 445-451, 2008.

3. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, Brasília: CNI, 1996.

BROKERS DE INFORMAÇÃO

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Vimos como se formula uma estratégia competitiva, começando pela definição da estratégia, estabelecimento dos objetivos de longo prazo e a elaboração das políticas para atingí-los. Vimos ainda que a análise dos fatores críticos de sucesso é crucial nesta tarefa: suas forças e fraquezas (fatores internos), bem como as ameaças e oportunidades (fatores externos). Estes são os pilares de toda e qualquer estratégica competitiva.

Iremos adiante. Buscaremos, antes de mais nada, a compreensão do PROCESSO de inteligência competitiva que se preza justamente para ampliar a noção dos nossos competidores, mais propriamente das suas forças e fraquezas. Mais do que isso. Entenderemos qual é o papel dos brokers de informação e o porquê que eles prometem dominar o cenário organizacional nos anos que estão por vir!

Processo de inteligência competitiva

O processo de inteligência competitiva é, sem sombra de dúvidas, uma das ferramentas estratégicas mais importantes que os tomadores de decisão têm à disposição para transformar dados desagregados em conhecimento estratégico acerca dos seus competidores e do ambiente em que estão inseridos, mais especificamente suas capacidades, performance, posicionamento e intenções.

 Apesar da sua evidente importância, o fato é que hoje em dia a grande maioria das organizações ainda não tem um mecanismo sistemático de inteligência competitiva. Elas dependem, outrossim, do “conhecimento tácito” de algumas pessoas consideradas essenciais à organização, o qual é subjetivo e difícil de ser externalizado, tornando assim suas estratégias altamente vulneráveis e susceptíveis ao erro.

Ao longo da sua evolução histórica, a inteligência competitiva se tornou um processo cíclico estruturado que pode ser dividido em 5 etapas independentes: planejamento, coleta, processamento, análise e disseminação. O processo sempre deve começar pelo planejamento das atividades que perpassa pela identificação das necessidades de inteligência da organização, visando direcionar as ações e seus “produtos de conhecimento” para os respectivos usuários. Técnicas conhecidas como 5W1H (What, Who, Where, When, Why e How) podem ser utilizadas para este diagnóstico inicial.

Figura.  Etapas do processo de inteligência competitiva.

As etapas seguintes de coleta e processamento da informação podem ser consideradas as mais importantes e controversas de todo o processo. É exatamente neste ponto que as “fontes” são consultadas… E é também aí que os limites entre a inteligência competitiva e a espionagem industrial se cruzam, impondo importantes dilemas éticos sobre esta importante atividade e suas consequências, benéficas ou não!

Acontece que nem todas as organizações, ou seus representantes, contentam-se com as “fontes secundárias” que são públicas ou acessíveis mediante a contratação de serviços de terceiros. Acabam utilizando-se de “fontes primárias” externas à empresa, entrevistando pessoas influentes em diferentes esferas da indústria que estão inseridos, associações e até mesmo do governo. Por ser este um assunto delicado, com muitos nuances e abordagens específicas, o trataremos num outro momento.

Importante mesmo o é observar com uma lupa o papel dos brokers de informação que são capazes de promover a interface entre os geradores e demandantes de informação. Via de regra eles aplicam as mais variadas ferramentas de analytics, data mining, algoritmos, machine learning, sistemas de recomendação, entre outras técnicas da ciência da informação, para viabilizar esta aproximação de forma segura e efetiva.

Os brokers de informação são mais propriamente plataformas web que podem assumir ou não uma estrutura de rede social, porém restrita aos especialistas . Na tabela a seguir apresenta-se os exemplos na área de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I). Caracterizam-se por propriciar um meio de intercâmbio de documentos como papers, patentes e grants que normalmente não são gerados através de metodologia própria.

Tabela. Exemplos de brokers de informação em PD&I.

Na etapa de análise é feita a transformação da informação bruta em “produtos de conhecimento”. Normalmente são relatórios contendo informações digeridas, ou seja, com conteúdo altamente relevante para tomada de decisão estratégica.  Existem algumas técnicas analíticas comumente utilizadas para produção destes relatórios, com destaque para as matrizes TOWS de Weihrich e a BCG do Boston Consulting Group, bem como os trabalhos sobre os fatores críticos de sucesso e benchmarking de Leidecker e Shetty, respectivamente.

A última etapa da processo consiste na disseminação para os decisores dos chamados “documentos de inteligência”.1 Por se tratarem de informações de suporte altamente estratégicas, devem seguir políticas rigorosas de confidencialidade. Os canais de distribuição variam de acordo com as políticas de cada organização, podendo ser veiculados somente em reuniões de diretoria, por email, intranet, internet ou na “nuvem”, segundo critérios específicos de compartilhamento, aliás esta é considerada hoje uma das formas mais seguras.

Para encerrar, deve-se destacar que de nada adianta cumprir a risca todo o processo de inteligência competitiva se os decisores das organizações não forem receptivos às informações colhidas, as quais não são necessariamente aquelas que esperam ou desejariam ouvir… Foi o que aconteceu na falha clássica do presidente americano Roosevelt e seus comandantes que simplesmente desprezaram os avisos do serviço de inteligência que precederam o ataque japonês de Pearl Harbour. Não é preciso dizer mais nada!

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Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1. Para um aprofundamento sobre os documentos de inteligência, como acessar as bases de dados e compilar as informações científicas, tecnológicas e de mercado, conhecer a obra do autor: Barreto, R. ITTINOMICS: um guia especial para inovação aberta, Valinhos-SP, Editor – Autor, 2010.

PASSO 1: nossas crenças (parte II)

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Vamos agora olhar a questão das crenças sob outro prisma. É fato que boa parte da população mundial encontra-se acima do peso ideal, obesos ou minimamente com sobrepeso. Alguém discordaria da afirmação de que a ansiedade, bem como seus estados mentais associados, estão entre as principais causas deste problema?

Você pode até pensar que é só uma reação fisiológica, puramente neuroquímica.1 Entretanto, eu rebateria afirmando que esta é disparada pelo MEDO, uma emoção cada vez mais presente na vida moderna e que, quando exacerbado, assume o grau patológico de fobia. Não há dúvidas de que os consultórios psiquiátricos das grandes cidades vivem abarrotados por conta exatamente disto! Vamos então procurar as explicações mais elementares do porquê que as pessoas têm tanto medo hoje em dia.

Lutar ou fugir?

Sabe-se que, do ponto de vista estritamente físico, o medo nada mais é do que uma resposta fisiológica a uma situação de perigo para preservar a vida orgânica, amplamente conhecida no meio acadêmico como a reação de lutar o fugir, traduzido do termo original em inglês fight-or-flight response.2

Figura. Os efeitos da reação de lutar ou fugir.

Independente da fonte aguda do stress, as alterações no nível de certos neurotransmissores como epinefrina e norepinefrina disparam reações fisiológicas notórias como o aumento dos batimentos cardíacos, da contração do coração e ainda da vasoconstrição, todos efeitos característicos do quadro de hipertensão. Nem é preciso mencionar aqui qual é o resultado no longo prazo para saúde das pessoas que estão constantemente estressadas. O importante é ter em mente o seguinte: este é o efeito e não a causa do medo…

Todo processo é puramente a resposta consciencial gerada por uma crença ou sistema de crenças. Isto mesmo: mude suas crenças que acabará com seus medos!

São muitos os medos que podemos sentir no cotidiano. A morte é, sem sombra de dúvidas, o maior de todos os medos. Justamente por isso que acabamos nos atendo demais a este medo e esquecemos de nos atentar para os “pequenos medos” que nos perseguem a cada instante e que são, na verdade, os mais deletérios.

Especificando melhor: é o medo de barata; de ficar sozinho sem alguém para falar, de ir mal na prova, de falar em público; de não almoçar; de perder o emprego; de ficar doente, de perder a bolsa; de perder o grande amor; de quebrar o celular, puxa vida, são tantos os nossos medos no dia a dia!

Através da teoria do Ciclo da Cultura de Valor, espera-se lidar melhor com cada um destes medos, de uma forma mais construtiva e racional, fazendo-se de tudo para transformá-los em valor através da reprogramação das nossas crenças e, num segundo momento, da reeducação dos nossos pensamentos e hábitos.

Ser CDF ou nerd?

Comecemos performando um breve exercício de memória. Vamos voltar nossos pensamentos à época do ginásio, recordando alguns dos colegas que ficavam na primeira fileira da sala de aula. Sim, aqueles mais CDFs! Agora, pense também naqueles da famosa “turma do fundão”. Alguma dificuldade em responder quem tirava as melhores notas de trigonometria? Ou aqueles que se saiam melhor na avaliação de expressão oral???

Certamente o medo de ir mal numa prova, seguido da frustração de ser incapaz de resolver um problema, culminando com a repreensão do pai severo ao receber o boletim “avermelhado”, não deveriam ser a única razão para que os estudantes da primeira fila se esforçassem tanto para tirar as melhores notas…

Vamos ser bem transparentes. Estamos falando aqui da diferença entre ser CDF ou ser nerd. O último estuda porque gosta e não pelo medo do papai, da nota ou muito menos da frustração! Eis um caso típico em que a crença pode gerar ou destruir o valor do PODER para realização, neste caso, da tão sonhada nota 10!!!

Num passado não tão longínquo assim havia um estigma de que ser nerd era pejorativo, pois significava que o indivíduo tinha dificuldade de convívio social e, por este motivo, vivia só estudando. Uma espécie de fuga da realidade.

Hoje, com o legado deixado por nerds convictos e bilionários tais como o Bill Gates, Steve Jobs ou Jeff Bezos,3 ninguém mais vai duvidar de que o mundo mudou. Vivemos na Era da Informação, ou por que não extrapolar para a Era dos Nerds???

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1.  Uma breve pesquisa em internet aberta com as Tags “neuroquímica” e “ansiedade” nos mostra que o medo é a principal emoção envolvida nas experiências de ansiedade, sendo oriundo de estímulos ambientais que possam indicar perigo ou ameaça, desencadeando uma série de reações cognitivas, sensório-perceptivas e neurovegetativas. A partir deste ponto de vista, a ansiedade pode ser considerada uma disposição orgânica que confere ao indivíduo melhores condições de preservar sua integridade dentro do contexto sócio-ambiental.

2. Conheça a definição para o fenômeno da reação de luta ou fuga, extraída da Wikipedia em 10.11.2019: também chamada de reação de estresse agudo, foi descrita pelo fisiologista Walter Bradford Cannon em 1927. Sua teoria diz que os animais reagem às ameaças com uma descarga comum do sistema nervoso simpático, fazendo com que o animal permaneça e lute ou fuja para se defender.

3. Não é preciso ser um nerd da computação para ler a biografia de Steve Jobs, por Walter Isaacson (Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011). Uma obra memorável que nos remete aos detalhes peculiares da vida do homem que pode ser considerado o maior empreendedor de todos os tempos. Apesar da sua personalidade intragável para muitos, ele fundou uma das empresas mais valiosas do mundo: a Apple. Era também um vegetariano convicto, simpatizante do zen-budismo e praticava yoga com regularidade.

INTELIGÊNCIA COLABORATIVA

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Para se atingir um objetivo comum que envolva a solução de um problema desafiador, deve-se somar esforços entre vários atores, competidores ou não, sendo que todos são beneficiados com os resultados, em maior ou menor proporção. Este é o princípio da inteligência colaborativa!

Agora, cá entre nós, será que o conceito de colaboração em massa é mesmo tão recente assim? Veremos que não.

Sua origem se confunde com a própria história do método científico, cujos elementos vêm se desenvolvendo desde o Egito antigo, passando posteriormente pela Grécia e misturando-se com a filosofia islâmica, até culminarem no pensamento de Descartes, no sistema lógico de Francis Bacon e na aplicação do empirismo por Isaac Newton. Resumidamente, Descartes estabeleceu três regras de ouro para chegar à dita “verdade científica”: da evidência, da análise e da dedução 1

Figura. As três regras de ouro de Descartes que culminam na verdade científica.

Vê-se que o método científico não é somente uma receita caracterizada pela objetividade, causalidade e imparcialidade. Ele requer inteligência, imaginação e criatividade para experimentação contínua. Apresenta-se, assim, na forma de uma sequência de ações lógicas e sequenciais, desde a formulação de uma hipótese até a verificação experimental.

Deve-se observar que este processo distingue-se pelo fato de ser cíclico, possibilitando que outros cientistas possam analisar, reproduzir experimentos e verificar a confiabilidade dos resultados. Isto nada mais é do que a tal da colaboração em massa aplicada à solução de problemas científicos.

A única diferença com relação ao conceito atual do wikinomics, é que a divulgação dos resultados de uma pesquisa é imensamente potencializada pelo poder da internet, podendo atingir instantaneamente qualquer pesquisador ao redor do mundo. Assim, fica cada vez mais difícil de discordar da afirmação profética de Hans Selye: quem não sabe o que procura não entende o que encontra.2

Já vimos alguns exemplos bem recentes em que a aplicação da estratégia colaborativa é evidente, tais como a produção de conteúdos para o inbound marketing, a geração de créditos de carbono para economias sustentáveis ou até mesmo o processamento computacional de cálculos complexos para benefícios financeiros, mais propriamente o acúmulo de criptomoedas.  

Acontece que ainda não temos propriamente um Porter da estratégia colaborativa, nem tampouco seria preciso… A ações compreendidas pelo método científico se aplicam como uma luva para todos estes casos! Quando não se aplicarem, pode-se assumir, sem medo de errar na extrapolação, que não existe “vantagem colaborativa”.

A inteligência colaborativa, portanto, carece somente de um formalismo apropriado aos tempos de inteligência artificial e big data, com os devidos algoritmos de machine learning, sistemas de recomendação e técnicas de data mining, visando automatizar todo o processo. Mas paremos por aqui porque na sequência falaremos de um dos principais agentes de mudança nesta nova era: os BROKERs de informação!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1.  Descartes, R. Discurso do método, São Paulo: Ed. de Ouro, 1970.

2. Selye, H. Stress a tensão da vida, São Paulo: IBRASA, 1965.

PASSO 1: nossas crenças (parte I)

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Não se enganem. É equivocada a visão de que toda crença está relacionada necessariamente a uma religião, verdade pré-concebida ou conhecimento adquirido. Não podemos fugir, no entanto, da conceituação como algo em que se acredita, um “objeto de fé”.

Deve ser considerada simplesmente como um estado de propensão das nossas mentes, ao qual chamaremos, por sinonímia, de “programação mental”. Se o propósito estiver ligado ao plano físico, assumiremos que esta é uma crença no plano físico. Vejamos um primeiro exemplo antes de adentrarmos no universo bem mais instigante relacionado ao plano sutil.

Ora, se você vê uma gota d’água caindo na piscina, logo pensa consigo mesmo: vai chover! Certo? Sua mente está automaticamente programada pelo raciocínio lógico para tal dedução.1 Alguns segundos depois, para total surpresa, percebe que seu filho estava somente brincando com a mangueira ao lado da piscina.

Vira e mexe a mente nos prega algumas poucas e boas! Na verdade, veremos que nem são tão poucas assim…

Somos reféns das nossas próprias crenças. Esta sim pode ser considerada uma “verdade” ou premissa axiomática. E a boa notícia é que existem algumas formas de afetarmos intencionalmente nossas programações mentais. Vejamos alguma delas.

Reprogramação mental

A primeira forma de reprogramação é a mais frequente e não intencional: através das nossas emoções. Também é possível de forma bem mais controlada pela chamada meditação autosugestionada.2

Ser guiado pelas emoções é como embarcar num “trem descarrilhado”: não existe controle algum sobre as nossas reações! Qualquer impressão do meio à volta pode disparar um sentimento que funciona como “gatilho emocional”, nos impulsionando para uma ação cuja resultante pode ser algo bom ou ruim, gerador ou destruidor de valor.

Contrariamente, a meditação autosugestionada pressupõe o autocontrole nos diferentes graus de consciência. Muitos praticantes das modalidades avançadas de Kriya Yoga, conseguem atingir um estado de domínio pleno da mente, ao qual chamam de samādhi. Preferimos chamar aqui tão somente de “superconsciência”.3, 4

Figura. Processos de reprogramação mental.

Imagine agora uma situação limite do ser humano: alguém que está prestes a cometer suicídio. Este é, certamente, um dos piores cenários que se pode conceber para aqueles que deixam as emoções assumirem o controle total das suas vidas! Não precisamos exagerar para entender que as emoções podem, de forma sorrateira, ser uma das principais responsáveis por corroer nossa saúde mental, física e consciencial.

Reflita bem sobre como a sociedade moderna vive deste “ópio” chamado de doenças mentais, transformado em negócio altamente lucrativo pelas gigantes do segmento farmacêutico e seu exército de médicos prescritores… Uma pílula sempre é muito mais fácil do que a mudança radical dos valores humanos!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1.  A filosofia chama este fenômeno de lógica e o apregoa como um importante campo de estudo relacionado ao raciocínio. Eu encaro este fenômeno, outrossim, como o mais importante à existência dos Seres Conscienciais. É o verdadeiro “gatilho” de todos os nossos processos mentais.

2. Antes de conhecermos as inúmeras modalidades de reprogramação mental, na busca daquela que melhor se adapte às nossas necessidades, recomendo aos leitores que visitem o website do Dr. Bruce Lipton em brucelipton.com, renomado pesquisador no campo das “ciências de fronteira”, pioneiro da nova biologia molecular e autor de obras de importância inquestionável para evolução consciencial.

3. Para um maior entendimento sobre como nos livrar das distrações mentais e, consequentemente, das disfunções físicas, através do equilíbrio entre mente, corpo e consciência, acesse AQUI o website de um dos maiores gurus indianos dos últimos tempos: B. K. S. Iyengar. Sua especialidade era a Hatha Yoga.

4. A Kriya Yoga é uma técnica milenar revivida nos tempos modernos por Lahiri Mahasaya. Paramahansa Yogananda difundiu Kriya em grande escala para o público em geral através do livro Autobiografia de um Iogue. O sistema consiste em técnicas que aceleram o desenvolvimento espiritual e ajudam a alcançar um profundo estado de tranquilidade e comunicação com Deus e com o próprio Eu Superior. Extraído da Wikipedia em 28.01.2018.

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

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O fenômeno da competição é uma característica intrínseca do ser humano. Está primariamente associada ao “instinto de sobrevivência”, bem como à preservação das organizações nas quais estamos associados.

Ajudar a compreender este fenômeno, bem como buscar estratégias para conquistar e sustentar a “vantagem competitiva” por longos períodos de tempo é o propósito maior do campo denominado inteligência competitiva.

As raízes da inteligência competitiva remontam às estratégias militares de tempos longínquos, com os escritos de Sun Tzu cerca de 500 a.c. Sua obra clássica, intitulada A Arte da Guerra, tornou-se a referência basilar da inteligência militar, muito embora estivesse por demais associada ao conceito de espionagem, conforme ilustrado no trecho: 1

“… Não se pode usar espiões sem sagacidade e conhecimentos; não se pode usar espiões sem humanismo e justiça; não se pode conseguir a verdade de um espião sem astúcia. Este é, na verdade, um assunto muito delicado …”

Passados mais mais de 2.000 anos, uma nova “onda” do uso da inteligência competitiva surgiu durante a 2a Guerra Mundial, em especial nos Estados Unidos e Inglaterra, onde o conceito foi visto pela primeira vez além da estratégia militar e passou a tatear os campos da ciência política e criptografia nos serviços secretos de Estado.

Teve destaque os trabalhos do matemático britânico Alan Turing que inventou uma máquina especificamente para quebrar os códigos secretos dos alemães. Sua invenção foi depois fundamental para o surgimento dos computadores e da própria lógica de programação. Nos Estados Unidos sobressaíram-se os trabalhos de segurança nacional da agência Central de Inteligência americana (a famosa CIA).

No entanto, foi somente na década de 80, com a publicação da obra incomparável do Prof. Michael Porter (da renomada Harvard Business School), chamada Estratégia Competitiva, que o conceito de inteligência competitiva chegou finalmente ao mundo dos negócios. 2

Antes disso as iniciativas eram mais informais e se limitavam à coleta de dados competitivos sobre a indústria e seus competidores em arquivos de bibliotecas, muito embora a área de marketing já fizesse uso extensivo destas informações em pesquisas. Mesmo assim, quase nenhuma empresa tinha capacitação em inteligência competitiva e o tema não tinha atenção alguma por parte da alta gerência nas empresas de grande porte.

Aos poucos a inteligência competitiva começou a ganhar importância nas organizações e passou para atividades de análise das informações e não somente de coleta (restrito às áreas de marketing e planejamento). No entanto, ainda era vista com cautela pelo nível gerencial que questionava principalmente os seus resultados práticos. Faltava histórico, mais propriamente estudos de caso de sucesso! As análises eram puramente quantitativas e pouco aproveitadas para tomada de decisão estratégica.

Os primeiros resultados visíveis começaram a surgir com a aplicação da técnica de benchmarking já quase no final da década de 80 e assim marcou-se o início da fase áurea da inteligência competitiva, com sua disseminação dentro e fora das grandes organizações e o início da visibilidade internacional.

O reconhecimento veio rápido, em especial pelas grandes escolas de negócios, e surgiram as primeiras unidades formais autônomas em organizações de ponta como a Corning Inc. nos Estados Unidos. Alguns anos depois muitas das empresas da Fortune 500 já contavam também com suas próprias áreas de inteligência competitiva (vide abaixo a cronologia).

Figura. A evolução da inteligência competitiva.

Na atualidade o uso da inteligência competitiva é especialmente empolgante. Em tempos de big data e computação em nuvem, quão promissoras não o são as aplicações das técnicas de analytics, sistemas de recomendação e data mining? Perceba a dimensão dos inúmeros algoritmos que estão somente começando a descortinar as aplicações da inteligência artificial…

Especificamente no Brasil, ainda são poucas as empresas com capacidade arraigada de inteligência competitiva, com áreas estruturadas para atender este propósito, mesmo assim quando muito dentro do departamento de marketing ou planejamento estratégico, enquanto deveriam ficar nas áreas diretamente relacionadas à Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação.

Estamos falando aqui em extrapolar as barreiras dos negócios e perscrutar as novas dimensões da inteligência, mais propriamente a digital, financeira, científica, tecnológica e de mercado. Estamos falando de novas métricas de avaliação de performance. Estamos falando da construção de ativos de inteligência. Estamos falando, enfim, do surgimento de novas plataformas de produtos e serviços de inteligência!

O tempo das consultorias especializadas das últimas décadas já passou. Elas se tornaram arcaicas, obsoletas. São inúmeras as formas de competição e estamos somente adentrando na quarta e talvez a mais empolgante… Falando do futuro, não podemos fechar os olhos para a estratégia oposta (ou complementar) que ainda está engatinhando, mas tem ganhado cada vez mais adeptos: a inteligência colaborativa. Nosso próximo assunto… Aguarde.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1.  Tzu, S. A arte da Guerra: os 13 capítulos originais, 2a. ed. São Paulo: Clio Editora, 2012.

2. Porter, M. Competitive Strategy, The Free press, New York, 1980.