PAZ versus CONFLITOS § 85 – 87

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§ 85

Da paz. Para mim esta palavra tão pequena, e ao mesmo tempo tão poderosa, encerra o significado mais importante de todos os valores no plano sutil. Parece óbvio, mas certamente o leitor, ao iniciar esta reflexão, deve ter pensado, mesmo que de relance, na tão famosa insígnia da hora derradeira: “descanse em paz”. Mas será que este é realmente o único atributo de quem está em paz? Também ficamos aqui a pensar: será que não seria possível atingir a paz em vida??? Adianto que podemos respirar aliviados: por certo que não é preciso morrer para encontrá-la! Muito pelo contrário… Buda e Cristo, bem como muitos de seus seguidores, e outros profetas de diversas crenças religiosas, já a encontraram e em vida. Uns a chamam de nirvana, outros de comunhão eucarística, ou samádi, mas no fundo a essência é uma só: um estado de profunda conexão com Deus, cujos atributos são revelados pela imutabilidade de condicionantes, vacuidade dos pensamentos e bondade compassiva nas ações.

§ 86

A natureza de Deus. A imutabilidade é algo inatingível? Sim e não. A total ausência de condicionantes nos parece algo surreal porque somos demasiadamente mundanos, apegados aos sentimentos e cheios de preconceitos, aversões e medos oriundo das experiências mal sucedidas do passado. Ou seja, remoemos o passado e receamos o futuro, deixando de lado a única realidade acessível que é o presente. Paradoxalmente, a única verdade é justamente contrária: todas as consciências irão sim atingir algum dia o estado fundamental de estabilidade, a tão sonhada imutabilidade. A única diferença é que o Criador sempre existiu, imutável e absoluto. Nós, não. Dele proviemos em algum ponto no “espaço-tempo”, nos desviamos através de ações geradoras de karma e para ele regressaremos algum dia, regidos pela “lei de atração”. A física e a química quântica também não nos ensinam este mesmo conceito pelos elétrons que eventualmente, após muito orbitarem em suas “meia-vidas”, colapsam novamente ao núcleo e reencontram prótons, nêutrons e quem sabe mais?! As respostas, mesmo das questões filosóficas ou metafísicas consideradas insondáveis por muitos, estão invariavelmente na própria natureza que reflete a perfeição das leis que a regem.1  

§ 87

Um dilema de identidade. Todos aqueles que já se enveredaram nos estudos do budismo original,2 passando pelas primeiras escrituras do cânone em Páli,[*] compiladas por monges que viveram na Índia antes da Era Cristã, bem como do entendimento de escolas mais modernas como a do zen budismo que têm no conceito de “vacuidade” um dos seus pilares, muito provavelmente se depararam com o questionamento fundamental de que, para a total ausência de ego seria realmente preciso abster-se até mesmo da identidade do ser, da alma, dessa nossa unidade indivisível e universal que nos conferi a singularidade da existência. Confesso que, para mim, este foi um ponto de cisão filosófica, considerado um tanto quanto ambíguo para uma doutrina que também se pauta pela lei de causa e efeito: o karma. Voltando à questão da “liberdade infinita” adquirida pelas consciências auto iluminadas, qual seria o sentido de tanto esforço evolutivo se disso resultasse o nada panteísta, ou seja, perde-se a identidade após tanto esforço evolutivo? Mesmo apregoando-se contrários ao niilismo, o estado de liberdade infinita não significa que estas consciências que atingiram a imutabilidade e a vacuidade não irão mais interagir de forma alguma com outros seres. Na verdade, elas passam a interagir permanentemente, mas de forma indireta exercendo o terceiro dos atributos: a bondade compassiva. Tenho de concordar que estes “seres de luz” dificilmente retornam ao plano físico, salvo raríssimas exceções como a vinda do Cristo com o curso intermissivo, em momento crítico para impulsionar a humanidade por demais subjugada.


[*] O páli é uma língua litúrgica utilizada na escola Teravada do budismo. Pertence ao tronco linguístico indo-europeu. É uma língua antiga indiana, próxima daquela falada pelo Buddha. Pode-se dizer que o páli é uma forma simplificada de sânscrito.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000 – 2002, Campinas: Editor-Autor, 2003.

2. Bodhi, Bhikkhu, In the Buddha´s words: an anthology of discourses from the Pali canon, 1st ed., Somerville, USA: Wisdom Publications 2005.  

SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 76 – 78

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§ 76

A “meia-vida” da alma ou da consciência. Será que nossa gênese pode ser determinada assim como a das estrelas e galáxias? Digo a da alma, o atmã, puro em essência do Criador. Dele, qualquer rastro no plano físico seria um contrassenso, mas da consciência, através da qual ela se manifesta, muito provavelmente… Só não se sabe como, ainda! Alguma “impressão” do momento da criação, na Fonte, nós devemos carregar em nosso “corpo consciencial”. A meia-vida de um átomo não é determinada pela sua atividade radioativa? Por que então, da mesma forma, não poderíamos pensar em determinar a “meia-vida da consciência”, medindo a sua “atividade consciencial”? Parece deveras uma viagem metafísica, certo?! Aguardemos, então, a evolução da ciência neste campo, dos estudos da mente humana, porque, antes de mais nada, precisamos desenvolver os instrumentos capazes de medir esta tal “atividade consciencial” que certamente existe e é detectada pelos seres sensitivos. Ainda não conseguimos sequer comprovar a sua existência, a da consciência e não da alma, muito embora eu acredite piamente nela, assim como também nos dogmas científicos que a sociedade deverá romper para chegar na verdade.

§ 77

Mais sobre o “corpo consciencial”. Já vimos sua distinção com relação à consciência propriamente dita. Também já vimos que a alma é a nossa verdadeira essência divina, enquanto a consciência é apenas o canal de comunicação com a mente que se manifesta, afinal, no plano físico. Já o “corpo consciencial”, por sua vez, é composto pelos campos energéticos (ou vibracionais) gerados pela consciência e não necessariamente pela alma. Lembre-se, existe uma multitude de entidades que podem se manifestar através dela, a começar pelo subconsciente egoico: a principal ilusão existencial gerada pela própria mente. Todo corpo consciencial resulta, portanto, de interferências construtivas e destrutivas de ondas geradas pelos próprios pensamentos e também pela interação com o meio à sua volta que representa um verdadeiro “oceano energético”. Aqui, deve-se observar que os pensamentos são comandados pela consciência, promovendo assim as manifestações físicas. Ressalta-se ainda que nos seres mais evoluídos, aqueles que já romperam os percalços até atingir samadhi,1 a consciência é dirigida quase que absolutamente pela própria alma. Esta, segundo os grandes mestres yogis, é a chave para a transcendência do plano sutil ao físico e vice-versa.

§ 78

Uma mecânica quântica avançada. Isto mesmo. É o que se entende por um meio energético propriamente dito, tal como a ciência o explica, haja vista que não pode haver dois deles numa realidade causal dentro do mesmo plano físico. Após a revolução da mecânica quântica,[*] foi descortinado o universo de interações dos corpos físicos com os campos energéticos gerados pela radiação eletromagnética convencional (o famoso experimento do corpo negro) ou, porque não extrapolar este conceito, para as vibrações geradas pela consciência, através dos pensamentos, continuamente gerados pela mente. É desta energia que falamos, nada além disso. A ciência da meditação já revelou o poder destes pensamentos,2 de modo que a única diferença aqui é que a chamamos de “energia consciencial”.


[*] É a parte da física que analisa o movimento, as variações de energia e as forças que atuam sobre um corpo. Aqui estamos no campo da “ciência de fronteira”, também conhecida por metafísica. Ou seja, atualmente são teorias que não passam de uma especulação filosófica, mas pode ser que um dia até que faça bastante sentido, mesmo que alguns estejam além do seu tempo, já desenhando experimentos dentro desta perspectiva mais ampla de entendimento do universo.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Patanjali, Os yoga sutras de Patanjali, São Paulo: Mantra, 2015.

2. Goleman, D., Davidson, R. J. A ciência da meditação: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

Mundo redondo, universo plano

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O mundo pode ser redondo, mas o universo é plano. Ao navegar no cosmos, em sua magnitude infinita, pode-se assumir somente 2 direções: a que nos leva a Deus e a que nos afasta Dele!

Cada Ser, em sua singularidade de vida, apresenta-se tal como um vetor numa trajetória incomparável de interações mentais, espirituais e conscienciais que podem ser “geradoras” ou “destruidoras” de valor, dependendo de como afetam o meio que estão inseridos nos planos físico e extrafísico.

Figura. Trajetória vetorial dos Seres rumo a Deus.

Somos, assim, compostos essecialmente de apenas 3 atributos existenciais que permitem toda a expressão do Ser, quais sejam:

  1. Inteligência: manifesta através da mente no plano físico;
  2. Espírito: manifesto pela alma no plano extrafísico;
  3. Consciência: canalizada pela conexão com Deus.

Este conceito é de vital importância. Devemos sedimentá-lo, com total serenidade e aceitação. Em última instância, são afetadas as inteligências, espíritos e consciências, sempre num certo raio de interferência que depende da intensidade da energia criadora emitida.1

O problema do ser, portanto, reside no discernimento de como controlar suas faculdades moldando estes 3 únicos atributos. Lapidar a inteligência, o espírito e a consciência: eis os verdadeiros objetivos da nossa existência!

Ao contrário dos atributos, temos inúmeras faculdades que são basicamente aquelas ações que conseguimos realizar graças aos nossos atributos. Ou seja, o atributo leva à faculdade e nunca o contrário.

Veja só. O pensamento (faculdade de pensar) brota da mente que é acionada pela inteligência. É assim que decido, por exemplo, se preciso sair para comprar pão agora, se devo vender um determinado ativo na bolsa de valores antes da reunião do FED ou se, por ventura, preciso fazer um check-up para não arruinar o feriadão da família!

As faculdades da alma são muito mais sutis e ainda tem gente que acha que se resolve com pílulas… A faculdade de sentir com os “olhos d´alma” requer a sensibilidade dos sentidos extrasensoriais, velados aos que se iludem pelo mundo material. Você realmente acredita que é a ocitocina que move o coração de um pai que revê a filha depois de uma longa viagem de trabalho? 

Se controlar os sentimentos que regem as relações entre os Seres já é uma missão tão desafiadora, que dizer então da maior de todas as missões, aquela que deveria ser nosso grande propósito existencial e que, por certo, pouquíssimos estão perseverando? Orar e meditar são indubitavelmente as faculdades supremas e olha que ainda assim tão poucos as volarizam…

Veremos que os valores que realmente importam são os conscienciais, ou seja, aqueles que nos conectam a Deus!

Isto não quer dizer que os valores da mente ou do espírito devam ser negligenciados. Muito pelo contrário… São eles que nos conduzem, afinal, aos verdadeiros valores. É que o Deus que existe em cada um de nós é a única realidade que importa. Acreditem: tudo o mais é realmente, como já diziam os Vedas, pura ilusão!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Indo além dos nossos propósitos, completamente despreocupado com o rigor matemático que não seja puramente filosófico, podemos elucubrar o quantum de energia vital, tal como revelado pelo guru da Kriya Yoga Paramahansa Yogananda em 1949, como sendo o menor valor que esta grandeza possa assumir. E, ainda, denominar este “pacote” energético de vitráton. Sabendo-se que este tipo de energia associa-se à capacidade de “gerar” ou “destruir” valor, quanto maior for a quantidade de vitrátons, tanto maior será a sua intensidade e, consequentemente, a sua capacidade de interação com outros seres. Para saber mais, acesse AQUI.

O racionalista livre-pensador

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Há tempos tenho para mim, como grande desafio, escrever sobre a fé. Pode parecer piegas demais para quem está numa linha de pensamento voltada para filosofia e nem tanto para religião, mais propriamente na abordagem dogmática e não a libertadora que verdadeiramente nos conecta a Deus!

Quero abordá-la aqui em seus diversos estágios: desde a fé “cega” até a “raciocinada”, sem discriminação de sorte alguma. Com um pouco mais de ousadia, quero aventurar-me a escrever sobre a verdadeira jornada evolutiva de cada ser humano rumo ao “autoconhecimento”, ou melhor, à sua “autorealização” como já apregoava o meu guru indiano Paramahansa Yogananda.1

Figura. Yogananda visitando Gandhi na Índia em 1936.

           

O samadhi

Quero falar da nossa busca quase que instintiva pelos estados de EACs – Estados Alterados de Consciência que nada mais são do que estados gradativos de conexão com o universo, ou com o Criador melhor dizendo, aos quais a sabedoria indiana já sinalizava há milênios pela palavra samádi do sânscrito, que significa a “meditação completa”, ou o estado de concentração e quietude plena da mente.

Veremos que esta busca constante pelo samádi nos levará, inexoravelmente, à sutil compreensão do conceito de imanência. E tal compreensão irá nos encher de valores nos planos físico e extrafísico, estabelecendo uma conexão irreversível com o Criador.

Os mais incrédulos, aqueles que sempre dizem que precisam “ver para crer”, podem achar que as pessoas não mudam. Para os racionalistas livre-pensadores, como digo que o sou, é que nosso único juíz é a própria consciência governada pelo espírito ou a alma. É ela, somente ela e mais nenhum outro dito pastor, guru ou profeta, que “colocará o dedo nas nossas feridas”. E é ela mesma, acreditem, que também nos apontará o caminho. Somos 100% responsáveis pelo nosso destino!

Tal busca e compreensão independe de religião ou credo, estando relacionada, outrossim, ao propósito maior da nossa própria existência. Aquela que podemos chamar de uma viagem com origem e destino marcados: a Fonte.

Temos ainda que admitir o fato inconteste de que fomos criados um dia como espíritos puros e ignorantes, “à imagem e semelhança do Criador” (Gênesis 1:26-27). Se até a ciência admite premissas teóricas (e não são poucas), por que nós, pretensos filósofos racionalistas ou iogues praticantes, não poderíamos adotar as nossas?

Bem, ao continuar no campo das suposições filosóficas, assumamos que ao longo da jornada evolutiva, através das inúmeras interações que experimentamos com outros seres conscientes, adquirimos “impressões energéticas” que precisam ser literalmente “apagadas” para podermos retornar à Fonte livres de karma.2

§

Pensava eu, portanto, que só estaria apto a escrever sobre a fé quando a sabedoria fosse capaz de aguçar o discernimento acumulado em uma existência repleta de experiências, construtivas e destrutivas em valor, mas que fossem acompanhadas de momentos de profunda reflexão.

Não importa seu “tipo psicológico”. Não é preciso ser daquele “introspectivo intuitivo” junguiano. Acontece que a verdadeira sabedoria não se acumula no espectro limitado de interações de uma única existência. Em verdade, não devemos considerar se alguém é ou não sábio. Isto é uma falácia e das mais perigosas… É como a água: ela simplesmente o é. E pronto. Somos substância, substância divina!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: uma dialética introspectiva

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Saiba mais:

1. Paramahansa Yogananda viveu entre 1893 e 1952, sendo reconhecido como um dos maiores emissários da antiga sabedoria indiana no Ocidente. Sua vida e seus ensinamentos continuam sendo uma fonte de inspiração e de luz para pessoas de todas as raças, culturas e credos. Para detalhes sobre as experiências maravilhosas da sua vida, não deixe de conhecer e decifrar sua obra clássica intitulada Autobio-grafia de um Yogue, publicada em português em 2008 e reeditada em 2013 pela Sociedade de Autorrealização. Adicionalmente, para um resumo sobre sua vida e obra, acesse AQUI.

2. As religiões orientais chamam estas “impressões energéticas” de karma. O importante é reconhecer que elas atrapalham o estabelecimento de conexões geradoras de valor no plano extrafísico com outros seres conscientes e especialmente com Deus. 

Busca insondável

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Nesta “busca insondável”, exalto ninguém menos que Gandhi, este ser iluminado que no brindou com o seguinte alerta:

“Seus valores tornam-se o seu destino”

Eu já não acreditava mais em destino, nem tampouco em espiritualidade tal como vista pela grande maioria das pessoas. Caro leitor, peço encarecidamente que não me julgue mal. É muito difícil mesmo de admitir isso…

Seria tão incrivelmente mais fácil se minhas crenças fossem estáveis, assim como o Hélio ou o diamante o são! Mas será que estes “corpúsculos”, ícones da realidade material, física propriamente dita, são mesmo tão estáveis assim?!

O racionalista

            Não adianta forçar. Prevalece sempre, pelo menos para mim, o universo científico e a nossa “busca insondável” pela compreensão dos fenômenos mais escusos à instrumentação humana, ao que chamo de “ciência de fronteira”.

Acredito, outrossim, num único fato, mesmo que ainda contando com explicações ou comprovações limitadas à experiência individual ou transcendental:  

Tudo que você possa imagina, existente ou não, detectável ou não, idealizado ou sentido, enfim, tudo mesmo está intimamente entranhado por leis naturais, ou divinas, conhecidas pela ciência ou não.

            Digo tanto a realidade física como a extrafísica, o dito “espiritual” e o palpável “material”, a vida e a morte, a dor e o amor! Pode ter certeza que esta é uma rede de interações muito mais entranhada e poderosa do que a “internet da coisas” e até a “internet das pessoas”!!!

Fica patente que estou pendendo mais para linha contrária, aquela vista equivocadamente como “materialista” e que, na verdade, distingue-se por procurar encarar os fatos como o são, dentro da realidade cósmica e universal, em verdade a única que existe.

O caminho da Yoga

Tudo isto estaria de fato coerente até me deparar com a parte mais profunda da Yoga, digo a Kriya Yoga,1 esta ciência espiritual que nos conecta a Deus, nosso Criador! E aprender que somos sim 100% responsáveis por tudo o que nos acontece aqui, agora, no passado remoto (ou não) e para todo o sempre. Destino existe sim e um só: a Fonte.

Infelizmente, ou felizmente, não adianta de nada encontrar explicações na providência dita Divina ou naqueles Mestres e Gurus que já se foram e estão ao lado do Pai… Então, a quem poderíamos culpar pelos nossos atos além de nós mesmos? Você mesmo, ou melhor, sua essência que é a alma.

Saiba desde já que ela é a única razão de você existir. É também a única que faz a ponte destes mundos aparentemente incomunicáveis, de mistérios insondáveis aos olhos da realidade puramente material.

É ela, portanto, que precisa ser estudada, entendida a fundo e cientificamente! É a ela que devemos render nossa fé, digo a “raciocinada” e não a “cega” que somente cerceia os indivíduos, as comunidades religiosas e tudo que nos cerca…

            Não me considero um sujeito assim areligioso. Somente defendo a liberalidade de pensamento que propicia a “busca insondável” da Verdade por aqueles que ainda não encontraram a sua fórmula única para uma vida próspera em todas as suas dimensões: material (mental e física neste caso), afetiva (ou emocional) e espiritual (do domínio das almas).

§

Depois de tantas perambulanças nas sendas das crenças humanistas, ora como filósofo, ora como crente, ora como historiador, ora como cientista, mas sempre um racionalista convicto, acho que só agora consegui me reconciliar verdadeiramente com Deus.

Para continuar a leitura, caro leitor, é preciso que admita apenas as duas únicas premissas existenciais do sistema Kantiano:2 1. Deus existe; 2. Somos uma alma. E ao perscrutar seus mistérios, irá descobrir uma nova maneira de encarar a vida: seus percalços e legados, como interagir com outros seres (conscientes ou não), com a natureza, o universo e, o mais importante, como render graças ao Criador, o Deus único que está em cada um de nós!

Não gosto do termo metafísico, espiritual, transcendental, esotérico, astral e tantos outros de origem religiosa ou não (mesmo os agnósticos e ateus) utilizados para retratar algo que sempre foi conhecido, desde os primórdios pelos sábios iluminados da Índia ou na antiguidade greco-romana, simplesmente por Yoga ou filosofia, cujo propósito maior é a eterna busca do homem pela autorrealização. Eu a chamo de teoria da CULTURA DE VALOR.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: uma dialética introspectiva

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Saiba mais:

1. Segundo a Sociedade de Autorealização, entidade fundada por Paramahansa Yogananda em 1920, a Kriya Yoga consiste em técnicas avançadas de meditação, cuja prática regular conduz à união com Deus e à libertação de todo tipo de escravidão da alma. É a técnica régia ou suprema de yoga, a união divina. Para mais detalhes acesse AQUI

2. Destaco aqui a introdução por Marilena de Souza Chaí, em Vide e Obra de Immanuel Kant, de Os Pensadores, São Paulo, Editora Nova Cultural, 2000.