A prática da Raja yoga

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Muitos são os caminhos que podem nos levar à prática da Raja yoga… No ocidente, certamente não podemos considerar a mera curiosidade, nem tampouco a busca dos aflitos que precisam de algo para se apoiarem. Não. A Raja yoga não satisfaz tais anseios.

Sua prática brota, outrossim, de um anseio natural pela auto iluminação. É bem distinto dos caminhos materiais onde a busca é exterior. Independente da facilidade oriunda da origem cultural, como no seu país de origem (a Índia), desperta nas consciências quando se extingue a necessidade da busca por respostas e aceita-se que tudo de que necessitamos para evolução já se encontra dentro de nós mesmos. Todo o restante vem como consequência!

Foi mais ou menos assim que aconteceu comigo… E pude perceber que algo semelhante se passou com todos os que conheci neste meio. Vamos às recomendações práticas, lembrando que não existe uma fórmula única. Cada um deverá encontrar “aquela” que lhes traz os melhores resultados. E estejam certos de que estes virão com rapidez e polpudos em todos os aspectos da sua existência!

Doravante, não poderia deixar de citar duas referências que foram marcantes no fortalecimento dessa busca. Primeiramente a obra pioneira de Swami Vivekananda que foi um dos primeiros iogues que levaram a prática da Raja yoga ao conhecimento do público ocidental ainda no século XIX, inclusive inspirando alguns dos “papas” da psicanálise.1

Ademais, assim como Paulo de Tarso foi o grande propagador do cristianismo nos seus primórdios, Paramahansa Yogananda também o foi ao revelar a profundidade dos segredos mais profundos da yoga nos Estados Unidos. Esta foi a sua missão, revelada ainda em tenra idade pelo seu guru Sri Yukteswar. Sua autobiografia é talvez a obra mais bela que já li sobre a busca da auto iluminação.2     

Vamos propor aqui um método simples com sessões diárias para iniciação na Raja yoga, observando os sete valores que compõem o Ciclo da Cultura de Valor apresentado neste livro. Consideremos, antes de mais nada, as seguintes recomendações:

  • Sessão: 30 a 60 minutos sempre na primeira e última hora do dia;
  • Ambiente: arejado, penumbra e silencioso (som suave opcional);
  • Preparo: sentado, relaxado e com a coluna ereta;
  • Guru: eleja um guru (seu tutor espiritual);
  • Mestre espiritual: sua(s) referência(s) para autorrealização.  

Não necessariamente o guru precisa estar encarnado, muito embora a presença de espírito seja um atributo marcante. O mais importante é que seus ensinamentos estejam disponíveis através de livros e dos seus seguidores diretos ou indiretos. No meu caso, elegi Paramahansa Yogananda, e acompanho ativamente as publicações e atividades da Sociedade de Autorrealização, entidade que ele mesmo fundou em 1920.

A escolha do Mestre espiritual normalmente se dá pela fé religiosa: Jesus para os Cristãos, Krishina para os Hinduístas, Buda para os Budistas e assim por diante. Eu, como iogue ocidental e admirador da cultura oriental, preferi manter os três Mestres espirituais em minhas sessões de meditação: Krishina, Buda e Cristo. As escrituras sagradas de todos os cânones compõem meus estudos para iluminação.     

Abaixo transcrevo as 7 sessões iniciáticas que pratico diariamente (o refúgio matinal e vespertino pode ser o mesmo lugar, desde que seja idealizado por você no plano astral com tanta riqueza de detalhes que o torne vivo em sua mente):

SESSÃO 1: segundas-feiras (valor do PODER)

1. Entoe o mantra Ohm;

2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor VERMELHA no 1o chakra);

6. Pratique os exercícios de energização 1 a 5 (Kryia yoga);

7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

SESSÃO 2: terças-feiras (valor do PROSPERIDADE)

1. Entoe o mantra Ohm;

2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor LARANJA no 2o chakra);

6. Pratique os exercícios de energização 6 a 10 (Kryia yoga);

7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

SESSÃO 3: quartas-feiras (valor do PUREZA)

1. Entoe o mantra Ohm;

2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor AMARELA no 3o chakra);

6. Pratique os exercícios de energização 11 a 15 (Kryia yoga);

7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

SESSÃO 4: quintas-feiras (valor da PAZ)

1. Entoe o mantra Ohm;

2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor BRANCA no 4o chakra);

6. Pratique os exercícios de energização 16 a 20 (Kryia yoga);

7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

SESSÃO 5: sextas-feiras (valor da VERDADE)

1. Entoe o mantra Ohm;

2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor VERDE no 5o chakra);

6. Pratique os exercícios de energização 21 a 35 (Kryia yoga);

7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

SESSÃO 6: sábados (valor do AMOR)

1. Entoe o mantra Ohm;

2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor AZUL no 6o chakra);

6. Pratique os exercícios de energização 26 a 30 (Kryia yoga);

7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

SESSÃO 7: domingos (valor da FELICIDADE)

 1. Entoe o mantra Ohm;

 2. Concentre-se no ponto de luz entre suas sobrancelhas;

3. Visualize seu Guru e Mestre(s);

 4. Pratique Zazen por alguns minutos (ou concentração mindfullness);

 5. Circule a Kundalini pela cervical (visualize a cor VIOLETA no 7o chakra);

 6. Pratique os exercícios de energização 31 a 36 (Kryia yoga);

 7. Projeção lúcida para seu refúgio matinal e vespertino.

Saiba mais:

1 Swami Vivekananda, Raja Yoga, Lexington, USA, 2016.

2. Yogananda, Paramahansa, Autobiografia de um Iogue, Self-Realization Fellowship, 3a ed. brasileira, 2013.

Pensamentos conscientes

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Pensar de forma consciente é assumir que se entende e pratica-se, autômato e indiscriminadamente, o ciclo da cultura de valor. Em outras palavras, queremos dizer que as seguintes máximas foram, são e permanecerão plenamente incorporadas ao seu cotidiano:

  1. Assuma que a vida só existe porque há consciência: o centro de força da energia vital;
  2. Defina seu sistema de crenças, seja qual for… Apenas não fique em cima do muro! 
  3. Seja coerente ao pensar. Pense no que pensa, depois pense novamente, só então prossiga pensando… Isto é refletir.
  4. Fale com um propósito. E que este seja minimamente louvável… Caso contrário, o melhor é que guarde para si e olhe lá!
  5. Nada de mal há em levar uma vida contemplativa. Que seja resgatada a disciplina monástica, mas numa nova roupagem…
  6. Você é 100% responsável pelos seus atos? Espero que sim. Não existe destino, nem sorte e muito menos azar! Só carma.
  7. Lembre-se: valor, de fato, só se gera através de atos… E atos louváveis são raros aos que não praticam as outras máximas.
  8. Aja diferente. Pense diferente. Crie uma rotina de mudanças… Que esta seja a prerrogativa da sua vida! Nada é permanente.
  9. Gere valor. Tudo aquilo que tem impacto e é percebido… Será que, assim, as outras consciências irão propagá-lo? Decerto.
  10. Pratique estas máximas, rompa as amarras temporais e encontrarás, afinal, a Fonte de todas as criaturas: Deus.

Eis, caro leitor, o nosso “Decálogo da Consciência”. Que sirva tão somente como estímulo reflexivo, ou mais propriamente um breve convite para aqueles que anseiem por se perder num “romance com Deus”. Ter pensamentos conscientes é o primeiro capítulo – por certo o mais importante – dessa doce história chamada evolução criadora.

Você está preparado? Caso afirmativo, sem sombra de dúvidas, deves conhecer toda a obra de Paramahansa Yogananda: o grande propagador da Kriya Yoga nos tempos modernos, com especial ênfase no ocidente. Bata um Google, leia e verás! Depois experiencie… É isso.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

PASSO 5: nossos hábitos

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Praticar, praticar de novo e, então, praticar ainda mais. Eis o nosso lema para colocar o Ciclo da Cultura de Valor (CCV) em constante movimento, tornando-o algo dinâmico, fluido, perfeitamente incorporado ao nosso dia-a-dia, um hábito propriamente dito.

De nada adianta ter um domingo dito “valoroso” pelo senso comum, indo à igreja, mesquita ou sinagoga, seja qual for o seu templo religioso, equilibrando-se no nível mais sutil da consciência, interagindo de forma salutar com a comunidade e comungando com Deus, se você acordar na segunda-feira logo cedo e já “descer o verbo” na primeira fechada que receber no trânsito!

Ora, a realidade é uma só, independente do dia da semana. Somos seres dotados de mente, corpo e espírito, logo susceptíveis a quaisquer tipos de vibrações ressonantes, seja qual for a distância ou intensidade. Sua “conta kármica” já começa a semana no vermelho…

Conta kármica

Vivemos num verdadeiro “oceano vibracional” que afeta, positivamente ou negativamente, o equilíbrio energético do nosso corpo físico e sutil. Sendo assim, como poderíamos afetar este equilíbrio? Através da chamada “conta kármica”, mais propriamente o seguinte:

Balanço das experiências pregressas, impregnadas em nossa memória ou na de outros seres conscientes, responsáveis por elicitar pensamentos que geram ou destroem valor.  

Voltemos ao exemplo anterior. Mesmo com todo o equilíbrio dominical, a “vibração negativa” do motorista agredido verbalmente no trânsito supera significativamente em intensidade o somatório de quaisquer “vibrações positivas” galgadas com tanto esforço. Como então podemos reverter esta equação tão desfavorável?

Reflita comigo. Se você tem um punhado de colegas considerados mais próximos e no máximo uns 5 amigos verdadeiros, quantas vezes acha que eles vibram o bem por você ao longo do ano? Muito possivelmente a maioria o faz no seu aniversário, ano novo, quando você publica algo bacana no Instagran ou facebook e, claro, em alguns outros parcos eventos. Esta é a pura realidade…

Por outro lado, se você tem apenas um único inimigo, por mais distante e “isolado” da sua vida que esteja, pode estar certo de que todo santo dia ele vai ruminar sobre seus atos passados e emitir uma boa dose de “vibração negativa”. Somos seres vingativos! Infelizmente tal comportamento instintivo, oriundo da sobrevivência carnal, faz parte da natureza da grande maioria dos seres humanos. 

Meditação autossugestionada

Não podemos deixar de admitir o quão difícil é para nos policiarmos a cada instante, digo especificamente a “verdadeira arte” de controlar os nossos pensamentos, seja no trânsito, em casa, no trabalho, na academia, na padaria, onde for… Urge que encontremos uma fórmula prática e efetiva para tal proeza. Desta autodisciplina depende o sucesso de todas as técnicas que estamos a discorrer!

Os “verdadeiros religiosos” não precisam de estar num templo ou mosteiro isolados em uma ilha grega ou havaiana, com vista paradisíaca, para prática constante da vigília, introspecção, oração e comunhão com Deus. Outra forma de manter-se em equilíbrio, por sinal muito mais acessível na vida moderna, é praticar a meditação.

Esta ferramenta tão simples é, na verdade, o cerne da vivência monástica. Ser monge basicamente se resume em praticar meditação como forma de se conectar consigo mesmo e com Deus. Ela consiste em dar certas “pausas” no cotidiano, fazendo um breve exercício de respiração, concentração e depois controlar o fluxo de pensamentos para que a essência divina aflore dentro de você mesmo.

O jovial monge brasileiro Satyanatha nos brindou recentemente com um maravilhoso livro em que relata como todos nós podemos nos tornar monges, reservando apenas alguns momentos do dia para prática meditativa, num ambiente isolado ou qualquer outro lugar mais tranquilo que encontrar por perto, em casa ou no escritório.1

Existem inúmeras técnicas para meditar, algumas muito antigas e outras já bem mais modernas, com embasamento científico,2 muito embora todas se fundamentem nas antigas tradições hindus, dos sábios que se isolavam nos Himalaias para alcançar a auto iluminação. No entanto, foi apenas nos séculos XIX e XX que estas técnicas foram disseminadas no mundo ocidental e culminaram com o desenvolvimento da raja yoga e suas diversas modalidades, tais como a já mencionada kriya yoga.

Ao estudar estas diferentes técnicas, acabei por desenvolver uma metodologia própria e mais a frente detalharei o passo a passo. Adaptamos uma mistura de pranayamas da hatha yoga com os protocolos de relaxamento do Dr. Hebert Benson da Harvard Medical School e os exercícios de energização e meditação ensinados pelo Swami Paramahansa Yogananda, a quem considero meu guru, mesmo não estando mais entre nós!

Uma imagem contendo pessoa, sentado, homem, ao ar livre

Descrição gerada automaticamente
Figura. Foto do Swami Paramahansa Yogananda meditando.

Independente da técnica, após conseguir meditar com frequência, minimamente na primeira hora da manhã e antes de deitar-se, você estará apto ao próximo passo que é talvez o mais difícil: a autossugestão. Sendo talvez o pioneiro desta técnica, Yogananda nos ensinou as suas “afirmações científicas” que, se repetidas durante a meditação, têm o poder de realizar quaisquer propósitos, seja a cura física, o enfrentamento de um medo ou qualquer outro mal que lhe atormente.3

 Você estará, enfim, pronto para “domar” o fluxo constante de pensamentos e direcioná-los para condução voluntária do Ciclo da Cultura de Valor (CCV), identificando sempre em qual dos 7 passos que se encontra e como deve atuar para passar para o seguinte. O hábito, portanto, nada mais é do que a prática cotidiana do autocontrole, através da meditação autossugestionada.

Nada se torna efetivo sem o valor da disciplina, uma subcategoria do valor do poder. Muitos perecem nesta etapa porque é incrivelmente difícil manter o “foco em si mesmos” com o devido grau de exigência e sem hipocrisia! O mais fácil, sempre, é deixar para depois…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Satyanatha, Seja Monge: a arte da meditação, 1ª ed., São Paulo: Fontanar, 2019.

2. Para um verdadeiro compêndio sobre os principais trabalhos científicos que decifram os efeitos benéficos da meditação sobre o nosso corpo e mente, consultar o livro dos eminentes psicólogos da universidade de Harvard, Daniel Goleman e Richard J. Davidson, a saber: A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, da editora Objetiva e publicado no Brasil em 2017.

3. Paramahansa Yogananda, AFIRMAÇÕES CIENTÍFICAS DE CURA, 1ª ed. Self-Realization Fellowship, 2008.

Despertar da consciência

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Perfazendo uma breve análise histórica do pensamento, a “chave” de todos os conceitos e práticas que serão por mim apresentados, encontramos primeiramente na filosofia grega da antiguidade a arte da dúvida que nos impulsiona à busca pela sabedoria e o tal “mundo das ideias” de Platão que retomaremos mais a frente em outro contexto…

Uma pena que depois desta época áurea do pensamento lógico sucederam-se muitos anos na “idade das sombras” em que a teologia, contrariamente, voltou a nos aprisionar em pseudoverdades ditas religiosas, mas que resvalaram em pouquíssimo resultado prático em termos de uma verdadeira evolução da alma.

Este período de trevas para a humanidade que durou aproximadamente 18 séculos, só começou a desvanecer com o surgimento da psicologia moderna, pautada pelas técnicas da psicanálise que propiciaram às pessoas uma visão mais crítica das suas emoções, despertando o entendimento de como elas afetam a psique humana.

Mais recentemente, já no século XX, aconteceu algo inusitado: a ciência milenar da Yoga, inspirada na literatura védica, chegou finalmente com força ao ocidente. Pelas palavras do guru Paramahansa Yogananda, fomos bem além do entendimento das emoções oriundas do subconsciente, permitindo pela primeira vez o controle da consciência através das técnicas de meditação que propiciam a autorealização, numa constante busca de conexão com o Criador.1

É a partir deste ponto de interseção das ciências cognitivas com a ciência da Kriya Yoga que pretendemos avançar em nossas reflexões e proposições.2 Deve-se ter em mente que a presente obra trata-se de uma busca individual (e não individualista) que pode servir a todos aqueles que se identifiquem com a importância da consciência e de suas inúmeras facetas de interação com os planos físicos e extrafísicos, bem como sua trajetória a caminho da imanência.

Os trabalhos apresentados não se basearam em pesquisas exaustivas, carecendo assim de estudos científicos confirmatórios. São frutos, outrossim, de processos naturais da mais pura reflexão, sempre pautados pela seleção e inspiração inerentes de uma quietude da mente que só pode ser elicitada nos momentos introspectivos, este estado da psique humana que os estudiosos chamam de “estado de fluxo”.3

Esta obra, portanto, é muito mais filosófica do que científica! Muito mais intuitiva do que pragmática!! Muito mais especulativa e propositiva do que afirmativa e impositiva!!!

Não encontrarão aqui tantas referências, quando muito um esclarecimento ou uma citação deste ou daquele conceito que possa ser aprofundado através de uma fonte de consulta rápida, priorizando sempre que possível aquelas digitais que são acessíveis gratuita e instantaneamente pela internet.

O formato literário dos aforismos nem um pouco trivial nos dias de hoje, com máximas de cunho moral ou filosófico, inspirou-se em Baltasar Graciás, este padre jesuíta e professor de teologia, condenado pela sua ousadia a pão e água e enterrado em vala comum pela santa Igreja, fora idolatrado por ninguém menos que um Nietzsche ou Schopenhauer.4

Eu diria que o aforismo é, na verdade, um diálogo consigo mesmo, uma reflexão introspectiva que deve servir em última análise para o conhecimento comum, algo assim dicotômico como o diálogo mitológico entre Eco e Narciso:5

- Há alguém aqui?- Aqui! - respondeu Eco. Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quem era a dona daquela voz tão bonita.
- Vem - gritou.- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim?- Por que foges de mim?- repetiu
- Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar!- Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite.
Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou:- Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir! - Me possuir... - disse Eco.

Que o tempo, irresoluto e infindável, nos ajude a nutrir estas linhas com algo que valha. Que elas aconteçam e amadureçam naturalmente na minha mente e de cada leitor, consciências assim conectadas pela busca da autorealização, pela compreensão da imanência e pela aceitação de que não precisamos compreender Deus, basta conectar-se a ele!

A inspiração simplesmente acontece e, como tal, não pode ser forçada e sim induzida. Uma linha de inspiração vale mais do que mil palavras forçosamente ditadas… Espero, por fim, que apreciem comigo esta jornada de pura reflexão, sem verdades preconcebidas, sem rebusques e, o mais importante, sem pestanejar! A maior de todas as jornadas reside dentro de nós mesmos. É a jornada da consciência rumo ao Criador, rumo à imanência. 

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Paramahansa Yogananda viveu entre 1893 e 1952, sendo reconhecido como um dos maiores emissários da antiga sabedoria indiana no Ocidente. Sua vida e seus ensinamentos continuam sendo uma fonte de inspiração e de luz para pessoas de todas as raças, culturas e credos. Para detalhes sobre as experiências maravilhosas da sua vida, não deixe de conhecer e decifrar sua obra clássica intitulada Autobiografia de um Yogue, publicada em português em 2008 e reeditada em 2013 pela Sociedade de Autorealização (vide nota 1). Adicionalmente, para um resumo sobre sua vida e obra, acesse AQUI.

2. Segundo a Sociedade de Autorealização, entidade fundada por Paramahansa Yogananda em 1920, a Kriya Yoga consiste em técnicas avançadas de meditação, cuja prática regular conduz à união com Deus e à libertação de todo tipo de escravidão da alma. É a técnica régia ou suprema de yoga, a união divina. Para mais detalhes acesse AQUI.

3. O estado de fluxo foi proposto como teoria na década de 1970 pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi e designa o estado de consciência em que a mente e o corpo encontram-se em perfeita harmonia. Para detalhes, assista ao TED.

4. Gracián y Morales, Baltasar, A arte da sabedoria [tradução por Luis Roberto Antonik], 1a ed. Barueri, SP: Faro Editorial, 2018.

5. Acesse AQUI,  um blog de humanidades em destaque: reflexões filosóficas, históricas, sociológicas e literárias (acessado em 1.11.2015 às 16:54h).

O racionalista livre-pensador

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Há tempos tenho para mim, como grande desafio, escrever sobre a fé. Pode parecer piegas demais para quem está numa linha de pensamento voltada para filosofia e nem tanto para religião, mais propriamente na abordagem dogmática e não a libertadora que verdadeiramente nos conecta a Deus!

Quero abordá-la aqui em seus diversos estágios: desde a fé “cega” até a “raciocinada”, sem discriminação de sorte alguma. Com um pouco mais de ousadia, quero aventurar-me a escrever sobre a verdadeira jornada evolutiva de cada ser humano rumo ao “autoconhecimento”, ou melhor, à sua “autorealização” como já apregoava o meu guru indiano Paramahansa Yogananda.1

Figura. Yogananda visitando Gandhi na Índia em 1936.

           

O samadhi

Quero falar da nossa busca quase que instintiva pelos estados de EACs – Estados Alterados de Consciência que nada mais são do que estados gradativos de conexão com o universo, ou com o Criador melhor dizendo, aos quais a sabedoria indiana já sinalizava há milênios pela palavra samádi do sânscrito, que significa a “meditação completa”, ou o estado de concentração e quietude plena da mente.

Veremos que esta busca constante pelo samádi nos levará, inexoravelmente, à sutil compreensão do conceito de imanência. E tal compreensão irá nos encher de valores nos planos físico e extrafísico, estabelecendo uma conexão irreversível com o Criador.

Os mais incrédulos, aqueles que sempre dizem que precisam “ver para crer”, podem achar que as pessoas não mudam. Para os racionalistas livre-pensadores, como digo que o sou, é que nosso único juíz é a própria consciência governada pelo espírito ou a alma. É ela, somente ela e mais nenhum outro dito pastor, guru ou profeta, que “colocará o dedo nas nossas feridas”. E é ela mesma, acreditem, que também nos apontará o caminho. Somos 100% responsáveis pelo nosso destino!

Tal busca e compreensão independe de religião ou credo, estando relacionada, outrossim, ao propósito maior da nossa própria existência. Aquela que podemos chamar de uma viagem com origem e destino marcados: a Fonte.

Temos ainda que admitir o fato inconteste de que fomos criados um dia como espíritos puros e ignorantes, “à imagem e semelhança do Criador” (Gênesis 1:26-27). Se até a ciência admite premissas teóricas (e não são poucas), por que nós, pretensos filósofos racionalistas ou iogues praticantes, não poderíamos adotar as nossas?

Bem, ao continuar no campo das suposições filosóficas, assumamos que ao longo da jornada evolutiva, através das inúmeras interações que experimentamos com outros seres conscientes, adquirimos “impressões energéticas” que precisam ser literalmente “apagadas” para podermos retornar à Fonte livres de karma.2

§

Pensava eu, portanto, que só estaria apto a escrever sobre a fé quando a sabedoria fosse capaz de aguçar o discernimento acumulado em uma existência repleta de experiências, construtivas e destrutivas em valor, mas que fossem acompanhadas de momentos de profunda reflexão.

Não importa seu “tipo psicológico”. Não é preciso ser daquele “introspectivo intuitivo” junguiano. Acontece que a verdadeira sabedoria não se acumula no espectro limitado de interações de uma única existência. Em verdade, não devemos considerar se alguém é ou não sábio. Isto é uma falácia e das mais perigosas… É como a água: ela simplesmente o é. E pronto. Somos substância, substância divina!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: uma dialética introspectiva

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:

1. Paramahansa Yogananda viveu entre 1893 e 1952, sendo reconhecido como um dos maiores emissários da antiga sabedoria indiana no Ocidente. Sua vida e seus ensinamentos continuam sendo uma fonte de inspiração e de luz para pessoas de todas as raças, culturas e credos. Para detalhes sobre as experiências maravilhosas da sua vida, não deixe de conhecer e decifrar sua obra clássica intitulada Autobio-grafia de um Yogue, publicada em português em 2008 e reeditada em 2013 pela Sociedade de Autorrealização. Adicionalmente, para um resumo sobre sua vida e obra, acesse AQUI.

2. As religiões orientais chamam estas “impressões energéticas” de karma. O importante é reconhecer que elas atrapalham o estabelecimento de conexões geradoras de valor no plano extrafísico com outros seres conscientes e especialmente com Deus. 

Busca insondável

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Nesta “busca insondável”, exalto ninguém menos que Gandhi, este ser iluminado que no brindou com o seguinte alerta:

“Seus valores tornam-se o seu destino”

Eu já não acreditava mais em destino, nem tampouco em espiritualidade tal como vista pela grande maioria das pessoas. Caro leitor, peço encarecidamente que não me julgue mal. É muito difícil mesmo de admitir isso…

Seria tão incrivelmente mais fácil se minhas crenças fossem estáveis, assim como o Hélio ou o diamante o são! Mas será que estes “corpúsculos”, ícones da realidade material, física propriamente dita, são mesmo tão estáveis assim?!

O racionalista

            Não adianta forçar. Prevalece sempre, pelo menos para mim, o universo científico e a nossa “busca insondável” pela compreensão dos fenômenos mais escusos à instrumentação humana, ao que chamo de “ciência de fronteira”.

Acredito, outrossim, num único fato, mesmo que ainda contando com explicações ou comprovações limitadas à experiência individual ou transcendental:  

Tudo que você possa imagina, existente ou não, detectável ou não, idealizado ou sentido, enfim, tudo mesmo está intimamente entranhado por leis naturais, ou divinas, conhecidas pela ciência ou não.

            Digo tanto a realidade física como a extrafísica, o dito “espiritual” e o palpável “material”, a vida e a morte, a dor e o amor! Pode ter certeza que esta é uma rede de interações muito mais entranhada e poderosa do que a “internet da coisas” e até a “internet das pessoas”!!!

Fica patente que estou pendendo mais para linha contrária, aquela vista equivocadamente como “materialista” e que, na verdade, distingue-se por procurar encarar os fatos como o são, dentro da realidade cósmica e universal, em verdade a única que existe.

O caminho da Yoga

Tudo isto estaria de fato coerente até me deparar com a parte mais profunda da Yoga, digo a Kriya Yoga,1 esta ciência espiritual que nos conecta a Deus, nosso Criador! E aprender que somos sim 100% responsáveis por tudo o que nos acontece aqui, agora, no passado remoto (ou não) e para todo o sempre. Destino existe sim e um só: a Fonte.

Infelizmente, ou felizmente, não adianta de nada encontrar explicações na providência dita Divina ou naqueles Mestres e Gurus que já se foram e estão ao lado do Pai… Então, a quem poderíamos culpar pelos nossos atos além de nós mesmos? Você mesmo, ou melhor, sua essência que é a alma.

Saiba desde já que ela é a única razão de você existir. É também a única que faz a ponte destes mundos aparentemente incomunicáveis, de mistérios insondáveis aos olhos da realidade puramente material.

É ela, portanto, que precisa ser estudada, entendida a fundo e cientificamente! É a ela que devemos render nossa fé, digo a “raciocinada” e não a “cega” que somente cerceia os indivíduos, as comunidades religiosas e tudo que nos cerca…

            Não me considero um sujeito assim areligioso. Somente defendo a liberalidade de pensamento que propicia a “busca insondável” da Verdade por aqueles que ainda não encontraram a sua fórmula única para uma vida próspera em todas as suas dimensões: material (mental e física neste caso), afetiva (ou emocional) e espiritual (do domínio das almas).

§

Depois de tantas perambulanças nas sendas das crenças humanistas, ora como filósofo, ora como crente, ora como historiador, ora como cientista, mas sempre um racionalista convicto, acho que só agora consegui me reconciliar verdadeiramente com Deus.

Para continuar a leitura, caro leitor, é preciso que admita apenas as duas únicas premissas existenciais do sistema Kantiano:2 1. Deus existe; 2. Somos uma alma. E ao perscrutar seus mistérios, irá descobrir uma nova maneira de encarar a vida: seus percalços e legados, como interagir com outros seres (conscientes ou não), com a natureza, o universo e, o mais importante, como render graças ao Criador, o Deus único que está em cada um de nós!

Não gosto do termo metafísico, espiritual, transcendental, esotérico, astral e tantos outros de origem religiosa ou não (mesmo os agnósticos e ateus) utilizados para retratar algo que sempre foi conhecido, desde os primórdios pelos sábios iluminados da Índia ou na antiguidade greco-romana, simplesmente por Yoga ou filosofia, cujo propósito maior é a eterna busca do homem pela autorrealização. Eu a chamo de teoria da CULTURA DE VALOR.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: uma dialética introspectiva

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Saiba mais:

1. Segundo a Sociedade de Autorealização, entidade fundada por Paramahansa Yogananda em 1920, a Kriya Yoga consiste em técnicas avançadas de meditação, cuja prática regular conduz à união com Deus e à libertação de todo tipo de escravidão da alma. É a técnica régia ou suprema de yoga, a união divina. Para mais detalhes acesse AQUI

2. Destaco aqui a introdução por Marilena de Souza Chaí, em Vide e Obra de Immanuel Kant, de Os Pensadores, São Paulo, Editora Nova Cultural, 2000.