BROKERS DE INFORMAÇÃO

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Vimos como se formula uma estratégia competitiva, começando pela definição da estratégia, estabelecimento dos objetivos de longo prazo e a elaboração das políticas para atingí-los. Vimos ainda que a análise dos fatores críticos de sucesso é crucial nesta tarefa: suas forças e fraquezas (fatores internos), bem como as ameaças e oportunidades (fatores externos). Estes são os pilares de toda e qualquer estratégica competitiva.

Iremos adiante. Buscaremos, antes de mais nada, a compreensão do PROCESSO de inteligência competitiva que se preza justamente para ampliar a noção dos nossos competidores, mais propriamente das suas forças e fraquezas. Mais do que isso. Entenderemos qual é o papel dos brokers de informação e o porquê que eles prometem dominar o cenário organizacional nos anos que estão por vir!

Processo de inteligência competitiva

O processo de inteligência competitiva é, sem sombra de dúvidas, uma das ferramentas estratégicas mais importantes que os tomadores de decisão têm à disposição para transformar dados desagregados em conhecimento estratégico acerca dos seus competidores e do ambiente em que estão inseridos, mais especificamente suas capacidades, performance, posicionamento e intenções.

 Apesar da sua evidente importância, o fato é que hoje em dia a grande maioria das organizações ainda não tem um mecanismo sistemático de inteligência competitiva. Elas dependem, outrossim, do “conhecimento tácito” de algumas pessoas consideradas essenciais à organização, o qual é subjetivo e difícil de ser externalizado, tornando assim suas estratégias altamente vulneráveis e susceptíveis ao erro.

Ao longo da sua evolução histórica, a inteligência competitiva se tornou um processo cíclico estruturado que pode ser dividido em 5 etapas independentes: planejamento, coleta, processamento, análise e disseminação. O processo sempre deve começar pelo planejamento das atividades que perpassa pela identificação das necessidades de inteligência da organização, visando direcionar as ações e seus “produtos de conhecimento” para os respectivos usuários. Técnicas conhecidas como 5W1H (What, Who, Where, When, Why e How) podem ser utilizadas para este diagnóstico inicial.

Figura.  Etapas do processo de inteligência competitiva.

As etapas seguintes de coleta e processamento da informação podem ser consideradas as mais importantes e controversas de todo o processo. É exatamente neste ponto que as “fontes” são consultadas… E é também aí que os limites entre a inteligência competitiva e a espionagem industrial se cruzam, impondo importantes dilemas éticos sobre esta importante atividade e suas consequências, benéficas ou não!

Acontece que nem todas as organizações, ou seus representantes, contentam-se com as “fontes secundárias” que são públicas ou acessíveis mediante a contratação de serviços de terceiros. Acabam utilizando-se de “fontes primárias” externas à empresa, entrevistando pessoas influentes em diferentes esferas da indústria que estão inseridos, associações e até mesmo do governo. Por ser este um assunto delicado, com muitos nuances e abordagens específicas, o trataremos num outro momento.

Importante mesmo o é observar com uma lupa o papel dos brokers de informação que são capazes de promover a interface entre os geradores e demandantes de informação. Via de regra eles aplicam as mais variadas ferramentas de analytics, data mining, algoritmos, machine learning, sistemas de recomendação, entre outras técnicas da ciência da informação, para viabilizar esta aproximação de forma segura e efetiva.

Os brokers de informação são mais propriamente plataformas web que podem assumir ou não uma estrutura de rede social, porém restrita aos especialistas . Na tabela a seguir apresenta-se os exemplos na área de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I). Caracterizam-se por propriciar um meio de intercâmbio de documentos como papers, patentes e grants que normalmente não são gerados através de metodologia própria.

Tabela. Exemplos de brokers de informação em PD&I.

Na etapa de análise é feita a transformação da informação bruta em “produtos de conhecimento”. Normalmente são relatórios contendo informações digeridas, ou seja, com conteúdo altamente relevante para tomada de decisão estratégica.  Existem algumas técnicas analíticas comumente utilizadas para produção destes relatórios, com destaque para as matrizes TOWS de Weihrich e a BCG do Boston Consulting Group, bem como os trabalhos sobre os fatores críticos de sucesso e benchmarking de Leidecker e Shetty, respectivamente.

A última etapa da processo consiste na disseminação para os decisores dos chamados “documentos de inteligência”.1 Por se tratarem de informações de suporte altamente estratégicas, devem seguir políticas rigorosas de confidencialidade. Os canais de distribuição variam de acordo com as políticas de cada organização, podendo ser veiculados somente em reuniões de diretoria, por email, intranet, internet ou na “nuvem”, segundo critérios específicos de compartilhamento, aliás esta é considerada hoje uma das formas mais seguras.

Para encerrar, deve-se destacar que de nada adianta cumprir a risca todo o processo de inteligência competitiva se os decisores das organizações não forem receptivos às informações colhidas, as quais não são necessariamente aquelas que esperam ou desejariam ouvir… Foi o que aconteceu na falha clássica do presidente americano Roosevelt e seus comandantes que simplesmente desprezaram os avisos do serviço de inteligência que precederam o ataque japonês de Pearl Harbour. Não é preciso dizer mais nada!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1. Para um aprofundamento sobre os documentos de inteligência, como acessar as bases de dados e compilar as informações científicas, tecnológicas e de mercado, conhecer a obra do autor: Barreto, R. ITTINOMICS: um guia especial para inovação aberta, Valinhos-SP, Editor – Autor, 2010.

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