LIVROVIVO: Aprenda a viver o agora

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Atenção! De nada adianta meditar dia e noite, frequentar cursos ou ler inúmeros livros de auto-ajuda se não levar uma vida ética… Reflita.

“Vida ética, meditação e sabedoria formam uma tríade. Apenas mindfulness, plena atenção, sem valores éticos, pode ser um engano. Faça de sua vida uma experiência mística realista. Viva o instante zen”

Monja Coen

Sobre a ÉTICA EVOLUCIONISTA (parte II)

Extraído do prefácio da obra ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

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Chamo a atenção dos leitores para o título da obra “Ética Evolucionista: a Razão da Moral”, o qual diz per si que a ética é dinâmica e que leva à compreensão da moral.

Podemos também observar que houve uma preocupação de pesquisar e citar autoridades clássicas e atuais da ética e moral que balizaram seu trabalho, procurando transmitir as diversas opiniões sobre o assunto e que contribuíram para a evolução do ser humano.

Desta forma, para analisá-la, necessário se faz antes de mais nada uma menção aos mais antigos códigos morais da humanidade.

Códigos morais

Através das religiões tribais, ainda presentes em nossos dias, podemos vislumbrar as virtudes esquecidas pela civilização de hoje, que o homem procurou regular diante da sociedade através da mitologia e da metafísica. 

Historicamente, podemos afirmar que os mais antigos códigos morais, como o de Hamurabi, preconizavam a vingança social do “olho por olho dente por dente” e influenciaram nossa civilização de hoje. 

Entretanto, foi o judaísmo que nos deixou o maior legado, através dos “dez mandamentos de Deus”, considerado o maior código de conduta do homem, o qual Jesus preconizou seu cumprimento e o resumiu na lei universal do amor, hoje sacramentada por todas as religiões cristãs.

Ética e moral

Neste ensaio filosófico, o autor procurou mostrar a diferença entre ética e moral, exemplificando-as de maneira simples e atual, sem dogmatizar ou se prender a termos filosóficos e definições cansativas.

Percebe-se, igualmente, sua independência quanto às diversas correntes filosóficas e religiosas, procurando enfatizar aquelas que agem de maneira mais racional e livres de preconceitos ou dogmas, que interfiram no livre arbítrio e na liberdade de pensar.  

Outro aspecto interessante de seu ensaio é o de mostrar a atual tendência de globalização social, política e econômica, devido ao avanço da ciência nestes últimos séculos; demonstra ainda estarmos muito longe do avanço ético-moral idealizado.

Escândalos pra quê?

Foram abordados escândalos e aspectos bem atuais como a estética e a netica (ciência da informação), assim como um assunto muito em voga nos dias de hoje, que é a ética aplicada na política.

Um exemplo de corporativismo antiético, citado pelo autor, foi o do escândalo da Parmalat, ao qual poderíamos acrescentar outros como o da indústria armamentista, tabagista e farmacêutica, fabricantes de armas destruidoras, cigarros, a talidomida e o agente laranja, drogas estas que mataram e continuam matando milhões de pessoas. 

Não podemos nos esquecer que escândalos políticos foram fartamente registrados na antiga Grécia e Roma, como também por um de nossos mais brilhantes políticos: Rui Barbosa.1

Mediante tanta imoralidade, vamos agir e lembrar um dito de Luther King,1 em defesa dos justos e da não violência, a saber:

“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética; o que mais me preocupa é o silencio dos bons”.

§

Assim, todos nós, leitores, podemos acompanhar, neste ensaio, a evolução sob os seus dois aspectos essenciais, ou seja, o existencial e o moral nos diversos campos da ciência.

Gostaríamos de finalizar a leitura deste trabalho acrescentando um antigo preceito de que “nada imoral pode ser justo e nada injusto pode ser Moral”. Assim sendo, toda lei ou regra justa deve fundamentar-se na ética e na lei moral.

Campinas-SP, primavera de 2007

Por Henri B. F. Barreto, meu pai, químico pesquisador e profundo conhecedor da doutrina espírita!

Créditos:

Autoria por Henri Barreto. Edição por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

Sobre a ÉTICA EVOLUCIONISTA (parte I)

Extraído do posfácio da obra ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #poetasbrasileiros #silvabarreto #posfacios #livre-pensamento #éticacientífica #éticareligiosa

Nada mais feliz foi a decisão do moço Ricardo de Lima Barreto, ao escolher para o pórtico desta obra a figura magistral de Rui Barbosa, um dos maiores pensadores brasileiros. Foi uma espécie de decisão mística, ao invocar inspiração para um trabalho literário repleto de locuções lítero-filosóficas.

Seria muito mais fácil apreciar esta obra se ela não tivesse nenhuma conotação com os mistérios da vida. Entretanto, não é o caso presente. A profundidade de suas pesquisas, principalmente na área da metafísica, da ética e da moral, obriga-nos aguçar nossa mente nas raízes dos conceitos. Se assim não fizermos, seremos arrastados pela torrente de seu raciocínio e, conseqüentemente, pelas suas conclusões.

Recomendo a leitura, com carinho, dos referidos capítulos, “Ética Científica e o capítulo neológico Nética, cujo valor está nas análises meticulosas que o autor fez, principalmente neste último onde fez várias indagações, duvidando que as informações obtidas possam contribuir para a nossa felicidade (Leia o meu poema “A Procura da Felicidade”, onde, como poeta a encontrei).

Sobre o livre-pensamento

O conceito mais profundo aqui examinado foi o metafísico do “Livre Pensamento” que eu, um antigo ATEU, passei para o materialismo para evoluir e me fixar, finalmente, na moderna filosofia do “Livre Pensamento”.

Não se trata, na realidade, de um “Pensamento Livre”, mas, sim, de um “Livre Arbítrio” para apreciação de cada preceito religioso sem interferir ou condenar os fundamentos filosóficos de cada um, desde que praticados fielmente e, principalmente, sem fanatismo que constitui um execrado mal de todas organizações sociais e religiosas.

Luto pela perfeição de todos os preceitos sadios que regem uma sociedade humana, sejam eles de caráter físico ou metafísico. Até um Código de Hamurabi, com seu princípio feroz do “olho por olho, dente por dente” poderia ser melhor interpretado e adaptado à velha Mesopotâmia sem a filosofia da “Justiça Vingativa”.

O que mais me impressionou, conforme já disse anteriormente, foi sua perspicaz análise do denominado “Livre Pensamento”, corrente filosófica que eu abraço e que combate o maior inimigo da liberdade religiosa – o fanatismo.

Sobre a matéria, Ferrater Mora, no seu Dicionário de Filosofia vol. II, pág. 57, muito bem a apreciou. Diz ele que o termo Livre Pensador pode tomar dois sentidos: um amplo e outro restrito.

No primeiro sentido chama-se “Livre Pensador” todo aquele que não aderiu a um determinado dogma. Nesse sentido são os libertinos, os libertários, ou seja, anarquistas, inimigos de todo governo, não entendidos como sectários, que segue uma seita. No segundo sentido se chama “Livre Pensador” os diversos grupos de pensadores dos séculos XVII e XVIII, especialmente na Inglaterra e na França.

A característica predominante dos “Livre Pensadores” franceses e ingleses era predicar a tolerância religiosa e aplaudir o racionalismo. Os livre pensadores em questão rechaçaram, quase sempre, os mistérios sobrenaturais e os dogmas das Igrejas oficiais; às vezes admitiam um cristianismo primitivo, em seu entender mais puro. “A veces opusieron el Estado a la Iglesia como medio de fomentar la tolerância religiosa” (Ibidem).

Sobre a ética religiosa

Todas as religiões tiveram, como preceito positivo, a prática do bem. O fanatismo, entretanto, destruiu, em quase todas, este preceito ético, desvirtuando-as.

Em um dos capítulos o autor desta obra exalta a caridade como sendo o maior legado do ser humano. Sempre professei uma filosofia contrária à caridade. Sobre o assunto escrevi:

“A caridade é a maneira pela qual compensamos nossas faltas, dando a algum mendigo as sobras de nosso prato. Se sonhamos com o céu, ela visa a compra de um passaporte para esse Paraíso após a morte. Se nele não acreditamos, nada mais representa do que uma descarga do peso de nossa consciência, porque a esmola é um vilipêndio, é um ultraje à honra de que foi vencido na luta pela vida por aquele que a natureza dotou com superior capacidade física e mental”.

Sobre a ética científica

Não poderemos afirmar que, neste trabalho, há o melhor e o pior capítulo porque o autor primou pela busca da perfeição em todos eles. Entretanto, eu, particularmente, prefiro o capítulo “Análise V – Ética Científica”, de inspiração Nietzschiana como de conteúdo mais profundo e sem qualquer afirmação discordante de meu entendimento.

No capítulo “Ética Científica”, o autor expõe as muitas iniqüidades cometidas contra aqueles que ousassem pensar além dos limites impingidos pela “Santa Igreja”. Taxados de bruxos, muitos cientistas foram considerados hereges pela Igreja Católica e queimados vivos nas fogueiras por causa de suas ideias tidas como revolucionárias.

A este respeito foi publicado, recentemente, um livro do Acadêmico Arnaldo Niskier, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, “Branca Dias – O Martírio”, muito ilustrativo que merece ser lido por todos que desejam conhecer a verdade histórica da Inquisição, mancha negra de um período do falso cristianismo que contrariou a pregação do próprio Cristo.

§

O valor deste livro está na profundidade analítica dos temas que o autor, bem novo, avançou com coragem em busca de soluções, principalmente filosóficas e religiosas.

Finalizando o presente Posfácio, já muito longo, não poderei deixar de reconhecer a bem elaborada análise das duas principais proposições: A ÉTICA E A MORAL.

Acredito, piamente, no êxito desta publicação, sem entrar nas apreciações Kardecistas de um dos capítulos e do Prefaciador.

São Paulo, primavera de 2007

Por Silva Barreto, meu avô, procurador do estado de São Paulo, profundo intelectual e POETA aclamado, com mais de 20 livros publicados!

Créditos:

Autoria por Silva Barreto. Edição por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

GRISHA

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #comportamentoético #paixão #conjecturadepoincaré #fieldsmedal

Após discorrer sobre os mais variados temas que encerram a ética como questão central, gostaria que o desfecho nos remetesse ao ato de “filosofar”, no sentido mais nobre da palavra…

Para o Dalai Lama, a vida se resume a uma constante busca pela felicidade, a qual não pode ser outra coisa senão a satisfação das paixões ou ambições.

É exatamente neste ponto que se encerra o cerne do que fazemos: quem não tem paixão pela vida, em verdade, já deixou de vivê-la! Nunca devemos perder esta motivação, nem sequer pelos mais insondáveis motivos…

Verdadeira paixão

A paixão de que falo não é aquela de um romance profundo, nem tampouco do novo emprego que invariavelmente nos empolga por algum tempo, outrossim a paixão gerada por aqueles atos singelos que muitas vezes nos passam despercebidos na correria do dia-a-dia.

Falo da luz do sol que esquenta a pele nos dias de inverno, da brisa refrescante batendo no rosto ao entardecer, do sabor inigualável de um pãozinho francês “fresquinho” que acabou de sair do forno, da chuva que cai sobre as plantas no início da noite exalando um aroma indescritível!

Preze-se, caro leitor, o fato mais elementar de estarmos vivos, com os sentidos aguçados (ou mesmo parte deles) que nos permitem este salutar intercâmbio de energias e sensações.

Paixão. Um dádiva da “mãe-natureza” que nos revela a perfeição e imutabilidade das leis que a regem, causa e efeito, obra do Criador.

Mas como as paixões humanas (as ilusórias) nos motivam? Quais são seus efeitos e como nos controlar diante deles? Eis o segredo da verdadeira felicidade. Não há dúvidas de que as paixões descontroladas podem ser prejudiciais à nossa vida, sob os mais diversos aspectos.

Retro-análise mental

Para evitar tais desatinos, sempre que estivermos apreensivos sobre o que fazer, seja numa decisão profissional ou até mesmo numa discussão familiar, cabe um momento de autorreflexão.

Pare, respire fundo e avalie a situação antes de reagir. Esta é uma atitude introspectiva e não deve ser compartilhada no momento em que acontece. Então, sem pressa, proceda à seguinte retro-análise mental:

  1. Qual reação eu poderia ter? Pelo menos 3 alternativas;
  2. Para cada reação, ache uma paixão correspondente;
  3. Descubra que tipo de sentimento está por trás dessa paixão;
  4. Eleja a mais coerente com seus princípios éticos e morais;
  5. Reaja então em sintonia com a sua Consciência.

Parece ser um procedimento simples, mas garanto que, se todos o fizessem antes de tomar uma atitude intempestiva, não sofreriam as consequências trágicas de um desatino que pode abalar irreversivelmente suas vidas…

Comportamento ético

Em meados de 2006, veiculou-se na imprensa uma notícia nem um pouco comum. Chamou-me especialmente atenção o título: “Gênio Russo Rejeita Nobel da Matemática”.

Este indivíduo chama-se Grigory Perelman. Figura tipicamente “nerd”: ruivo, barbudo, com seus trinta e poucos anos na época que trabalhava anonimamente no Instituto de Matemática Steklov em São Petersburgo.

Seu feito: simplesmente resolveu aquele que é considerado um dos sete maiores problemas matemáticos do milênio, a Conjectura Poincaré. Só para se ter uma idéia do que este feito pode representar para a humanidade, segue um trecho da referida reportagem:

“A resolução de Perelman tem profundas implicações para ciência. Segundo especialistas, ela permite que se faça um catálogo de todas as formas tridimensionais possíveis no universo, o que significa que poderíamos descrever a forma do próprio cosmos”.

Durante um século, cientistas de todo mundo tentaram, em vão, resolvê-la. Por sua vez, “Grisha” (seu pseudônimo) alcançou a resolução em nada menos do que 34 páginas e, ao invés de publicá-la em uma renomada revista científica, optou tão-somente por divulgá-la na web para o domínio público em novembro de 2002.

 O que tanto nos choca, sem sombra de dúvidas, é o seu desprendimento das devidas honrarias pelo feito, tendo negado aquele que é considerado o Nobel da matemática: o prêmio Fields Medal (e mais o equivalente a 1 milhão de dólares em sua conta bancária).

§

Pessoas como Grisha, assim como Cristo, Da Vinci, Ganghi, Einstein, entre outros pouquíssimos exemplos, agem por paixão (a verdadeira) e não por dinheiro, reconhecimento ou qualquer outro tipo de recompensa ilusória.

Segundo sua lógica, o problema foi resolvido, visando o bem da maioria (o grande intuito da ética) e isso é tudo que o mais interessa. Alguns, fatalmente, podem falar: “utópico demais”. Eu digo: sem palavras! Pena que o dom da genialidade conjugado com caráter é para muito poucos, os eleitos…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Cutler, H.C. A Arte da Felicidade, 2000, Martins Fontes, 17.
  3. Portal do jornal O Estado de São Paulo: estadao.com.br (acessado em 22 de agosto de 2006).

ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

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Pode um indivíduo ser ético sendo amoral? Ou primar pela moral e faltar com a ética??? Este é o cerne desta apresentação que sintetiza o conteúdo abordado no livro que leva o mesmo título.

Tópicos:

  • Qual é a natureza da ética?
  • Em que constitui sua ética pessoal?
  • Como conceber um juízo moral?
  • Como tomar uma decisão ética?
  • O que fazer para levar uma vida social segundo seus padrões éticos?

Acesse AQUI

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

ESTÉTICA: o que é “belo” de fato?

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #estética #obelo #conceitodebeleza #condutaestética #síndromePIB

O conceito de “belo”, ao contrário do que pode parecer num primeiro momento, está diretamente relacionado à noção de Deus, haja vista o pressuposto da perfeição como ideal imanente…

As “coisas belas” são simplesmente uma sutil e efêmera expressão da perfeição absoluta, refletindo a harmonia em suas duas únicas formas: a simetria e o equilíbrio.

Já os “seres belos” caracterizam-se pela evolução moral, dado que a elevação dos PENSAMENTOs resulta na delicadeza dos seus traços. Já a animalização dos INSTINTOs produz, contrariamente, formas mais grotescas.

Quem nunca teve contato com uma pessoa que, pelo carisma e simpatia, nos parecia muito mais “bela” do que realmente era? Pode-se pensar, decerto, que a beleza dos seres é “o espelho de suas almas”…

O belo

Mas o que vem a ser, afinal, o “belo” ? Seria esta uma questão relativa ou existiria um conceito absoluto que o descreva?? Muitos podem até achar determinada pessoa (ou coisa) bonita, enquanto outros sequer lhe dariam importância… O que está por trás, então, dessa noção de MARAVILHA que tanto apreciamos e almejamos???

Certamente, muitos já se embrenharam pelo tema, de modo que não me cabe trazer ao Leitor nada de novo. Talvez valesse a pena somente refletir um pouco mais a fundo e, quiçá, obter algumas percepções interessantes…

A tese que nos propusemos a defender pode ser considerada um tanto quanto ousada e imagino que alguns devem até se indispor profusamente… Mesmo assim, tenho certeza de que estes hão de ponderar, minimamente, sobre os argumentos aqui apresentados. Vamos lá?!

A tese

Inicio arriscando-me a dizer que, em toda história da humanidade, em raríssimos momentos, algumas mentes geniais, como as de um Da Vinci, Einstein ou um Mozart, certamente em Estado Alterado de Consciência, puderam contatar, mesmo que de relance, esferas elevadas e nos brindar, ao menos, com uma amostra da perfeição DIVINA!

A beleza pode se manifestar de diversas formas, conquanto haja reflexos de simetria e equilíbrio: seus atributos divinos!

Poderíamos imaginar erroneamente que somente as coisas materiais são passíveis de apreciação, pelo simples fato de assumirem forma física e poderem, assim, impressionar os nossos sentidos.

Não obstante, esta visão é totalmente equivocada, porque relega a beleza ao concretismo, sendo ela constituída, outrossim, por conceitos muito mais abstratos e sublimes de harmonia.

Não podemos nos esquecer de que, além dos nossos cinco sentidos materiais, existe ainda mais um (diga-se de passagem bem aguçado): a percepção consciencial. É ela que dita a sintonia que existe entre os seres, de forma construtiva ou destrutiva, de acordo com a empatia ou antipatia de ambos… A pura gênese do amor!

É ele (o amor) o “fiel da balança”, que pode pôr beleza na feiúra ou depreciar o que é apenas bonitinho, revelando o nada!

Conduta estética (ou falta de…)

O pior tipo de falta de conduta estética, que rompe irremediavelmente com a autoestima dos seres, acontece quando a própria pessoa não se acha bonita. Este tipo de comportamento tem aumentado de forma assustadora nos últimos tempos, sendo responsável por uma parcela considerável das consultas psiquiátricas…

Várias doenças, tais como a anorexia nervosa e bulimia, estão diretamente relacionadas à Síndrome PIB, ou do Padrão Inatingível de Beleza, cujas estimativas apontam para um índice de ocorrência de mais de 1% da população mundial.

Diante da gravidade do fato, urge que se responda ao seguinte questionamento: por que as pessoas estão passando por cima até da FOME, um instinto absolutamente essencial à sua sobrevivência?!

O reconhecido psiquiatra brasileiro, Augusto Cury, nos dá uma resposta bastante convincente. Basicamente, a TV (e hoje mais propriamente a internet ou o YouTube) seria a grande responsável pela propagação de uma imagem irreal de beleza no inconsciente coletivo da sociedade, pautada pelas modelos magérrimas, apresentadas não somente nos desfiles de moda, assim como também em programas comuns como novelas, filmes, seriados e, porque não dizer, os selfies do Insta, stories do face, etc.

A confirmação desta tese veio em 2002 com um artigo científico publicado na renomada revista The British Journal of Psychiatry, mostrando o impacto da TV na mudança dos hábitos alimentares e no comportamento das mulheres das Ilhas Fiji, no pacífico, após os três primeiros anos de exposição, a partir de 1995.

Os pesquisadores detectaram que, depois que a TV passou a exibir mulheres magras e com beleza incomum, as nativas das Ilhas Fiji começaram a fazer dietas e apresentar transtornos alimentares como anorexia e bulimia, doenças que antes eram praticamente inexistentes nesta comunidade. Impressionante, não?!

§

Sem dúvida, estes e outros comportamentos mais recentes da sociedade da era da informação, representam um fato inquestionável que merece nossa atenção e reflexão, com o intuito de tomarmos atitudes que comecem a romper estigmas impingidos pelos veículos de comunicação de massa.

Quanto à “beleza das coisas” (entendendo por “coisas” como sendo tudo quanto for obra materializada pelo homem) não tenho muito a ponderar, pois refletem apenas de maneira muito difusa e imprecisa aquilo de que só temos apenas uma leve impressão…

Uma linda Ferrari, sob o comando infalível de ninguém mais que um Michael Schumacher, ou até mesmo um modelito exuberante da Dior, delineado pelo corpo de uma estonteante Gisele Bünchen, não deixariam de ser somente “bonitinhos” (e não “belos”) diante da beleza suprema da natureza, a maior e a mais bela de todas as revelações divinas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Cury, A. J. A Ditadura da Beleza e a Revolução das Mulheres, Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

Ética corporativa – parte I

#ricardobarreto #livrovivo #éticaevolucionista #filosofia #ética #éticacorporativa #éticapessoal #escândalodaparmalat

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GÊNERO LITERÁRIO: ensaio

Esta análise ética foi inspirada pelo artigo do articulista Stephen Kanitz, publicado na revista Veja em janeiro de 2001. Ele exprime, com primor, a problemática que nos propusemos a tratar.

Entretanto, seria imprescindível, ao abordarmos este delicado tema, que sejam traçadas algumas breves definições, as quais não ousaria modificar sequer uma vírgula com relação àquelas concebidas por Kanitz!

Ambição e ética

Primeiramente, ela generaliza o termo AMBIÇÃO como sendo:

Tudo aquilo que pretendemos fazer na vida: ganhar dinheiro, casar-se com uma pessoa legal ou viajar pelo mundo.

Logo em seguida, propõe que a ÉTICA trata dos padrões de convívio social, mais propriamente:

Os limites que as pessoas se impõem na busca de suas ambições.

Extrapolando sobremaneira, delineou uma conceituação filosófica simplesmente maravilhosa! Desvinculou-se, de forma indelével, a ética da moralidade, associando-a acertadamente às suas implicações pessoais e sociais.

Estendeu-se ainda, em sua conclusão, ao julgar a ambição de se ganhar dinheiro (certamente a da maior parte das pessoas) como a mais vil de todas as ambições. Entende que esta simplesmente não deveria ser encarada como uma ambição e sim um meio de atingir outras ambições bem mais valorosas, tal como uma obra assistencial de impacto!

Ética pessoal

Não há nada de errado em ser ambicioso na vida, contanto que seja definida a sua ética pessoal o mais rápido possível, antes de decidir as próprias ambições. Caso contrário, estar-se-á fadado à falta de rigor ético, o que rende o indivíduo ao “vislumbre maquiavélico”…


Um homem de princípios éticos não se faz pelas suas conquistas materiais, seus títulos ou posição profissional, outrossim por sua obra em prol da sociedade como um todo.


Bertrand Russel, nosso grande filósofo contemporâneo, já dizia que “a habilidade desprovida de sabedoria é a causa de nossos males”.

Em tempos de globalização financeira (esta irreversível, apesar dos recentes movimentos nacionalistas no sentido contrário), tem-se ouvido falar muito de escândalos corporativos. A falta de ética no “mundo dos negócios” tem impulsionado decisivamente a conduta de muitos executivos, em todos os escalões, das mais variadas e conceituadas empresas mundo afora!

O escândalo da Parmalat

Foi o que se observou, a propósito, com a gigante do ramo alimentício no final de 2003: a Parmalat. Uma empresa consolidada, com atuação em mais de 30 países, que empregava cerca de 36.000 funcionários e faturava anualmente por volta de 9,5 bilhões de dólares.

Fundada em Parma no ano de 1961 por Calisto Tanzi, a Parmalat foi acusada, entre os diversos crimes do “colarinho-branco”, de fraudar balanços, destruir documentos e falsificar assinaturas. O rombo em suas contas pode ter atingido a extraordinária cifra de 12 bilhões de dólares, maior ainda que os desfalques recordes de 9 bilhões das empresas americanas WorldCom e Enron. Como seria possível acontecer este tipo de escândalo financeiro? Veja o laudo da auditoria:

A empresa aparentemente sobrevaloriza seus bens de forma a obter lucros contábeis mais elevados que os verdadeiros. Em realidade, foi descoberta uma conta falsa com 4,9 bilhões de dólares só para se lastrear novos empréstimos.

§

Não obstante, o maior problema quando uma grande empresa deste porte vai à falência é que “detona uma quebradeira” geral no mercado, numa espécie de efeito em cascata, que atinge desde credores até os consumidores finais e o próprio Estado!

Por que será, então, que os executivos de empresas tão estratégicas para a economia de um país não são selecionados por critérios mais éticos do que propriamente técnicos? Continuaremos nossa análise no próximo post… Não perca.

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Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Kanitz, S. Veja, 2001, 1684, ano 34, No 3 (janeiro).
  3. Russel, B. A Sociedade Humana na Ética e na Política, 1956, Compahia Editora Nacional, 206.
  4. Pires, L.; Rydlewski, C. Veja, 2004, 1835, 74-77.

Ética evolucionista – parte II

#filosofia #ética #éticaevolucionista #ricardobarreto

FORMATO DO CONTEÚDO: blog post

TEMPO DE LEITURA: 00:02:01

Sobre a ética, afinal, qual é o real significado desta palavra de que tanto ouvimos falar? Os dicionários e as enciclopédias, em geral, costumam defini-la como “uma parte da filosofia que aborda os fundamentos da moral”.

Ao analisarmos sua raiz etimológica, constata-se que a palavra ética deriva do grego ethike que significa moral. Sendo assim, poder-se-ia concluir, a priori, que ética e moral são basicamente “os dois lados da mesma moeda”…

Nunca é tão simples assim! Existe uma sutil diferença que poucos enxergam, mas nem por isso devemos negligenciá-la. Pelo contrário, tentar-se-á, outrossim, diferenciá-las aqui de forma inequívoca.

Moral versus ética

A moral seria tudo aquilo que deriva dos princípios religiosos, enquanto que a ética emana das regras de conduta que regem a sociedade, sem necessariamente possuir uma ligação com esta ou aquela religião…

É importante frisar ainda que, assim como existe uma ética pessoal que rege a relação entre os indivíduos, também há uma ética institucional que contempla a relação entre as instituições.

Deve-se observar que as relações entre governos, empresas, ONGs e universidades, invariavelmente, afetam as pessoas e não podem assim ser tratadas de forma independente. Estão relacionadas e são de extrema importância para harmonia da sociedade como um todo!

Ciência, filosofia ou religião?

Desde os primórdios da civilização, o campo da moral sempre esteve diretamente relacionado com a religião, entretanto, coube à filosofia, no devido momento, dar-lhe um tratamento mais racional e menos impositivo…

O legado moral de Jesus Cristo, que deu origem ao Novo Testamento, passou posteriormente por inúmeras “análises críticas”, dentre as quais pode-se destacar o crivo da razão de São Paulo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, antes de consolidar o catolicismo tal como o conhecemos na atualidade…


Independente de credo, seria impossível negar outras doutrinas religiosas como o judaísmo, islamismo, hinduísmo e o budismo, todas com um papel extremamente profícuo à humanidade, proporcionando considerável evolução moral dos indivíduos, donde podiam sorver os princípios necessários ao seu crescimento pessoal e interpessoal.


Nos últimos séculos, entretanto, tem-se observado uma transição gradativa desse modelo para o humanismo, começando pelos movimentos de reforma religiosa, seguidos pela eclosão da ciência moderna, o comunismo e, mais recentemente, com o avanço da globalização política, econômica e social na onda do neoliberalismo… Surgem, afinal, as primeiras “tecnorreligões”!

O que é uma “tecnorreligião”?

As pessoas estão, de certa maneira, caminhando para um “ecumenismo”, regidas pelas suas próprias necessidades materiais e espirituais e não mais impingidas por dogmas religiosos. Está se formando, aos poucos, uma sociedade de livre-pensadores!

Não mais no sentido original do termo, propalado pelos liberalistas do século XVIII, mas resgatando-o com o intuito de cunhar os indivíduos libertos dos preconceitos impostos invariavelmente pelas instituições religiosas que acabam cerceando o intercâmbio de ideias e comprometendo o crescimento interpessoal.

Indo além do neoliberalismo, a “tecnorreligião” propalada recentemente por Yuval Harari exprime o humanismo ligado à evolução tecnológica, numa fusão perfeita do conceito de HOMO DEUS !

Seja “livre-pensador” ou  HOMO DEUS, o fato é que este não é necessariamente cético, nem materialista, muito menos ateu! Somente assume uma postura dita “areligiosa” para poder estar sempre aberto ao aprendizado e aproveitar as oportunidades oriundas das novas tecnologias, sem amarras ao verdadeiro livre-arbítrio…

 

Em vista dos desafios impostos pelo novo milênio, cabe-nos a tarefa de fazer um estudo elucidativo sobre a ética e suas implicações evolutivas, fundamentando seus princípios filosóficos e morais, os quais serão aplicados em 7 áreas emblemáticas, nas sendas da política, sexo, religião, ciência, estética, bem como nos mundos “virtual” e corporativo.

Estes não são “os 7 pecados capitais”, mas foram escolhidos propositalmente para representar os aspectos que considero de suma importância aos que se interessarem pela busca da compreensão de cada uma das indagações supracitadas, de modo que o Leitor possa, ao final, estabelecer suas próprias respostas através da experiência pessoal e intransferível…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Conteúdo exclusivo de ricardobarreto.com

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Saiba mais:

  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Harari, Yuval Noah, Homo Deus: uma breve história do amanhã, 1a ed. Companhia das Letras, 2016.

Ética evolucionista – parte I

#filosofia #ética #éticaevolucionista #ricardobarreto

FORMATO DO CONTEÚDO: blog post

TEMPO DE LEITURA: 00:02:17

Quando tive a ideia de escrever sobre ética, imediatamente lembrei-me de um filme que havia assistido muito tempo atrás, cujo enredo, de alguma forma, tinha me influenciado sobremaneira no “turbilhão da adolescência” !

Este filme se chama Waytt Earp e foca na história da vida de um famoso delegado americano que vivia nos tempos do “velho-oeste”, uma época em que a justiça ainda era feita, em boa parte, pelas próprias mãos…

Fiquei muito impressionado não pelo roteiro em si, outrossim, pela mensagem de honra e bravura, por sinal muito bem protagonizada pelo ator Kevin Costner.

Recordo-me até hoje das palavras do seu pai, interpretado por ninguém menos que John Wayne, quando disse o seguinte para toda a família, num fatídico almoço de domingo e em tom de severidade:

Meus filhos, o mais importante na vida de um homem é estabelecer o quanto antes o que ele é para só depois decidir o que quer da vida…

Naquela época eu nem tinha a “maturidade intelectual” suficiente para refletir em profundidade sobre os ensinamentos de um Sócrates, através da preciosa apologia deixada por Platão, mas felizmente a mensagem estava dada.

Mais socrático: impossível! Só por isso, hoje, eu escrevo sobre ética…

Com certeza muito já se falou sobre este tema e, sem sombra de dúvidas, muito ainda se falará. Entre os inúmeros trabalhos já publicados, de diversas épocas e povos, pode-se citar, como exemplo basilar, a obra de Spinoza: Ética.

Este tratado foi escrito em latim, no final da sua vida, e publicado somente após a sua morte. Nele, o grande filósofo expõe seu primoroso “sistema metafísico”, procedendo através de axiomas, definições e demonstrações. Lindo, não é mesmo!?

Àqueles que quiserem se enveredar mais profundamente sobre o assunto, recomendo fortemente o seu trabalho como ponto de partida. Caso contrário, apenas sigam-me pelas reflexões que se seguem (na sequência de blog posts) e poderão ter ao menos uma amostra da sua relevância, contextualizada aos nossos dias…

Primeiramente, deve-se ressalvar que enquanto houver uma sociedade composta de indivíduos e instituições que se relacionam entre si, as mais variadas questões éticas estarão sempre em voga para delinear os limites morais dos relacionamentos humanos e institucionais.

Eis aí o seu importante e único propósito!


A concepção ética é uma experiência única, singular a cada indivíduo, resultante de todas as suas vivências pessoais e coletivas. São os pressupostos morais que determinarão o seu caráter, a razão dos seus juízos e das suas decisões.


Isto posto, urge aqui que se reflita sobre as seguintes indagações (nossos 2Qs e 3Cs):

  1. Qual é a natureza da ética?
  2. Qual é a sua ética pessoal?
  3. Como conceber um juízo moral?
  4. Como tomar uma decisão ética?
  5. Como levar uma vida socialmente ética?

Muito bem. São estas as questões cruciais à evolução do ser humano, na medida que o conduzem naturalmente ao AUTOCONHECIMENTO, permitindo-lhe traçar o seu próprio código de conduta ética e moral.

[na sequência de posts também versaremos sobre a distinção entre estes conceitos]

Enfim, mas não por último, cabe salientar que no convívio social torna-se mister a adequação dos seus princípios aos padrões éticos vigentes. É o que chamamos de “estado de coerência ética” ! Como anda a sua? Apenas para reflexão…

Só assim, o indivíduo estará apto a tomar decisões não-conflitantes e conceber “juízos morais” consoantes com a sua Consciência, o que é fundamental ao seu equilíbrio psico-social.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed., Editor-Autor, 2008.
  2. Platão, Diálogos: Apologia de Sócrates, 1996, 2a ed., Editora Nova Cultural, 63-97.
  3. Baruch, de Espinosa, Ética, 1973, 1a ed., Editora Abril, 79-307.

Netica – parte I

#ricardobarreto #filosofia #netica

Mais do que um neologismo, o nome não é por acaso! Muito ainda se falará sobre este assunto, mesmo porque estamos somente adentrando na chamada Era da Informação.

Quando chegou à sociedade civil, em meados da década de 80, a internet tinha o intuito de integrar as redes das universidades americanas. Contudo, em pouquíssimo tempo, ela ganhou o status de uma das maiores invenções da história da humanidade e seu impacto em todas as esferas sociais é indiscutível!

Até mesmo o renomado escritor italiano Umberto Eco (1932 – 2016), em entrevista concedida à revista Veja, deixou suas preciosas impressões sobre o assunto:

Pela primeira vez, a humanidade dispõe de uma enorme quantidade de informação a baixo custo. No passado, essa informação implicava comprar livros, explorar bibliotecas. Hoje, do centro da África, se você estiver conectado, poderá ter acesso a textos filosóficos em latim.

A facilidade de se obter qualquer tipo de informação, em tempo real e sem ter que sair de casa, é minimamente empolgante… Abre caminhos inusitados aos aficionados pelo saber!

A problemática das fake news

Na medida em que todos podem ter acesso a qualquer tipo de informação, urgem que sejam feitas certas ponderações quanto à “liberalização informacional” que recaem necessariamente sobre importantes questões éticas.

O ser humano não tem capacidade de processar tanta informação, nem discernimento para separar o que é realmente útil e confiável. Decerto que a democratização das informações é uma grande conquista, porém há um temor quanto àqueles que se põem a pesquisar na internet sem um prévio conhecimento do assunto, o que pode levar a uma desorientação generalizada.

Este fato deve culminar na disseminação de informações errôneas, conhecidas hoje como fake news, cujos reflexos já estão sendo deflagrados pela “cultura da superficialidade”.

Hoje em dia, é muito difícil ouvir falar de um jovem universitário que não tenha literalmente “copiado” sequer um trabalho da rede mundial de computadores!

Uma verdadeira castração da capacidade de raciocínio e criação, cujas consequências já estão sendo sentidas pelo despreparo dos jovens profissionais que ingressam ano após ano no mercado de trabalho (a tal da “geração Z” que tanto ouvimos falar).

Quantos terão o “cacife” de resolver as complicadas equações matemáticas aplicadas no teste seletivo mais almejado da atualidade, da Google Inc.?

A nova onda da economia compartilhada

Cabe salientar ainda o sério problema da pirataria que emergiu com força incontrolável no impulso da internet. A abertura  propiciada pelos sites de compartilhamento de arquivos como o Napster, por exemplo, abriu uma nova forma de acesso às músicas, textos e filmes.

Devido a este movimento irreversível, as gravadoras, editoras e produtoras foram obrigadas a investir pesadamente na tentativa de assegurar um controle mais rígido destes sites, pegando a “onda contrária” da democratização informacional… Resultado: foram praticamente dizimadas pelos novos modelos de negócios de negócios (iTunes, Spotify, Netflix, etc.) que surgiram da economia compartilhada!

O princípio do código aberto, instaurado por Linus Torvalds em seu sistema operacional (o Linux), que veio como opção ao império do Windows, agora se estende ao campo do conhecimento enciclopédico com aquela que pretendia ser a “Alexandria dos tempos modernos”: a Wikipedia.

Imaginem só: em menos de cinco anos, esta enciclopédia livre online alcançou o número de verbetes maior do que a secular Enciclopédia Britânica!

É bem verdade que nos últimos anos a Wikipedia tem perdido seu lugar de destaque entre os primeiros resultados do Google frente a um novo fenômeno reconhecido como o marketing de conteúdo. Ou seja, as empresas descobriram que precisam se relacionar com o seu público muito antes de vender e, para tal, precisariam tornar-se ou pelo menos aparentar que são “autoridades” em suas áreas de atuação!

Moral da história: os blogs se tornaram os veículos de mídia mais poderosos e até mesmo os direitos autorais podem agora ser preservados em publicações eletrônicas através de licenças públicas como o Creative Commons e a Science Commons, abrindo assim novos horizontes em termos de acessibilidade a livros, revistas, periódicos científicos e diversos formatos novos de conteúdos.

Não há mais limites para geração e propagação do conhecimento humano!

Limites aos avatares

Outro avanço que quando surgiu causou um verdadeiro furor na comunidade online foi o Second Life, uma espécie de “mundo virtual” na rede em que os internautas interagem entre si através de personagens virtuais chamados Avatares.

Este verdadeiro “universo paralelo” foi criado em 2003 pelo americano Philip Rosedale, tendo sua criação extrapolado os limites da brincadeira quando o guru da propriedade intelectual na internet, Lawrence Lessig, deu a ideia de fazer com que os usuários ganhassem a “posse real” de suas invenções e propriedades virtuais…

A partir daí, as possibilidades ficaram ilimitadas! Abriram-se as portas para o comércio eletrônico de “ativos irreais” através de uma moeda virtual: o Linden Dólar. Com isso, a “corretagem de terrenos e casas virtuais” fez os primeiros “milionários reais” e muitas empresas criaram até mesmo seus próprios espaços virtuais…

Entre as pioneiras nesta iniciativa, estava a gigante e tradicional IBM que logo no início (em 2007 mais precisamente) anunciou o investimento de 10 milhões de “dólares reais” no Second Life, justificando uma “economia real” do número de teleconferências entre os seu milhares de funcionários ao redor do mundo.

Hoje sabemos que o Linden Dólar não alcançaria tanta fama, mas deu origem às criptomoedas que sacudiram os tradicionais mercados de Wall Street!

O fato é que os especialistas estão projetando, com as tecnologias de inteligência artificial e realidade aumentada, uma “nova onda de desenvolvimentos web” com a mesma propulsão que a própria internet teve nos anos 90.

Num futuro bem próximo, não serão mais criadas somente websites e blogs, mas sim “espaços virtuais” onde as relações virtuais serão mais reais e em três dimensões, claro! Espero que você já tenha criado seu avatar!!!

Créditos:

Autoria por ricardobarreto.com

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed., Editor-Autor, 2008.
  2. Eco, U. Veja, 2003, 1821, 76-77.