Conclusão inteligência de valor

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Espero que a leitura deste livro tenha despertado no leitor ou leitora minimamente a necessidade premente de conhecer um pouco mais a fundo o universo que se descortina com a inteligência artificial aplicada em todos os aspectos da nossa vida!

Organizações empresariais como o Google, Bloomberb, Amazon, LinkeIn, NetFlix, Reuters, Facebook, entre tantas outras gigantes da indústria da tecnologia, entretenimento e informação, são as “coqueluches” desses novos tempos que valorizam muito mais os dados gerados pelo comportamento dos seus usuários do que qualquer outra coisa…

Não são só as empresas na liderança da economia mundial que estão mudando, mas sobretudo o perfil de experimentação organizacional. Quem ouvia falar de Instagram uns 10 ou 15 anos atrás? Hoje é a tecnologia que impera para o sucesso das organizações temporárias e inovadoras chamadas de startups.

Estas costumam surgir da visão e talento dos seus cofundadores nerds, mas quando devidamente capitalizadas e profissionalizadas tornam-se colossos com tentáculos em quaisquer aplicações possíveis e imagináveis, desde a medicina diagnóstica até a erradicação do problema da água potável em países pobres e semiáridos!

As relações de trabalho também estão em franca transformação desafiando os modelos até então explorados, altamente dependentes de contratos formais e escopo rígido de atividades. Vimos que os hackers são atores cada vez mais presentes e nem sempre com a visão perjorativa que temos deles…

Domenico de Masi nos ensinou que o ócio é vital à criatividade que por sua vez impulsiona irreversivelmente a inovação,1 sem falar das ferramentas de growth hacking que estão promovendo uma verdadeira disrupção no marketing digital e criação das redes de valor. Após ler o capítulo sobre inteligência digital, alguém ainda tem dúvida sobre o papel das redes sociais nesse movimento?  

            Com tanta novidade assim, nos diferentes âmbitos da vida humana, não poderiam faltar grandes pensadores como o historiador israelense Yuval Harari nos apontando para eclosão de uma nova categoria de ser humano: o Homo Deus.2 Sim, deixamos de ser Homo Sapiens e passamos a ser os próprios criadores de “seres inteligentes” que podem ser totalmente inorgânicos!   

            Por trás da revolução da inteligência artificial estão os algoritmos. São eles que rivalizam a “criação divina” ao instituir as regras lógicas capazes de tomar praticamente qualquer decisão automática. John MacCormick identificou bem cedo a importância do público leigo tomar ciência desse conceito e nos brindou com um ranking dos nove algoritmos que revolucionaram o século XXI (pelo menos a sua primeira década):3

  1. Indexação dos mecanismos de busca;
  2. Rankiamento de webpages;
  3. Criptografia por chaves;
  4. Códigos para correção;
  5. Reconhecimento de padrões;
  6. Compressão de dados;
  7. Bancos de dados;
  8. Assinaturas digitais;
  9. Autoprogramas.

Claro que vários outros algoritmos importantes eclodiram na sequência, desde os avanços para direção autônoma até os simuladores de resultados dos processos eleitorais, mas estes sem sombra de dúvidas lançaram as bases para muito do que estamos vendo hoje e ainda do que está por vir.

Neste livro apresentamos um método denominado “inteligência de valor” que pode ser útil caso você não seja um “ás da programação”, mas deseje sistematizar de alguma forma suas próprias rotinas decisórias. Lembre-se que um algoritmo nada mais é do que:

Uma receita precisa que especifica a sequência exata de passos necessários para solucionar um problema.

            Aprendemos, assim, a identificar alguns dos padrões importantes nas seáras da inteligência digital, científica, tecnológica e de mercado. Estes foram os campos que senti necessidade de avançar com maior racionalidade. No Apêndice deixo ao leitor o procedimento que segui para desenhar a maioria dos algoritmos de relevância apresentados.

             Assim como o neurocientista Daniel Levitin,4 vejo um futuro peculiar para as “mentes organizadas” que souberem fazer jus aos dados massivos que estão disponíveis publicamente. Só espero que a nova religião que se nos apresenta, o dataísmo, não nos leve ao extremo oposto que pode vir a ser ainda mais nocivo que os percalços do humanismo.

            Cathy O´Neil faz o alerta para as novas Armas de Destruição em Massa (ADMs) que são os algoritmos! Diariamente temos assistido inúmeras vítimas que têm ficado de fora do mercado de trabalho, sem acesso ao crétito, seguradoras ou até mesmo do sistema educacional por causa da frieza dos algoritmos muitas vezes imprecisos e injustos.5

Por isso quero encerrar este livro com um apelo: que nunca deixemos de lado a inteligência humana, capaz de ter sentimentos e compaixão nas decisões mais duras da vida que são aquelas que realmente fazem toda diferença…

Ricardo de Lima Barreto

Valinhos, outono de 2022

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME I – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Saiba mais: 

1. De Masi, D. O Ócio Criativo, Rio de Janeiro: Sextante, 328 p., 2000.

2. Harari, Yuval Noah, Homo Deus: uma breve história do amanhã, 1a ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

3. MacCormick, John, Nine algorithms that changed the future, the ingenious ideas tha drive today´s computers, Princeton University Press, New Jersey, 2012.

4. Daniel J. Levitin, The organized Mind, Dutton: New York, 2014, p. 231. 

5. O´Neil, Cathy, Algoritmos de destruição em massa: como a big data aumenta a desigualdade e ameaça a democracia, 1a ed. Editora Rua do Sabão, Santo André, SP, 2020.

Algoritmos de inteligência de mercado

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Como todo “sistema de recomendação”, para o caso da inteligência de mercado não poderia ser diferente… São algoritmos os atores principais a nos guiar sobre a relevância de toda e qualquer transação comercial ao redor do mundo.

Já vimos que tanto as matérias-primas como os produtos acabados de uma empresa, independente do segmento de mercado, podem e devem ser monitorados visando obter alguma vantagem competitiva do ponto de vista da “assimetria informacional”.

No entanto, ainda não desbravamos a estatística que está por trás dessas da formuletas matemáticas que podem nos revelar os níveis de preços, portos de destino, novos competidores e até mesmo o portfólio de produtos de algumas empresas.

Comecemos entendendo o “observatório de inteligência de mercado”. Verás como os dados disponíveis gratuitamente vão muito além do que imaginamos!

Observatório de inteligência de mercado

Foi ao trabalhar numa grande empresa brasileira de commodities que tive o pivilégio de tomar contato com a inteligência de mercado.  Dali em diante senti a necessidade de desenvolver uma ferramenta mais prática para sistematizar minhas consultas às bases de dados de mercado que passaram a ser cada vez mais frequentes…

Nesse verdadeiro repositório eu poderia manter registrados todos os dados mais relevantes de cada uma das transações de mercado, desde informações primárias como volume, comercialização e preço, até dados mais específicos, econômicos ou de infraestrutura sobre os países envolvidos, estados e cidades de destino.

Ninguém poderia imaginar que a informação das transações correntes de um país no último ano, aliado ao número de intervenções de comércio internacional “danosas” afetando o país declarante, segundo o Globa Trade Alert, pudesse ser um parâmetro tão relevante no rankiamento das transações comerciais.

Figura 1. Observatório de inteligência de mercado.

Nem tampouco você se daria conta de que as questões logísticas dos portos de destinos, tais como o número de navios atracados no momento do registro na base ou o número de ramificações rodoviárias entrando e saindo da cidade de destino pudesse interferir na capacidade exportadora e importadora de uma determinada região.

Figura 2. Algoritmos para o scoring de relevância de países, cidades e transações.

Competidores de mercado

Ao visualizar o estado do Mato Grosso pelo Google Mapas em busca da melhor cidade para instalar uma filial de distribuição de fertilizantes para um grande grupo Sul Coreano fabricante de fertilizantes que acabou de lhe contratar para iniciar as operações no Brasil, alguma dúvida de que a cidade de Rondonópolis vai saltar aos olhos logo de cara?!

Portanto, o primeiro passo para que sua empresa seja bem-sucedida no seu mercado de atuação é a sua localização. Mesmo que você tenha um negócio online, existem inúmeros fatores críticos de sucesso que se devem pontuar para que ele seja de fato competitivo.

Não se trata somente da logística de inbound e proximidade do mercado consumidor. Deve-se avaliar os recursos humanos necessários ao core business, as fontes de matérias-primas, a regulamentação ambiental, entre tantos outros “senões” que tornam a escolha geográfica demasiado complexa, dependendo do segmento de atuação.

Imagine, por exemplo, uma empresa que produz cápsulas de vitamina ômega 3. É sabido que são compostos de ácidos graxos extraídos do óleo de peixes de água profunda. Alguma dúvida de que os países com vasta extensão litorânea têm uma vantagem competitiva avassaladora sobre os demais? Mas não se trata só disso. Mesmo que o Japão seja rodeado de mar por todos os lados, uma legislação proibitiva com relação à pesca predatória de peixes de águas profundas em determinadas épocas do ano pode inviabilizar o negócio! Talvez águas peruanas sejam muito mais interessantes… Mas será que o Global Trade Alert não me frustará?!

Bem, espero que após conhecer os mecanismos que estão por trás do design dos algoritmos de inteligência de mercado, você possa ir além das análises “rasas” que se pautam tão somente pelo tamanho dos mercados ou custo logístico. Há, evidentemente, um arcabouço de questões políticas, socioeconômicas, ambientais e estruturais que devem estar muito bem pautadas e na mesa antes de qualquer tomada de decisão para o investimento de alguns milhões ou bilhões de dólares…

Independente das pretensões comerciais, num mundo cada vez mais repleto de dados os algotritmos de inteligência de mercado ganham cada vez mais importância. Se não estivermos atentos aos padrões que possam intervir no mercado internacional, certamente seu competidor irá! E não se iluda: isso pode representar o fim da sua vantagem competitiva ou até mesmo a ruína do seu negócio. Mas você não vai deixar que isso aconteça, certo?!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME I – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Decidindo eventos com inteligência de mercado

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Quem não conhece seu mercado está fadado a ser engolido por ele! Esta é, sem sombra de dúvidas, uma máxima do mundo de negócios. Não há como sobreviver no longo prazo, seja qual for o segmento, sem conhecer muito bem a estrutura do mercado, concorrência, posicionamento estratégico, etc.

Tais questões devem permear toda e qualquer decisão do corpo diretor das corporações. São fundamentais ao planejamento estratégico, direcionando todos os planos operacionais que promovem a sustentação e o crescimento do negócio. No entanto, é nas pequenas decisões, aquelas do dia a dia, que se pode colher ou comprometer os resultados.

Quem nunca ouviu falar daquele jargão de que para vender bem é preciso comprar bem?! Pois é. Parece tão óbvio, mas na prática muito comprador sênior não faz a menor ideia de como negociar bem hoje em dia… Foi-se o tempo em que poder de barganha se tratava de ter uma boa lábia! Hoje o verdadeiro “poder” reside na assimetria informacional.

Ganha o “jogo” quem conhece melhor o “valor” daquilo que está sendo negociado… É isso! E só a inteligência de mercado é capaz de nos revelar tais nuâncias.

A falácia da margem de contribuição

Muito do sucesso de uma empresa perpassa pela correta formação de preços dos seus produtos e serviços. Não é preciso apelar para técnicas de precificação complexas que levam em conta a elasticidade da relação entre oferta e demanda, nem tampouco os parâmetros macroeconômicos e dados setoriais em sofisticadas equações que acabam mais atrapalhando do que verdadeiramente ajudando…

O método que funciona de fato é muito simples. Basta calcular o valor justo que cubra minimamente os custos para fabricação dos produtos ou serviços, bem como as despesas e obrigações (impostos e juros) da empresa, de modo a sobrar algum dinheiro que possa ser chamado propriamente de lucro por aqueles que investiram seu capital na companhia.

Acontece que não é qualquer margem que justifica uma boa venda… Mesmo positiva, se a margem não contribuir minimamente para arcar com suas obrigações e despesas, não tardará para a empresa se endividar e entrar numa situação difícil. Só assim poderá ser chamada verdeiramente de “margem de contribuição”!

A solução tem via dupla, mas em ambos os casos a inteligência de mercado pode contribuir decisivamente. Através da consulta às bases de dados de mercado, pode-se descobrir o histórico de preços internacionais e traçar tendências, explodindo os aumentos de custos de cada uma das matérias-primas para criar o embasamento técnico que justifique tanto a negociação das matérias-primas com fornecedores como o reajuste de preços com os clientes.

Observe que você pode ir além! Pode-se, por exemplo olhar como anda o nível de preços dos produtos que o seu próprio cliente vende e das matérias-primas que ele utiliza. Assim, você saberá antecipadamente se ele também está aumentando seus preços e, claro, se é o momento certo para espremê-lo ou não numa mesa de negociação… Capiche?!

Santa concorrência perfeita

Todo aquele que já fez um MBA que se preze, bem como estudou com afinco qualquer livro de economia ou estratégia de negócios, já ouviu falar das preciosas “economias de escala”. Nem é preciso de muito esforço para inferir algo tão óbvio: quanto mais eu compro ou vendo, maior o volume a ser negociado e, claro, maior será o desconto dado ou requerido!

Pois é. Acontece que nem sempre a coisa funciona tão linearmente assim. E só a inteligência de mercado pode nos dar uma “pista” do que pode estar acontecendo… São situações atípicas para mercado pulverizados, regionais e competitivos, no entanto muito comuns em grandes empresas de tecnologia monopolistas ou fabricantes de commodities que enfrentam oligopólios.

Vejam o mercado mundial de fertilizantes de potássio. Sabe-se que a “oferta” é limitada a alguns poucos países com reservas minerais gigantescas como Ucrânia, Canadá e Rússia, ao passo que a “demanda” é crescente em todos os países com agricultura forte como o Brasil.

Tal relação de dependência, devido à assimetria dos recursos, quebra o “poder” de negociação das economias de escala de forma muito evidente… Infelizmente, nestes casos não adianta ameaçar não comprar mais KCl do Putin com prêmio de USD 50/Ton porque ele não vai pensar duas vezes antes de te riscar da lista e passar para o próximo país comprador e com muito prazer, diga-se de passagem!     

Com estes poucos exemplos espero que já tenha ficado mais claro ao leitor que a inteligência de mercado deve fazer parte das ferramentas de rotina de toda equalquer organização, desde a fase de orçamentação para o próximo ano até nas negociações mais decisivas do seu time Comercial.

Vimos o “porquê” e agora vamos abordar o “como” que estas decisões podem ser tomadas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME I – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Recomendando informações com inteligência de mercado

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Preparados para mais um vislumbre da importância dos documentos de inteligência? Chegamos ao cerne do que buscávamos: os documentos de inteligência de mercado! Mas para quê preciso de tantos dados e informação para fazer algo tão simples?!

Além do produto, é claro, o mundo dos negócios só faz sentido se houver 2 atores muito importantes: de um lado alguém querendo comprar e do outro alguém querendo vender. Acontece que, invariavelmente, há mais de um comprador ou vendedor e uma quantidade finita de produtos para atendê-los… Qual o efeito desse dilema?

É a famosa equação de oferta e demanda que “apimenta” toda a brincadeira das transações comerciais que, no jargão da inteligência de mercado, chamamos de pricing. Detalhe importante: para sobreviver neste ambiente de competitividade voraz, é preciso saber escolher muito bem o seu posicionamento no mercado.

Eis o papel dos documentos de inteligência de mercado! Analise, prospecte e monitore. Você não vai se arrepender…

Análises de mercado

Vamos imaginar que, economicamente, seu país depende quase que exclusivamente da exportação de produtos agrícolas para manter o nível do câmbio e sobreviver no comércio global… Qualquer semelhança, não é mera coincidência!

Imagine agora o seguinte cenário: há uma forte crise energética mundial e os preços dos fertilizantes nitrogenados dispararam. Trocando em miúdos: para cada US$ 100 de soja exportada, há uma perda de margem de US$ 7 por conta da uréia que disparou mais de 470% no período inferior a 1 safra! Alguém tem noção de quantos milhões (ou melhor, bilhões) isso representa em nossa balança comercial?! Posso dizer, sem medo de errar, que boa parte da população ficaria um pouco mais pobre…

Sabedor das suas responsabilidades, claro, o ministro da economia se antecipa e solicita aos seus assessores um estudo estratégico sobre quais países deveria isentar a alíquota de importação para cobrir este rombo de rentabilidade dos produtores de soja. Bingo! Eis aí o papel perfeito para uma análise de mercado que apresente uma listagem dos países com esforços de comercialização em determinado segmento de mercado. Veja abaixo a resposta ao minitro.

Figura. Exemplo de análise de mercado para o segmento de fertilizantes.

Monitoramento de mercado

Aqui o foco são os seus competidores diretos. Mais especificamente os documentos de monitoramento de mercado se propõem a varrer a literatura mundial e nacional atrás das transações comerciais que representem movimentos estratégicos que possam representar uma ameaça real à sua participação de mercado. Vejamos um exemplo concreto ainda no segmento de fertilizantes que é tão importante para o nosso país!  

O primeiro passo é a seleção dos “produtos similares”, ou seja, aqueles com uma proposta de valor e/ou atributos semelhantes aos seus produtos mesmo que em aplicações distintas… Veja bem. Aqui estamos tratanto especificamente do fertilizante fosfatado superfosfatos simples, muito conhecido pela sigla SSP (NCM 31031010) e com a peculiaridade de ser rico no nutriente complementar enxofre.

Ao buscar pela sua família de produtos com NCMs parecidos, observamos uma série de outros produtos mais concentrados em fósforo (ex. TSP, ou superfosfato triplo) ou um misto em fósforo e nitrogêncio (exs. MAP e DAP) que sabidamente acabam por deslocar a demanda em algumas culturas específicas… E o pior é que praticamente todo o DAP é importado, desprestigiando assim o SSP fabricado no mercado local e, mais uma vez, afetando nossa já tão desvalorizada balança comercial!

Prospecção de mercado

Aqui que mora o perigo! Como tudo na vida, o que mais assusta mesmo, chegando a tirar o sono daqueles que gostam de procurar manter o controle e prever tudo, sempre é o famigerado desconhecido… É nessa categoria que se encontram os “produtos substitutos”. São eles que definem as fronteiras dos mercados adjacentes e, como tal, podem ser definidos como algo totalmente inusitado em termos de proposta de valor e/ou atributos.

No caso do SSP, chegou-se a uma conclusão tão estapafúrdia quanto imprevisível (pelo menos aos olhos de alguns dos produtores): que a sua própria matéria-prima (no caso uma rocha fosfática), quando selecionada a dedo (uma rocha sedimentar com capacidade de liberação controlada dos elementos em solos ácidos), poderia representar, de fato e cientificamente comprovada, um produto literalmente superior, com destaque para grandes culturas brasileira com a pastagem que cobre boa parte do nosso território.

Foi assim que se identificou um “entrante” neste mercado (a empresa Cibrafértl) que importava recorrentemente este tipo de rocha pelo porto de Camaçari e passou-se a monitorar o seu histórico de preços mês a mês durante 5 anos, identificando tendências e auxiliando na tomada de decisão para o pricing.      

Finalmente, apenas olhando estes poucos exemplos de um único segmento de mercado, podemos já ter ao menos um vislumbre do poder da inteligência de mercado voltada para tomada de decisão estratégica dentro das organizações.

Não importa o tamanho, se a empresa é nacional o multinacional, se comercializa commodities ou tecnologia, seja uma startup do Vale do Silício ou uma mineradora de carvão na Autralia, todas precisam estar atentas ao mercado, mundial e nacional, se quiserem prevalecer nos ambientes altamente competitivos que estão inseridas!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME I – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Filtrando dados com inteligência de mercado

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Certa feita, precisava obter informações mais detalhadas sobre o mercado internacional de cimento e fiz uma pesquisa preliminar na Internet. Para minha surpresa, os únicos documentos que “prestavam” eram pagos e, diga-se de passagem, muito bem pagos (alguns custando até milhares de dólares)…

Tentei, então, contato com entidades setoriais e, mais uma vez, além de algumas poucas informações interessantes por telefone, nada além disso e, claro, mais uma proposta de serviço pago… Este um pouquinho mais barato do que as empresas internacionais provedoras de informação de mercado como a IHS Markit.

Pois bem. Apenas constatei, na prática, o velho de ditado de que informação é dinheiro… [rss]. Foi assim que finalmente descobri a importante diferença de fonte secundária versus fonte primária e o quão importante é saber navegar neste universo, em especial quando se trata de informações de mercado.

Portanto, caro leitor, não perca as informações que se seguem e aprenda definitivamente como se busca informações de mercado, altamente estratégicas e a custo ZERO!

Seleção das bases de dados de mercado

A Organização Mundial do Comércio (OMC) obriga que todos os países declarem suas informações de comércio exterior, respeitando as boas práticas de transparência internacional nos negócios. Tais informações são congregadas numa base de dados das Nações Unidas não tão conhecida, porém extremamente importante: a UN Comtrade.

Esta base de dados de mercado permite verificar os fluxos de importação e exportação de bens e serviços entre todos os países de maneira indiscriminada, propiciando a busca pelo código do Sistema Harmonizado internacional até 6 digitos (nomenclatura aduaneira padrão), o que já cobre uma infinidade de segmentos de mercado.

Ao se fazer uma consulta nesta base de dados, você terá uma dimensão do nível de informação que se pode extrair sobre o perfil de comércio de dado país, sua competitividade internacional em segmentos de mercado específicos, bem como interesses militares e tecnológicos estratégicos. Não é à toa que muitos países, sob regimes não-democrático, mantêm informações atrasadas e ou minimamente conflitantes…

O delay médio dos dados alimentados nesta base de dados chega a mais de 6 meses, o que acaba tornando sua aplicabilidade para precificação de commodities, por exemplo, extremamente desatualizada. Memso assim, sempre recomendo que qualquer pesquisa de mercado se inicie por ela!

Adicionalmente, muitos países dispõem das suas próprias bases de dados de mercado que são utilizadas para impulsionar as empresas nacionais que atuam fortemente no comércio externo: as tradings que já mencionamos anteriormente. O Brasil, por incrível que pareça, mantém uma das bases de dados mais sofisticadas que tive acesso até hoje. Um exemplo a ser seguido em outros órgãos do governo federal, além do MDIC! Abaixo apresento uma lista com as principais bases de mercado que monitoro assiduamente.

Figura. Lista de bases de dados de mercado.

Identificando produtos

Como realizar o tal do data mining para gerar os documentos de inteligência de mercado? Comecemos identificando os produtos. Imagine uma empresa que já atua há muito temo no mercado de nutrição animal, no entanto viu suas margens espremidas nos últimos anos com uma forte mudança da estrutura do mercado de rações pet, resultando em capacidade ociosa de fábrica e custos crescentes para industrialização.

Qualquer consultor de negócios apresentaria a solução óbvia: diversificação para mercados adjacentes que estejam em alta, tais como o dos fertilizantes líquidos para fertirrigação. Mas por onde começar o levantamento de mercado e mensurar o tal do TAM, SAM e SOM? Quais são os produtos mais comercializados no Brasil e no mundo?? Seus volumes de vendas e preços??? Se somos tomadores ou formadores de preços…

Comecemos nossa busca pela UN Comtrade digitando o código HS do segmento de mercado (ex. 31, fertilizers) e avaliando as sugestões automáticas da base de dados até o nível de 6 digitos. Neste caso, você encontrará algo como duas dúzias de nichos de mercado dentro do segmento de Fertilizantes. Detalhe: se pesquisar numa base de dados de mercado nacional terá a chance de descer no nível dos produtos em si digitando o NCM de 8 digitos e obtendo dezenas de resultados… Faça um teste agora mesmo na Comex Stat!

Identificando tradings

Conhecer os países TOP 10 do mercado internacional ou até mesmo abrir os estados com maior participação de alguns destes países até que não é uma tarefa tão difícil… Em alguns cliques bem direcionados você chegará facilmente nas respostas. Agora, conhecer as empresas atuando diretamente no mercado ou as tradings propriamente ditas, aí sim é que são elas!

Apararentemente trata-se de missão impossível por conta dos critérios de sigilo fiscal que nos limitam ao NCM de 6 digitos. No entanto, cruzando com outras ferramentas acessíveis gratuitamente e conciliando com um conhecimento um pouco mais profundo do mercado de químicos, por exemplo, é possível identificar as empresas no mapa, seu porte, outros produtos do seu portfólio e até mesmo os dados de contato!

Para o mesmo exemplo do segmento de fertilizantes, selecionamos o produto uréia que tem o NCM 310210. Encontramos então, somente no estado do Rio Grande do Sul, 8 empresas, sendo duas delas de grande porte com mais de 50 milhões de USD$ em importações anuais: a Roullier Brasil Ltda. e a Sinon do Brasil Ltda. No caso da Sinon, conseguimos identificar todos os 8 produtos importados pela empresa.

§

Ainda não entramos nem no detalhe, mas imagino que muitos já vislumbraram a riqueza de informações que podem nos ajudar na tomada de decisão e estratégia competitiva das empresas com atuação no mercado internacional e também nacional, mesmo porque praticamente todos os preços de insumos são referenciados globalmente.

A inteligência de mercado sempre se preza aos dois lados: o da compra e o da venda!

Caso ainda não tenha caído a ficha: pergunte a um químico experiente se é possível, com os dados do mercado de uréia que extraímos em poucos minutos, ter uma radiografia detalhada da sua atuação de um dos maiores players e sua estratégia produtiva?!

Veja só, isto que vimos vale para qualquer mercado… É só apresentar o dado para um especialista na área e verás! Vamos mergulhar nisso e tudo ficará mais claro.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME I – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Sobre a inteligência de mercado

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Para encerrar a nossa série de capítulos voltados para inovar, não poderíamos deixar de falar da “inteligência de mercado”. E digo mais: não fosse ela, de nada valeria fazer pesquisas sofisticadas, nem tampouco empregar tecnologias de ponta na indústria. Mandatório mesmo é que todo novo produto (ou serviço) tenha o tal do fit de mercado!

Quantos não são os projetos de inovação que acabam morrendo no momento decisivo do lançamento?! Aprendi a duras penas essa lição ao passar anos a fio desenvolvendo um material nanotecnológico para descolorir efluentes industriais e logo nos primeiros testes industriais nos deparamos com um “produto substituto” imbatível!!

Sem sombra de dúvidas, um olhar atento nas bases de dados de mercado nacionais e internacionais poderia ter mudado o rumo dessa história… Anyway, caro leitor, mergulhe comigo neste universo da “inteligência de mercado” e não se arrependerá.

O trader

Não serei mais um a falar sobre a onda avassaladora de pequenos especuladores que operam ativos de curto prazo nas bolsas de valores ao redor do mundo numa ciranda incessante de ganhos financeiros crescentes… Nosso foco aqui são os traders que atuam profissionalmente nas empresas de trading, comprando e vendendo “produtos reais” no mercado internacional. Estes sim são os verdadeiros traders

Além de um profundo conhecimento das normas de comércio exterior, tais profissionais primam pela capacidade de negociação aguçada, bem como o uso de informações privilegiadas de transações comerciais que podem representar ganhos de até milhões de dólares quando colocadas na mesa no momento certo e com as pessoas certas…  

Tive oportunidade de trabalhar numa grande empresa brasileira de commodities minerais e presenciei a notoriedade de um squad de inteligência de mercado. Juro pra vocês: eram apenas três traders da mais alta competência que monitoravam o mercado internacional, falavam com insiders e geravam relatórios estratégicos diuturnamente… Não é à toa que os diretores executivos não saíam do pé da mesa deles!!

A trading

Na última relação divulgada pelo Sicomex em 2021, o Brasil apresentava 164 trading companies habilitadas. São empresas comerciais peculiares que atuam como intermediárias entre empresas fabricantes e empresas compradoras, em operações de exportação ou importação. Parece bastante, mas ainda se trata de um número pífio mediante o número de tradings em países desenvolvidos como nos USA que chega na casa dos milhares…

Fato é que o número de tradings com atuação num país é importante métrica para ajudar a dimensionar o esforço de mercado em termos de comércio exterior. Somente para se ter uma ideia, segundo a UN Comtrade database, o Brasil exportou em 2019 não mais do que USD 225 bilhões em produtos diversos enquanto os USA chegaram bem próximo de USD 1,65 trilhão!

Quem já colocou a mão na massa sabe o parto que é realizar um processo desses! Nem um profissional experiente, com boa visão de regulamentação e incentivos fiscais consegue fazer tudo sozinho… Conta sempre com o apoio dos despachantes aduaneiros. Se até para grandes empresas a coisa não é fácil, imagine para as pequenas e médias!? É aí que entra o papel das tradings, promovendo o acesso irrestrito ao mercado internacional.

§

Mas o que complica tanto as transações comerciais entre países? Não deveriam os governantes buscarem acordos de cooperação comercial que trouxessem facililidades para suas empresas??? Afinal de contas, é o saldo na balança comercial que aprecia o câmbio, enriquecendo ou empobrecendo a população no final do dia, certo?!

O problema é o tal do protecionismo. Ao imporem medidas para proteger o mercado interno de alguns produtos específicos dos concorrentes internacionais, certos países acham que estão estimulando a economia local quando, na verdade, estão é criando as bases para o isolamento de uma gama muito maior de produtos e empresas…

Veja o caso das relações comerciais entre Argentina e Brasil. Segundo o GTA (Global Trade Alert), desde 2008 o Brasil teve 162 intervenções “liberalizantes” e 285 “danosas” nas transações com a Argentina. O principal setor afetado foi o de cereais, mais especificamente o milho com 32 intervenções. Ou seja, não é só no futebol que los amigos Hermanos nos rivalizam!!  

Figura. Mapa de intervenções comerciais entre Brasil e Argentina.

Será mesmo que esta uma estratégia sustentável? Países vizinhos que poderiam estar explorando muito melhor sua proximidade logística, explorando suas “fortalezas e fraqueza”, mas que ficam disputando sansões ao invés de cooperar. Que vergonha!

Pelo menos não somos só nós que não nos entendemos. Acabamos de assistir a uma verdadeira “guerra comercial” entre os USA e China, deflagrando o fracasso da política comercial do governo Trump que comprovou que o isolacionismo não combina com o capitalismo liberalista.

Entretanto, Trump estava certo pelo menos num ponto: a Organização Mundial do Comércio (OMC) não deveria fazer vista grossa aos impropérios que a China está cometendo no tocante ao respeito à propriedade intelectual. Os países devem competir sim, mas respeitando os tratados internacionais, seja qual for o quesito!     

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Algoritmos de inteligência tecnológica

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Veja bem. Não se trata de algoritmos para mais uma aplicação da Inteligência Artificial! Ninguém discorda de que este é o assunto do momento, nem tampouco de que está moldando a nova “corrida tecnológica” entre as 2 grandes superpotências mundiais: USA versus China, mas quem sairá vitorioso? Bem, se depender do número de patentes na área, me parece que os amiguinhos lá do Oriente estão a passos largos…

Já vimos que a China tem tido uma produção tecnológica absurda nos últimos anos. Mais propriamente vimos que a produção tecnológica, na verdade, não se trata de algo distante da realidade das pessoas. A ficção que ronda o tema é típica dos filmes épicos do tipo Star Wars e também das grandes corporações como a Apple que lançam produtos em massa que fazem história!

Entretanto, vimos ainda que no mundo real são as patentes que fazem a diferença. Sim, um pequeno pedaço de papel que garante o direito de uma empresa explorar tal tecnologia em determinado mercado. Quando se trata de inovação tecnológica, estamos falando de milhões de pequenas empresas de base tecnológica, muitas vezes incógnatas ao público amplo, mas que detém um verdadeiro exército de empreendedores e inventores.

Detalhe: são elas agora famosas pelo termo startups e quem sabe a sua não será a próxima do Vale do Silício, assim como o Google e NetFlix o foram não tanto tempo atrás. Vamos conhecer aqui apenas um dos grandes segredos delas…

Observatório de inteligência tecnológica

Aqui um grande problema. Como manter um “farol” sobre todas as patentes desenvolvidas por competidores ao redor do mundo na sua área? Só para se ter uma ideia, em “artificial intelligence” foram 11.557 patentes somente em 2020! Para se manter atualizado você precisaria ler cerca de 32 patentes por dia! Isto significa que você precisaria ler mais de 1,3 patente por hora!! E uma patente tem em média 12 a 15 páginas com letras bem miudinhas… Ou seja, algo humanamente impossível!!!

É por este motivo que as empresas inovadoras precisam manter profissionais dedicados somente ao trabalho de “inteligência tecnológica”, não deixando escapar nenhuma informação de seus “competidores tecnológicos” ao redor do mundo, seja ele uma grande empresa ou a próxima startup de sucesso na área. É dali que pode vir a próxima tecnologia que revolucionará o seu mercado de atuação. É dali que também pode surgir o insight para o próximo projeto de inovação de produto que moldará o futuro da sua companhia nos próximos 20 anos!

Agora, se você não tem como monitorar tudo o que sai nos escritórios de patentes ao redor do mundo, minimamente você precisa ter o que chamamos de “observatório tecnológico”, qual seja o repositório onde vai registrando de tempos em tempos as patentes que lhe chamaram atenção na sua área. Veja, assim você dificilmente trará algo do tipo breakthrough, mas ao menos terá condição de tomar contato com o que está acontecendo de mais relevante para não ficar totalmente perdido. Parece pouco, mas a experiência mostra que isto já representa um baita diferencial competitivo!!

Figura 1. Ferramenta iNovarvm disponível em ricardobarreto.com.

Veja bem, apenas nos últimos 15 minutos, já registrei 2 patentes sobre “inteligência artificial” utilizando a ferramenta iNovarvm e olha a Coréia (não apenas China e USA) com a LG Eletronics, pesquisando aplicações de na área de painéis eletrônicos… Conheça e inicie seu próprio “observatório de inteligência tecnológica” o quanto antes!

Competidores tecnológicos

Claro que a essa altura o leitor perspicaz já deve ter notado que o que sustenta a posição de mercado de uma empresa em muitos casos é a sua “força tecnológica”. E não são somente as empresas que competem por mercados. Os países também têm interesses estratégicos. Nos dias de hoje os impérios não são mais formados por militares e sim por cientistas e empreendedores!

Mas como medir a “força tecnológica” de uma empresa ou de um país? Desenhamos alguns algoritmos bem específicos que nos permitem boa acurácia nessa missão. Por exemplo, eu não tinha a menor noção de que o Brasil paga algo em torno de 5,2 bilhões de Dólares para empresas estrangeiras somente em royalties. Ao mesmo nem imaginava que o saldo de patentes “correntes” que entraram e saíram da Índia foi de apenas 52.787. São indicadores nem um pouco usuais, mas bem fáceis de se obter publicamente.    

Para empresas, a lógica dos indicadores é a mesma. De que adianta uma nova empresa brasileira de motores elétricos ter 9 patentes depositadas no INPI se nenhuma delas foi estendida para os maiores mercados mundiais que estão na Europa, China e USA?! Muito provavelmente foi mais um spinoff universitária que não saiu da primeira rodada de investidores… Já os grandes inventores, assim como os cientistas, se reconhecem pela produtividade. Não há magica! É na disciplina e esmero que se conquista a excelência.    

Figura 2. Algoritmos para o scoring de relevância de países, empresas e inventores.

Chegamos ao final de mais um capítulo que se propôs a introduzir um tema de extrema relevância para geração de valor: a “inteligência tecnológica”. Espero que tenha ficado claro o poder das patentes, do empreendedorismo e o papel de uma análise mais detalhada das bases de dados espalhadas ao redor do mundo.

Somente o uso de ferramentas sistemáticas de monitoramento e geração de informação relevante, através de algoritmos e sistemas de recomendação, poderão ajudar empresas e inventores a manterem-se competitivos em suas aplicações de interesse, trazendo ao mercado produtos de sucesso. No entanto, essa tarefa ainda está longe de ser elementar…

Aos países com indicadores de tecnologia pífios, enquanto não houver uma política estruturante de fomento à inovação tal como a dos USA no pós-guerra, continuaremos a assistir balanças comerciais “empobrecedoras” por mais que se esforcem exportando milhões de toneladas de commodities… Apenas um navio carregado de microprocessadores chineses já é o suficiente para anular todo este esforço!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

Decidindo eventos com inteligência tecnológica

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Se você está pensando no próximo grande lançamento da Apple em Cupertino ou na corrida espacial que está sendo travada neste exato momento entre os 2 homens mais ricos do mundo (Musk versus Besos), está redondamente enganado! Não estamos falando aqui da próxima grande revolução tecnológica, muito menos do próximo “aparelhinho” que vai cair na graça das grandes massas…

Falo, outrossim, das “inovações de base”, daquelas que movem as indústrias de diferentes setores e que dão sustentação a toda uma cadeia de processos produtivos que permitem, enfim, obter os produtos que encontramos nas prateleiras no nosso dia a dia, deste o papel que se produz a partir da celulose da madeira e embala a pizza entregue pelo iFood até a tinta do avião da Boing em que você acabou de decolar e que economizará alguns milhares de litros de combustível fóssil por conta do seu “pigmento oco” levíssimo de última geração!

Definitivamente tais inovações não estão na “boca do povo”. Por quê? Simplesmente o usuário final não as enxerga e nem faria sentido um Ad no YouTube! Entretanto, são elas que movem os times de P&D nas empresas que mais inovam ao redor do mundo, sendo responsáveis pelos milhões de pedidos de patentes que os escritórios oficiais recebem anualmente. Somente na China foram 3.650.591 em 2020!  

Vamos conhecer aqui algumas das situações típicas que estas empresas enfrentam e que muitos ignoram.

Davi e Golias da tecnologia

Nas batalhas do mundo moderno, assim como nos tempos bíblicos, nem sempre os gigantes se saem bem… Muitas vezes é a agilidade e astúcia dos menores que fazem toda a diferença na corrida pelo diferencial competitivo. Acreditem: muitas empresas conceituadas preferem adquirir uma tecnologia já desenvolvida por uma startup ou spinoff universitária para acelerar o seu time to market!

Foi o Prof. Henry Chesbrough da Universidade de Berkeley quem deu o devido tratamento teórico ao que chamou genericamente de “inovação aberta”.1 Esta estratégia é muito comum no Vale do Silício e outros ecossistemas de pólos tecnológicos mundo afora em que a interação entre a universidade, órgãos de fomento e indústria é praticamente uma premissa.

No Brasil tivemos um caso clássico de uma tecnologia na indústria de tintas que foi literalmente abduzida. Tratava-se de um novo pigmento nanotecnológico chamado “Biphor”, desenvolvido pelo renomado Prof. Fernando Galembeck da Unicamp. Sua patente foi licenciada por uma bagatela para a gigante americana Bunge e nunca mais ouviu-se falar da tecnologia que rivalizava o dióxido de titânio num mercado de cerca de 5 bilhões de dólares…

Figura. Tecnologia brasileira incorporada por um grupo estrangeiro.2

Veja, no mundo corporativo de hoje em dia, em que as organizações inovadoras se digladiam com tecnologias cada vez mais “afiadas”, o coitado Davi é mais propriamente “engolido” pelo poderoso Golias…

Barreiras de entrada tecnológicas

Não é preciso ser economista, ter feito MBA na Kellogg School of Management ou fazer parte do board de uma grande empresa para se preocupar com uma das estratégias de negócios mais clássicas e bem-sucedidas de todos os tempos! Tanto que o próprio Prof. David Besanko discorre sucintamente sobre ela em seu clássico dos clássicos…3

Se a sua empresa “navega” num mercado distindo das commodities, qual seja aquele em que o produto ou serviço precisa apresentar atributos de valor constantemente superiores aos da concorrência, então, sem sombra de dúvidas, não sei o que você está esperando para estruturar um time de P&D em sua organização, injetando anualmente pelo menos 1% das suas receitas ali, nem que seja de início com um único inventor ativo!

Para vender soja ou minério de ferro, vá lá! Agora, se a parada for microprocessadores ou novos medicamentos a “pegada” é outra… E como se faz para se garantir nesta verdadeira “briga de foices”? O segredo está num simples documento de algumas páginas: as patentes. São elas que garantem o que chamamos de “barreira tecnológica” para as empresas que inovam. São, na verdade, uma reserva de direito (propriedade intelectual), a qual praticamente todos os países respeitam através de tratados internacionais.

Se você submete e tem concedida uma patente nos principais mercados que pretente explorar com a sua nova tecnologia (exs. Estados Unidos, Europa e América Latina), isto significa que os concorrentes não poderão “copiar” os seus diferenciais tecnológicos, a não ser que consigam desenvolver algo totalmente novo e que supere a sua performance (“estado da arte” versus “estado da técnica”). Evidentemente, que isto não é impossível!

§

A essa altura o leitor já deve ter capturado bem mais do que imaginou ao ler o título levemente desinteressante deste capítulo… Deve também ter pensado sobre o posicionamento do seu país e da sua empresa neste grande “jogo tecnológico”… Refletido sobre quem é o Davi e o Golias… E, claro, chegado a uma conclusão pra lá de importante: que as boas decisões tecnológicas carecem de investimentod e rápido!  

Entretanto, neste jogo de mercado, existem diversos outros fatores que influenciam na decisão de compra e todos sabem que, uma vez conquistados, leva-se tempo e bastante esforço para conseguir “mudar a cabeça do” cliente (o Prof. Besanko chama isso de “shifting costs”).3  

Mas, sem me estender por demais, o que mais me encanta mesmo nas “barreiras tecnológicas”, é a largada na frente da corrida tecnológica. Ganha-se tempo! E talvez o tempo suficiente (e precioso) para você dominar o mercado e impor outros tipos de barreira de entrada… Capiche?!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões (volume I)

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Saiba mais: 

1. Chesbrough, H.W. Open business model: how to thrive in the new innovation landscape, Boston, MA: Harvard Business School Press, 2006.

2. Rachel Bueno, Pesquisadores desenvolvem pigmento para tintas a partir de nanopartículas, Jornal da Unicamp, 3 a 9 de outubro de 2005.

3. Besanko, David. A economia da estratégia, 3ª ed., Porto Alegre: Bookman, 2006.

Recomendando informações com inteligência tecnológica

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Anteriormente vimos o “poder” da metodologia utilizada para geração dos documentos de inteligência científica. Agora, chegou a hora de estendermos este conhecimento para gerar os documentos de inteligência tecnológica.

Da mesma forma, temos aqui a divisão em 3 categorias: análises, monitoramentos e prospecções. Também vamos utilizar a mesma estratégia de nos aprofundar de forma gradativa nos diferentes níveis informacionais, desde o campo tecnológico mais abrangente, passando pelas aplicações específicas até, finalmente, identificar as empresas e inventores de destaque.

Eis a questão: como estes documentos podem contribuir no ambiente competitivo das empresas? Certamente ajudam os profissionais envolvidos em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) na tomada de decisão sobre as melhores estratégias de inovações tecnológicas a serem adotadas no médio e longo prazo. Vejamos, mesmo que de relance, como isto se dá na prática.

Análises tecnológicas

Sempre é a opção de escolha quando se trata de identificar macrotendências. Mais do que acompanhar o perfil da curva “S” do seu campo tecnológico, você deve estar atento à velocidade das evoluções. O campo “video streaming”, por exemplo, em 2002 tinha 376 patentes publicadas, crescendo ano a ano até fechar 2016 com 1.267 publicações. Ou seja, encontrave-se ainda em franca expansão!

No entanto, ao abrir este número no mapa, observa-se algo inusitado. Em verdade, o crescimento entre os países competidores (Estados Unidos, China, Japão, Reino Unido e Coréia do Sul) é praticamente “flat” ao longo deste período, o que demonstra que a tecnologia se encontra na fase de disseminação para outros países entrantes. Ou seja, já se foi a primeira onda de desenvolvimento!

Figura. Exemplo de competição tecnológica entre países.

Monitoramentos tecnológicos

Vamos lá. Você já sabe onde a coisa tá literalmente “bombando” no campo tecnológico video streaming, mas seu interesse é bem mais específico. Você quer saber, em realidade, quem tá “mandando ver” na área das EduTechs, mais propriamente das “learning platforms”: seu core business, ou melhor, sua core technology!!

É preciso, portanto, varrer a literatura de patentes para monitorar constantemente os movimentos dos seus competidores. Eis o propósito dos documentos de monitoramento tecnológico. É assim que você poderia descobrir que a empresa “Inventec Technology” tinha acabado de lançar uma plataforma com um diferencial tecnológico muito parecido com o da sua plataforma, obrigando-o a realizar um pivot de salvaguarda…

Sim, é possível este tipo de antecipação ao manter a disciplina e diligência para alimentar o radar tecnológico que apresenta uma listagem das patentes mais recentes ou mais relevantes da empresa ou do inventor em foco. Pois bem: quem iria imaginar que raios o chinês “Guo Zhinan” estava criando o mesmo sistema de certificação da sua plataforma de ensino?!

Prospecções tecnológicas

Não sofra do “complexo de avestruz”. No mundo da tecnologia não se pode “enterrar a cabeça” somente na sua área! As conexões interdisciplinares são cada vez mais frequentes e a experiência ensina que, normalmente, as inovações mais disruptivas vêm dos mercados adjacentes. Quem iria imaginar, na década de 80, que as câmeras fotagráficas seriam substituídas pelos telefones celulares?!

Sendo assim, o propósito da prospecção tecnológica é justamente identificar assuntos emergentes e novos entrantes. É possível levantar rapidamente uma listagem das aplicações relacionadas. Basta realizar pesquisas com a TAG da sua aplicação de interesse e selecionar TAGs dos títulos dos resultados mais relevantes. Então, realiza-se a pesquisa novamente com ambas as TAGs e calcula-se o grau de correlação. Sem dificuldades, você encontrará a importância da aplicação “video recommendations”.

Em verdade, tal capacidade de se recomendar vídeos de acordo com o perfil do usuário revela o universo dos algoritmos de inteligência artificial, de modo que já se esperava na competição tecnológica, comparando-se o desempenho ano a ano em termos do número de patentes publicadas, que aparecesse o Google como um dos players TOP 5, produzindo tecnologias de ponta na área. É claro que o YouTube despontou justamente daí!  

Vimos, portanto, que ao se analisar com cuidado a informação escondida por trás de bases de dados públicas de patentes, temos condições de tomar decisões que podem representar até mesmo a sobrevivência de toda uma indústria!

Fazendo-se uma analogia nem tão esdrúxula assim, podemos dizer que não são somente os lutadores de artes marciais que gostam de estudar seu adversário antes de desferir o primeiro golpe… Acontece que, quando se trata de inovação tecnológica, não se sabe ao certo quem é o seu adversário!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

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Filtrando dados com inteligência tecnológica

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Vocês evidentemente já devem estar imaginando que a “competência tecnológica” é algo bem distinto da científica. Não se trata aqui de acumular mais e mais conhecimentos. Os inventores, ao contrário dos acadêmicos, precisam ter antes de mais nada o “tino pro negócio”! Precisam saber “farejar” oportunidades nos produtos (ou serviços), perseguir os clientes insatisfeitos, as assimetrias de mercado, encontrar atributos não percebidos, enfim, diferenciar-se nos meios altamente competitivos em que estão inseridos.   

Acontece que, muitas das vezes, ao se projetar os atributos do “produto ideal”, esbarra-se na tecnologia que ainda está muito aquém daquele patamar de desempenho tão almejado… Veja o caso do iPod que só nasceu quando se tornou possível armazenar 1.000 músicas numa caixinha metálica não muito maior, e nem tão pesada, quanto uma caixa de fósforos!

Pois bem, fato é que o universo tecnológico é tão vasto se não for ainda maior que o universo acadêmico. A vigília informacional, portanto, é necessária não só para inovar nos produtos e processos, mas sobretudo uma questão de sobrevivência, dado que um novo “entrante” no seu mercado pode simplemente dizimar a concorrência em questão de meses, tornando os demais players irrelevantes…

Por sua vez, a unidade de informação elementar para “inteligência tecnológica” é a patente, documento que serve para preservar o direito de propriedade intelectual da invenção. São as bases de patentes dos escritórios de países espalhados ao redor do mundo que nos reservam grandes segredos… Vamos desbravá-los?  

Seleção das bases de dados tecnológicas

Apesar da maioria dos países signatários dos tratados internacionais de propriedade intelectual serem obrigados a dispor publicamente das suas bases de dados, vemos que ainda hoje poucos oferecem, de fato, plataformas de busca modernas e amigáveis aos usuários como um “Google” da vida…

Aliás, o próprio Google percebeu a “brecha” e lançou sua base de patentes (a Google Patents), compilando incialmente só os dados do escritório americano de patentes (o USPTO), mas com anseios de compilar, gradativamente, todos os escritórios de patentes ao redor do mundo. Sempre ousados estes caras! Fica a dica: não deixe de testar esta base antes de consultar as públicas…

Pois bem. Vamos aos exemplos. Imagine que você é um engenheiro de software e está concluindo a graduação em Stanford. Claro, os anseios acadêmicos não o apetecem neste momento, dado que o seu trabalho de conclusão de curso foi um sucesso e o próprio professor de empreendedorismo o encorajou a buscar investidores para montar uma startup na Vale do Silício. Qualquer analogia é mera coincidência… [hehe]

O primeiro passo, claro, é levantar a lista de bases de dados tecnológicas que você deverá monitorar diuturnamente… Defina suas TAGs: uma principal da aplicação de interesse (ex. internet platform) e outra secundária, porém não menos importante (ex. social network). Efetue as buscas das patentes publicadas no último ano pelo abstract (título ou qualquer campo) em cada uma das bases de dados.

Então, afinal, ordene a lista e escolha evidentemente a base TOP 1. Ah, claro, mantenha sempre uma nacional e outra internacional no seu “farol”. Assim, são mínimas as chances de passar algo relevante desapercebido… Abaixo vemos que a Patent Lens bateu até mesmo o Google entre as bases internacionais para as TAGs selecionadas!    

Tabela

Descrição gerada automaticamente
Figura. Lista de bases de dados tecnológicas.

Identificando aplicações de interesse

O desafio, agora, é proceder com a técnica de data mining (mais especificamente text mining) visando obter informação tecnológica relevante. Voltemos ao nosso exemplo prático. Vamos supor que nosso engenheiro de software estivesse apenas iniciando sua monografia… Como saber onde “meter as caras”, ou seja, qual aplicação dentro desse vasto campo tecnológico (software) que mais o interessa?

A mente ordinária iria pelo caminho mais fácil, do viés, da parcialidade ou, porque não dizer, da opinião colegiada. No entanto, um inventor que se preze detesta o senso comum! Num primeiro momento, ele deve sempre abrir as possibilidades em busca da tão sonhada “brecha” tecnológica, aquela que pode lhe propiciar um breve momento de epifania, parafrasendo Steve Blank, nosso grande mestre da inovação acelerada!

Para tal, o procedimento de busca nas bases de dados tecnológicas é muito simples: basta pesquisar com a TAG do campo tecnológico no abstract e identificar TAGs de aplicações de interesse nos títulos dos resultados das patentes mais recentes ou mais relevantes. Por fim, resta pesquisar somente com a TAG da aplicação de interesse escolhida no abstract e computar o resultado do esforço tecnológico: o número de patentes publicadas na área.

Identificando empresas e inventores

Ok, nosso formando (o Zuckerberg, certo?!) já descobriu que a área que estava bombando, neste espaço-tempo, era realmente “internet platform”. Como poderia ele agora descobrir rapidamente quem seriam os players tecnológicos em questão de minutos? Não se engane, pagar consultorias caríssimas para obter de antemão dossiês tecnológicos não cabe no bolso de um fundador de startup!   

Veja bem: primero devemos descobrir as empresas e depois os inventores. Na mesma tela que você estava, pesquise com a TAG da aplicação de interesse “internet platform” no abstract e extraia os applicants (que são normalmente empresas) dos resultados das patentes mais recentes ou mais relevantes. Certamente, ao fazer a pesquisa hoje, irá se deparar com vários resultados do facebook, mas não naquela época… [hehe]

Então, proceda com a mesma pesquisa só que utilizando somente o nome da empresa e terá o esforço de desenvolvimento da referida empresa na área. Este dado é lindo, especialmente quando você o projeta num período de 15 a 20 anos… Detalhe importante: aplique exatamente o mesmo procedimento para identificar os inventores que “bombam” na área e, quem sabe, pode chegar num possível partner ou futuro employee!

Evidentemente que existem diversas técnicas complementares de data mining que nos ajudam a encontrar padrões e tendências nestas pesquisas. Uma delas, que eu chamo de competição tecnológica, é muito bacana para verificar o esforço par e passo dos players TOP 5. Você verá, claramente, o aflorar de “novos entrantes” e o esmorecer de gigantes!

Outra visão que me encanta é a constatação inequívoca de quando estamos diante de verdadeiros “breakthroghs tecnológicos”. Nada se compara a uma curva “S” muito bem delineada, mostrando o salto de desempenho de um determinado produto e muitas tecnologias nascerem ou morrerem. Foi assim que vi a Sony despontar e a Kodak esmorecer do mercado de câmeras fotográficas. Hoje é só história de aulinha de inovação… [rss]  

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

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