Sobre a ÉTICA EVOLUCIONISTA (parte II)

Extraído do prefácio da obra ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #henribarreto #prefacios #escândalos #códigosmorais #moral

Chamo a atenção dos leitores para o título da obra “Ética Evolucionista: a Razão da Moral”, o qual diz per si que a ética é dinâmica e que leva à compreensão da moral.

Podemos também observar que houve uma preocupação de pesquisar e citar autoridades clássicas e atuais da ética e moral que balizaram seu trabalho, procurando transmitir as diversas opiniões sobre o assunto e que contribuíram para a evolução do ser humano.

Desta forma, para analisá-la, necessário se faz antes de mais nada uma menção aos mais antigos códigos morais da humanidade.

Códigos morais

Através das religiões tribais, ainda presentes em nossos dias, podemos vislumbrar as virtudes esquecidas pela civilização de hoje, que o homem procurou regular diante da sociedade através da mitologia e da metafísica. 

Historicamente, podemos afirmar que os mais antigos códigos morais, como o de Hamurabi, preconizavam a vingança social do “olho por olho dente por dente” e influenciaram nossa civilização de hoje. 

Entretanto, foi o judaísmo que nos deixou o maior legado, através dos “dez mandamentos de Deus”, considerado o maior código de conduta do homem, o qual Jesus preconizou seu cumprimento e o resumiu na lei universal do amor, hoje sacramentada por todas as religiões cristãs.

Ética e moral

Neste ensaio filosófico, o autor procurou mostrar a diferença entre ética e moral, exemplificando-as de maneira simples e atual, sem dogmatizar ou se prender a termos filosóficos e definições cansativas.

Percebe-se, igualmente, sua independência quanto às diversas correntes filosóficas e religiosas, procurando enfatizar aquelas que agem de maneira mais racional e livres de preconceitos ou dogmas, que interfiram no livre arbítrio e na liberdade de pensar.  

Outro aspecto interessante de seu ensaio é o de mostrar a atual tendência de globalização social, política e econômica, devido ao avanço da ciência nestes últimos séculos; demonstra ainda estarmos muito longe do avanço ético-moral idealizado.

Escândalos pra quê?

Foram abordados escândalos e aspectos bem atuais como a estética e a netica (ciência da informação), assim como um assunto muito em voga nos dias de hoje, que é a ética aplicada na política.

Um exemplo de corporativismo antiético, citado pelo autor, foi o do escândalo da Parmalat, ao qual poderíamos acrescentar outros como o da indústria armamentista, tabagista e farmacêutica, fabricantes de armas destruidoras, cigarros, a talidomida e o agente laranja, drogas estas que mataram e continuam matando milhões de pessoas. 

Não podemos nos esquecer que escândalos políticos foram fartamente registrados na antiga Grécia e Roma, como também por um de nossos mais brilhantes políticos: Rui Barbosa.1

Mediante tanta imoralidade, vamos agir e lembrar um dito de Luther King,1 em defesa dos justos e da não violência, a saber:

“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética; o que mais me preocupa é o silencio dos bons”.

§

Assim, todos nós, leitores, podemos acompanhar, neste ensaio, a evolução sob os seus dois aspectos essenciais, ou seja, o existencial e o moral nos diversos campos da ciência.

Gostaríamos de finalizar a leitura deste trabalho acrescentando um antigo preceito de que “nada imoral pode ser justo e nada injusto pode ser Moral”. Assim sendo, toda lei ou regra justa deve fundamentar-se na ética e na lei moral.

Campinas-SP, primavera de 2007

Por Henri B. F. Barreto, meu pai, químico pesquisador e profundo conhecedor da doutrina espírita!

Créditos:

Autoria por Henri Barreto. Edição por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

Sobre a ÉTICA EVOLUCIONISTA (parte I)

Extraído do posfácio da obra ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #poetasbrasileiros #silvabarreto #posfacios #livre-pensamento #éticacientífica #éticareligiosa

Nada mais feliz foi a decisão do moço Ricardo de Lima Barreto, ao escolher para o pórtico desta obra a figura magistral de Rui Barbosa, um dos maiores pensadores brasileiros. Foi uma espécie de decisão mística, ao invocar inspiração para um trabalho literário repleto de locuções lítero-filosóficas.

Seria muito mais fácil apreciar esta obra se ela não tivesse nenhuma conotação com os mistérios da vida. Entretanto, não é o caso presente. A profundidade de suas pesquisas, principalmente na área da metafísica, da ética e da moral, obriga-nos aguçar nossa mente nas raízes dos conceitos. Se assim não fizermos, seremos arrastados pela torrente de seu raciocínio e, conseqüentemente, pelas suas conclusões.

Recomendo a leitura, com carinho, dos referidos capítulos, “Ética Científica e o capítulo neológico Nética, cujo valor está nas análises meticulosas que o autor fez, principalmente neste último onde fez várias indagações, duvidando que as informações obtidas possam contribuir para a nossa felicidade (Leia o meu poema “A Procura da Felicidade”, onde, como poeta a encontrei).

Sobre o livre-pensamento

O conceito mais profundo aqui examinado foi o metafísico do “Livre Pensamento” que eu, um antigo ATEU, passei para o materialismo para evoluir e me fixar, finalmente, na moderna filosofia do “Livre Pensamento”.

Não se trata, na realidade, de um “Pensamento Livre”, mas, sim, de um “Livre Arbítrio” para apreciação de cada preceito religioso sem interferir ou condenar os fundamentos filosóficos de cada um, desde que praticados fielmente e, principalmente, sem fanatismo que constitui um execrado mal de todas organizações sociais e religiosas.

Luto pela perfeição de todos os preceitos sadios que regem uma sociedade humana, sejam eles de caráter físico ou metafísico. Até um Código de Hamurabi, com seu princípio feroz do “olho por olho, dente por dente” poderia ser melhor interpretado e adaptado à velha Mesopotâmia sem a filosofia da “Justiça Vingativa”.

O que mais me impressionou, conforme já disse anteriormente, foi sua perspicaz análise do denominado “Livre Pensamento”, corrente filosófica que eu abraço e que combate o maior inimigo da liberdade religiosa – o fanatismo.

Sobre a matéria, Ferrater Mora, no seu Dicionário de Filosofia vol. II, pág. 57, muito bem a apreciou. Diz ele que o termo Livre Pensador pode tomar dois sentidos: um amplo e outro restrito.

No primeiro sentido chama-se “Livre Pensador” todo aquele que não aderiu a um determinado dogma. Nesse sentido são os libertinos, os libertários, ou seja, anarquistas, inimigos de todo governo, não entendidos como sectários, que segue uma seita. No segundo sentido se chama “Livre Pensador” os diversos grupos de pensadores dos séculos XVII e XVIII, especialmente na Inglaterra e na França.

A característica predominante dos “Livre Pensadores” franceses e ingleses era predicar a tolerância religiosa e aplaudir o racionalismo. Os livre pensadores em questão rechaçaram, quase sempre, os mistérios sobrenaturais e os dogmas das Igrejas oficiais; às vezes admitiam um cristianismo primitivo, em seu entender mais puro. “A veces opusieron el Estado a la Iglesia como medio de fomentar la tolerância religiosa” (Ibidem).

Sobre a ética religiosa

Todas as religiões tiveram, como preceito positivo, a prática do bem. O fanatismo, entretanto, destruiu, em quase todas, este preceito ético, desvirtuando-as.

Em um dos capítulos o autor desta obra exalta a caridade como sendo o maior legado do ser humano. Sempre professei uma filosofia contrária à caridade. Sobre o assunto escrevi:

“A caridade é a maneira pela qual compensamos nossas faltas, dando a algum mendigo as sobras de nosso prato. Se sonhamos com o céu, ela visa a compra de um passaporte para esse Paraíso após a morte. Se nele não acreditamos, nada mais representa do que uma descarga do peso de nossa consciência, porque a esmola é um vilipêndio, é um ultraje à honra de que foi vencido na luta pela vida por aquele que a natureza dotou com superior capacidade física e mental”.

Sobre a ética científica

Não poderemos afirmar que, neste trabalho, há o melhor e o pior capítulo porque o autor primou pela busca da perfeição em todos eles. Entretanto, eu, particularmente, prefiro o capítulo “Análise V – Ética Científica”, de inspiração Nietzschiana como de conteúdo mais profundo e sem qualquer afirmação discordante de meu entendimento.

No capítulo “Ética Científica”, o autor expõe as muitas iniqüidades cometidas contra aqueles que ousassem pensar além dos limites impingidos pela “Santa Igreja”. Taxados de bruxos, muitos cientistas foram considerados hereges pela Igreja Católica e queimados vivos nas fogueiras por causa de suas ideias tidas como revolucionárias.

A este respeito foi publicado, recentemente, um livro do Acadêmico Arnaldo Niskier, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, “Branca Dias – O Martírio”, muito ilustrativo que merece ser lido por todos que desejam conhecer a verdade histórica da Inquisição, mancha negra de um período do falso cristianismo que contrariou a pregação do próprio Cristo.

§

O valor deste livro está na profundidade analítica dos temas que o autor, bem novo, avançou com coragem em busca de soluções, principalmente filosóficas e religiosas.

Finalizando o presente Posfácio, já muito longo, não poderei deixar de reconhecer a bem elaborada análise das duas principais proposições: A ÉTICA E A MORAL.

Acredito, piamente, no êxito desta publicação, sem entrar nas apreciações Kardecistas de um dos capítulos e do Prefaciador.

São Paulo, primavera de 2007

Por Silva Barreto, meu avô, procurador do estado de São Paulo, profundo intelectual e POETA aclamado, com mais de 20 livros publicados!

Créditos:

Autoria por Silva Barreto. Edição por Ricardo Barreto

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  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #filosofia #ética #éticaevolucionista #moral

Pode um indivíduo ser ético sendo amoral? Ou primar pela moral e faltar com a ética??? Este é o cerne desta apresentação que sintetiza o conteúdo abordado no livro que leva o mesmo título.

Tópicos:

  • Qual é a natureza da ética?
  • Em que constitui sua ética pessoal?
  • Como conceber um juízo moral?
  • Como tomar uma decisão ética?
  • O que fazer para levar uma vida social segundo seus padrões éticos?

Acesse AQUI

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

Uma atitude religiosa

#ricardobarreto #livrovivo #filosofia #éticaevolucionista #atitudereligiosa

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GÊNERO LITERÁRIO: ensaio

TEMPO DE LEITURA: 00:03:45

Finalizada nossa análise preliminar sobre ética e a moral (partes I e II), adentrando um pouco mais a fundo na natureza do ser humano, além da sua realidade material, o que o distingue dos outros seres da natureza é o fato dele ser consciente e racional que o caracteriza como uma “inteligência autônoma”.*

Isto significa, em última análise, que o ser humano tem consciência da sua existência (física e extrafísica) e ciência do mundo ao seu redor. Tal propriedade lhe confere uma “dualidade” característica, capacitando-o plenamente para tomada de decisão em sua vida, fundamental ao seu equilíbrio físico e mental tão necessários à sobrevivência.

Dualismo existencial

Pode-se dizer, assim, que somos compostos de uma natureza racional, que nos permite harmonizar nossa Consciência perante os diversos dilemas éticos advindos da convivência social, e de uma natureza científica, responsável pela percepção e compreensão dos fenômenos físicos e extrafísicos experimentados no cotidiano. Nesse sentido, nossa evolução está intimamente associada ao desenvolvimento contínuo e harmônico destas duas facetas humanas. Qualquer desequilíbrio pode gerar sérios problemas conscienciais…

Tanto o cientista mais consagrado, preocupado tão-somente com os seus cálculos e experimentos, assim como também o exímio filantropo, que não procura melhorar os seus conhecimentos, correm sérios riscos de perderem o controle psíquico e caírem em estados psicopatológicos, tais como a esquizofrenia, depressão ou até mesmo o pânico.

Logo, é de se esperar que, para atingir um ponto de equilíbrio nesta dualidade do “ser racional” e do “ser científico”, busquemos, de um lado, o aprimoramento filosófico, através da reflexão profunda num constante esforço pela atitude ética, e, concomitantemente, deve-se buscar a assimilação de novos conhecimentos, que nos permitam compreender melhor nossa realidade física e extrafísica, aguçando a “cosmovisão”!

Só daí, a harmonia reinará em todas as nossas interações com o meio no qual vivemos, possibilitando o gozo natural dos Estados Alterados de Consciência – EACs, um importante canal de transcendência para superConsciência e a chave para sanar todos os problemas conscienciais que arruinam as vidas de muitas pessoas.

Da psicologia analítica

De todas as ciências oriundas da filosofia, talvez a psicologia seja a que mais fortemente se liga aos seus princípios fundamentais. A compreensão da psique humana não é outra coisa senão uma profunda reflexão sobre os mecanismos que regem a mente humana e suas implicações comportamentais, coisa que os grandes filósofos gregos já o faziam desde Demócrito.

De qualquer forma, o que realmente nos interessa é analisar um pouco mais a fundo a tal “lei de função transcendente”, propalada por Carl Jung. Ela estabelece que, para os fatos inexplicáveis ao consciente pela razão, gera-se um “conflito consciencial” que só pode ser neutralizado pela concepção de um mundo à parte dos sentidos, mítico ou imaginário…

Muito embora seja este o pilar de toda a psicologia analítica, não fica clara a analogia e transposição do “mundo das ideias” de Platão? Friedrich Doucet, em suas perambulanças pelo universo das “ciências ocultas”, usa esta ideia para explicar a necessidade do ser humano criar um “mundo religioso”, de modo a restabelecer o seu equilíbrio psíquico e evitar o surgimento das graves neuroses do cotidiano.

A concepção religiosa

Segundo este ponto de vista, somente pela religião (ou, melhor dizendo, pela atitude religiosa), pode-se entender a grande saga do homem pela concepção de um Deus, Senhor do seu “mundo imaginário”, tão necessário à existência quanto o próprio ar!

Todavia, o que não se pode compreender são os inumeráveis desvios de conduta ética, em nome desse mesmo Deus, cometidos pelos “pseudo-religiosos” ao longo de toda história da humanidade.

Até quando ouviremos estes falsos profetas? São eles, como já dizia nosso grande Mestre Jesus, “cegos guiando cegos”. Se olharmos para trás, ver-se-á quantas atrocidades já cometeram nossos antepassados: os horrores da inquisição, as cruzadas sanguinolentas e tantos outros fanatismos que continuamos a assistir ainda hoje, como o inconcebível atentado suicida do 11 de setembro de 2001.

§

Finalmente, não é a extinção das religiões que devemos defender e sim o fim do seu enfoque como instituição humana. O vislumbre do “poder monástico” é inequívoco. Viu-se até recentemente a ascensão de um papa (Bento XVI) dizendo que rezava para não ser papa…

Certo estava Pestalozzi ao afirmar que “a verdadeira religião é a moralidade”. Por isso, tenho hoje a convicção plena de que o melhor é sermos os “pastores de nós mesmos”. O livre-pensamento pressupõe a ausência de qualquer arbitrariedade, o que possibilita a escolha das doutrinas e filosofias que melhor se enquadrem ao estágio evolutivo de cada um. Daí, para a auto-realização, tem-se outra jornada!

 

* Cabe salientar a outra categoria de “inteligência programada” que é totalmente controlada por algoritmos, sem verdadeira autonomia de ação. Via de regra, a autonomia é aparente e só a lógica da sua programação pode revelar as nuances.

 

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Para um maior entendimento sobre o termo EAC, vide A Loucura Benigna, publicado pelo autor em Livrovivo 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  3. Friedrich W. Doucet, O Livro de Ouro das Ciências Ocultas, 2002, Ediouro, 37.

Princípios morais e éticos – parte II

#filosofia #ética #epicuro #éticaevolucionista #ricardobarreto

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TEMPO DE LEITURA: 00:02:16

A ética faz parte da filosofia, matéria esta que vale a pena conhecer mais a fundo, haja vista que é não só o germe de todas as ciências, mas também a condição essencial para que o ser humano atinja sua tão almejada plenitude consciencial!

Este estado, tão obscuro e distante para muitos, principia pelo esforço propalado na Grécia antiga por Sócrates na forma popular do “conhece-te a ti mesmo”…

Esta máxima, por si só, corporifica boa parte do que se precisa saber para discorrer sobre qualquer tipo de análise ética. De qualquer forma, não pudemos deixar de lançar aqui as nossa próprias bases… Confiram!

Para que serve a filosofia?

Etimologicamente, a palavra filosofia significa o “amor à sabedoria”, muito embora seu real conceito seja a busca do discernimento, a compreensão do propósito das nossas existências e das leis que regem o universo. Acontece que esse entendimento da nossa natureza mais íntima e do nosso papel no universo está bem longe do trivial…

Quantos não foram os grandes pensadores que já não o tentaram além de Sócrates? Platão, Santo Agostinho, Spinoza, Nietzsche, Sartre, etc. E chegaram, quando muito, num sistema “falho ou incompleto” que logo seria contraposto por outro grande pensador.

Isto se dá, em verdade, porque não existe uma teoria única capaz de sistematizar leis e princípios genéricos, que nos levem mais rapidamente à sabedoria e felicidade. Esta é uma condição peculiar a cada indivíduo, dependendo exclusivamente da sua trilha evolutiva, galgada pelas experiências pessoais e na capacidade de aprendizado.

O que é, afinal, a felicidade?

O filósofo Epicuro buscou a tão sonhada felicidade aqui mesmo no plano físico, idealizando o “jardim dos prazeres”, onde a liberdade das paixões propiciasse um meio de ascensão espiritual…

Por sua vez, Platão pensava de forma diametralmente oposta, plasmando formas abstratas, onde a beleza suprema seria  possível, conquanto soubéssemos concebê-la no “mundo das ideias” !


A sabedoria está intimamente relacionada com a felicidade de cada um, a qual pode ser definida como sendo um estado de contentamento, caracterizado pela satisfação de todas as vontades ou desejos.


Muitas pessoas, todavia, se distanciam do processo de autoconhecimento em busca da felicidade ao estabelecerem vontades, ou paixões, que transgridem os limites da ética, contrapondo os interesses dos seus semelhantes.

Neste ponto, gera-se um “conflito consciencial”, pois a satisfação da sua vontade significa o prejuízo da vontade de outrem e a ética prima justamente pelo bem estar do maior número possível de pessoas…

§

O grande “elixir” da filosofia, portanto, é o discernimento intrapessoal e transpessoal, capaz de equilibrar as nossas vontades com o meio social, sem contrapô-las ao bem estar da maioria.

Desta forma, mais uma vez enfatizando o cerne do Novo Testamento, além de servir à sua própria satisfação, pode-se almejar, num estágio mais avançado, à satisfação do próximo!

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  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

Ética evolucionista – parte II

#filosofia #ética #éticaevolucionista #ricardobarreto

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TEMPO DE LEITURA: 00:02:01

Sobre a ética, afinal, qual é o real significado desta palavra de que tanto ouvimos falar? Os dicionários e as enciclopédias, em geral, costumam defini-la como “uma parte da filosofia que aborda os fundamentos da moral”.

Ao analisarmos sua raiz etimológica, constata-se que a palavra ética deriva do grego ethike que significa moral. Sendo assim, poder-se-ia concluir, a priori, que ética e moral são basicamente “os dois lados da mesma moeda”…

Nunca é tão simples assim! Existe uma sutil diferença que poucos enxergam, mas nem por isso devemos negligenciá-la. Pelo contrário, tentar-se-á, outrossim, diferenciá-las aqui de forma inequívoca.

Moral versus ética

A moral seria tudo aquilo que deriva dos princípios religiosos, enquanto que a ética emana das regras de conduta que regem a sociedade, sem necessariamente possuir uma ligação com esta ou aquela religião…

É importante frisar ainda que, assim como existe uma ética pessoal que rege a relação entre os indivíduos, também há uma ética institucional que contempla a relação entre as instituições.

Deve-se observar que as relações entre governos, empresas, ONGs e universidades, invariavelmente, afetam as pessoas e não podem assim ser tratadas de forma independente. Estão relacionadas e são de extrema importância para harmonia da sociedade como um todo!

Ciência, filosofia ou religião?

Desde os primórdios da civilização, o campo da moral sempre esteve diretamente relacionado com a religião, entretanto, coube à filosofia, no devido momento, dar-lhe um tratamento mais racional e menos impositivo…

O legado moral de Jesus Cristo, que deu origem ao Novo Testamento, passou posteriormente por inúmeras “análises críticas”, dentre as quais pode-se destacar o crivo da razão de São Paulo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, antes de consolidar o catolicismo tal como o conhecemos na atualidade…


Independente de credo, seria impossível negar outras doutrinas religiosas como o judaísmo, islamismo, hinduísmo e o budismo, todas com um papel extremamente profícuo à humanidade, proporcionando considerável evolução moral dos indivíduos, donde podiam sorver os princípios necessários ao seu crescimento pessoal e interpessoal.


Nos últimos séculos, entretanto, tem-se observado uma transição gradativa desse modelo para o humanismo, começando pelos movimentos de reforma religiosa, seguidos pela eclosão da ciência moderna, o comunismo e, mais recentemente, com o avanço da globalização política, econômica e social na onda do neoliberalismo… Surgem, afinal, as primeiras “tecnorreligões”!

O que é uma “tecnorreligião”?

As pessoas estão, de certa maneira, caminhando para um “ecumenismo”, regidas pelas suas próprias necessidades materiais e espirituais e não mais impingidas por dogmas religiosos. Está se formando, aos poucos, uma sociedade de livre-pensadores!

Não mais no sentido original do termo, propalado pelos liberalistas do século XVIII, mas resgatando-o com o intuito de cunhar os indivíduos libertos dos preconceitos impostos invariavelmente pelas instituições religiosas que acabam cerceando o intercâmbio de ideias e comprometendo o crescimento interpessoal.

Indo além do neoliberalismo, a “tecnorreligião” propalada recentemente por Yuval Harari exprime o humanismo ligado à evolução tecnológica, numa fusão perfeita do conceito de HOMO DEUS !

Seja “livre-pensador” ou  HOMO DEUS, o fato é que este não é necessariamente cético, nem materialista, muito menos ateu! Somente assume uma postura dita “areligiosa” para poder estar sempre aberto ao aprendizado e aproveitar as oportunidades oriundas das novas tecnologias, sem amarras ao verdadeiro livre-arbítrio…

 

Em vista dos desafios impostos pelo novo milênio, cabe-nos a tarefa de fazer um estudo elucidativo sobre a ética e suas implicações evolutivas, fundamentando seus princípios filosóficos e morais, os quais serão aplicados em 7 áreas emblemáticas, nas sendas da política, sexo, religião, ciência, estética, bem como nos mundos “virtual” e corporativo.

Estes não são “os 7 pecados capitais”, mas foram escolhidos propositalmente para representar os aspectos que considero de suma importância aos que se interessarem pela busca da compreensão de cada uma das indagações supracitadas, de modo que o Leitor possa, ao final, estabelecer suas próprias respostas através da experiência pessoal e intransferível…

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Saiba mais:

  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Harari, Yuval Noah, Homo Deus: uma breve história do amanhã, 1a ed. Companhia das Letras, 2016.

Ética evolucionista – parte I

#filosofia #ética #éticaevolucionista #ricardobarreto

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TEMPO DE LEITURA: 00:02:17

Quando tive a ideia de escrever sobre ética, imediatamente lembrei-me de um filme que havia assistido muito tempo atrás, cujo enredo, de alguma forma, tinha me influenciado sobremaneira no “turbilhão da adolescência” !

Este filme se chama Waytt Earp e foca na história da vida de um famoso delegado americano que vivia nos tempos do “velho-oeste”, uma época em que a justiça ainda era feita, em boa parte, pelas próprias mãos…

Fiquei muito impressionado não pelo roteiro em si, outrossim, pela mensagem de honra e bravura, por sinal muito bem protagonizada pelo ator Kevin Costner.

Recordo-me até hoje das palavras do seu pai, interpretado por ninguém menos que John Wayne, quando disse o seguinte para toda a família, num fatídico almoço de domingo e em tom de severidade:

Meus filhos, o mais importante na vida de um homem é estabelecer o quanto antes o que ele é para só depois decidir o que quer da vida…

Naquela época eu nem tinha a “maturidade intelectual” suficiente para refletir em profundidade sobre os ensinamentos de um Sócrates, através da preciosa apologia deixada por Platão, mas felizmente a mensagem estava dada.

Mais socrático: impossível! Só por isso, hoje, eu escrevo sobre ética…

Com certeza muito já se falou sobre este tema e, sem sombra de dúvidas, muito ainda se falará. Entre os inúmeros trabalhos já publicados, de diversas épocas e povos, pode-se citar, como exemplo basilar, a obra de Spinoza: Ética.

Este tratado foi escrito em latim, no final da sua vida, e publicado somente após a sua morte. Nele, o grande filósofo expõe seu primoroso “sistema metafísico”, procedendo através de axiomas, definições e demonstrações. Lindo, não é mesmo!?

Àqueles que quiserem se enveredar mais profundamente sobre o assunto, recomendo fortemente o seu trabalho como ponto de partida. Caso contrário, apenas sigam-me pelas reflexões que se seguem (na sequência de blog posts) e poderão ter ao menos uma amostra da sua relevância, contextualizada aos nossos dias…

Primeiramente, deve-se ressalvar que enquanto houver uma sociedade composta de indivíduos e instituições que se relacionam entre si, as mais variadas questões éticas estarão sempre em voga para delinear os limites morais dos relacionamentos humanos e institucionais.

Eis aí o seu importante e único propósito!


A concepção ética é uma experiência única, singular a cada indivíduo, resultante de todas as suas vivências pessoais e coletivas. São os pressupostos morais que determinarão o seu caráter, a razão dos seus juízos e das suas decisões.


Isto posto, urge aqui que se reflita sobre as seguintes indagações (nossos 2Qs e 3Cs):

  1. Qual é a natureza da ética?
  2. Qual é a sua ética pessoal?
  3. Como conceber um juízo moral?
  4. Como tomar uma decisão ética?
  5. Como levar uma vida socialmente ética?

Muito bem. São estas as questões cruciais à evolução do ser humano, na medida que o conduzem naturalmente ao AUTOCONHECIMENTO, permitindo-lhe traçar o seu próprio código de conduta ética e moral.

[na sequência de posts também versaremos sobre a distinção entre estes conceitos]

Enfim, mas não por último, cabe salientar que no convívio social torna-se mister a adequação dos seus princípios aos padrões éticos vigentes. É o que chamamos de “estado de coerência ética” ! Como anda a sua? Apenas para reflexão…

Só assim, o indivíduo estará apto a tomar decisões não-conflitantes e conceber “juízos morais” consoantes com a sua Consciência, o que é fundamental ao seu equilíbrio psico-social.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed., Editor-Autor, 2008.
  2. Platão, Diálogos: Apologia de Sócrates, 1996, 2a ed., Editora Nova Cultural, 63-97.
  3. Baruch, de Espinosa, Ética, 1973, 1a ed., Editora Abril, 79-307.