PASSO 4: nossas ações

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Veja bem. Podem pensar por aí que uma mulher ou um homem sem palavra não vale de nada. Vá lá! O que dizer então de uma mulher ou um homem sem ações? A “letargia existencial” existe e é uma verdadeira praga que afeta muita gente de calibre…

Considero que não existe nada mais lastimável do que Seres conscientes que não agem, vivendo sempre naquela corda bamba, ao léu, suscetível à influência dos mais fortes… Veremos agora o porquê e como remediar este “estado de espírito” aprisionador.

Letargia existencial

O “Ser letárgico” por certo tem suas crenças. Ele pensa de acordo com elas e, claro, fala aos quatro ventos sobre elas… O único problema, por sinal dos mais graves em termos evolutivos, é que não toma atitudes coerentes com elas. Não experiencia a razão da sua própria existência!

São os chamados pensamentos “âncora” que aprisionam as pessoas, impedindo-as de deixarem fluir a intuição inerente ao estado de “mente aberta” que seria o contrário da letargia existencial. O segredo está, assim, em saber identificar estes pensamentos deletérios logo no ninho e removê-los definitivamente das nossas vidas! Neste sentido, veremos mais a frente o papel das “afirmações científicas” no contexto da Kriya Yoga.

Uma imagem contendo homem, pessoa, foto

Descrição gerada automaticamente
Figura. As amarras da “letargia existencial”.

Sendo assim, quando não agimos em consonância com o que pensamos e acreditamos, há literalmente uma “quebra” do Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Não há, portanto, geração de valor. Pelo contrário, pode ocorrer até mesmo a destruição de valor: o “antivalor”.

A letargia existencial, se recorrente, evolui para um estado de “inércia evolutiva” que pode ser considerado mais perigoso do que o próprio antivalor!

Isto acontece porque, através da AÇÃO, independente do grau de coerência com suas crenças, o Ser ao menos cria oportunidades de conscientização pela vivência ou pelo sofrimento que é inevitável. Somos seres radicalmente vulneráveis ao sofrimento, mas toleráveis, em boa medida, ao comodismo. Esta é a mais pura verdade!

Crenças científicas

É relativamente comum as pessoas se encontrarem nesta situação letárgica porque ficam perdidas com facilidade, confusas sobre as suas crenças e, por este motivo, titubeantes no momento de agir. Por sorte estes são casos bem mais fáceis de se resolver! Basta apegarem-se a crenças mais sólidas, com embasamento filosófico ou mais propriamente científico.  

Uma crença científica nasce invariavelmente quando não estamos satisfeitos com nosso “sistema de crenças”, no entanto é preciso muita força de vontade, paciência e estudo para buscar alternativas além das mais aparentes… Lembro-me sempre deste que considero um lema para vida: da obviedade não se pode extrair muito mais do que o mesmo ou, em termos evolutivos, o nada!

Deve-se, antes de mais nada, desprender-se das amarras do círculo próximo (digo aqui familiares e amigos) que, apesar de salutar e essencial à vida humana, pode nos acomodar, “viciar” no sentido de viés e até mesmo nos acovardar… A verdadeira busca espiritual não se restringe, não é limitante nem limítrofe. É, por essência, ilimitada!

Urge, assim, explorar novos “espaços de compreensão”, conviver com pessoas diferentes, de outras religiões, outras culturas, outros países, outras classes sociais, outras religiões, outras profissões, enfim, buscar enxergar a vida por novos prismas menos, menos óbvios, mais vívidos… Saia da “mediana” e trace a sua própria “bissetriz”!

Pode-se ainda galgar tal diversidade de estímulos, de novos conhecimentos, de visões e razões, através do estudo aprofundado, da pesquisa despretensiosa, porém meticulosa e incansável, capaz de gerar a introspecção inerente ao espírito do “livre pensador” que sonda os caminhos da metafísica. Este foi o caminho que escolhi, mas cabe a cada um escolher aquele que melhor se adequa ao seu perfil…

Demasiado humano

Como nos livrar do humano, demasiado humano? Felizmente, não foi Nietzsche que me ensinou, apesar de ter despertado, ao menos, o ensejo para tal…1 Por algum tempo me dizia ser desta ou daquela religião por considerar esta a melhor crença que conhecia. Doce ilusão a minha!

Ao sair da juventude, aquela fase do florescer para vida, perdi o encanto por certas práticas doutrinárias, em grande medida por causa da instituição religiosa que é repleta de erros humanos, estes sim “demasiado humanos”! Foi assim que comecei a busca por outros sistemas de crenças, “minimamente humanos” neste caso… [hehe]

Após longa jornada, cujos percalços me distanciavam cada vez mais do dito “divino”, tateando até mesmo as sendas materialistas de correntes dawkinianas, aos 35 anos de idade e num estado deveras melancólico para não dizer deprimido, encontrei finalmente algumas “ferramentas” catalisadoras do meu processo evolutivo, tais como a meditação e yoga.2

Ainda assim, sentia que precisava ir além, muito além da descoberta e prática destas “ferramentas”. Faltava o tal do sistema de crenças, algo robusto, lógico, científico e ao mesmo tempo de fácil compreensão. Algo que me instigasse a “experienciar” a teoria na prática e não me deixasse titubear perante os percalços da vida…

§

Devemos nos lembrar, portanto, que os Estados de Incoerência Consciencial (EIC) só acontecem quando o ser, deliberadamente, age em desacordo com as suas crenças, sejam elas quais forem. E, se por acaso você ainda não as encontrou, não se julgue imune aos conflitos existenciais. Recorde-se de que o egocentrismo é um dos “antivalores de estado” mais comuns…

Quando o Seres gozam deste tipo de apatia, pode-se dizer que se tornaram verdadeiros “zumbis”, sem paixão por nada, nem por ninguém! Suas ações são inócuas, sob a ótica evolutiva. Mal sabem que as suas almas, dotadas de consciência, existem e não perecem jamais, continuando a vagar no universo sem fim, mesmo que nisso desacreditem… 

Enfim, a busca incessante dos melhores sistemas de crenças lhes ajudará a compreender a existência da alma, sua consciência, a conexão com o princípio vital, os estados de superconsciência e assim por diante. Este é o meu caminho para evolução! Disto já não tenho mais dúvidas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Nietzsche, Friedrich. Humano, Demasiado Humano – Um livro para espíritos livres, em Obras Incompletas da Editora Nova Cultural, São Paulo, 2000. 

2. Marcou-me o curso introdutório de raja yoga, ministrado no Brasil pela organização Brama Kumaris, sediada em São Paulo (SP). Acessível AQUI .

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