RIQUEZA versus LUXÚRIA: § 34 – 36

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #riqueza #luxúria #objetivosdevida #sonholúcido

§ 34

Louvados os seres que têm objetivos de vida e não meros objetivos. Ter uma casa ou levantar R$ 1 milhão estão longe de ser objetivos de vida. Agora, reflitam comigo, estruturar um lar harmonioso em família ou conquistar sua independência financeira para dedicar-se a uma causa social, o que vocês acham? Não importa quais sejam seus objetivos, mas que sejam verdadeiramente desafiadores e com um propósito maior! Liste-os no papel ou num quadro bem visível na parede da sua casa, estabeleça prazos, trace resultados importantes a serem galgados no caminho e, acima de tudo, comemore cada pequena conquista com todos os envolvidos. É assim que um dia você, afinal, sentirá o prazer de atingir a META final! Mas o que pode ser considerado, de fato, um objetivo maior? Primeiro você deve dividir sua vida em três dimensões de valor: a pessoal, a profissional e a social. Aí sim: escolha somente um ou dois objetivos maiores em cada dimensão para não perder o foco. Pode ser algo tanto do plano físico como sutil, nunca nos esquecendo de um princípio fundamental da Cultura de Valor: o fato inconteste de que estas dimensões estão sempre relacionadas. Para ilustrar, cito uma META minha na dimensão social que envolve a abertura de uma biblioteca ao público do munícipio de Valinhos-SP, propiciando um espaço de convívio para os amantes da boa leitura e da arte de escrever! E o primeiro resultado importante que espero atingir até 2027 é levantar um acervo de pelo menos 5.000 livros. Hoje estou na casa dos 2.500, contando com as bibliotecas de meu pai e falecido avô. Acontece que, aos poucos, os amigos começam a destinar caixas e mais caixas de livros e a coisa parece que vai tomando forma e mais rápido que imaginávamos…

§ 35

Sonhar com lucidez: eis a questão. Como podemos, então, nos desvencilhar do interesse individual numa sociedade pautada pela economia de capital, puramente centrada no acúmulo de bens materiais, cuja ganância é o combustível de todas as nossas ações? É preciso ganhar “lucidez”, despertar para os verdadeiros bens que enobrecem a alma e banir, definitivamente, a luxúria das nossas consciências. Isto é o equivalente de transpor-se no espaço-tempo, numa outra dimensão de valor, onde se vislumbra outros horizontes, uma visão existencial mais ampla… Um sonho de verdade, melhor dizendo! Só que sem perder de vista a realidade da vida mundana. No entanto, é preciso ter em mente que nenhum sonho se constrói sozinho. É preciso de apoio, seguidores, facilitadores e influenciadores. É preciso saber como mobilizar indivíduos pela sua causa, caso contrário você não vai chegar lá tão fácil… Seja um líder em prol das suas próprias causas, digo das grandes causas. Saiba cativar pessoas, envolvê-las, demonstre incansavelmente o valor daquilo que busca que será capaz, assim, de grandes realizações e bem maiores das que você imagina!

§ 36

Do luxo ao lixo e pra valer. Quer dizer que as pessoas ditas “luxuosas” não têm sonhos, por assim dizer, tão louváveis? Precisamente. A luxúria funciona como uma “venda” que as impede de enxergarem os verdadeiros valores da consciência. Seus sonhos, em realidade, são meras ambições materiais que se esvaecem com o tempo, com a moda, com a cobiça, com a derradeira morte… Quem poderia considerar um iate de 72 pés, ou uma casa charmosa em Genebra um grande sonho? Podem pensar, erroneamente, que eles geram felicidade que é sim um valor essencial. Entretanto, logo perceberão que estão profundamente enganados porque o valor, para ser genuíno, precisa ser sustentável e não efêmero como o torpe prazer. Nunca confunda felicidade com prazer, amor com paixão, paz com sossego e assim por diante… Depois da casa em Genebra, ou do iate de 72 pés, certamente virão outros sonhos ainda mais ambiciosos, numa “espiral” ascendente de prazeres que levará um dia à sua própria derrocada. Depois do jatinho de 12 lugares ou de uma pequena ilha em Key West, nunca cessará a necessária satisfação do EGO porque sempre estará faltando algo fora de você, do seu verdadeiro EU! Veremos em breve qual é a única cura para aqueles escravizados pelo ditame “do luxo ao lixo”. 

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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RIQUEZA versus LUXÚRIA: § 31 – 33

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§ 31

Do verdadeiro conceito de prosperidade. É realmente certo associar riqueza com prosperidade? Em absoluto! Você somente prospera se gera riqueza. São, neste caso, conceitos diretamente relacionados e indissociáveis. O problema se dá porque muita gente confunde o verdadeiro significado de riqueza. Enxergam tão somente a riqueza material, mais propriamente a monetária, enquanto existem outras formas de riqueza e, diga-se de passagem, muita mais preciosas…

§ 32

 Economia consciencial e as formas superiores de patrimônio. Então, para ilustrar, vamos citar alguma forma diferente de riqueza e nem tão preciosa assim… Muitos devem se lembrar daquela passagem bíblica em que Jesus cita os “pobres de espírito”. Ou seja, quis ele dizer que os “ricos de espírito” são, contrariamente, aqueles que já possuem a verdadeira felicidade. A grande diferença, portanto, está no conceito mais holístico de patrimônio. No plano físico dizemos que ficamos tanto mais ricos quanto maior fica o nosso patrimônio, muito embora nem sempre na forma de bens de capital como bem destacado pelo nosso ilustre economista francês Thomas Piketty.1 Na “economia consciencial”, por sua vez, também não existe patrimônio físico. Nem tampouco estamos falando de bens intangíveis que podem gerar ativos com boa liquidez! Outrossim, uma realidade em que os verdadeiros ricos são aqueles que geram valor outro que não o monetário. Valores de paz, poder, pureza, prosperidade, verdade, amor e felicidade… Os ricos são, nessa perspectiva, aqueles que propagam sua riqueza através da colaboração e não da espoliação dos seus bens. Ao contrário da economia de capital, quando se possui algo, não o privamos dos outros de usufruí-lo. Na verdade, muito pelo contrário! Incentivamos o seu uso e o compartilhamento para propagar seus benefícios, buscando atingir o maior número possível de consciências afins, na pura essência do conceito da “colaboração em massa”.2 E aquilo que não gera benefício coletivo, com o tempo, simplesmente deixa de existir. Perde o propósito. Perde, afinal, o valor.

§ 33

Tipos de colaboração entre consciências afins. Quais são as possíveis formas de colaboração consciencial? Tem-se a colaboração individual (consigo mesmo), a coletiva (entre indivíduos ou grupos de indivíduos) ou em massa (multidões ou plêiades de indivíduos). Basta haver senso comum entre as consciências que visam um “objetivo maior”, normalmente relacionado à propagação dos benefícios de um bem consciencial, o único “ativo” da economia consciencial capaz de gerar valor no plano sutil, indo além dos limites físicos da realidade.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Para um merecido mergulho sobre o tema que é vasto, não deixe de conhecer e degustar a obra definitiva do economista francês Thomas Piketty: O Capital, 2014.

2. Tapscott, Don, Wikinomics: como a coloboração em massa pode mudar o seu negócio, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 2007.

EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 28 – 30

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #empreendedorismo #comodismo #meditação #meditaçãoautossugestionada

§ 28

Vários nomes, uma só técnica. Como podemos acelerar esta busca e romper com a perambulação do tal “andarilho” interno que todos nós temos? Os psicólogos modernos chamam a técnica de “reprogramação mental”. Os médicos holísticos preferem chamá-la de “resposta de relaxamento”. Os iogues indianos, por sua vez, já a praticam há milênios… É a meditação! Buda mesmo, que atingiu a iluminação através do famoso “Caminho Óctuplo”, admite que os iogues das antigas tradições indianas já a praticavam muitos anos antes do seu próprio insight… Patanjali, que viveu 500 anos após Buda, em seu Ioga Sutra revela a influência decisiva dessas práticas de meditação. Até mesmo o Cristo exalta a meditação em diversas das suas passagens em que busca o isolamento dos apóstolos para meditar… Na atualidade, observa-se vários entroncamentos dessa tradição milenar, passando pela Kriya Yoga com a autorealização, alcançada através das afirmações científicas,1 ou a meditação Vipassana,2 da percepção consciente que nos leva sutilmente para além da experiência sensorial. No fundo estão todas a falar sempre da mesma coisa, em diferentes níveis de aprofundamento, com pequenas variações de procedimento e escopo. Após conhecer um pouquinho de cada tipo de meditação, resolvi dividi-las em apenas duas situações: ora a “meditação transcendental” para domar a mente da torrente de pensamentos que nos abduzem do momento presente, equilibrando o fluxo energético da Kundaliní através da visualização dos chakras,* ora a “meditação autossugestionada” para alterar uma crença arraigada que nos mantem pesarosos pelo passado ou receosos do futuro, impedindo-nos de alcançar nossos objetivos diários ou até mesmo um desafio importante. Os nomes são meramente referências aqui empregadas para facilitar a prática diária.

§ 29

Síntese da meditação autossugestionada. Não existe uma fórmula padrão, mas mesmo assim nos propusemos a sintetizá-la, de modo a facilitar a prática dos iniciantes. Procure um ambiente tranquilo, onde seja menos provável de você ser interrompido. Sente-se numa posição confortável, com a coluna ereta, feche os olhos e respire profundamente por alguns instantes, observando o ar entrar e sair pelas narinas. Comece pela primeira etapa da mentalização. Observe os tempos do exercício que pode durar ao todo de 15 a 30 minutos. Estes visam maximizar o efeito propiciado pelo fenômeno de relaxamento fisiológico que se dá nos estados de foco e concentração mental (relembre os conceitos da resposta de relaxamento anteriormente apresentados).

Figura. Ciclo da meditação autossugestionada.

Imagine um local que lhe traga profunda paz como, por exemplo, uma paisagem nas montanhas. Então imagine-se lá, admirando de longe um lago imenso refletido por árvores frondosas e cavalos selvagens soltos nos campos, em perfeita harmonia com o som de um riacho cristalino que desce da montanha. Inicie então o próximo passo que envolve a identificação de um problema ordinário ou desafio maior. Vamos supor neste caso que o seu desafio é escalar aquela montanha! Reconheça que você está “perdendo” muita coisa pela preocupação excessiva e desnecessária… Descubra do que você precisa para inverter a situação. Falta o quê exatamente: coragem, poder, conhecimento ou colaboração? Depois entenda o porquê que não as tem e faça uma autocrítica, mas sem autopunir-se… Busque então soluções e trace um plano mental para alcançá-las. Se é de coragem que você precisa, imagine-se nos preparativos para tal escalada na montanha, separando os mantimentos, o cajado, um bom calçado e, o mais importante, descansando o corpo para a jornada vindoura. Finalmente, projete sua consciência para a execução do plano mental. Esta é a parte mais importante de todo o processo: a etapa de “projeção autoconsciente”. Imagine-se iniciando a escalada da montanha… Sinta o sol raiando em sua pele, o suor do esforço da escalada e a brisa que o suaviza ao atingir o topo da montanha. Você conseguiu, em sua mente já conseguiu! Então, finalmente, respire profundamente e retome seus pensamentos para o controle do seu corpo, movimentando pés e mãos. Pronto. Abra os olhos e retome suas atividades.

§ 30

Refinando a técnica. Após muitas experiências meditativas, recomendo a “meditação autossugestionada” sempre pela manhã, bem cedinho logo quando acorda, e a “meditação transcendental” à noitinha antes de dormir, quando tudo está mais tranquilo, mas sem cair no sono antes da hora… Este detalhe é muito importante pelo simples fato de a mente normalmente estar mais “desacelerada” e o estômago já mais vazio. O processo de digestão consome muita energia corporal, atrapalhando assim a entrada e permanência nos estados meditativos. Não é à toa que muitas das pessoas que têm a meditação já incorporada em suas vidas acabam por se tornar vegetarianos, mas cada um tem a sua dinâmica própria que deve ser respeitada. Para finalizar esta parte, gostaria de lembrá-los que a meditação trata-se de um processo cognitivo extremamente poderoso por agir nos recônditos das nossas memórias, em todos os níveis da mente: o consciente, o subcosnciente ou o inconsciente. Na segunda parte deste livro detalharemos a prática da “meditação transcendental”.

[*] Kundaliní é uma energia adormecida que fica concentrada na base da coluna.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

1. Paramahansa Yogananda, AFIRMAÇÕES CIENTÍFICAS DE CURA, 1ª ed. Self-Realization Fellowship, 2008.

2. Hart, William, MEDITAÇÃO VIPASSANA: a arte de viver segundo S.N. Goenka, Associação Vipassana do Brasil, 1987.

EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 25 – 27

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§ 25

Uma nova visão da prosperidade. Ser próspero não é ser rico. Longe disso… Para ser próspero de fato, é preciso ser tão rico quanto igualmente feliz. Não adianta de nada acumular bens materiais se você acaba por se tornar um ser humano mesquinho e sovina! Além do prazer dos sentidos, a solidão, ou melhor, o vazio nos relacionamentos é a sua única conquista real, palpável em sua vida… Pode-se assim concluir que o “cooperativismo” é a única chave para prosperar em qualquer situação? A cooperação, ou a colaboração, pode ser vista como a técnica mais sustentável de se gerar riqueza, seja no plano físico como também no sutil. Em especial, quando se aplica o recurso de escalonamento via “colaboração em massa”, os resultados são totalmente inusitados. Qualquer obra social que se preze não vai muito longe se não tiver um bom punhado de colaboradores assíduos…

§ 26

Um propósito de vida. Como ficam aqueles menos propensos a cooperar? Refiro-me àqueles que preferem competir sagazmente ou quando muito apenas assistir à evolução e usufruir dos seus benefícios depois de realizados… Eu diria que os primeiros (os competitivos) apenas escolheram a estratégia menos sustentável. Já os outros (os acomodados), assim como “parasitas”, vivem das migalhas de um “hospedeiro” e não percebem nunca que o grande segredo da existência está justamente em perseguir tais realizações… É justamente por isso que não condeno nem um pouco aqueles que fazem uso da técnica do “ócio criativo”, propalada pelo reconhecido sociólogo italiano Domenico De Masi. Claro que os momentos de quietude e inação são fundamentais para recarregar as forças físicas, mentais e emocionais, tão essenciais para superar os desafios da jornada rumo às grandes conquistas. Triste mesmo, no entanto, é perceber que muitas pessoas são completamente desprovidas de objetivos no médio e longo prazo. Vivem um dia após o outro, sem um rumo bem claro, um propósito maior, sendo facilmente influenciadas por falsas crenças e absortas em superficialidades… Oxalá!

§ 27

O andarilho. E o que leva tais pessoas a seguirem este caminho de devaneios materiais e sem sentido? O comodismo se dá, via de regra, pela falta de perspectivas, de visão mais clara, objetiva, enfim, de um rumo melhor. Acreditam piamente que estão no melhor caminho e dele não arredam o pé! É como o “andarilho” que não enxerga o que existe por detrás da colina. Há uma venda em seus olhos, uma barreira que lhe parece intransponível… Acontece que esta realidade só pode ser alterada com esforço, justamente o elemento pelo qual padecem. Na verdade, antes do esforço é necessária uma “tomada de decisão” estratégica, a qual se resume em uma única palavra: a BUSCA. Basta optarem por buscar um sentido maior para suas existências! Só isso.

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Autoria por Ricardo Barreto

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EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 22 – 24

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #empreendedorismo #comodismo #empreendimento #sustentabilidade

§ 22

Das características de um novo empreendimento. Empreendedor é somente aquele que funda um novo negócio? Não, de forma alguma. Existem várias formas de empreender… O que caracteriza um empreendimento é a aposta de um “valor presente” para obtenção de um valor maior no futuro. Detalhe importante: este valor pode ser monetário ou não. Ou seja, para empreender é necessário assumir riscos, trocar o certo pelo duvidoso! Se opto hoje por uma alimentação saudável, estou abstendo-me do “prazer” momentâneo da gula (isto é, o valor presente) para gozar de melhor saúde quando chegar aos meus 100 anos (isto é, o valor futuro). Este é um exemplo típico de “empreendimento pessoal”, mas qual seria o risco neste caso? De morrer por outros motivos completamente distintos da qualidade da sua alimentação e não gozar da boa vida gourmet. Percebam que o conceito é realmente muito, muito mais amplo… Existe ainda o “empreendedor social”, aquele que abdica-se do seu tempo (isto é, o valor presente) para gerar uma perspectiva de inserção social a outrem, dando cursos profissionalizantes hoje para adolescentes de comunidades carentes aos domingos (isto é, o valor futuro). Vemos, portanto, que são muitos os tipos de empreendimentos que não se resumem apenas a uma empresa que emprega, gera renda, aufere lucros e paga impostos, tal como concebemos de imediato em nossas mentes… Uma organização qualquer que assume riscos com o objetivo de gerar de valor futuro, monetário ou não, através de ações presentes seria uma definição bem mais abrangente e apropriada de empreendimento, seja ele qual for!  

§ 23

Administrando o novo empreendimento. Mas sob esta ótica, quem então deveria administrar os empreendimentos empresariais ou sociais? Somente os empreendedores têm este dom??? Grave equívoco. Não devemos nunca confundir capacidade de administração com capacidade de empreender. Administradores são aqueles com a devida capacitação (digo formação e experiência) para conduzir negócios e/ou projetos a fim de cumprirem com os seus objetivos, de forma sustentável, independente de qual seja a forma de valor almejada. Uma empresa deseja, claro, obter lucro, mas para tal também acaba gerando empregos e recolhendo impostos que devem, por princípio, ser revertidos para sociedade. Um projeto social, por sua vez, pode ter como meta extinguir a fome em determinada região carente, mas vai acabar alavancando também o crescimento microeconômico. Aqui temos a forma mais prática de expressão do que é uma rede ou cadeia de valor. Foi o professor Michael Porter, da Harvard Business School, quem primeiro cunhou este termo nos idos da década de 80 para analisar as forças competitivas que regem as empresas. No entanto, devemos transpor aqui o mesmo conceito da estratégia de competição para a da colaboração, talvez fazendo mais jus à sua essência… Já os empreendedores, ao contrário dos que só administram, são aqueles que dão as cartas e mostram o rumo que as coisas devem tomar, sejam empresas, projetos sociais ou pessoais. Note que este conceito é bem diferente daquele apresentado pelo sociólogo francês Émile Durkheim, mas dele não podemos deixar de destacar uma frase em que exprime a sua repulsa da mediocridade e o propósito maior que todo empreendedor deve perscrutar, libertando-se do individualismo para construir obras coletivas, algo de valor que realmente faça a diferança para sociedade em qualquer época.1

A vida, diz-se, só é tolerável quando percebemos nela alguma razão de ser, quando ela tem um objetivo, e que valha a pena. Ora, o indivíduo, por si só, não é um fim suficiente para sua atividade. Ele é muito pouca coisa. Além de ser limitado no espaço, é estreitamente limitado no tempo.

§ 24

Holística do sustentável. Por que será que o conceito de “sustentabilidade” está tão em voga nos dias de hoje? Pelo simples fato de encarar as organizações de forma análoga aos organismos vivos, em que todas as interações com o meio – os stakeholders neste caso – devem ser equilibradas para manutenção da existência no plano físico.[*] Holisticamente, extrapolemos da empresa para o SEU mundo. Isto mesmo. Ficaria mais ou menos assim a definição de sustentabilidade: qualquer parte “interessada” na nossa existência, independente do plano em que se encontra: físico ou sutil. Seria a mulher que promete amar o marido (e vice-versa) até que a morte os separe; o funcionário que deseja manter o patrão que lhe paga o salário; o pica-pau que não deixa aquela árvore frondosa por nada… Note que são todas formas de cooperação que visam sustentar uma situação existencial específica. Pode ser a garantia de alimento, o ganha-pão da família ou a manutenção do equilíbrio emocional tão necessário à própria vida!


[*] Referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Weiss, R.A. Benthien, R.F. A redescoberta de um sociólogo: considerações sobre a correspondência de Émile Durkheim a Salomon Reinach, Novos estud. – CEBRAP, No.94 São Paulo, Nov. 2012.

EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 19 – 21

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§ 19

Somente o “campo de distorção da realidade”. O que diferencia o verdadeiro líder dos demais que exercem posições de liderança apenas como gestores? Somente ele (o líder), numa espécie de “campo de distorção da realidade”, tem a visão plena, na sua completude em constante mutação, com os devidos nuances, muito antes do próprio sonho tornar-se realidade… É isto! Esta certeza absoluta do sucesso que está por vir, este ímpeto meio que “maluco” de vencer mediante qualquer adversidade ou animosidade, batalhando com unhas e dentes por algo embrionário, ainda disforme mesmo, em total formação, sem o devido preparo, muitas das vezes… Sim, um artista. É isto, somente isto, que inspira os seus seguidores. O segredo, portanto, é aquilo que pouquíssimos têm e que faz toda diferença para qualquer grande realização na vida ou na morte: o brilho no olhar que ilumina o caminho a trilhar. Sem dúvidas é o que se via num Da Vinci, num Einstein e, claro, num Jobs! Um líder é uma consciência num estágio mais avançado de prática do nosso Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Claro, é também um ser vivente com uma percepção mais aguçada dos mecanismos que regem o plano físico e sutil. Nos inspiremos neles.

§ 20

Visão e missão. Pois é. Uns têm a visão e outros não conseguem seguir sequer a sua missão… Empreender é algo intimamente ligado à capacidade intuitiva de se enfrentar riscos e administrar conflitos. Quando se acumula riqueza (não falo aqui só da riqueza material, monetária melhor dizendo), da mesma forma pode-se perdê-la… A maioria das pessoas não suporta a insegurança do inesperado. Preferem pagar o preço (barato de mais na minha visão) de não ousar! Para elas, a estagnação, o crescimento pífio ou a evolução amena, para não dizer outra coisa relacionada à estanqueidade, também são resultados tidos como louváveis, mesmo sendo meramente lastimáveis! Uma pena porque a premissa basilar para que o CCV tenha alto turnover, a rotatividade acelerada que se espera, gerando valores de maneira clara e ininterrupta, é justamente a capacidade de se formar um sistema de crenças, seja ele qual for. A pessoa que não tem esta capacidade de crer em algo transcendente, de acreditar num caminho, certo ou errado, reto ou tortuoso, que levará ao Pai (antropofórmico ou totalmente difuso, “amorfo”) é porque ainda carece, inequivocamente, de vivência evolutiva. São seres que não chegaram sequer no estágio da “busca”. Ah, Yogananda! Já dizia ele que os “buscadores” são aqueles aptos a adotar um guru, um mestre que os conduza no caminho.1 

§ 21

Serendipidade: acaso ou ocaso. O dom de empreender não é, definitivamente, algo inato. Nem tampouco pode-se dizer que é algo trivial. As técnicas para empreender sempre existiram, mudando apenas de “roupagem” com pouquíssimas evoluções significativas nas diferentes épocas da humanidade. Via de regra, tais saltos acontecem através de mentes singulares, em momentos dignos de insights criativos. Pense numa situação que nos passa desapercebida todos os dias. Não é o que aconteceu com um Arquimedes, refletindo na banheira e o próprio Newton observando uma maçã caindo da árvore… Mito ou verdade, o fato é que a serendipidade não se dá tão por acaso assim, nem por ocaso como alguns podem pensar! [*] O despertar da criatividade, conforme nos alertou Louis Pasteur, só acontece nas mentes preparadas para tal… O conceito de “diferenciação” é crucial para buscar um posicionamento único em meios altamente competitivos. Tornar-se o “mensageiro oficial” da corte inglesa durante a Guerra Napoleônica ou o engenheiro de software preferido do Steve Jobs na Apple dos idos do nosso milênio, com certeza dependeram, em qualquer época, dos mesmíssimos atributos: de atitudes que revelem minimamente um quê de inteligência, um quê de persistência, um quê de disciplina e, por que não dizer, um quê da tão almejada resiliência. O empreendedor que assim não o fizer está fadado a ver suas obras perecerem, perdendo valor com o tempo, o que para eles é inconcebível! Antes disso, certamente já mudaram de projeto…


[*] Serendiptismo ou ainda Serendipitia, é um anglicismo que se refere às descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso. A história da ciência está repleta de casos que podem ser classificados como serendipismo. O conceito original de serendipismo foi muito usado em sua origem. Nos dias de hoje, é considerado como uma forma especial de criatividade, ou uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação (extraído da Wikipedia em 03.04.2020).

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Yogananda, Paramahansa, Autobiografia de um Iogue, 3a ed. Self-Realization Fellowship, 2016.

EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 16 – 18

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #empreendedorismo #comodismo #óciocriativo #stresspositivo #eustress

§ 16

Da vitalidade do ócio criativo. O cômodo é aquele que se faz limitado, criando paredes que não existem e separam, assim, a busca da solução, ao invés de cultivar os catalisadores de todo empreendimento: o “stress positivo” e o “ócio criativo”. E acreditem: pior que o cômodo é o comodismo! Verdadeira praga que assola quaisquer impulsos de vitalidade ou reflexão em prol da tecnologia, ou seja, de uma aplicação que se valha. A arte de empreender nasce, portanto, desta sutil dicotomia existente entre o fazer incessantemente e o constante nada fazer… Isto mesmo, tanto a atividade frenética e criadora das pessoas que não sossegam enquanto não realizam sua ideia tida como revolucionária porém inatingível, como aquele ser do tipo pacato que parece gostar de contar os dias, as horas, os minutos… Sempre refletindo sobre o propósito das coisas, o por que dos porquês, a busca da maravilha a todo instante! Não chega a ser prolixo, mas profilático em explicações ao encadeamento dos fatos… Sim, o ato de empreender requer por um lado o stress que nos move, nos tira das limítrofes zonas de conforto, nos desafia, nos leva ao ápice, onde, exaustivamente, se propicia a superação característica dos espíritos inovadores. Por outro lado, no “ócio criativo” se esbaldam os intelectos introspectivos, que precisam se voltar para dentro de si, na busca dos verdadeiros insights, aqueles lampejos que só se fazem presentes na quietude da mente que não cala… Portanto, nem de stress nem de ócio se faz uma grande invenção. O empreendedor precisa, outrossim, de ambos!

§ 17

Benesses do stress positivo. Como você se sentiu ao receber aquela notícia de admissão no novo emprego tão almejado? E quando finalmente desencantou o primeiro beijo no ser amado?? Ou senão, ao terminar uma atividade de esforço físico intenso como aquela corrida desafiadora de 20k num domingo ensolarado??? Certamente em todas estas situações, são as reações bioquímicas que se processam em nosso organismo que liberam hormônios e substâncias neurotransmissoras relacionadas às sensações de prazer como a testosterona, a dopamina ou serotonina. São elas as responsáveis, no nível molecular, pela sensação de prazer, confiança e alegria que nos mantêm motivados e literalmente energizados, o tal do “stress positivo”… Agora pense comigo: você acredita que um empreendedor nato como Steve Jobs (o cofundador da Apple) teria revolucionado a Era Digital se estivesse sempre deprimido, desmotivado e de cabeça baixa, enquanto os nerds da Xerox ou da IBM à sua volta reinventavam a maneira como os computadores seriam utilizados pelas pessoas? Certamente que não e ainda estaria na garagem da casa dos seus pais em Cupertino…Vejam: este cara vivia “ligado 24h no 440”, conforme comprova sua célebre biografia por Walter Isaacson.1 O grande desafio está, portanto, em controlar os nossos pensamentos para induzir propositalmente esta resposta fisiológica tão desejável (chamada cientificamente de “eustress”) sem ativar os sistemas relacionados ao vício que são tipicamente afetados nestas mesmas circunstâncias…

§ 18

A liderança que “remove montanhas”. Por que a característica inata da liderança é assim tão fundamental para se empreender? Os líderes são invariavelmente tidos como “referências”, mesmo que nem sempre no bom sentido… São aqueles que servem de exemplo pela prática, em pelo menos algum aspecto da existência para outros seres. São, por este mesmo motivo, considerados como “guias corporativos” para se atingir determinado objetivo. Ao empreendedor que não exercer a liderança, dificilmente conseguirá difundir a cultura essencial de seu empreendimento, aspecto este considerado crítico para mobilização de coletividades em prol do crescimento acelerado. As pessoas, para serem lideradas conscientemente, precisam ter a noção exata do caminho a trilhar para atingir o estado vislumbrado pelo empreendedor. E ainda mais, incorporam elas esta missão como algo que fosse apropriado literalmente, como se fizessem (e o fazem) parte desta importante realização… Vejam o exemplo relativamente recente do Larry Page, CEO e cofundador de uma startup de sucesso arrasador, que conseguiu transformar o campus do Google no espaço mais almejado para se trabalhar entre os atuais nerds programadores, agora reconhecidos pelo termo bem mais apropriado de “criativos inteligentes”.2

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

1. Walter Isaacson, Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011.

2. Eric Schimidt e Jonathan Rosenberg: Como o Google funciona, 1a ed. Rio de Janeiro: Intrísnseca, 2015.

SAÚDE versus DOENÇA: § 13 – 15

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§ 13

Fatalidades do stress que não compensa. Existem situações ainda mais susceptíveis aos efeitos dos “sinais vibracionais” do stress descompensado (ou distress).[1] Na fase de gestação, por exemplo, a mãe que passar por situações de tensão exacerbada, seja por uma experiência traumática de curta duração ou pelo acúmulo contínuo de cargas de preocupações com o trabalho, podendo ocasionar, num limite, até mesmo a mutação gênica que se expressa na forma de uma má-formação do feto (ex. com o coração sem a válvula mitral). O resguardo do pré-natal é acima de tudo um respeito à vida. Deus o apraz. Benditas sois as mulheres que o fazem e que a consciência pese sobre aqueles que as perturbam!  

§ 14

Religiosidade dos hábitos saudáveis. Apesar dos esforços contrários encerrados pela “metodologia científica reducionista”, têm aparecido com frequência artigos e revisões da literatura em jornais de medicina conceituados sobre a ligação entre as práticas religiosas, oração e meditação como promotores de hábitos saudáveis e de sinais vibracionais que levam à saúde, tais como: longevidade; abstinência de álcool e cigarro; menores taxas de ocorrência de depressão; sentimentos subjetivos de bem-estar; menor envolvimento em crimes, delinquência ou comportamentos sexuais abusivos; melhor desempenho profissional.2

§ 15

Será que existe uma espécie de elixir da saúde? Conhecemos nos aforismos precedentes um cabedal de evidências científicas e ainda algumas especulações metafísicas para os efeitos benéficos ou deletérios das nossas crenças, pensamentos, ações e hábitos, como “geradores” ou “destruidores” do valor da saúde, integrando as etapas do nosso Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Agora só depende de nós uma imersão nestas técnicas para escolher aquelas que melhor se adaptem à nossa rotina e visão do universo. No Epílogo desta obra apresentarei uma “fórmula de saúde”, física, mental e espiritual, capaz de banir, com grande eficácia, o antivalor da doença. Espero sinceramente que, a partir dela, você também encontre a SUA!


Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

[1] Segundo o Biomind, um conceito terapêutico que não distingui o corpo físico e energético, o stress é a resposta do corpo e da mente a toda pressão que perturba o seu equilíbrio. Ele pode ser benéfico (eustress) quando este estímulo está dentro do nosso limiar de adaptação, permitindo que o homem se adapte e se fortaleça diante das adversidades da vida, ou prejudicial (distress) quando ultrapassa esse limiar de adaptação e suas reações se perpetuam, corroendo o corpo. Conheça mais AQUI.

2. McCullough et al. Religion, Self-Regulation, and Self-Control: Associations, Explanations, and Implications, Psychological Bulletin, Jan. 2009, 135(1): 69-93.

SAÚDE versus DOENÇA: § 10 – 12

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§ 10

Uma “visão mecanicista” arraigada. Reflita comigo. Por que demorou tanto tempo para ocorrerem avanços significativos neste campo científico tão importante da medicina mente-corpo? Certamente foi pela “visão mecanicista” da vida terrena que imperou nos últimos séculos e que sempre encarou com certo preconceito qualquer prática que não fosse comprovada por experiências mensuráveis e reprodutíveis. Muitos fenômenos foram, assim, taxados como “paranormais” ou até mesmo rotulados de “charlatanismo”, apesar de serem observáveis sobre certas circunstâncias especiais.1 Devido ao “vácuo científico” deixado por esta visão extremista, começaram a surgir diversas ciências ditas “ocultas” que buscavam influenciar, dentro de um círculo inicial restrito, os aspectos mais recônditos da mente humana… Freud foi um dos precursores da investigação científica destes mistérios da mente humana, mas a psicanálise ficou literalmente “estancada” ainda por muito tempo até que, mais recentemente, os equipamentos de geração de imagens do corpo humano e a genética pudessem avançar o suficiente para perscrutar os maravilhosos mecanismos bioquímicos que o homem jamais sonhara em conhecer! Hoje a medicina mente-corpo não é mais objeto de estudo tão somente das “ciências ocultas”,* com as suas promessas de tratar todos os males da alma… As neurociências, com destaque para a neuropsiquiatria, a epigenética e a biologia molecular estão revolucionando a medicina, indo muito além das práticas farmacológicas e cirúrgicas tradicionais, através da comprovação de que a mente pode, de fato, influenciar o corpo no nível genético.2

§ 11

Das dores crônicas. Vejamos um exemplo concreto de como a mente ajudou efetivamente alguém a curar-se de uma doença crônica. Lancemos mão de um relato do próprio Dr. Hebert Benson, sobre um caso real de cura de dores crônicas nas costas.3 São inúmeros os relatos científicos de que a mente pode curar o corpo, no entanto vamos nos ater ao caso de uma paciente sua de 47 anos, mãe e contadora por profissão. Após tentar todas as possibilidades oferecidas pela medicina convencional, mais propriamente os medicamentos para amenizar a dor e cirurgia para tratar-se de uma hérnia de disco detectada por ressonância, ela continuava com uma dor dilacerante que a impedia de levar uma vida normal. Primeiro parou de jogar squash (seu esporte favorito), depois passou a trabalhar de casa e não conseguia mais sequer tocar o violoncelo (sua grande paixão). Seu “nível de stress” só aumentava e chegou ao ponto de praticamente não conseguir se levantar da cama, quando decidiu buscar uma terapia alternativa para atacar a possível “componente emocional’ da sua dor. Nem é preciso contar os detalhes… Em pouco tempo seguindo os protocolos de relaxamento desenvolvidos pelo Dr. Benson, sua dor crônica estava curada!

§ 12

Stress que compensa. Falando de stress, ouvi outro dia uma terminologia diferente que me fez para para pensar… (ah, como seria bom se fizéssemos isto mais vezes, o tal do “ócio criativo”). Afinal, quando que este “bicho de 7 cabeças” poderia ser considerado “descompensado” ou não? A definição é muito simples e está diretamente associada ao conceito mais amplo de valor, qual seja: somente se ele “destrói” o valor da saúde. Por outro lado, também existe o “stress positivo” (ou compensado) e sobre isto, bem como sobre o tal bom “ócio”, falaremos no próximo capítulo, ao tratar do valor do empreendedorismo.


* O Dr. Hebert Benson, da Harvard Medical School, pode ser considerado um dos pesquisadores mais ativos deste novo campo da medicina. Foi o descobridor do efeito fisiológico denominado relaxation response, cujos efeitos terapêuticos podem ser elicitados para o tratamento de diversas doenças.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Sobre a história da evolução da medicina mente-corpo, recomendo fortemente a leitura do artigo científico de Castro e colaboradores em Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 39-43, jan./abr. 2006.

2. Benson e colaboradores em Genomic Counter-Stress Changes Induced by the Relaxation Response, PLOS ONE, 2008.

3. Para acessar detalhes sobre este e outros casos, bem como as técnicas difundidas da medicina mente-corpo, leia os livros do Dr. Herbert Benson a começar por The Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.

SAÚDE versus DOENÇA: § 7 – 9

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§ 7

Perscrutando o cooperativismo celular. Como todas estas partes que compõem um organismo vivo conseguem se organizar de forma tão harmônica e proporcional? Isto já não é mais um mistério ao se buscar a sinergia dos conhecimentos galgados pelas “ciências de fronteira”.[1] Digamos de forma simplista, mas não menos correta, que seja de forma “cooperativa”, mais precisamente através de mecanismos de interação regidos pela mecânica clássica, muito embora quanticamente afetados pelo corpo consciencial.[2] É bem verdade que acabamos de ver que a ciência não é apta (pelo menos ainda…) a “enxergar” as interações conscienciais propriamente ditas, no entanto possível o é medir e quantificar seus efeitos através de condições experimentais controladas e estatisticamente plausíveis. Foi assim que se descobriu, por exemplo, o fenômeno fisiológico chamado de relaxation response que é o contrário do tão conhecido fight or flight effect.*

§ 8

A gênese da doença. Eis o que acontece, afinal, quando este cooperativismo celular, no nível físico e vibracional, é “quebrado”: instaura-se a doença! Sempre oportunista, sorrateira, atuando exatamente no foco do desequilíbrio celular. Rompe-se, assim, a harmonia do corpo, afetando a interação com o meio físico e energético. Quando se pega uma virose qualquer, a sensação é tão ruim que não temos nem vontade de sair de casa. Parece simplesmente que o corpo não vai! Por sorte, na maioria das vezes, leva algum tempo, mas nosso organismo, por si só, consegue combater o vírus e reestabelecer a harmonia através do seu sistema autoimune. A células voltam gradativamente ao equilíbrio natural, cooperando mutuamente. Em alguns casos, no entanto, torna-se necessária a intervenção médica, seja pela prescrição de fármacos (antibióticos neste caso) ou até mesmo através de procedimentos cirúrgicos para se promover ou acelerar esta recuperação. Acontece que, por vezes, pode-se instaurar um processo desarmônico irreversível, causando a inutilização de algum órgão ou até mesmo a falência de múltiplos órgãos. Daí se dá o que chamamos (e ao mesmo tempo tememos com todas as nossas forças) de morte do corpo físico, mas, diga-se de passagem, não do corpo consciencial. Somos, portanto, “seres cooperativos” em essência, no sentido mais elementar da palavra, tanto no nível celular, supramolecular e, porque não dizer, social acima de tudo! Uma pena que nem sempre os seres humanos sejam cooperativistas…

§ 9

O papel das nossas crenças na harmonia celular. Cada vez mais as pesquisas médicas têm comprovado o quanto as nossas crenças exercem um papel vital tanto para a saúde como para a doença do corpo físico. Hoje já se consegue mensurar com precisão como os processos mentais (ou cognitivos) podem auxiliar na cura de doenças como a depressão, hipertensão, infertilidade, dores crônicas em geral, Parkinson, entre outras.[3]

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] Áreas do campo científico que exploram conhecimentos recém descobertos e ainda muito pouco explorados ou comprovados experimentalmente. Com a evolução da produção científica acabam naturalmente galgando seu espaço acadêmico. Um exemplo notório foi o campo da “epigenética” que ganhou rapidamente seu devido lugar entre as ciências médicas tradicionais com descobertas de impacto.  

[2] Campo energético (ou vibracional) gerado pela consciência e resultante das interferências geradas pelos próprios pensamentos e também afetado pelas energias do meio à sua volta.

[3] O conjunto de práticas terapêuticas que fazem uso desta abordagem tem sido chamado internacionalmente de mind body medicine. Muitas instituições mundialmente renomadas já adotaram esta prática em seus programas terapêuticos, com destaque para o Massachussets General Hospital (MGH). Para conhecer mais, acesse AQUI.

* Para acessar detalhes sobre este efeito, leia os livros do Dr. Herbert Benson, a começar por the Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.