EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 19 – 21

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§ 19

Somente o “campo de distorção da realidade”. O que diferencia o verdadeiro líder dos demais que exercem posições de liderança apenas como gestores? Somente ele (o líder), numa espécie de “campo de distorção da realidade”, tem a visão plena, na sua completude em constante mutação, com os devidos nuances, muito antes do próprio sonho tornar-se realidade… É isto! Esta certeza absoluta do sucesso que está por vir, este ímpeto meio que “maluco” de vencer mediante qualquer adversidade ou animosidade, batalhando com unhas e dentes por algo embrionário, ainda disforme mesmo, em total formação, sem o devido preparo, muitas das vezes… Sim, um artista. É isto, somente isto, que inspira os seus seguidores. O segredo, portanto, é aquilo que pouquíssimos têm e que faz toda diferença para qualquer grande realização na vida ou na morte: o brilho no olhar que ilumina o caminho a trilhar. Sem dúvidas é o que se via num Da Vinci, num Einstein e, claro, num Jobs! Um líder é uma consciência num estágio mais avançado de prática do nosso Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Claro, é também um ser vivente com uma percepção mais aguçada dos mecanismos que regem o plano físico e sutil. Nos inspiremos neles.

§ 20

Visão e missão. Pois é. Uns têm a visão e outros não conseguem seguir sequer a sua missão… Empreender é algo intimamente ligado à capacidade intuitiva de se enfrentar riscos e administrar conflitos. Quando se acumula riqueza (não falo aqui só da riqueza material, monetária melhor dizendo), da mesma forma pode-se perdê-la… A maioria das pessoas não suporta a insegurança do inesperado. Preferem pagar o preço (barato de mais na minha visão) de não ousar! Para elas, a estagnação, o crescimento pífio ou a evolução amena, para não dizer outra coisa relacionada à estanqueidade, também são resultados tidos como louváveis, mesmo sendo meramente lastimáveis! Uma pena porque a premissa basilar para que o CCV tenha alto turnover, a rotatividade acelerada que se espera, gerando valores de maneira clara e ininterrupta, é justamente a capacidade de se formar um sistema de crenças, seja ele qual for. A pessoa que não tem esta capacidade de crer em algo transcendente, de acreditar num caminho, certo ou errado, reto ou tortuoso, que levará ao Pai (antropofórmico ou totalmente difuso, “amorfo”) é porque ainda carece, inequivocamente, de vivência evolutiva. São seres que não chegaram sequer no estágio da “busca”. Ah, Yogananda! Já dizia ele que os “buscadores” são aqueles aptos a adotar um guru, um mestre que os conduza no caminho.1 

§ 21

Serendipidade: acaso ou ocaso. O dom de empreender não é, definitivamente, algo inato. Nem tampouco pode-se dizer que é algo trivial. As técnicas para empreender sempre existiram, mudando apenas de “roupagem” com pouquíssimas evoluções significativas nas diferentes épocas da humanidade. Via de regra, tais saltos acontecem através de mentes singulares, em momentos dignos de insights criativos. Pense numa situação que nos passa desapercebida todos os dias. Não é o que aconteceu com um Arquimedes, refletindo na banheira e o próprio Newton observando uma maçã caindo da árvore… Mito ou verdade, o fato é que a serendipidade não se dá tão por acaso assim, nem por ocaso como alguns podem pensar! [*] O despertar da criatividade, conforme nos alertou Louis Pasteur, só acontece nas mentes preparadas para tal… O conceito de “diferenciação” é crucial para buscar um posicionamento único em meios altamente competitivos. Tornar-se o “mensageiro oficial” da corte inglesa durante a Guerra Napoleônica ou o engenheiro de software preferido do Steve Jobs na Apple dos idos do nosso milênio, com certeza dependeram, em qualquer época, dos mesmíssimos atributos: de atitudes que revelem minimamente um quê de inteligência, um quê de persistência, um quê de disciplina e, por que não dizer, um quê da tão almejada resiliência. O empreendedor que assim não o fizer está fadado a ver suas obras perecerem, perdendo valor com o tempo, o que para eles é inconcebível! Antes disso, certamente já mudaram de projeto…


[*] Serendiptismo ou ainda Serendipitia, é um anglicismo que se refere às descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso. A história da ciência está repleta de casos que podem ser classificados como serendipismo. O conceito original de serendipismo foi muito usado em sua origem. Nos dias de hoje, é considerado como uma forma especial de criatividade, ou uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação (extraído da Wikipedia em 03.04.2020).

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Yogananda, Paramahansa, Autobiografia de um Iogue, 3a ed. Self-Realization Fellowship, 2016.

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