Sobre a inteligência tecnológica

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Vimos anteriormente a importância vital da “inteligência científica” para o futuro das nações que almejam um papel protagonista no mundo moderno. Agora veremos o papel não menos importante da “inteligência tecnológica” que dita como as organizações podem superar a concorrência e navegar com tranquilidade e bonança nas águas inexploradas e cheias de surpresas reservadas aos novos espaços de valor.1   

Todos sabemos que inovar não é tarefa fácil. São muitos os desafios e barreiras para inovação! E acreditem: as maiores muitas vezes não são tecnológicas, mas sim as culturais… Quem não se apraz com a previsibilidade dos mercados mais amadurecidos e qual CEO não gosta de ter a certeza de que entregará os resultados prometidos ao conselho?  E, diga-se de passagem, garantir seu bônus polpudo e preservar o emprego para o próximo exercício fiscal… [rss]

Bem, é exatamente por isso que eu gosto daquelas empresas que são governadas pelos seus fundadores. Elas refletem a visão do fundador e, assim, não ficam impregnadas da visão “cômoda” daqueles que são movidos por preservar o status quo. Comecemos, então, falando deles (os empreendendores). São eles que, no “final do dia”, tomam as decisões que chacoalham o “mundo tecnológico” e que, merecidamente, ficarão para história!

O empreendedor

Há, deveras, muita confusão sobre como atribuir quem é ou não é empreendedor. Muito fácil de encontrar uma definição pelos traços de perfil que se esperam deles. Isto muitos já o fizeram! Não se trata somente de ter as características propícias para empreender. Empreendedor é coisa rara mesmo. Eu diria que empreendedor é como gênio: com sorte (e, claro, frequentando os lugares certos) a gente pode até encontrar um ou outro pela vida profissional…

Para ser empreendedor tem sim que ter todas as características apontadas pelos teóricos da inovação. No entanto, é ainda preciso ter qualquer coisa de “guru”, de MacGyver, de provocador, de controverso… Mas o importante mesmo é que tenha criado pelo menos uma grande inovação tecnológica, qual seja aquela capaz de impactar a economia de uma cidade, de um estado, de um país ou, porque não dizer, do mundo!

Veja, é tudo uma questão de referencial e escalabilidade. Não importa se estamos falando de milhares, milhões ou bilhões! O impacto se mede, outrossim, pela geração de empregos, renda e, porque não lembrar os políticos, de impostos que são revertidos como benefício social a toda população abrangida pelos seus empreendimentos. Desde a padaria do Sr. José da Esquina que inovou no modelo de entrega através de um novo aplicativo mais prático que o iFood até o eterno ícone do Vale do Silício. Sim, ele mesmo: Steve Jobs.    

Figura. Steve Jobs: o estereótipo do empreendedor.

Longe de ser um modelo como pessoa (marido ou pai) e nem tampouco como gestor (ou CEO), podem falar o que for! Para mim, após ler e apreciar no detalhe cada página da sua minuciosa biografia por Walter Isaacson,2 não restam dúvidas: para uma grande inovação não é preciso ser o gênio (este era o Wozniak e ainda o é). Deve-se ter a audaz perspicácia para fazer a “ponte” entre o que o cliente ainda não sabe que precisa e o que ainda não se sabe como fazer… Isto é inovar.

O fato é que por trás de um Jobs sempre haverá um Wozniak. E, for God sake, por trás de um Wozniak sempre haverá um Jobs!

Portanto, meus caros, se fosse resumir em uma só palavra que expresse a “cara do empreendedor”: seria sem sombra de dúvidas PROVOCADOR. Sim, ele deve respirar a “ousadia da criação” em cada mólecula de O2 que penetra em suas narinas!

A startup

Não poderia fechar sem falar delas, as “obras-primas” dessas mentes tão criativas. Dizem que as startups são organizações temporárias e digo, por experiência própria, que realmente o são.[*] Pense rápido numa startup de sucesso: Amazon, Netflix, Google, Uber, whatever… O que elas têm em comum? Sim, a disrupção. Eis uma palavra, cujo significado recomendo que fique “cravado” em vossas mentes!

Foi o saudoso Prof. Clayton Christensen quem nos ensinou seu significado.3,4 A disrupção nada mais é do que um salto de performance, do produto, do processo ou do modelo de negócios da empresa que o promove. Este salto é muito arriscado, mas ao mesmo tempo, quando bem-sucedido, leva a um novo patamar de desempenho que descortina um horizonte de valor nunca antes perscrutado.

Aqui devo fazer jus a um empreendedor serial desconhecido para o público amplo, mas que sem dúvida está deixando sua marca para muitos dos empreendedores de sucesso mundo afora e não somente no Vale do Silício… Ele se chama Steve Blank e foi quem sistematizou as ferramentas de gestão peculiares para ajudar uma startup a sobreviver e prosperar neste ecossistema tão inóspito! Ah, claro, o método se chama customer development.5  

§ 

Numa odisséia de empreendedores e startups, como num precipício, muitos sucumbem só de se aproximar. Alguns, mais corajosos, chegam até a ensaiar um salto, mas desistem na última hora… Então, 2 ou 3 mais insanos, vão lá e pasmem: caem no precipício. Que horror… Finalmente, um entre eles, heróico pela própria natureza, chega ao outro lado. Voilá! Surge mais uma startup de sucesso. Agora, por favor, parem com essa história de “empresa unicórnio”. Isto é coisa só para aquele povo de Wall Street mesmo!


[*] Já ajudei a fundar 4 delas, sem alcançar o sucesso almejado, e as vi serem encerradas em menos de 5 anos! Quem sabe vem a quinta por aí, lembrando que Steve Blank, o verdadeiro guru do Vale do Silício, fundou 9 até acertar seu hit… [hehe]

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

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Saiba mais: 

1. Chan Kin, W. Mauborgne, R. A estratégia do oceano azul, São Paulo: Campus, 2005.

2. Walter Isaacson, Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011.

3. Christensen, Clayton M. The innovator’s dilemma, New York: HarperBusiness, 2000.

4. Christensen, Clayton M. The innovator’s solution, Boston: Harvard Business School Publishing, 2003.

5. Blank, S. Dorf, B. The Startup Owner´s Manual: The Step-by-step Guide for Building a Great Company, Pescadero, California: K&S Ranch Press, 2012.

Algoritmos de inteligência científica

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Pois bem. De onde será que tiramos estes números que podem nos ajudar até mesmo a se fazer ciência? Vimos anteriormente o “pulo do gato” para encontrar o paper mais relevante que acabou de sair na sua pesquisa de interesse, selecionar as melhores universidades do mundo para se afiliar, identificar os periódicos científicos mais promissores para divulgar as suas publicações ou até mesmo monitorar os competidores para buscar inspiração nas suas descobertas…

No entanto, caro leitor, não se engane porque todas estas são tarefas incrivelmente mais simples do que se imagina. A pesquisa, de longe, é muita mais complexa! Veja. Basta um punhado de “fórmulas algorítmicas” bem desenhadinhas, um bom programador para transformar em comandos lógicos computacionais e, claro, um designer de “mão cheia” para criar uma interface amigável, de modo que o pesquisador não precise perder tempo em suas buscas de informações.

No fundo o que vale mesmo é muni-los, estes “semi-deuses da modernidade”, para tomada de decisão mais assertiva, contribuindo para o verdadeiro “formigueiro de conhecimento acadêmico” que só se contrói a cada dia pelas mãos de gigantes.

Observatório de inteligência científica

Vamos supor que você trabalha com síntese e acabou de conhecer uma base de dados peculiar… Fez uma primeira consulta e aparecerecam 123 resultados. As bases de dados científicas normalmente dispõem 2 opções para apresentar os seus MILHARES de resultados: por relevância ou por tempo. Qual você escolheria para refinar suas pesquisas?

Tela de computador com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura I. Ferramenta iNovarvm disponível em ricardobarreto.com.

Claro que, a priori, a opção de escolha sempre será a base mais abrangente! No entanto, seus algoritmos não consideram indicadores de mérito científico e sim de preferência dos usuários, mais ou menos como o Google. Então, como separar o “joio do trigo” sem ser levado pela “onda” de buscas?

Foi pensando neste desafio que criamos uma ferramenta simples, chamada “iNovarvm”, que pondera os principais indicadores de relevância de um paper, quais sejam: o fator de impacto do periódico científico, a posição no ranking global da instituição de pesquisas e o H-Index do pesquisador principal. Gera-se então um score que lhe permite fezer a triagem bem mais racional! Conheça.

Competidores científicos

Já vimos alhures que a “competição” no meio acadêmido é tão acirrada quanto a competição de mercado entre as empresas. Tá bom, diga-se de passagem, só um pouquinho mais velada… Não se trata de sonhar com o prêmio de Nobel, nem tampouco em crescer na carreira, já que com o tempo e um desempenho aceitável, as posições como titulares, mesmo nas instituições de pesquisas mais prestigiadas, são garantidas.

Falo, outrossim, de se aplicar a conhecida técnica de benchmarking para avaliar a sua evolução histórica de desempenho em comparação com as referências na sua área de pesquisa de interesse, monitorando-se os indicadores relevantes nos diferentes níveis de atuação: periódicos, instituições e pesquisadores.

Vimos que ao se aplicarem algoritmos para o posicionamento mensal dos periódicos científicos, instituições e pesquisadores tem-se uma poderosa ferramenta para tomada de decisão entre os cientistas. Vejam que as fórmulas matemáticas são empíricas e não têm nada de sofisticado… O único trabalho é de compilar os indicadores de diferentes bases de dados científicas.

Tela de celular com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura II. Algoritmos para o scoring de relevância de periódicos, instituições e pesquisadores.

Agora, pense comigo. Será que as técnicas de gestão empresarial podem realmente ser úteis entre os cientistas? Sentimos na prática que não, pelo menos ao se tratar da realidade brasileira. Nossos desafios ainda são muito mais elementares. O cientista, aqui, tá muito mais preocupado em garantir verba para manter viva a sua pesquisa! De qualquer forma, a ferramenta esta aí e as fórmulas abertas também….

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Eventos com inteligência científica

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Já aprendemos a filtrar dados com inteligência científica. Também já vimos como obter informações científicas relevantes. O que falta agora? Pense comigo: não são só empresas que competem por clientes para obter lucros crescentes… Vivemos num mundo onde a “vantagem competitiva” se dá em qualquer esfera, mesmo no “mundo acadêmico”.

Um pesquisador não está propriamente preocupado com a remuneração que galgará após trilhar uma carreira universitária brilhante. Se fosse este o propósito, certamente teria partido para iniciativa privada, onde os salários são bem mais polpudos. Veja, Einstein abriu mão até mesmo do seu tão sonhado prêmio Nobel para acertos financeiros de um divórcio turbulento…

Todo cientista que se preze busca sobretudo o reconhecimento intelectual e isto pode se dar de diversas formas e em diferentes momentos da sua trajetória na academia. Vamos destacar aqui 3 dos eventos acadêmicos mais importantes e como eles podem decidir, com ainda mais inteligência, sobre qual caminho a trilhar, aumentando as chances de sucesso!

Fililiação acadêmica

Para todo aquele que passa pela “sabatina” de uma boa formação acadêmica, anos afinco nas pesquisas de mestrado e doutorado, chega o momento decisivo de escolher, afinal, a qual instituição de pesquisas deseja afiliar-se. Tal escolha é, de certa forma, vital ao sucesso na sua carreira uma vez que o “ambiente acadêmico” é determinante para propiciar os recursos físicos e humanos necessários na condução das suas pesquisas.

De que adianta um químico orgânico sintético escolher atuar numa universidade que não tenha laboratórios bem equipados e com um belo equipamento de Ressonância Magnética Nuclear? Certamente seus esforços ficarão restritos a pesquisas mais elementares e atividades didáticas, deixando de explorar todo o conhecimento que acumulou.

Vamos supor que você terminou o doutorado com excelência e a sua linha de pesquisas em química orgânica envolva compostos do tipo diazo compounds. Em qual universidade prestaria concurso no Brasil e exterior? Esta é a típica decisão que não deve ser pautada pelo que já se ouviu falar e sim numa pormenorizada análise de dados. Nem sempre o óbvio é a melhor decisão! Analise a tabela abaixo e diga qual escolheria.

Figura I. Instituições TOP 5 com pesquisas sobre diazo compounds.

Que no Brasil a Universidade de São Paulo seria a TOP 1, isto não tem surpresa alguma. Da mesma forma, para quem é da área, a University of Texas também não é propriamente inesperada porque sabe-se que lá está um dos grupos de pesquisas mais produtivos na área. Agora, venhamos e convenhamos, quem iria imaginar que a Huazhong University of Science and Technology seria uma opção bem interessante na China e possivelmente nem tão concorrida…

Publicando papers

Ok, digamos que você já conseguiu ser aprovado e afiliar-se na instituição de pesquisas mais “competitiva” da sua área. Também já passou por aquela difícil fase inicial de estruturação do laboratório, do corpo de pesquisadores, elaboração de projetos, etc. Tudo pronto! Projetos de pesquisas aprovados em órgão de fomento e rodando a todo vapor…

Claro que os bons frutos, em termos de descobertas científicas, já estão chegando como consequência de uma estratégia científica bem concebida e alunos engajados. Agora, inevitavelmente você se pergunta: onde devo publicar os resultados das minhas pesquisas, meus primeiros e suados papers? Dá sempre um friozinho na barriga de não ser aprovado ou, contrariamente, aquela autoconfiança excessiva típica dos novatos…  

Fato é que todo químico que se preze sonha em ter pelo menos uma publicação no tradicional e mundialmente reconhecido Journal of the American Chemical Society (JACS). No entanto, mediante o nível dos trabalhos submetidos, este feito é para poucos. Em minha passagem pela academia daria para contar nos dedos aqueles brasileiros que conseguiram…

Pois bem. Ao observar os indicadores dos periódicos científicos TOP 5, extraídos do observatório mensal de publicações com a TAG específica diazo compound, observou-se efetivamente que o JACS tem disparado o melhor fator de impacto! No entanto, também se observa um dado curioso: o periódico CHEMCATCHEM, apesar de ainda novo, já apresenta um alto grau de colaboração internacional entre os grupos de pesquisas, o que é um sinal de que num curto espaço de tempo terá indicadores bem mais polpudos…

Figura II. Periódicos científicos TOP 5 com publicações sobre diazo compounds.

Perseguindo insights

A busca pela grande descoberta cientíca, aquela que pode representar um verdadeiro “salto quântico” em sua carreira acadêmica, somente se dá mediante os insights ou mais propriamente aqueles momentos de extrema concentração e criatividade que os psicólogos chamam de “estado de fluxo” e que propiciam a tal da Eureka de Arquimedes!

Acontece que estes momentos estão longe de ocorrer numa banheira ou debaixo de uma árvore ao cair uma maçã como muitos imaginam. Descoberta científica não se dá por acaso, exceto as raras exceções da serendipitidade… Longe disso. Elas só acontecem perante aqueles que são incansáveis no domínio de determinada área do conhecimento. Aqueles que já erraram muitas vezes, mas que continuam tentando, em seus laboratórios bagunçados, alterando as variáveis, buscando alternativas para novas experimentações, enfim, pesquisando, pesquisando e pesquisando ainda mais!

É muito mais provável que o insight ocorra na frente da tela do computador ao analisar os trabalhos de algum outro pesquisador da área que tenha publicado recentemente algo que, simplesmente, lhe propiciou a “peça” que faltava no SEU quebra-cabeças de pesquisas…  Sendo assim, como atividade vital de todo e qualquer método de inteligência científica, deve-se prever o monitoramento dos seus “competidores”, em especial daqueles que estão na “crista da onda”. O que será que o “Michael P. Doyle” ou o Jiang Cheng estão fazendo? Será que minhas pesquisas têm alguma correlação com a deles??

Figura III. Pesquisadores TOP 5 com publicações sobre diazo compounds.

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Vimos, afinal, que a tomada de decisão inteligente em pesquisas científicas está bem mais palpável do que, a priori, poder-se-ia imaginar um cientista. Não é necessária muita sofisticação, nem tampouco a contratação de plataformas caríssimas de analytics em que você se perde no meio de tantos gráficos e números…

Basta um pouco de perspicácia e, acima de tudo, de disciplina e método para organizar e realizar os registros dos dados e indicadores importantes para aferir a relevância das pesquisas. Não caia nunca na falácia de se pautar somente pelos indicadores usuais como o H-index dos pesquisadores ou o fator de impacto dos periódicos. Lembre-se da nossa regra de ouro: as grandes oportunidades estão nas “entrelinhas”!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Informações com inteligência científica

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Eis o dilema atual da inteligência científica: como obter informações científicas relevantes sem gastar tempo em inúmeros feeds e apps de diversas bases de dados científicas ao mesmo tempo? E ainda mais desafiador: como ajudar os pesquisadores a traçar suas estratégias competitivas de pesquisa científica?!

Sem sombra de dúvidas, o ciclo de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) não é algo linear e sim um processo complexo que avança gradativamente, sempre com muitos recuos e desvios. Uma ideia pode ir e vir, ser rejeitada inicialmente, depois de novas pesquisas de informações ser revisada e, finalmente, resultar num projeto de pesquisas que poderá ou não ser implementado no momento mais oportuno.

Para superar tal desafio, criou-se a “metologia ittiNomics” que aplica as técnicas de inteligência de valor aqui apresentadas para impucionar a inteligência competitiva nas esferas da pesquisa científica, inovação tecnológica e posicionamento de mercado.1 Seu verdadeiro “motor” reside na capacidade de sistematizar as pesquisas em bases de dados especializadas através da busca, geração e difusão da informação científica.

Conheceremos aqui seus processos elementares de análise, monitoramento e prospecção científica que podem ser divulgados através dos chamados documento de inteligência: os ittiDocs!

Análises científicas

Toda análise científica se preza a ganhar conhecimento sobre determinado ramo científico que são áreas do conhecimento de base utilizadas pelos cientistas para mapear o universo em que sua linha de pesquisas se encontra inserida. Segundo a metodologia, sugere-se aquelas que apresentarem mais de 1.000 artigos científicos publicados ao ano em determinada base de dados. Um exemplo dentro da química seria “síntese orgânica”.

Mais propriamente servem como análises de tendências estratégicas do ramo científico em questão. Apresentam unidades de informação padrozizadas dentre as quais destacamos a participação científica que mede a contribuição relativa no último anos dos países competidores e dos países entrantes em termos de número de artigos científicos publicados.

Por sua vez, a produção científica afere o número de artigos científicos publicados mês a mês no ano corrente do estado em foco (num dos países competidores ou entrantes). Possibilita, assim, uma visão do forecast para o próximo ano. Para conhecer outras unidades de informação, bem como exemplos práticos de documentos de inteligência científica, consulte a obra citada do autor. [*]

Tela de celular com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura. Exemplo de seleção científica de ramos em “química”.

Monitoramentos científicos

No caso dos monitoramentos científicos pretende-se estabelecer uma varredura da literatura de artigos científicos para monitorar constantemente os movimentos dos competidores na sua linha de pesquisa. Pela metodologia sugere-se aquelas que apresentarem menos de 1.000 artigos científicos publicados ao ano em determinada base de dados. Podemos citar “síntese total” dentro do ramo “síntese orgânica”.

Na progressão científica é levantado o número de artigos científicos publicados ano a ano somente da linha de pesquisas em foco. Focando-se no nosso exemplo da “síntese total”, observou-se que teve entre 2002 e 2016 uma taxa anual de crescimento composto (CAGR) de 5,6% demonstrando que continua a ser uma área que atrai significativa atenção da comunidade científica. Observe que muitas linhas de pesquisas que já passaram pelo período “áureo” chegam a apresentar crescimento negativo ao longo dos anos.

Talvez a mais importante unidade de informação deste tipo de documento seja o radar científico. Representa uma listagem dos últimos artigos científicos mais relevantes da instituição de pesquisas ou do pesquisador em foco na linha de pesquisa. Claro que idelamente esta listagem deve ser atualizada semanalmente e, sempre que algum paper saltar aos seus olhos, nada como uma radiografia científica para aprofundamento dos seus principais dados.

Prospecções científicas

O último processo de inteligência que não poderíamos deixar de mencionar é a prospecção científica. Aqui a varredura da literatura serve para identificar assuntos emergentes e novos entrantes em uma pesquisa relacionada que são áreas do conhecimento similares a determinada linha de pesquisa, podendo apresentar cruzamento de informações, experiências e esforços. A “descoberta de drogas”, por exemplo, se relaciona com a linha de pesquisa “síntese total”.

Veja que através do panorama científico podemos observar as pesquisas relacionadas com “síntese total” e que chamaram a atenção nas primeiras colocações do ranking, tais como as técnicas ecologicamente corretas de “síntese verde”, a “síntese hidrotérmica” e a “síntese no estado sólido” que não utilizam solventes tóxicos.

Indo além, pode-se até mesmo avaliar a competição científica entre os pesquisadores e instituições TOP 5 comparando-se o desempenho na pesquisa relacionada em termos de número artigos científicos publicados anualmente no período considerado. Veremos mais a frente como este tipo de análise competitiva é fundamental do ponto de vista de tomada de decisão em pesquisa científica

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Finalmente, gostaríamos de encerrar com um alerta específico aos pesquisadores brasileiros, ambiente no qual pude constatar a “fórceps” em sondagens por instituições de excelência nos principais estados de todas as regiões do país, que este tipo de análise informacional ainda está longe de ser empregada como rotina…

Apesar da triste constatação de que talvez seja esta até uma explicação complementar do motivo pelo qual, no geral, não produzimos pesquisas de alto impacto mundialmente falando, consolo-me em saber que ferramentas como o Clarivate Analytics são das mais empregadas nos países onde a ciência tem lugar de destaque na cultura nacional! Um dia chegaremos lá, oxalá!!! 


[*] A metodologia chegou a ser implementada através de uma startup chamada inovarvm cujas operações foram encerradas no Brasil por falta de “tração” na época. No entanto, o inventor (e presente autor) decidiu abrir parte da ferramenta (o observatório científico) através do seu website em: ricardobarreto.com. 

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1. Barreto, de L. Ricardo. IttiNomics: um guia especial para inovação aberta, Valinhos-SP, Editor-Autor, 2ª ed. 2016.

Filtrando dados com inteligência científica

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Já vimos que a “competência científica” é algo que se cultiva desde a mais tenra idade. Também vimos que as “instituições de pesquisas” são o segredo para o desenvolvimento de um país. Discorremos então sobre o que é e qual a importância da tal da “inteligência científica”. Mas ficou algo em aberto, uma pergunta cabal: como colocá-la em prática?

Tudo começa com o que chamamos aqui de data mining ou, no universo acadêmico, mais propriamente “vigília informacional”. Deve-se monitorar apenas uma métrica: a produção científica dos pesquisadores e das instituições de pesquisas a que estes são afiliados. Mede-se pelo número de papers publicados em periódicos científicos que, por sua vez, são acessíveis através de bases de dados especializadas.

São as “bases de dados científicas”, portanto, o ponto de partida para todo e qualquer processo de inteligência científica. Não importa se ela é multidisciplinar ou específica, nem tampouco se a sua abrangência é nacional ou internacional. Importante mesmo é saber se é a top of mind na sua linha de pesquisas! Vejamos como isto se dá.   

Seleção das bases de dados científicas

Antes de mais nada, deve-se dispor de uma lista de bases de dados científicas de acesso aberto para validação pela maior produção científica no último ano com as TAGs (ou palavras-chave) mais importantes na sua “pesquisa de interesse” e na principal “pesquisa relacionada”. Vejamos um exemplo prático.

Supondo que você atue como pesquisador dentro de uma indústria farmacêutica, interessado evidentemente na descoberta de novas drogas. Muito possivelmente sua TAG de interesse seria drug candidates e a TAG relacionada drug design. Então, você deve efetuar as buscas pelo abstract (ou título) em cada uma das bases de dados da lista.

Ao final do processo, você deverá selecionar minimamente duas bases: a TOP 1 entre as internacionais e multidisciplinares, bem como a TOP 1 entre as nacionais e específicas. Essa é a melhor maneira de se garantir boa representatividade e abrangência ao mesmo tempo… Neste caso específico (veja abaixo) ficamos com a PubMed e a ScienceDirect.

Figura I. Lista de bases de dados científicas.

Identificando pesquisas relacionadas

Agora, vamos supor que você não soubesse quais são as pesquisas relacionadas com a sua pesquisa de interesse. Como poderias repidamente identificar as mair importantes? As técnicas de text mining são essenciais nesta tarefa e muitas outras… Vamos continuar com o nosso exemplo do pesquisador da indústria farmacêutica.

O primeiro passo é acessar a base de dados TOP 1 selecionada anteriormente (a ScienceDirect, por exemplo) e pesquisar com a TAG da sua pesquisa de interesse (no caso “drug candidates”) no abstract e identificar TAGs de pesquisas relacionadas nos títulos dos resultados dos artigos mais recentes ou mais relevantes.

O próximo passo é descobrir qual o Grau de Correlação (GC) de cada uma das pesquisas relacionadas com a pesquisa de interesse. Basta realizar uma busca simple pelo abstract empregando as duas TAGs ao mesmo tempo e, posteriormente, calcular a contribuição relativa (%) de cada uma delas. Na tabela abaixo pode-se observar facilmente que as drogas anti-inflamatórias são uma pesquisa relacionada bem importante! 

Figura II. Pesquisas relacionadas pelo Grau de Correlação.

Identificando instituições e pesquisadores

Aplicando-se a mesma técnica, é também muito simples para se identificar os pesquisadores e instituições com maiores esforços na pesquisa de interesse ou na pesquisa relacionada. Basta realizar as buscas na mesma base de dados com a TAG no abstract e identificar as instituições e pesquisadores dos resultados mais relevantes.

Então, você deverá repetir a pesquisa combinando a TAG da pesquisa de interesse (no caso drug candidate) pelo abstract ao mesmo tempo com o nome da instituição em affiliation (ex. Pfizer) ou do pesquisador em author (ex. Carlos A.M. Fraga). Após registrar a respectiva produção científica de cada um deles, ordene a lista decrescente para obter o ranking de relevância (figura III). 

Observe que a produção científica mede tão somente o número de papers publicados em determinado período. Não pode ser tomado como uma verdadeira medida do “impacto” das pesquisas na referida área acadêmica. Veremos mais a frente que outros parâmetros devem ser considerados para uma avaliação mais fidedigna para tomada de decisão. De qualquer forma, não deixa de ser um belo indício… Afinal de contas: não é à toa que a gigante da indústria farmacêutica Pfizer está em primeiro lugar e disparado!

Figura III. Instituições e pesquisadores pela produção científica.

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Vimos, afinal, que filtrar dados com inteligência científica não é um “bicho de sete cabeças”! Longe disso. Não importa qual seja sua pesquisa de interesse e pesquisas relacionadas. Depois de encontrar a base de dados científica mais apropriada, usando técnicas muito simples para realizar as buscas, você estará a um passo de obter as informações de que precisa para decidir com sucesso o rumo das suas pesquisas…

Imagine quão mais produtivo e efetivo você seria como pesquisador, independente da afiliação, se constantemente avaliasse as bases de dados científicas, identificando sempre novas oportunidades de investigação, bem como um “farol” sobre as instituições de pesquisas e pesquisadores de excelência em cada uma delas? Veremos então como ir além.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Inteligência científica

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Longe de mim querer evocar a importância ciência, aquela que pode ser considerada o “Santo Graal” da sociedade moderna! Deixemos estas questões para os acadêmicos, estes seres exultantes que perseguem obstinadamente suas teorias, por certo com a destreza e liberdade que só aqueles desprovidos de interesses espúrios o têm…

Acontece que sem ela não tem tecnologia. E sem tecnologia não tem invenção, muito menos inovação! Como já vimos noutro contexto,1 a inovação é o resultado de três pilares: ciência, tecnologia e mercado. E a inteligência é a ferramenta que dá “liga” no montante de informações que permeiam a busca pelo melhor desempenho, mais propriamente o “diferencial competitivo” em produtos, processos ou modelo de negócios.

Comecemos então pela tal da “inteligência científica”. O que seria?  Por que ela é ainda tão pouco conhecida e valorizada em nosso país? Vejamos que tudo começa pela formação das competências e são elas justamente o propulsores que revolucionam as nações mais desenvolvidas.   

Competência científica

Saber ciência não se aprende na universidade. Calma, não me crucifiquem ainda! Quero dizer que saber ciência é algo pra lá de cultural, ou seja, algo que deve ser cultivado desde cedo, em casa, no círculo mais próximo de amizades, em qualquer lugar do nosso convívio social ordinário e não somente no rebuscado ambiente acadêmico… Quem já leu a biografia completa do Eisntein tem uma noção exata do que estou falando.2

Toda criança deve guardar a recordação daquela luneta “mágica” no alpendre do quarto em que o pai lhe guiava nos primeiros degraus do conhecimento do cosmos. Ou daquele fatídico dia em que ganhou sua primeira medalha na olímpiada de ciências do ginasial. Enfim, a ciência deve permear até mesmo aqueles momentos únicos da conquista do primeiro amor, como a metáfora euclidiana que usou ao chegar no topo da montanha naquela romântica tarde de outono…

Pois bem. Espero que agora tenha ficado mais claro o que é a “cultura científica” e o porquê que ela leva aos grandes cientistas. Certamente é por isso que o Brasil ainda não se encontra no hall dos laureados pelo prêmio Nobel, oxalá! Enquanto, vivermos numa sociedade onde apenas jogadores de futebol ou cantoras pop estão na “boca do povo”, tenham certeza de que bem distantes ainda estamos do grau de maturidade científica das grandes nações.

Nem por isso podemos dizer que somos de todo um fracasso. Longe disso! O Brasil tem uma produção científica “respeitável” no contexto mundial, muito embora a relevância dos trabalhos publicados não seja das maiores. Veja, ao fazermos uma consulta do número de artigos científicos publicados (conhecidos no meio como papers) no ano de 2019 pela Wiley Online Library,[*] veremos que o Brasil, com 5.390 papers, não fica tão distante assim de países desenvolvidos como o Japão (com 12.670 papers) e a França (com 9.903 papers). Voilà! Se não nos falta competência científica, o que pode estar errado?   

Instituições de pesquisas

Claro, sempre deve haver um motivo relacionado à política pública… São as instituições de pesquisas, mais propriamente as universidades que estão minguando. Não se pode formar um Bill Gates, um Thomas Piketty ou um Richard Dawkins sem fomentar, em primeiríssimo lugar, os verdadeiros celeiros de todo o conhecimento!

É dali, meus caros leitores, que nascem o pensamento crítico, a capacidade de fazer associações menos óbvias, o raciocínio analítico aguçado que brota somente naqueles que passam anos a fio, percorrendo bibliotecas, debruçados em livros massivos e vasculhando as bases de dados de papers para apresentar algo que o valha para os seus orientadores, os professores acadêmicos, desde a iniciação científica ainda na graduação, até os exames mais avançados da pós-graduação nos mestrado e doutorado. Quem já fez sebe que o buraco é mais embaixo!

Acontece que, no Brasil e na quase totalidade das nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento ao redor do mundo, são pouquíssimas as universidades que possam verdadeiramente ser consideradas como centros de excelência acadêmica. Elas são medidas normalmente por um conjunto de indicadores baseados na performance da sua pesquisa acadêmica, nos desdobramentos gerados em termos de inovações tecnológicas e no impacto social para a comunidade onde se encontram inseridas.

O Scimago Institutions Rankings,[**] pertencente ao Scopus e que faz parte de uma das maiores editoras científicas do mundo (a Elsevier), nos mostra que seis das melhores universidades do mundo (as TOP 10) são americanas. Evidentemente que Harvard, MIT e Stanford estão no topo da lista! E onde estão as brasileiras? Bem, a única que está entre as TOP 100 é a nossa USP – Universidade de São Paulo, mais precisamente na sexagésima primeira posição. Pasmem: o Brasil tem apenas 6 instituições entre as 500 primeiras colocadas enquanto os EUA têm 250!!

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Fica claro, portanto, que existe um verdadeiro “abismo” entre nós e eles! E a única solução seria um “Plano Nacional de Desenvolvimento da Ciência”, nos mesmos moldes que os Estados Unidos o fizeram no período do pós-guerra. Isto levará anos, ou melhor, décadas de muita boa vontade política… E tomará rios de dinheiro do orçamento público, o qual espera-se que um dia possa finalmente ser destinado para educação. Mas será que existe algo que possa agregar ou pelo menos encurtar um pouquinho este árduo caminho?

Sim. É a tal da “inteligência científica”. Segundo Tavares (2008-2009),3 pesquisador pioneiro ao cunhar este termo, sua conceituação envolve a capacidade de um profissional aplicar os princípios da “metodologia científica” em suas decisões, mais propriamente o seguinte:

A competência de interpretar os dados gerados pela pesquisa acadêmica para decidir racionalmente sobre métodos e procedimentos que comprovem a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações desenvolvidas no trabalho realizado.

Trocando em miúdos, o que ele quis dizer é que todo conhecimento científico deve ter um propósito definido e que este esteja perfeitamente alinhado com a missão e visão de onde se pretende chegar! Ou seja, se o nosso ilustríssimo Ministro da Ciência e Tecnologia (e seus sucessores) mobilizarem a comunidade em prol do tal Plano Diretor da Ciência, explorando a competência brasileira em certas ilhas de excelência como, por exemplo, a energia renovável e biotecnologia, certamente galgaremos patamares científicos nunca antes perscrutados. Nunca deixarei de ser um entusiasta da ciência, desde que ela mire, no final do dia, para a inovação!


[*] Considerada uma das maiores editoras do mundo e congrega mais de 1.600 periódicos científicos no seu portfólio. Conheça AQUI .

[**] Colsulte gratuitamente os filtros detalhados de pesquisas na base de dados do Scimago Institutions Rankings AQUI.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1. Barreto, de L. Ricardo. IttiNomics: um guia especial para inovação aberta, Valinhos-SP, Editor-Autor, 2ª ed. 2016.

2. Isaacson, Walter, Einstein: sua vida, seu universo, São Paulo: Companhia da Letras, 2007.

3. TAVARES, C. A. Visão holística da avaliação de competências à luz da metodologia científica. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife, v. 5/6, p. 79-102, 2008-2009.

Algoritmos de inteligência digital

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Sem mais delongas vamos mergulhar em alguns dos algoritmos de inteligência digital desenvolvidos através do método apresentado neste livro e que são capazes de impulsionar a sua estratégia de marketing de conteúdo.

Não adianta de nada conhecer a sua persona e produzir conteúdos a esmo se você não detiver um processo próprio, ágil e eficaz voltado para revelar a vastidão de conteúdos que existem por trás da primeira página do Google…

São dois os processos vitais que determinam o sucesso desta abortagem: a “seleção dirigida de Fontes e subFontes” e o “radar permanente de conteúdos externos”.[1] Os nomes assustam, mas a lógica é bem fácil de entender e, principalmente, de se pôr em prática!

Seleção dirigida de Fontes e subFontes

Nada mais é do que seleção digital das Fontes e subFontes mais influentes que atraem tráfego do seu público de interesse. São aplicadas técnicas simples de data mining e machine learning para chegar ao mix ideal de Fontes e subFontes, as quais podem ser estáticas ou dinâmicas, como veremos a seguir.

O primeiro passo é identificar as palavras-chave, aqui denominadas Tag e subTag, que devem atrair o maior tráfego do seu público na internet. Estas são as principais áreas de interesse do seu público! Se o seu público faz parte do universo do marketing, pode escolher, por exemplo, a Tag “marketing digital” e talvez, como subTag, algo um pouco mais específico como “marketing de conteúdo” ou “marketing nas redes sociais”. 

O próximo passo é descobrir quem são seus principais competidores digitais, mais especificamente o ranking Top 5 dos competidores orgânicos e pagos. Veja bem. No universo digital o termo “competidor” se refere a um website (ou outro canal digital de referência) que atrai uma parcela significativa de tráfego do seu público.

No caso dos “competidores orgânicos” basta utilizar um bom mecanismo de busca e proceder a seleção entre os cem primeiros resultados orgânicos do Google, por exemplo, sendo os três primeiros resultados com a Tag e os dois últimos com a subTag das áreas de interesse. Já para os “competidores pagos” proceder a seleção entre os anúncios das cinco primeiras posições apresentados também pelo Google nas pesquisas. Confira abaixo o resultado para a Tag e subTag mencionadas acima.

Tela de celular com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura 1. Descoberta de competidores digitais (orgânicos e pagos).

Pois bem. Logicamente, os principais competidores digitais devem ser também as principais Fontes nas áreas de interesse do seu público, tanto que o próprio Google os classifica na sua primeira página de resultados! Pela mesma lógica, claro que os “competidores orgânicos” serão sempre os mais relavantes, muito embora não possamos negligenciar os “pagos” que também podem produzir conteúdos importantes…

Sendo assim, nós decidimos fixar os “competidores orgânicos” TOP 1 para a Tag e subTag como as duas únicas Fontes estáticas do nosso processo de seleção dirigida. Todas as outras são consideradas subFontes! Fixamos também como “estáticas” as subFontes dos demais competidores e iniciamos o processo de seleção das subFontes “dinâmicas” que são os domínios relacionados direta ou indiretamente às áreas de interesse, priorizando aquelas com mais de 500 links ativos e 50 links únicos. Selecione no máximo 20 subFontes e faça o ranking das subfontes de acordo com o número de links únicos. Abaixo apresenta-se um exemplo para o competidor orgânico resultadosdigitais.com.br.

Tela de computador com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura 2. Seleção das subFontes dinâmicas de cada compeditor digital.

A pesquisa foi feita na ferramenta SEOprofiler com o website do competidor em Links. Avalie os 20 primeiros resultados, ordenados pelo maior LIS e os adicionados mais recentemente. Faça nova consulta para descobrir se o resultado escolhido é de fato uma subFonte dinâmica. Neste caso, registre-a na tabela e contabilize o seu número de Links únicos.

Se a subFonte for da área de interesse, você pode fazer uma nova consulta. Dica: se não descobrir nenhuma subFonte, equalize com aquelas descobertas para outros competidores. Pode-se ainda enriquecer a lista pesquisando no Google com as Tags TOP 50 ou com as Tags TOP 1 dos outros competidores. Senão, pesquise usando as Tags com maior número de pesquisas e não ordenadas pelo score. Neste ponto você já deve ter notado o porquê que estas subFontes são dinâmicas, ou seja, periodicamente você deverá mesclar o seu mix para manter a diversidade dos conteúdos descobertos na internet.

Tela de celular com publicação numa rede social

Descrição gerada automaticamente
Figura 3. Mix de Fontes e subFontes estáticas e dinâmicas.

Apenas formar o seu mix próprio de Fontes e subFontes estáticas e dinâmicas não adianta de nada! Agora você deverá utilizá-lo no próximo passo do nosso algoritmo de inteligência digital: o radar permante de conteúdos externos.

Radar permanente de conteúdos externos

Ele permite rastrear constantemente os últimos conteúdos externos descobertos através das Fontes e subFontes selecionadas anteriormente. A extração de dados é feita também da plataforma SEOprofiler, ordenando os conteúdos pela data de adição e registrando somente os resultados que sejam considerados de fato um conteúdo nos seus diversos formatos (ex. blog post).  

Idealmente, você deverá descobrir de 1 a 3 conteúdos por dia. Lembre-se: quanto mais opções, melhor será o processo! As buscas deverão seguir a seguinte ordem: primeiro as duas Fontes estáticas e depois as vinte suFontes estáticas e dinâmicas, respeitando a sequência numérica e sempre intercalando uma subFonte estática e a outra dinâmica.

Então, registre os dados no sistema (ou numa planilha Excel mesmo), atribuindo a Tag, categoria, formato e idioma dos conteúdos descobertos no dia, procedendo com scoring de relevância através do algoritmo abaixo que faz o ranking automático dos backlinks que apontam para o conteúdo e que mede a influência no seu ecossistema.

Tela de celular com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura 4. Score de relevância para o ranking de backlinks de conteúdos.

Você deverá consultar todas as Fontes e subFontes diariamente ou até o limite de 3 descobertas e, no dia seguinte, retomar de onde parou. Uma dica: se não conseguir descobrir nenhum conteúdo no dia, escolha dos dias anteriores, seguindo a ordem de prioridade do scoring. Em último caso, recomenda-se que navegue pelos sites das Fontes e subFontes até encontrar algo apropriado. Se ainda assim estiver com dificuldades, aí é sinal de que você precisa revisar o processo anterior da seleção dirigida…

A ferramenta buzzming, acessível em ricardobarreto.com, faz uso destes algoritmos dando várias opções para filtrar suas pesquisas e apresentando os resultados numa interface amigável que facilita sobremaneira as buscas. Confira abaixo o exemplo para uma busca genérica com a Tag da área de interesse “marketing digital”.

Tela de computador com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura 5. Exemplo de pesquisa na ferramenta online buzzmining.

Observar que foram encontrados três resultados de conteúdos para esta busca, sendo que o maior score foi de 32 para dois deles, ambos da mesma Fonte: saiadolugar.com.br. Escolha um deles e este conteúdo que deverá ser empregado para produzir o BuzZ. Mas que raios vem a ser um BuzZ?

Bem, este é o novo boca-a-boca da Era Digital! Nada mais é do que é uma chamada de impacto para despertar o interesse do seu público por determinado conteúdo nas redes sociais. Sua estrutura linguística ideal é a seguinte:

{[INTERJEIÇÃO x (!) + INTERROGATIVA x (?) + CALL TO ACTION x (.)]}

Veja um exemplo e já aproveito para me despedir aqui dos leitores e convidá-los para descobrirem conteúdos nas suas áreas de interesse e, por que não, gerarem o BuzZ em suas próprias redes sociais…

BuzZ generation: Pois bem! Por que será que todos os seus competidores digitais que você conheceu até hoje falharam? Entenda.


[1] Estes processos são a base para a ferramenta de inteligência de conteúdo chamada “buzzmining” que se encontra acessível através do website do autor em ricardobarreto.com.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Decidindo eventos com inteligência digital

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Já aprendemos a “filtrar dados” para conhecer melhor o seu público de interesse, ou melhor, a sua persona. Também já reconhecemos o papel dos influenciadores que são os verdadeiros “evangelistas” da Era Digital. Ainda em tempo, descobrimos o poder do link building e o porquê que você deve criar sua reputação online gerando conteúdos de qualidade. O que falta agora? Claro, maximizar os resultados esperados de tudo isso!

A “otimização da conversão” configura um método que emprega técnicas de analytics e o feedback contínuo dos usuários para melhorar a performance de um website, mais especificamente o aumento da taxa de conversão de visitantes a leads ou clientes, dependendo do seu foco estratégico.

Em essência, a técnica se resume a capturar o quê os usuários estão buscando ao visitar seu website e conduzi-los ao “objeto” da forma mais rápida e amigável possível, de modo a aumentar suas chances de clicar num call to action… Vamos agora conhecer algumas das estratégias matadoras para impulsionar suas decisões de marketing digital.   

Que tal o growth hacking?

É impossível falar de otimização da conversão sem mencionar o conceito do growth hacking que está revolucionando a maneira das empresas trabalharem o crescimento dos seus negócios.

Segundo Sean Ellis, que foi quem cunhou este termo, qualquer iniciativa de crescimento pautada em experimentos se enquadra nesta categoria de marketing, tais como os testes A/B. Experimente algumas das ferramentas sugeridas no apêndice desta obra.

Não é à toa que as tão badaladas empresas do tipo startups pautam sua estratégia de crescimento acelerado não só em produtos e serviços inovadores e tecnológicos, mas também numa estratégia muito bem consolidada de growth hacking…  

O poder da escalabilidade depende, via de regra, de um “chamariz” para o seu público. Você precisa ir além dos conteúdos porque estes têm o poder de atrair, mas dificilmente convertem… É preciso oferecer algo prático, realmente útil e gratuito, algo que resolva de preferência algum “calcanhar de Aquiles” para a sua persona

Um simulador de rotas para quem vai viajar, uma calculadora de desgaste de pneus para motoristas previdentes, um harmonizador de cores para maquiadoras, enfim, o céu é o limite, basta farejar a necessidade!  Mas como podemos descobrir isto antes de investir um bom dinheiro no desenvolvimento da ferramenta?

Testes de usabilidade

Existe uma forma muito fácil para se descobrir do que o seu público mais precisa! Chama-se “teste A/B” e consiste em apresentar para os usuários 2 versões distintas da página que se deseja otimizar. Depois é só compilar os dados e escolher a melhor. Certo? Bem, sempre ajuda um pouquinho mais de técnica…

Uma classe de ferramentas muito útil, especialmente na fase de planejamento dos testes A/B, é aquela que se propõem a realizar testes de usabilidade. É o que faz, por exemplo, o UsabilityHub. É perfeita para ter uma resposta rápida de usuários com o feedback sobre os elementos de design do seu site e/ou aplicativo. Os testes são distribuídos basicamente em 4 tipos:

Tela de celular com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura. Tipos de testes de usabilidade.

Recomendo que você faça um teste bem simples quando iniciar a divulgação da sua ferramenta de growth hacking. Pode ser um “teste de pergunta” sobre um ícone, por exemplo, apresentado numa interface do tipo call to action… Já dará uma boa ideia do poder da ferramenta!

§

Vimos aqui apenas um pouco do que você precisava conhecer para começar sua jornada rumo aos elevados patamares de resultados que só o marketing com inteligência digital pode propiciar hoje em dia no universo online

Você deve ter notado que a escolha das ferramentas corretas (e nem sempre as pagas) é a chave para impulsionar estes resultados, muito embora somente a vivência prática e estratégica, digo aquela baseada em fatos e dados, que dirá se a dita “inteligência” está sendo de fato empregada.

Não se iluda que terá resultados rápidos. O grande segredo aqui (e em quase tudo na vida) é a persistência e precisão ao rodar o processo de forma sistêmica. Alguns já alcançaram um belo lugar ao sol trilhando estes passos… E há certamente mais espaço lá para você! Sucesso é o que desejo a todos que se aventuram nesta seara.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Recomendando informações com inteligência digital

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Antes de falarmos propriamente sobre a medição de resultados no contexto do marketing digital, precisamos entender o conceito de analytics que rege esta importante etapa pós-publicação do conteúdo. O blog da cetax apresenta a seguinte definição: [1]

Analytics refere-se à possibilidade de se utilizar dados, análises e raciocínio sistemático para seguir em um processo de tomada de decisão muito mais eficiente.

O analytics emprega técnicas de modelagem estatística tais como data mining e, ao aplicar estes dados coletados para tomada de decisão estratégica numa organização, adentra no campo conhecido como business intelligence (BI).  Mais especificamente, dentro do contexto do marketing de conteúdo, temos cinco frentes principais de captura de dados:

  1. Website analytics;
  2. Social media analytics;
  3. Funnel analytics;
  4. Web analytics;
  5. SEO analytics.

Sem dúvida a medição dos resultados é a etapa mais importante após a publicação do conteúdo. Existem ferramentas críticas para avaliar a web como um todo, o website específico, as redes sociais ou o desempenho em Search Engine Optimization (SEO).

O grande “trunfo”, portanto, está na seleção das métricas mais importantes para o seu negócio! Se a sua empresa está focada no “buzz marketing”, por exemplo, deve ficar muito mais atenta às métricas de engajamento nas redes sociais. Por outro lado, se você simplesmente roda um e-commerce, o mais importante é carrear tráfego para o website que é o seu próprio canal de vendas.

Independente da estratégia de marketing adotada, existe uma tática de vital importância para todo e qualquer negócio online hoje em dia: o tal do link building.

O que é link building?

Funciona mais ou menos assim… Imagine que a cada link que a sua página recebe de um outro website é como se fosse um “voto” a mais para o seu ranking perante os mecanismos de busca como o Google. Isto mesmo. É uma forma simples e direta deles referenciarem a qualidade do seu conteúdo!

O efeito é que, além de direcionar tráfego para sua URL, o mais importante é que sua página adquire relevância orgânica com a TAG do texto âncora perante as plataformas de busca, mais especificamente aquela palavra-chave utilizada para direcionar o link (ou backlink na linguagem dos especialistas).

Detalhe importante: não adianta de nada galgar uma grande quantidade de links. O que importa mesmo é a qualidade destes links! Observe que o Google até penaliza sites com links ruins… É assim que as ferramentas de analytics como a MOZ atuam,[2] ao criarem índices que medem a “autoridade dos sites” perante os seus competidores digitais.

São considerados basicamente três fatores: o número de links de domínios descobertos nos últimos 60 dias, o número de links externos que apontam para sua página e, finalmente, o número de palavras-chave classificadas nas 50 primeiras posições de resultados de pesquisas no Google.   

Que fique clara uma coisa: não adianta sair produzindo conteúdos a esmo se estes não forem devidamente reconhecidos pelo seu público. Para o sucesso do link building, você precisa produzir bons e prósperos conteúdos, senão ninguém vai querer apontar um link sequer para o mesmo… Salve a meritocracia digital!

Taxonomia de conteúdos

Já aprendemos diversas ferramentas que nos ajudam a coletar dados nas diferentes etapas do processo de marketing de conteúdo. Mas como faço para organizar tudo isso?

Sem dúvida esta é a problemática atual para muitos do “marketeiros” de plantão, até porque não conheço um curso de publicidade que tenha uma disciplina de ciência de dados. Pelo menos ainda… Lembre-se: sem uma organização adequada, os dados não trarão insights e sim muita confusão!

A primeira tarefa é transformar os “dados brutos” através de um processo de classificação. Este é o desafio que tem sido chamado de “taxonomia de conteúdo”. Observe que a maioria dos negócios B2B e B2C não apresentam uma estratégia de conteúdo devidamente documentada. Confira o que Natalya Minkovsky, do Content Marketing Institute, tem a dizer a respeito:

Como estrategistas de conteúdo, temos que pensar em taxonomia a partir da perspectiva de quais termos e estruturas ajudarão o conteúdo a ter um melhor desempenho.

Como então podemos fazer esta classificação? É muito importante que cada conteúdo seja minimamente classificado de acordo com os seguintes critérios: 

Figura. Critérios para taxonomia de conteúdos.

Deve-se destacar que, para estruturar estes dados, transformando-os em verdadeiros “ativos de dados”, são necessárias certas ferramentas de apoio e gestão, conhecidas com Digital Asset Management (DAM).

§

Afinal, não poderíamos deixar de alertar que uma taxonomia que se preze só acontece quando você puder extrair facilmente todos os dados capturados dos conteúdos gerados, a qualquer momento, exportando o arquivo nos tradicionais formatos, quais sejam Excel ou CSV.

Já deve ter percebido, assim, que após implementar uma estrutura adequada, você passará a acumular uma grande quantidade de dados em sua organização. E estes dados são valiosíssimos para tomada de decisão em marketing de conteúdo!


Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

[1] Para o público leigo na área, este blog traz informações introdutórias sobre data anlytics, big data e data science. Conheça mais AQUI.

[2] Faça um teste gratuito e analise a URL do seu site para descobrir o poder desta ferramente. Acesse AQUI.

INTELIGÊNCIA DIGITAL

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Se você trabalha numa empresa, seja na indústria, comércio ou no setor de serviços, mesmo como profissional autônomo, certamente já deve ter ouvido falar que tudo hoje em dia, mas tudo mesmo, gira em torno do tal “marketing digital”.1

Não se assuste, mas o fato é que o típico “vendedor” de porta, aquela figura boa de lábia, com um catálogo de produtos debaixo do braço, tal como o conhecemos no século XX, está mais para “bicho em extinção” do que outra coisa!

Vejamos o que é mais comum hoje… Receber o email marketing de um e-commerce, um push da sua loja virtual preferida de tennis no feed do Instagram ou a visita inusitada de um vendedor de panelas na porta da sua casa?

Vamos conhecer um pouco mais sobre a estratégia de marketing que está revolucionando a forma como as empresas geram negócios: o inbound marketing!

Inbound marketing

O termo técnico chama-se inbound marketing,2 mas você também pode resumi-lo como sendo o conjunto de técnicas capazes de “atrair” o seu consumidor através de um tipo muito especial de funil, conhecido como “funil de marketing”, com etapas bem definidas de aquisição, retenção e crescimento dos clientes.

Não adianta mais contratar uma campanha publicitária caríssima se você não souber se relacionar com o seu público. Acreditem: a “moeda de troca” não é mais necessariamente dinheiro… São “conteúdos” especialmente planejados e elaborados antes do cliente sequer imaginar a possibilidade de comprar o seu produto ou serviço. Vivemos declaradamente a “ditadura” do consumidor!

É preciso chamar atenção pelas redes sociais. Fazer o BUZZ, o “zunido digital”, o novo boca-boca, enfim, muito barulho!

Mas como nutrí-lo (o consumidor) com informações que sejam realmente do seu interesse? Trocando em miúdos: conte uma “história” bem contada através de ebooks, infográficos, guias, etc. São muitos os formatos de conteúdos e lembre-se da “regra de ouro”: cada público tem um gosto, uma linguagem apropriada, a depender do tipo de informação…

O conteúdo, portanto, é a grande “isca” do inbound marketing para atrair o público de interesse e tranformá-lo em lead logo na primeira etapa de aquisição do funil de marketing. Somente assim sua empresa fortalecerá o vínculo com o público e sua marca galgará o topo do mercado. A venda se tornou algo óbvio somente para aqueles que souberem demonstrar autoridade em termos de “conhecimento” na sua área. Bem-vindo à era do “marketing de conteúdo”!

Marketing de conteúdo

O processo de marketing de conteúdo pode ser dividido didaticamente em duas fases temporais com atividades bem distintas: antes ou depois do momento da publicação do conteúdo. Na primeira fase o foco reside na produção e distribuição do conteúdo.3 Depois disso, o mais importante passa a ser a medição dos resultados, a organização dos dados e a otimização da conversão em resultados.

Figura. Fases do processo de marketing de conteúdo.

A produção de conteúdo é a primeira etapa do processo de marketing de conteúdo. Ela envolve todas as atividades técnicas e ferramentas utilizadas na criação de um conteúdo que pode ter três focos distintos: educar, informar ou entreter. Além disso, dependendo do perfil do seu público e também da etapa que estiver dentro do “funil de marketing”, é fundamental saber qual é o formato (exs. texto, infográfico, foto ou vídeo) que melhor ressoa com a sua  persona… Este é o primeiro grande segredo do marketing de conteúdo: conhecer o seu público!

Ok, conteúdo produzido com êxito. O que falta agora? Aí começa a etapa de distribuição que configura o ato de disponibilizar o conteúdo para o seu público virtual com o intuito de atingir a maior audiência possível. Sendo assim, o ponto crítico desta etapa é a escolha dos melhores canais de distribuição que podem se enquadrar em três categorias de acordo com a sua “disponibilidade”: canais proprietários, pagos ou “ganhos”.

Chegamos à medição dos resultados que é a etapa mais importante após a publicação do conteúdo. Existem ferramentas críticas para avaliar a internet como um todo, o website específico, as redes sociais ou o desempenho em Search Engine Optimization (SEO). Aqui o grande “trunfo” está na seleção das métricas mais importantes para o seu negócio. Se a sua empresa está focada no buzz marketing, por exemplo, deve ficar muito atenta às métricas de engajamento nas redes sociais. Por outro lado, se você roda um e-commerce, o mais importante é carrear tráfego direto para o website.

De posse dos dados, como faço agora para organizar tudo isso? Sem dúvida esta é a problemática atual para muitos dos “marketeiros” de plantão, até porque ainda não conheço um curso de publicidade que tenha uma disciplina de ciência de dados… Lembre-se: sem uma organização adequada, os dados não trarão insights e sim muita confusão! A primeira tarefa é transformar dados brutos através de um processo de classificação. Este é o desafio que tem sido chamado de “taxonomia” do marketing de conteúdo…

Finalmente, a otimização da conversão configura um método que emprega técnicas de analytics e o feedback contínuo dos usuários para melhorar a performance de um website, mais especificamente o aumento da taxa de conversão de visitantes a leads ou prospects, dependendo do seu foco estratégico. Em essência, a técnica se resume a capturar o que os usuários estão buscando ao visitar seu website e conduzi-los ao “objeto” da forma mais rápida e amigável possível, de modo a aumentar suas chances de clicar num call to action… 

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São estas, portanto, as etapas fundamentais do marketing de conteúdo! Vimos aqui o que você precisava conhecer de imediato para começar sua jornada rumo aos elevados patamares de resultados que só o marketing digital pode propiciar hoje em dia no universo online.

Você deve ter notado que a escolha das ferramentas corretas (e nem sempre as pagas) é a chave para impulsionar estes resultados, muito embora somente a vivência prática e estratégica, digo aquela baseada em fatos e dados, que dirá se a “inteligência digital” está sendo de fato bem empregada.

Não se iluda que terá resultados rápidos. O grande segredo aqui é a persistência e precisão ao rodar o processo de forma sistemática. Alguns já alcançaram um belo “lugar ao sol” trilhando estes passos… E há certamente mais espaço lá para você! Sucesso é o que desejamos a todos que se aventurarem nesta seara.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:

1. Torres, Claudio. A Bíblia do Marketing Digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar, São Paulo: Novatec Editora, 2009.

2. Halligan, B., Shah, D. INBOUND MARKETING, attract, engage and delight customers oniline, Wiley, 2014.

3. Rez, Rafael, MARKETING DE CONTEÚDO: a moeda do século XXI, São Paulo: DVS Editora, 2016.