CULTURA versus SUPERFICIALIDADE § 55 – 57

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§ 55

YouTube versus Jane Austen. Insana comparação! Mas qual seria a melhor explicação para tanta coisa supérflua que nos rodeia hoje em dia? Difícil mesmo de entender… Somente quando lemos um romance de Jane Austen transparece a brutal mudança de hábitos num espaço de tempo de um pouco mais de 200 anos. 1

Foto em preto e branco de rosto de pessoa visto de perto

Descrição gerada automaticamente
Figura. Jane Austen: escritora inglesa de incomparável percepção.

Nem é preciso ir tão longe assim. Tente lembrar-se dos hábitos familiares na sua infância. Com certeza notará muitas diferenças! Na minha casa, por exemplo, era “sagrada” a reunião na sala, todos a postos no sofá para curtir o Fantástico da TV Globo no domingo. Hoje, se o leitor me visitar por volta das 21h de um domingo qualquer, certamente encontrará um ser em “posição de lótus” numa poltrona, pesquisando no Google algo que tenha chamado atenção na leitura dominical edificante, minha esposa estirada no sofá atualizando-se no iPhone e minha filhinha, claro, assistindo as últimas dicas de maquiagem da sua YouTuber preferida no iPad! Ora, qual seria o título que Jane Austen escreveria se estivesse entre nós neste momento? Ah, seria um vídeo bem curtinho: com uns 3 likes e apenas um “cheiro” de sense and sensibility… [hehe]   

§ 56

Ciência e tecnologia. A mudança de hábitos ocorreu, indubitavelmente, na mesma velocidade que vieram os progressos da ciência e as suas mais variadas aplicações tecnológicas no cotidiano das pessoas. Nunca, em toda história da humanidade, foram vistas tantas inovações tecnológicas aparecerem e desaparecerem, moldando nossas vidas e hábitos mais arraigados. Se me perguntarem qual seria o barato de ter um aparelho de fax, não titubearia em responder com a emoção daquele bipe… Já minha filhinha, ao mesmo tempo que edita uma foto para postar no Instagram, responderia com outra pergunta: mas este tal “bipe” serve pra quê?! Quanta tecnologia vai e vem, mas pensem comigo: será que precisamos mesmo de tudo isso? Não pensem vocês que a culpa é da ciência ou dos empreendedores. De forma alguma. Sempre as respostas remontam a questões mais filosóficas…

§ 57

Dinheiro ou poder? Ambos. Vamos primeiramente refletir sobre o que leva o homem a desenvolver tais tecnologias. Sim, o que os move, via de regra, é a saga por conquistar dinheiro e poder. Assim, garante-se praticamente todos os seus anseios no plano material. Mas Fernando Pessoa diria que “sempre falta uma coisa: uma frase, um copo, uma brisa”, forçando-nos a descer mais um degrau na análise. Por que o homem precisa de tanto dinheiro? Será mesmo que precisamos ir além do minimamente necessário para sobrevivência, conforto e a segurança da família?? Tudo que nos ilude se resume em comodidade, prazer e previdência. Nada mais. A humanidade é materialista por natureza. Seguem seus instintos de forma consciente ou inconsciente. Muitas vezes não se apercebem que suas ações e hábitos estão sendo moldados de acordo com os costumes da época que estão vivendo, mais propriamente das tecnologias em voga que ditam as formas de relacionamento. Isto não quer dizer que toda e qualquer tecnologia é desnecessária. Não tenho dúvidas de que o aparelho de fax deveria ser algo vital para uma corretora de seguros nas décadas de 80 e 90, assim como o Instagram o é hoje para cultivar as amizades… No fundo, o que dita os avanços tecnológicos, são as próprias necessidades e desejos humanos. São eles que mudam e não o contrário. Pronto, falei.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1Jane Austen, Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) terminado em 1797 e publicado somente em 1813.

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