Corpo consciente

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #ciclodaculturadevalor #corpo #saúde #qualidadedevida #corpoconsciente #vidaconsciente #consciência #HathaYoga #ProfessorHermógenes

A inércia, ou inapetência, é a maior inimiga do corpo consciente. De nada adianta arrumar uma desculpa para si ou para o seu médico… Fato é que a prática contínua de atividades físicas pode sim prevenir a ocorrência de diversas doenças crônicas e, consequentemente, mortes prematuras. Pelo menos é o que indica uma série de estudos científicos a respeito.1

            Os benefícios se dão, mais propriamente, por diversos efeitos fisiológicos, dentre os quais destaca-se aqui a melhoria do funcionamento do sistema imunológico. Evidências mostram que até mesmo alguns tipos de câncer podem ser sinalizados e contidos logo no início por conta do melhor desempenho autoimune.2   

Não é preciso ser um “superatleta”. Uma breve caminhada de apenas 30 minutos, quando praticada com frequência, já é o suficiente.3 Pessoa comuns, com uma jornada de trabalho de mais de 8 horas, ainda arrumam tempo para ir à academia quase todo santo dia… E aí reside outro grande problema: quando se esvai o maior objetivo que é a saúde e não o culto ao corpo!

Muitos, sem sequer perceberem, na verdade estão levando uma vida fútil, frívola, sem um propósito maior… E o resultado, invariavelmente, é um só: crise de estresse, depressão profunda, pânico!!

Vamos então propor uma terapêutica simples. Não precisa ser médico para estimular as boas práticas que melhoram a saúde e qualidade de vida. Mas lembrem-se, antes de mais nada, de pesquisarem sobre o Prof. Hermógenes: o pioneiro da Hatha Yoga no Brasil.

Se é a cabeça que já não anda funcionando como antes, pode esticar um pouquinho mais a soneca (uns 40 minutinhos já é o suficiente), três vezes por semana, e propiciar um aumento do tamanho do hipocampo, melhorando a memória.4 Ou ainda, se estiver adentrando na terceira idade, vai evitar as deficiências da senilidade devido ao estímulo do fluxo sanguíneo para o cérebro que ocasiona o aumento do tamanho do córtex pré-frontal e melhora o controle motor, da memória e do pensamento crítico.5

    Quando se trata da saúde do corpo físico, não adianta de nada atuar em qualquer etapa do ciclo de cultura de valor, seja reprogramando suas crenças ou cultivando pensamentos positivos, se você não fizer também a sua parte com relação aos mecanismos mais essenciais que regem a saúde do nosso corpo. Dores crônicas são capazes de tirar qualquer um do sério!

    Uma atitude consciente, segundo a ótica aqui abordada, perpassa pela conciliação de uma vida ativa fisicamente com uma vida igualmente ativa dentro das nossas mentes. Só assim você terá uma “intervenção mente-corpo” realmente efetiva, galgando os valores mais sutis de poder, prosperidade, pureza, paz, verdade, amor e felicidade. Não há outra forma de alimentar o espírito, senão pelo equilíbrio dessas duas dimensões da nossa existência física e sutil.

            Não vejo outra definição melhor para um “ser altruísta” que não aquele que gera estes valores em base contínua e os distribui a tudo e a todos que convive. E espero, caro leitor, que o ciclo da cultura de valor tenha se figurado como um meio para esta busca. Boa sorte nesta jornada!!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Warburton, D. E. et. al. (2006) Health benefits of physical activity: The evidence. Canadian Medical Association Journal, 174(6), 801-809.

2. Friedenreich, C. M. (2001) Physical activity and cancer prevention from observational to intervention research. Cancer Epidemiology Biomakers & Prevention, 10(4), 287-301.

3. Bassuc, S. S. et al. (2013) Why exercise works magic. Scientific Americam, 74-79.

4. Erickson, K. I. et. al. (2011) Exercise training increases size of hippocampus and improves memory. Proceedings of the National Academy of Sciences, 108(7), 3017-3022. Pereira, A. C. et al. (2007), An invivo correlate of exercise induced neurogenesis in the adult dentate gyrus. Proceedings of the National Academy of Sciences, 104(13), 5638-5643.

5. Calcombe, S. J. et al. (2006) Aerobic exercise training increases brain volume in aging humans, The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, 61(11), 1166-1170. Calcombe, S. J. et. al. (2004), Cardiovascular fitness, cortical plasticity, and aging. Proceeding of the National Academy of Sciences, 101(9), 3316-3321.

Nutrição consciente

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #ciclodaculturadevalor #nutrição #nutriçãoconsciente #vidaconsciente #consciência #consciênciaanimal #vegetarianismo

Confesso que até pouco tempo atrás eu nunca tinha parado para refletir com maior seriedade sobre o tema. Além de bom gourmet, até debochava daqueles que faziam uma opção alimentar mais restritiva, seja qual fosse a razão: estética, crença ou saúde.

            Foi então que li um livro do polêmico filósofo australiano Peter Singer que chamava a atenção para o dilema ético da alimentação de proteína animal e o sofrimento dos animais criados para o abate.1 Na época (ainda antes dos meus 30 anos), tomei minha primeira decisão acerca do tema: nunca mais comeria carne de vitela!

            Também nunca fui tão preocupado com estética. No máximo, quando solteiro, cheguei a frequentar a academia com maior assiduidade para manter o abdómen levemente torneado (as veleidades de moçoilo), mas nem foi necessário fechar a boca haja vista que sobrava energia e o metabolismo ainda ajudava…

            A questão estava longe ganhar notoriedade mesmo depois dos trinta. Após os 5 primeiros anos de casado, com filha para criar, trabalhando e ainda estudando como nunca, claro que você sempre acaba encontrando breves momentos de prazer na comida: aquela picanha maturada na sexta à noite, pizza portuguesa aos sábados e, claro, uma bela feijoada no domingo para arrematar a semana!

            Então, pela primeira vez, recebi recomendações médicas para atentar mais para o peso e manter sob controle o colesterol, triglicérides, etc. Até aí nenhuma novidade. Faz-se como 99,9% das pessoas: corta-se o açúcar, tranca-se o congelador e começa-se, sofrivelmente, a praticar alguma atividade física, mesmo que esporádica.

            Só percebi realmente algo diferente quando estava à beira de um ataque de estresse e resolvi fazer um retiro espiritual nas montanhas para aprender meditação, mais especificamente raja yoga. Foram dois dias de reflexão, em que aprendi não apenas a meditar, mas também a preocupar-me mais com o que entra pela boca, não pela ótica científica das interações bioquímicas dos nutrientes e seus efeitos fisiológicos, mas sim pela análise de coerência com nossas crenças e seus efeitos sobre os pensamentos. Eis aí a quebra de paradigma! Vejamos uma argumentação bem simples.

            Se sou um ser consciente, em contínua evolução através da interação construtiva com outras consciências, independente de raça, credo ou quaisquer pré-julgamentos, como posso então alimentar-me de carne de origem animal, sabendo (ou acreditando) que estes seres também são dotados de consciência, mesmo que em estágios considerados inferiores aos da espécie humana?

Pronto, se você concordou com esse primeiro raciocínio, então são muitas as perguntas sem respostas: por que, aos olhos do Criador, a consciência de uma vaca, uma leitoa ou um coelhinho silvestre seriam tão diferentes assim das nossas? Ou ainda: se comemos miúdos de galinha, por que não comeríamos miúdos de carne humana?! O Dr. Lecter, de Silêncio dos Inocentes, certamente não era vegetariano…

            Foi assim que, aos 36 anos de idade, decidi não comer mais regularmente carne de origem animal. No início me alimentava, por vezes, de camarão e alguns crustáceos que julgava apresentarem consciências num estágio rudimentar, ou seja, teriam uma tênue ligação com o plano físico e não sofreriam tanto com a morte. No entanto, mais recentemente descobri pela ciência que até mesmo o octupus apresenta um sofisticado sistema sensorial.2

Não me tornei um vegetariano convicto. Longe disso. Digo que sou um vegetariano sem vergonha! Após manter a disciplina por alguns anos, decidi levar a coisa mais suave. Seja com a família, ou amigos, sempre abro honrosas exceções…  Meu objetivo é poupar sei lá: umas 15 vaquinhas, uns 5 porquinhos e umas 70 galinhas até o final dessa minha vida.

Não aboli ovo, nem leite e seus derivados que, a propósito, são extremamente nutritivos e não recomendo que faltem em nossa dieta diária. De qualquer forma, respeito a opção tanto dos carnívoros quanto dos veganos. A sabedoria sempre reside no equilíbrio, independente de como o tenha alcançado.

           A coisa se torna premente quando se trata do direito animal. Sou a favor do movimento em defesa dos animais e também penso que está mais do que na hora de incorporamos leis de proteção severas a este respeito no código civil. É preciso evitar que estas consciências animais sofram durante o abate que é algo brutal, independente do método.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Peter Singer, Vida Ética, Ediouro: São Paulo, 1a ed., 2002.

2. Birch, Jonayhan et al. Dimensions of Animal Consciousness, Trends in Cognitive Sciences, October, 2020

Pensamentos conscientes

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #ciclodaculturadevalor #Kriyayoga #ParamahansaYogananda #pensamentosconscientes #consciência #DecálogodaConsciência

Pensar de forma consciente é assumir que se entende e pratica-se, autômato e indiscriminadamente, o ciclo da cultura de valor. Em outras palavras, queremos dizer que as seguintes máximas foram, são e permanecerão plenamente incorporadas ao seu cotidiano:

  1. Assuma que a vida só existe porque há consciência: o centro de força da energia vital;
  2. Defina seu sistema de crenças, seja qual for… Apenas não fique em cima do muro! 
  3. Seja coerente ao pensar. Pense no que pensa, depois pense novamente, só então prossiga pensando… Isto é refletir.
  4. Fale com um propósito. E que este seja minimamente louvável… Caso contrário, o melhor é que guarde para si e olhe lá!
  5. Nada de mal há em levar uma vida contemplativa. Que seja resgatada a disciplina monástica, mas numa nova roupagem…
  6. Você é 100% responsável pelos seus atos? Espero que sim. Não existe destino, nem sorte e muito menos azar! Só carma.
  7. Lembre-se: valor, de fato, só se gera através de atos… E atos louváveis são raros aos que não praticam as outras máximas.
  8. Aja diferente. Pense diferente. Crie uma rotina de mudanças… Que esta seja a prerrogativa da sua vida! Nada é permanente.
  9. Gere valor. Tudo aquilo que tem impacto e é percebido… Será que, assim, as outras consciências irão propagá-lo? Decerto.
  10. Pratique estas máximas, rompa as amarras temporais e encontrarás, afinal, a Fonte de todas as criaturas: Deus.

Eis, caro leitor, o nosso “Decálogo da Consciência”. Que sirva tão somente como estímulo reflexivo, ou mais propriamente um breve convite para aqueles que anseiem por se perder num “romance com Deus”. Ter pensamentos conscientes é o primeiro capítulo – por certo o mais importante – dessa doce história chamada evolução criadora.

Você está preparado? Caso afirmativo, sem sombra de dúvidas, deves conhecer toda a obra de Paramahansa Yogananda: o grande propagador da Kriya Yoga nos tempos modernos, com especial ênfase no ocidente. Bata um Google, leia e verás! Depois experiencie… É isso.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Vida consciente

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #hathayoga #Prof.Hermógenes #corpoconsciente #pensamentosconscientes #nutriçãoconsciente #vidaconsciente

Ao afirmar que a “consciência é a realidade mais complexa do cosmos”, Waldo Vieira valeu-se de toda propriedade de um dos maiores estudiosos da consciência dos últimos tempos, indo além dos pináculos da psicologia moderna, mesmo assim o dilema permanece sendo um só: como levar de fato uma vida consciente?

Muito já se falou na literatura esotérica, filosófica e religiosa sobre o tal equilíbrio entre o corpo e a mente. Também é fato inconteste que este tema tem sido cada vez mais objeto de investigação científica nas últimas décadas, inclusive nas mais conceituadas universidades médicas do mundo, dando outra credibilidade ao tema.

No entanto, aqui não nos limitamos na simples conceituação da consciência, nem tampouco nos deixamos cercear pelos preceitos puramente positivistas. Preferimos, outrossim, assumir premissas filosóficas que nos conduziriam a inferências sobre as questões mais prementes para evolução do Ser.

Vimos, por exemplo, que mais do que um atributo da mente, ou um objeto de fé, a consciência é o que anima os nossos corpos, um foco de energia vital, distinta da energia conhecida pela física newtoniana ou mesmo einsteiniana… Nossas indagações nos conduziriam, indelevelmente, à compreensão de como a consciência deve se manifestar em nossas vidas, desde os efeitos fisiológicos que afetam o corpo físico até o papel dos pensamentos que cultivamos e a seleção dos alimentos que nos nutrimos.

São estes, caros leitores, os três pilares que compõem a fórmula do bem viver, a chamada “vida consciente”.

Figura 1. Aspectos de uma vida consciente.

Antes de mais nada, é preciso entender quais são os sensíveis mecanismos biológicos por trás do estresse e, mais do que isso, como podemos “reprogramar” nossas mentes para disparar respostas de relaxamento no cotidiano, essenciais para retroalimentarem tais mecanismos, inibindo o ciclo nocivo à nossa saúde física, mental e consciencial. Já vimos que estes são os três níveis de interação do Ser, de modo que não é preciso complicar com inúmeros corpos energéticos, dos mais “sutis” aos mais “densos” para se explicar os fenômenos mais importantes.

No primeiro nível temos o corpo físico, isto mesmo este que conhecemos muito bem, ou melhor, pensamos que conhecemos… No segundo nível temos o campo mental, desvendado mais recentemente pelos estudiosos da psique humana e que nada mais é do que a manifestação dos nossos pensamentos – o plano nas ideias – lembrando que estes podem emergir ou submergir de acordo com nossas conexões neurais no estado de vigília ou durante o sono, suscitadas na maioria das vezes pelas emoções reprimidas. Por fim, temos ainda a consciência que não precisa de veículo algum para se manifestar. Ela é o terceiro nível porque sua compreensão é a menos palpável no plano físico, muito embora seja ela nossa existência primeira, a única perene, enfim, aquela que nos conduzirá inexoravelmente à Fonte.  

Sondamos então os efeitos dos Estados Alterados de Consciência (EACs), tanto no nível molecular com vibracional, perscrutando os seus benefícios ao corpo físico, capazes até mesmo de evitar inúmeras doenças como artrite reumatoide, depressão, angina pectoris, infertilidade, entre outras. Esta é a medicina do futuro: a medicina vibracional!1

Não nos privamos ainda de recomendar algumas boas práticas, ou melhor, hábitos que são perenes e capazes de estimular os conceitos ora aprendidos e criar maior valor nas nossas vidas. O Prof. Hermógenes, introdutor do Hatha yoga no Brasil, sintetizou alguns dos frutos colhidos ainda em vida, nos planos físico e sutil, por aqueles que alcançaram tal estágio em busca da autoperfeição.2

PLANO FÍSICOPLANO SUTIL
rejuvenescimento geralserenidade
emagrecimento sadioautoconfiança
embelezamento da figuraequilíbrio emocional
aprimoramento da voztranquilidade
resistência às moléstias e estafaclareza mental
leveza física e energiatolerância e paciência
Figura 2. Benefícios da Hatha yoga.

Longe de ser um segredo guardado pelas leis universais e superstições fantasiosas, trata-se outrossim de uma proposta de vida prática extremamente atual perante os avanços da ciência moderna. Alguns podem até achar que está fora do nosso tempo, ou até mesmo piegas, mas a estes convido para que comprovem com os próprios olhos, mas que sejam olhos de ver!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Gerber, Richard, Medicina Vibracional: Uma Medicina para o Futuro, São Paulo: Editora Cultrix, 1988.

2. Hermógenes, Autoperfeição com hatha yoga, 50a ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2009

Consciência crística e natureza búdica

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #meditação #Cristo #consciênciacrística #Buda #naturezabúdica

Após discorrer pelos 156 aforismos que compõem essa obra, diga-se de passagem: nem tão curtos como se gostaria, desvendando a tal “coisa” como ela é: essa busca inaudita de todo Ser pela compreensão das grandes questões existenciais, sobretudo pela significância aliada à prática da cultura de valor, quais sejam as manifestações nos planos físico e sutil, espero convicto, caro leitor, que esteja agora enxergando ao menos “algo” de forma mais clara… Somente assim, já me darei, peremptoriamente, por satisfeito!

Sobretudo, deve-se exaltar um fato inconteste, independente do credo: de que chegamos até aqui graças a uma perfeita combinação entre a filosofia oriental e ocidental. E concluímos, ainda, afirmando que são três os caminhos para esta ditosa “busca”:

  1. Caminho sinuoso: este é o caminho do pecado, do sofrimento, das vicissitudes… Encontra-se no nível da mente, arraigado ao ego. É longo porque depende da autodepuração, da inexorável lei do carma que só o tempo remedia. Neste longo caminho se encontra a grande maioria das pessoas em nosso mundo; 
  2. Caminho do meio: este é o caminho do estudo, do autoconhecimento, da racionalidade. Encontra-se, portanto, no nível da consciência, superior aos percalços do ego. Não é nem tão curto, nem tão longo porque suscita desvios, oriundos do orgulho, da vaidade e do poder que nos iludem, até encontrar a direção correta: a da “consciência crística”, aliada à “natureza búdica”, condição sine qua non para autorealização; 
  3. Caminho direto: este é o caminho da fé, da moralidade, da santificação. Encontra-se no nível mais elevado da essência divina, do espírito, da nossa alma melhor dizendo… É direto porque é claro, incisivo, tão simplório quanto raro! São pouquíssimos os Seres que têm a dádiva de um guru que os auxilie na autoiluminação dirigida.

A presente obra foi concebida para nos apoiar no estudo do caminho, aqui sutilmente distinto do “caminho do meio” budista, mais propriamente a conciliação do Buda e Cristo como os grandes mestres espirituais da humanidade, sem desmerecer os demais profetas de outras tradições religiosas.

Um nos ensinou a viver o presente, em conexão com a natureza, o divino que existe em cada um de nós – a natureza búdica – libertando-nos do sofrimento que padecem aqueles escravizados pelo apego e aversão. O outro nos ensinou a prática da caridade que se revela na geração de valor ao próximo – a consciência crística – tão lindamente manifestada pela lei do amor pregada nos evangelhos.

Independente do caminho, é na meditação que ambos encontraram a ferramenta evolutiva universal que nos une a Deus, conectando a natureza divina com a prática de valor. É nela que reside a fórmula para enfrentarmos nossos medos mais profundos, desvencilhando-nos do que nada agrega e assimilarmos o verdadeiro conceito da autoiluminação. Isto é o que chamamos de uma vida consciente!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

FELICIDADE versus MELANCOLIA 154 – 156

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #mantras #simbologia #meditação #meditaçãoautoguiada #iogues #disciplinaiogue

§ 154

Significado dos mantras. Quer dizer que devo realmente decorar aqueles mantras “indecifráveis” do Yoga para conseguir meditar? Bem, cada um deve desenvolver sua própria técnica que pode ser, inclusive, um “mix” de técnicas… Não há uma regra para despertar o estado meditativo. Os mantras são apenas uma delas! Considerados ferramentas de conexão espiritual, originários do hinduísmo, porém utilizados também no budismo e outras tradições religiosas, são hinos, sílabas e frases, normalmente escritas em sânscrito, que apresentam vibração especial quando entoados, fazendo-se uso de um Japamala para marcar o ritmo, ou até mesmo pela força do pensamento para evocar divindades. Um dos mantras mais poderosos praticado pelo budismo tibetano é o seguinte: Om Mani Padme Hum. Sempre inicio minhas meditações entoando este mantra!   

Figura I. Simbologia de um mantra.

§ 155

Meditação autoguiada. Na minha técnica de meditação autoguiada, o mantra precedente Om é sempre acompanhado da visualização da Fonte Criadora, seguida dos grandes mestres espirituais, Jesus Cristo e Buda, finalizando com meu guru iogue: Paramahansa Yoganada. Inicia-se uma breve sessão de Zazen (cerca de 15 minutos),1 através da contagem ritmada com respiração e na posição típica com o auxílio de uma almofada Zafu. O objetivo, aqui, é a concentração da mente, assumindo o controle consciente e “tirando as rédeas” do Ego… Se algum pensamento lhe ocorrer, simplesmente o “abstraia” e volte ao estado de total ausência de pensamentos. Sinta a paz de estar pleno no momento presente. Então, estire o corpo num tapete de yoga e mentalize a energia criadora no seu primeiro chakra, o do valor da felicidade e de coloração violeta, localizado no topo da cabeça. Percorra, com este foco de energia, a coluna cérebro-espinhal até o “osso sacro”, chamado Múládhára, concentrando-se em cada um dos sete chakras com a luz correspondente que deve permeiar todas as células do corpo, formando uma corrente chamada de Kundalini que sustenta nosso ilimitado poder espiritual… Observe que adotamos, aqui, uma sutil alteração da correspondência dos chakras com os sete valores, sem prejuízo à sua significância original.  

 Figura II. Escala de cores dos chakras e seus valores correspondentes.

Finalizada a primeira etapa, se a meditação for matutina (logo quando acorda), procede-se breve sessão de energização, limitada a cinco exercícios para cada dia da semana, segundo os procedimentos das Lições da Sociedade de Autorrealização,2 descritas no Apêndice. Se for noturna (antes de dormir), os exercícios de energização devem ser substituídos pela leitura de um texto sagrado, preferencialmente a Bíblia cristã ou o Cânone budista. Finalmente, na terceira e última etapa, projeta-se a consciência na busca de um “refúgio”, qual seja um local reconfortante em meio à natureza. Pode ser um chalé de madeira nas montanhas ou um bangalô numa praia deserta, o importante é repousar seu olhar numa vista aprazível! Se for pela manhã, deve-se proferir mentalmente as famosas “afirmações científica” de Paramahansa Yogananda, cada dia focando no valor correspondente. Se for noite, recomendo a técnica tibetana da “bondade compassiva”, mentalizando a “doação” deste mesmo valor para algum Ser, ou uma coletividade de Seres, em situação de vulnerabilidade… Então, saio pelo refúgio e realizo alguma atividade corriqueira, tal como caminhar no bosque de araucárias, tomar banho de cachoeira, colher hortaliças e frutos frescos ou cuidar dos animais. O intuito é sentir-se “vivamente” naquele local revigorante, respirando daquele ar ameno, nem que seja por alguns instantes… Finalmente, retorno voltando a atenção ao momento presente, ouvindo os sons do ambiente e saúdo Namastê. Abro os olhos e terminou-se a meditação.

§ 156

Disciplina iogue. Felizes são aqueles que têm disciplina! Os sábios iogues, desde a época dos Vedas, já diziam que a meditação somente surti efeito após muitos anos de prática. Não tenha, portanto, a doce ilusão de que sua vida mudará da noite para dia. Nada de perene na natureza se faz assim. Tudo são processos contínuos, construídos ao longo do tempo e com muito esmero. É como no esporte: para se tornar um exímio “meditador” você deverá ter anos e anos de prática. Estou entrando em meu 10º ano e ainda tenho tanto a galgar! Mas, agora, deve estar se perguntando: com que frequência devo praticar a meditação autoguiada? Não se engane… Todo santo dia! Veja, com suas três etapas, pode levar entre 45 e 60 minutos. Portanto, organize-se para nunca perder este momento único de conexão consigo mesmo e, consequentemente, com o Criador. Confesso, caro leitor, que não consigo mais viver sem ela… Para aqueles com uma rotina atribulada, recomendo fortemente a prática diuturna, logo quando acorda e antes de dormir, com a casa mais tranquila. Os benefícios para o corpo e mente são indiscutíveis. Só tome cuidado para não dormir durante a prática. Recomendo a prática numa cadeira, preferencialmente forrada com um manto, mantendo a coluna e cabeça eretos e confortavelmente alinhados, mas não o suficiente para o corpo interpretar que está na hora de dormir. Pois bem, finalizo dizendo que, se algo eu pudesse escolher de verdadeiramente precioso neste livro, sem dúvida esta era seria a “lição de ouro”: meditar, meditar e, sempre, meditar. Não consigo pensar nada mais transformador, prático, ecumênico e providencial ao ser humano e à natureza quanto isso. Om shanti.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Kido Inoue, ZAZEN: the way to awakening, Bloomington: iUniverse, 2011.

2. Para acessar as Lições da Sociedade de Autorrealização, por Paramahansa Yogananda, 1956/1984, você deverá responder ao questionário específico e submeter à sede internacional da entidade, localizada em Los Angeles, California, US.

FELICIDADE versus MELANCOLIA 151 – 153

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #silênciointerior #otimismo #meditação #oração

§ 151

Da importância do silêncio interior. Como “domesticar” o turbilhão de pensamentos que povoam nossa mente? Comece pela busca do silêncio interior. Eis o templo da introspecção! Você precisa aprender a desligar-se de tudo que o rodeia, mesmo nos ambientes mais hostis. Só assim você poderá galgar passos rumo à felicidade plena. Imagine alguém que trabalha na bolsa de valores, ligado em qualquer flutuação das ações das empresas que podem representar milhões em perdas para os investidores que representa. É, de fato, um desafio para esta pessoa encontrar algum espaço para o cultivo do silêncio interior ao longo do dia. Mas não impossível! Só depende de você, da força dos seus pensamentos… É ela – sua mente – que gera poder. E é através da sua “controladora” – a consciência – que conseguirá romper os liames do comportamento padrão. Enfim, mantendo os pensamentos sob controle, a consciência pode finalmente gozar da liberdade de moldar o ambiente à sua volta, influenciando-o através das outras consciências. Este “gozo” é diferente de qualquer outro que já tenha experimentado e o único capaz de gerar o otimismo mais genuíno do Ser, aquele que nos impulsiona às grandes realizações.

§ 152

O verdadeiro segredo do otimismo. Que fazer então para despertar e sustentar este otimismo quando ainda não consigo sequer controlar os meus mais instintivos pensamentos? É preciso ir além e manter a constante conexão com o Criador. A energia imanente que dele provem reforça a vibração da nossa consciência, o que resulta na percepção de valor por todos que nos rodeiam. O iogue a perfaz por prana. As orações são bem-intencionadas, mas basta conexão. O Criador não ouve orações, mas suas consciências afins, entes que já se foram ou companheiros da existência terrena, sim. Ele apenas emana, a tudo e a todos, independente de credo, de posição no espaço ou no tempo. Para sorver da sua energia, somente conectando-se e ressonando com ela. Eis o verdadeiro segredo!  

§ 153

Meditação versus oração. De uns tempos para cá, temos ouvido falar cada vez mais sobre meditação, inclusive de maneira pejorativa no sentido de que está tomando o lugar da oração e outras formas de culto religioso. Não vejo tal dicotomia. Não seria uma faculdade em franca expansão na cultura ocidental, caso não fosse determinante à nossa existência no plano físico ou sutil.

Meditar é conexão. Orar é doação. Uma recebe “energia divina”, outra a distribui. Simples assim!

A meditação, propalada há tanto tempo entre as práticas budistas e iogues, nada tem a ver com religião, apesar da oração, ou da prática de repetição da prece, seja uma das inúmeras técnicas para se adentrar no tal “estado meditativo”. Outras técnicas de focalização da mente envolvem o controle da respiração, contagem mental, a fixação do olhar num ponto fixo, mantras, entre outras.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

FELICIDADE versus MELANCOLIA 148 – 150

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #yoga #rajayoga #hathayoga #Hermógenes #literaturaiogue

§ 148

Sobre a raja yoga. Era preciso encontrar uma forma de sanar qualquer resquício de melancolia em meu Ser. Comecei a prática da meditação através de uma tradicional técnica indiana: a raja yoga. Em suma, aprendi a repousar minha mente e deixar-me “banhar”, pelo menos por alguns instantes, com as vibrações da energia cósmica imanente (aquela inesgotável que provém da Fonte), o suficiente para sorver da sua paz infinita, do seu poder infinito, da sua pureza infinita, da sua prosperidade infinita, da sua verdade infinita, do seu amor infinito e, no ápice, da sua felicidade infinita! Então, aprimorei a técnica através dos ensinamentos do Swami Vivekananda (um dos pioneiros na ocidentalização da raja yoga)1 e, com o tempo, desenvolvi minha própria rotina de meditação, sempre ao acordar e antes de dormir. No Apêndice poderão encontrar detalhes sobre o passo a passo de cada uma das meditações, de segunda a segunda.

§ 149

Mais, com hatha yoga. Num segundo momento, retomei aos primeiros passos do yoga, por onde aliás deveria ter começado… Voltei a praticar os asanas e pranayanas, mais propriamente as poses e respirações tão salutares à nossa saúde física e mental. Agora não mais “travestidas” de esoterismo e sim na sua essência, a qual somente o Prof. Hermógenes poderia nos revelar… A propósito, foi ele quem trouxe e disseminou a hatha yoga para o Brasil. Sua prática nunca é simples e cada um deve buscar aquela que melhor se adapta. Confesso que minha elasticidade é uma lástima, de modo que me restrinjo aos exercícios com menor grau de dificuldade. Através dos seus livros, o Prof. Hermógenes nos ensina a praticar hatha yoga da maneira mais elementar e introspectiva, em casa mesmo, nos seus momentos de intimidade, sem necessariamente buscar uma academia, um ambiente específico e alunos para interagir. Não que isso não seja recomendável. Talvez no início, para pegar gosto, assim como eu o fiz… O fato é que a hatha yoga é uma prática para vida, de modo que precisa ter seu espaço definitivo em nosso cotidiano. Vou além. Aprendi a gozar da verdadeira felicidade apenas quando conciliei a raja com a hatha yoga! Nunca mais me senti deprimido. Quem pratica yoga com afinco, não sabe mais qual a serventia dos psicotrópicos, nem tampouco de psicólogos e terapeutas holísticos.

§ 150

Da literatura yogue. Os livros do Prof. Hermógenes são ricos em ensinamentos filosóficos, ecumênicos bendizendo. Um deles, em especial, tocou meu coração. É uma verdadeira “pérola” de sabedoria! Tanto que resolvi tirar todos aqueles pequenos livrinhos de cabeceira, ala Minutos de Sabedoria e o deixei reinar, absoluto, em meu criado-mudo.2 Ademais, assim como toda primeira geração de yogues brasileiros, não pude resistir à facilidade com que nos ensina as mais diversas técnicas de hatha yoga, uma seleção de asanas e pranaymas, incluindo séries completas com diferentes propósitos, sempre relatando os benefícios psíquicos e para saúde física. Desde então, não tive mais dúvidas: passaria a praticar hatha yoga diariamente. Não deixem de experimentar. Irá mudar suas vidas!! Acesse, no Apêndice, as 7 séries que desenvolvi com base nos ensinamentos dos livros clássicos do Prof. Hermógenes, bem como do seu guru indiano B. K. S. Iyengar.3

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Swami Vivekananda, Raja Yoga, Lexington, USA, 2016.

2. Hermógenes, José, Mergulho na paz, 25ª ed., Rio de Janeiro: Record, 2001.

3. i. Hermógenes, Autoperfeição com hatha yoga, 50a ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2009. ii. Hermógenes, Yoga para nervosos, 50a ed., Rio de Janeiro: BestSeller, 2015. iii. B. K. S. Iyengar, Light on yoga, Schocken Books, New York, 1979.

FELICIDADE versus MELANCOLIA 145 – 147

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #ciênciasagrada #yoga #rajayoga #hathayoga #estadosmeditativos #epigenética

§ 145

A chave da felicidade. Muitos consomem suas vidas buscando a tal chave do sucesso! Entretanto, ao final da jornada terrena, descobrem que não é este tipo de sucesso que gera a felicidade verdadeira, aquela que é considerada um dos 4 “valores de estado”. Mas de onde provém este estado de felicidade ou o seu oposto que é a melancolia? A resposta é tão clara e direta quanto o grau de conexão com o nosso Criador. Simples assim. Muitos confundem felicidade com euforia ou melancolia com tristeza. Apesar do tipo de reação fisiológica assemelhar-se em ambos, a natureza dos neurotransmissores envolvidos nas conexões nervosas, o grau de intensidade é completamente distinto. Uma dica é avaliar o espectro de tempo da sua duração. A euforia (ou a tristeza) são efêmeros: não mais do que minutos, horas, dias, no máximo, algumas semanas. Já os estados melancólicos, ou os felizes, permanecem longos períodos assim, ou seja, são constantes, perenes, sendo raramente afetados por externalidades. Os psicólogos e psiquiatras olham para estes estados sob as óticas mental e/ou fisiológica. Nós olharemos tão somente sob a ótica da consciência que é infalível!

§ 146

O papel da epigenética. Por muito tempo o ser humano perscruta a elucidação do grande enigma qual seja, fisiologicamente, como se dá esta tal conexão das nossas consciências com o Criador? Após longa overdose literária sobre meditação, da yoga ao budismo, percebi que existe um procedimento meio que padrão envolvendo um primeiro passo: concentrar os pensamentos no foco de energia da consciência, mais propriamente situado, quando no plano físico, em um ponto na parte frontal do nosso cérebro. Tomado dessa mentalização energética, devo direcionar meus pensamentos à Fonte, buscando sorver da sua energia imanente, envolvendo não somente a consciência, mas também cada parte integrante de corpo físico, até o nível celular. Sim, essas também são permeadas pela energia que provém da consciência, a energia vital que carrega suas membranas e aciona os canais de comunicação extracelulares. No entanto, o que ainda poucos sabem, é que seu funcionamento sadio está diretamente relacionado com este estado de conexão. Digo poucos porque a ciência ocidental ainda está desvendando a teoria que rege tais conexões. Ela é a epigenética, uma ciência bem recente que estuda os mecanismos que acionam os genes, como um botão de liga e desliga! Está envolvida em todos os aspectos que regem a vida, tais como mudanças reversíveis e hereditárias.1 Vemos, portanto, a ciência médica adentrando num caminho mais que instigante, convergindo com a antiga ciência sagrada da yoga!

§ 147

Da ciência sagrada. Os hindus e outros povos orientais já praticam os estados meditativos de conexão há muito tempo e aprimoraram suas técnicas através das diversas modalidades do yoga, cuja significância pode ser traduzida literalmente a um “estado de união” com o Divino. Quando comecei a praticá-la, confesso que tinha um certo preconceito ocidentalizado da coisa… Isto até que se justifica porque peguei uma primeira professora de hatha yoga esotérica ao extremo! Um dia ela começou a intercalar as poses e respirações e veio com um papo de “planeta chupão” que não deu para segurar… Bem, um bom tempo depois comecei a me aproximar novamente do yoga, desta vez pela necessidade mesmo… Estava numa época tumultuada da minha vida profissional, em que o nível de stress chegou a tal ponto que, se não achasse uma maneira eficaz de equilibrar minha mente, acho que iria entrar em colapso!! Decidi então fazer um breve retiro numa pequena cidade do interior paulista (a tão serena Serra Negra) para fazer um curso intensivo de raja yoga, ministrado pela organização internacional Brahma Kumaris. Ou seja, desta vez eu queria aprender primeiramente a meditar, controlar minha mente, “esvaziá-la” para, somente depois, exercer o domínio sobre os meus pensamentos. É o que chamamos de estados meditativos: ou a ciência sagrada que nos ajuda a atingi-los!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Agência Fapesp, Pioneiro da epigenética fala da relação entre ambiente e genoma, publicado online (agencia.fapesp.br) em 14.03.2013.

AMOR versus PAIXÃO 142 – 144

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #amor #paixão #tragédiadoscomuns #ciênciasagrada #ioga #Deus #SantoAgostinho

§ 142

A tragédia dos comuns. Tenha paixão pela vida! Seja, assim, capaz de sustentar a ousadia e disciplina tão necessárias ao ciclo de feedback consciencial. Antes de mais nada, forçoso é desligar o “botão do automático”, aquele que nos impulsiona, dia após dia, pela “tragédia dos comuns”, a vida sem graça, igual à massa, sem propósito… Enfim, não deixe que a “coisa” tome conta do seu Ser! A “coisa” é uma doença, mais propriamente uma síndrome, conforme o mestre iogue Hermógenes já nos ensinava há um bom tempo…1 Independente da esfera de interação (pessoal, profissional ou social), você precisa parar minimamente alguns minutinhos por dia para refletir e tabular suas observações. Mais do que isso, você precisa, de tempos em tempos, de aferir a repercussão do que está fazendo. E, acima de tudo, você precisa de analisar os dados gerados. Nesta obra nos propusemos a apresentar técnicas para realizar estes processos de forma metódica e natural. Basta a disciplina e o esmero necessários ao aprendiz que deseje habilitar-se na arte da autorealização, desvencilhando o Ser da “instituição religiosa” que, por vezes, atrapalha… Urge fazer muitas perguntas e buscar as respostas dentro de si, da consciência e pela interação com outras consciências, bem como a prática das técnicas de conexão com o Criador, rumo ao estado de supraconsciência. 

§ 143

A ciência sagrada. Não quero dizer que as religiões de nada valem. Longe de mim propalar tal blasfêmia! Elas são fundamentais ao processo evolutivo de todo Ser. Acontece que, na forma de instituição humana, elas começam a perder o sentido a partir de certo grau de depuração da consciência, em que os estados de supraconsciência passam a ser mais constantes e as amarras do plano físico deixam paulatinamente de ter efeito. Neste estado, o estudo da consciência e das suas interações, física e sutil, passam a fazer muito mais sentido… Estes estudos compõem o arcabouço de uma ciência sagrada milenar: a Ioga. Por isso, instigo o leitor, quase como uma missão, a conhecer esta ciência, degustando-a e experienciado-a aos poucos, em doses homeopáticas, como o néctar que dá a energia para as asas que vibram a beleza de um beija-flor!

§ 144

Amor maior. A ciência da Ioga é sagrada porque nos conecta a Deus. Mas como saberei que atingi tal conexão? Já ouvi muitos religiosos dizerem que “conversaram” com Deus, pela oração ou meditação, mas em verdade pouquíssimos Seres atingem, de fato, tal proeza… Conectar-se a Deus significa amar sem limites. Não existe amor maior que ele: o amor de Deus. Como enxergar a luz divina a todo instante, em tudo e em todos?! O guru Paramahansa Yogananda, um dos poucos que viveram na Terra nas últimas décadas e conseguiram vivenciar esta dádiva, por falta de palavras mais apropriadas, descreve a experiência mais ou menos assim:

Um único lampejo do amor divino equivaleria à soma de todos os prazeres humanos imagináveis e inimagináveis, mesmo que durassem por toda a eternidade!

Estou lendo as confissões de Santo Agostinho e confesso que fiquei encantado com a profundidade e sabedoria das suas palavras.2 Tomei-o, desde então, como exemplo de um cristão que, pela dor aliada ao conhecimento, encontrou o caminho para Deus aqui mesmo, em vida, mesmo já tendo passado por tantas tentações e pecados, por assim dizer… Em verdade, o amor na sua forma mais pura nos une à essência divina que se encontra dentro de cada um de nós. Basta vibrar em consonância com o “Espírito Santo”, o espírito é Deus!     

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Prof. Hermógenes, Autoperfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade de vida, 50a ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2009.

2. Agostinho, Confissões, vol. 1, Rio de Janeiro: Petra, 2020.