PROSPERIDADE versus MISÉRIA – 124 – 126

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§ 124

A natureza do universo. Da sacralidade da vida ninguém ousa olvidar. O princípio vital outorga ao Criador tal privilégio, mesmo que muitos insistam em racionalizá-lo, alguns queiram até mesmo “brincar” de Deus e um ou outro, menos temerosos, insistam em sequer o aceitar… Pois bem, além da vida, por certo que a privação da liberdade é o maior de todos os castigos. Não há miséria maior do que ser obrigado a aceitar uma situação que não se queira, seja ela qual for. As prisões físicas, os cárceres privados, enfim, tudo o que inibe a mobilidade do corpo físico é somente a primeira e mais conhecida forma de prisão. Qual não é o sofrimento de um singelo colibri quando privado de voar numa gaiola! No entanto, para o ser humano, dotado de um nível de consciência superior ao dos animais, os maiores sofrimentos são aqueles que cerceiam a nossa mente e não o corpo físico. De alguma forma, todos nós sofremos algum tipo de “privação mental” pela falta de discernimento, acreditando que algumas situações são permanentes quando não o são. Veja. O rico sovina acredita que construiu a casa dos seus sonhos, vem o câncer e… O político corrupto acredita que seus apoiadores são leais, vem as eleições e… O apaixonado acredita que possui o amor de outrem, vem o amante e… O que todos têm em comum? A ilusão de que valores sutis, como a prosperidade, o poder ou o amor, se conquistam com “coisas ou pessoas” no mundo físico. Ah, se conhecessem o conceito budista da “impermanência” … Quanto sofrimento não teriam poupado! Sim, levaremos vidas miseráveis enquanto nos for forçoso o convívio no plano físico, imposto pela lei de karma. Já dizia Patanjali,1 o filósofo indiano sistematizador da ioga, que o mundo físico é, na verdade, a maior de todas as ilusões. Atenção, portanto, aqueles que não enxergaram esta verdade! Certamente, os mais “recalcitrantes”, um dia a aceitarão com facilidade…

§ 125

Rompendo a “impermanência”. Ao nos livrar de Maya estamos, em verdade, nos livrando da tal “impermanência” budista. Eis o primeiro atributo do que se conhece por divino, o conceito de eterno, de imutável… Por que então o Criador é dito todo “poderoso”? Pela sua onipresença, ubiquidade e a capacidade de intervir no plano físico, instantaneamente, através de toda e qualquer consciência, muito embora seja mais facilmente reconhecido através das consciências dos grandes profetas ou mestres espirituais como Jesus e Buda, em decorrência da maior propagação das suas mensagens. Já vimos que tais consciências atingiram a tão almejada perfeição, ou auto iluminação, de modo que são plenas de valores sutis, quais sejam a paz, poder, pureza, prosperidade, verdade, amor e felicidade.

Este é o ponto de rompimento, o estado de plenitude do espírito, a existência permanente das consciências. Sua significância se dá, outrossim, pelo estado de “inteireza”, quer dizer que é imutável.

Ou seja, algo que atingiu total estabilidade e não carece mais de interações exteriores, seja com o ambiente ou com outras consciências.

§ 126

Uma superconsciência. Seria correta a extrapolação de alguns que chamam o Criador de Superconsciência? Não propriamente. Em realidade a superconsciência é mais um estado vibratório que apenas algumas poucas consciências, particularizadas como guias, avatars ou mestres espirituais, são capazes de atingir. Já atingiram tal estágio de pureza, livres de karma, que se desprenderam da necessidade de interagir diretamente com outras consciências, desfrutando da liberdade para vibrar pelas coletividades em diversos mundos (habitados no plano físico ou não) e em diferentes estágios evolutivos (normalmente os mundos de onde vieram e onde são lembradas como mártires ou santos). Estão, por assim dizer, a um passo de retornarem ao “estado fundamental”, como seres de luz, fundindo-se, finalmente, ao Criador… Fiquem certos de uma coisa: são muitos os caminhos e nem tão poucas as moradas no universo cósmico! Não é forçoso tornar-se uma mártir ou santo. O estado de conexão plena a que tanto buscamos encontra-se ao alcance de todos: pela constante meditação até atingir a autorealização!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Patanjali, Os yoga sutras de Patanjali, São Paulo: Mantra, 2015.

PROSPERIDADE versus MISÉRIA – 121 – 123

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #prosperidade #miséria #moedadivina #Bitcoin #criptomoedas #meditação #EckhartTolle

§ 121

A “moeda divina”. Hoje a mineração de ouro já não é mais tão cobiçada quanto os sofisticados cálculos matemáticos processados por megacomputadores para se gerar Bitcoins. Temos assistido pequenos investidores, porém audaciosos, se tornarem milionários da noite para o dia. Sim, ficou fácil tal proeza! Agora está muito mais para “roleta russa” do que a loteria da esquina… Basta ler a coluna diária de qualquer site de investimentos, comprar um “punhado” da criptomoeda da vez e shazam!! Tem até países como o Irã se aproveitando da brecha para romper bloqueios econômicos dando impulso à mineração em grande escala. Fato é que este novo tipo de especulação financeira foi bastante criticado no início, no entanto vem ganhando importância nos últimos anos, sendo reconhecido gradativamente por órgãos reguladores, grandes bancos e fundos de investimentos. Em 2021 atingiu-se a impressionante cifra de mais de 1 trilhão de dólares de criptomoedas circulando no mundo! Agora pense comigo sobre o outro lado da história. Será que o ser humano ainda não se apercebeu que donde vem tanta “pseudo” prosperidade também vem a sua miséria futura? Por que insistem em apostar todas as “fichas” em algo que perece tão rápido quanto vem?? Vale a pena idolatrar especuladores bilionários e fanfarrões como um Elon Musk??? Penso que não. Vejo muito mais valor gerado na obra de um Dalai Lama ou uma Malala Yousafzai. Verdade seja dita: a única e mais valiosa de todas as moedas é isenta de qualquer tipo de especulação e tributação: é a “moeda divina”!

Há de chegar o tempo em que o ser humano irá minerar a “moeda divina” ao invés de criptomoedas! Não por desafios matemáticos e sim pelo ativismo social e ambiental.

§ 122

Evolução em dois planos. Vamos então desviar nossa atenção para a mais valiosa de todas as moedas: aquela que é gerada pela vibração cósmica (OM). Gerar valor nos planos físico e sutil independe do estágio de amadurecimento do ser consciente. Existe uma linha muito tênue que separa estes dois planos a todo instante. Há uma constante interconexão entre os mesmos, sendo que a “energia imanente” e a “energia consciencial” são os únicos pontos de interface. No fundo só existe uma única forma de energia que chamamos de “energia vital”. É a energia divina, a energia criadora, geradora da vida propriamente dita! Sem ela, os seres, humanos ou não-humanos, não passariam de matéria inanimada. Demais formas de energia, são apenas variantes para mesma designação, dependendo da sua origem que são irradiadas diretamente da Fonte, daí o nome de “energia imanente”. Quando oriunda da uma consciência, diz-se tratar-se de “energia consciencial”, muito embora já esteja claro para o leitor, nesta altura, que a consciência que habita o ser é, na realidade, uma centelha divina!!

§ 123

O poder da meditação. Mas como será que estas energias ditas “sutis” podem interagir entre si? O segredo está no “estado de conexão”. Diz-se que a consciência se “conecta” quando está plenamente no momento presente, com todos os sentidos aguçados na essência do ser que é divino! Eckhart Tolle nos alerta para o poder do agora,1 dando outra “roupagem” para algo milenar: a meditação. Dar-se-á estes estados meditativos quando forçosamente desliga-se das preocupações do plano físico, mais precisamente dos sentidos que o ligam a este mundo, desacelerando-se os pensamentos e, então, os direcionando para a Fonte criadora. Os iogues indianos são os mestres nesta ciência da meditação.2 Qualquer um é capaz de tal “conexão”. Na verdade, já o fazem até mesmo de forma inconsciente quando dormindo… Ou senão, quando em oração, estamos “conectados”. Quando ouvindo uma bela canção, estamos “conectados”. Quando apreciamos, silenciosamente, o espetáculo de um belo pôr do sol, sim, estamos muito conectados!!! A Fonte Criadora é onipresente e inesgotável. Basta a consciência ressonar na sua frequência.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Tolle, Eckhart, O poder do agora: um guia para iluminação espiritual, Rio de Janeiro: Sextante, 2002. 

2. Goleman, D. A ciência da meditação: Como transformar o cérebro, a mente e o corpo, 1a ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

PROSPERIDADE versus MISÉRIA – 118 – 120

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #prosperidade #miséria #sistemadecrenças #amadurecimentoconsciencial #SaulodeTarso #CaminhodeDamasco

§ 118

Um sistema de crenças. Pasmem! Ser próspero não tem nada a ver com o acúmulo de riquezas materiais. Da mesma forma, a miséria não se trata aqui de um estado de extrema pobreza. Longe disso… Jesus nos deu a dica ao exaltar que bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus (Mateus 5:3-9). O conceito de prosperidade está diretamente ligado, outrossim, às qualidades do espírito, mais propriamente à capacidade de um ser consciente evoluir espiritualmente através da constante mutação do seu sistema de crenças e experiências de interação com outros seres. Isto se dá, naturalmente, através do processo reencarnatório, tão conhecido em muitas doutrinas espiritualistas e que reflete o amadurecimento da consciência através de muitos e muitos ciclos de vida.

§ 119

Amadurecimento consciencial. Um sistema de crenças fortemente arraigado só se constrói nas mentes singulares que já passaram pelos cinco marcos do amadurecimento consciencial:

  1. Germinação: a consciência desperta da Fonte responsável por sua criação, uma centelha de vida, em dado continuum no espaço-tempo;
  2. Florescimento: após efêmera absorção de conhecimentos superficiais, alvorece para interação com um pequeno círculo de consciências;
  3. Encantamento: segue longa jornada para absorção de conhecimentos aprofundados e sua propagação a um público mais amplo;
  4. Hibernação: fase de questionamentos e o “expurgo” de conhecimentos considerados desnecessários, bem como a limitação da convivência;
  5. Despertar: na vida contemplativa, mantém profunda e constante comunhão com Deus, sendo considerado um Mestre pelos seus discípulos.

Deve-se observar que o “amadurecimento consciencial”, ao contrário das reencarnações que são cíclicas e temporais, é totalmente desconectado do “espaço-tempo”, englobando existências tanto no plano físico como sutil. Por ora, deixemos ao leitor a incumbência de refletir, per se, sobre cada um destes marcos da evolução do espírito, procurando identificar em que estágio se encontra nesta trilha da autorrealização. O caminho que Buda, Cristo e alguns outros seres que reconhecemos como “despertos” percorreram.

§ 120

No caminho de Damasco. Na história do cristianismo temos um exemplo clássico de consciência que passou notadamente por estes cinco marcos da autorrealização, passando da “hibernação” ao “despertar” e, ao mesmo tempo, corroborando para que a fé na santa Igreja tomasse uma escala inimaginável (por mais de 16.000 km) em meio ao julgo do Império Romano. Conta-se que o então Doutor da Lei, Saulo de Tarso, perseguidor implacável dos cristãos na antiga Jerusalém, ficou literalmente cego por três dias após uma visão que teria tido de Jesus Cristo durante o conhecido Caminho de Damasco. Fato é que, após recuperar sua visão pelas mãos do inexplicável Ananias, deixou de perseguir os cristãos e tornou-se, através do seu profundo conhecimentos das escrituras e oratória inigualável, o maior propagador dos ensinamento de Jesus Cristo.1 Este é um caso marcante de “despertar”, primeiro pela forma que se deu, através de um fenômeno raro de visão de uma consciência no plano sutil, possivelmente propiciada pela estafa físico-mental ocasionada após longa jornada até Damasco, admitindo-se que o mesmo não era dotado de faculdades mediúnicas. Normalmente, o “despertar” se dá através de eventos traumáticos, seja por uma crise de stress, uma separação, uma perda de um ente querido ou após uma experiência de “quase-morte”. Saulo certamente estava num longo período de “hibernação”, mesmo que não aparentasse tal propensão. A bravura dos cristãos destemidos na fé como Estevão, de alguma forma, o afetou profundamente…     

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Francisco Cândido Xavier: Paulo e Estevão: episódios históricos do cristianismo primitivo, 1a ed. especial, Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2002.   

RIQUEZA versus LUXÚRIA: § 31 – 33

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§ 31

Do verdadeiro conceito de prosperidade. É realmente certo associar riqueza com prosperidade? Em absoluto! Você somente prospera se gera riqueza. São, neste caso, conceitos diretamente relacionados e indissociáveis. O problema se dá porque muita gente confunde o verdadeiro significado de riqueza. Enxergam tão somente a riqueza material, mais propriamente a monetária, enquanto existem outras formas de riqueza e, diga-se de passagem, muita mais preciosas…

§ 32

 Economia consciencial e as formas superiores de patrimônio. Então, para ilustrar, vamos citar alguma forma diferente de riqueza e nem tão preciosa assim… Muitos devem se lembrar daquela passagem bíblica em que Jesus cita os “pobres de espírito”. Ou seja, quis ele dizer que os “ricos de espírito” são, contrariamente, aqueles que já possuem a verdadeira felicidade. A grande diferença, portanto, está no conceito mais holístico de patrimônio. No plano físico dizemos que ficamos tanto mais ricos quanto maior fica o nosso patrimônio, muito embora nem sempre na forma de bens de capital como bem destacado pelo nosso ilustre economista francês Thomas Piketty.1 Na “economia consciencial”, por sua vez, também não existe patrimônio físico. Nem tampouco estamos falando de bens intangíveis que podem gerar ativos com boa liquidez! Outrossim, uma realidade em que os verdadeiros ricos são aqueles que geram valor outro que não o monetário. Valores de paz, poder, pureza, prosperidade, verdade, amor e felicidade… Os ricos são, nessa perspectiva, aqueles que propagam sua riqueza através da colaboração e não da espoliação dos seus bens. Ao contrário da economia de capital, quando se possui algo, não o privamos dos outros de usufruí-lo. Na verdade, muito pelo contrário! Incentivamos o seu uso e o compartilhamento para propagar seus benefícios, buscando atingir o maior número possível de consciências afins, na pura essência do conceito da “colaboração em massa”.2 E aquilo que não gera benefício coletivo, com o tempo, simplesmente deixa de existir. Perde o propósito. Perde, afinal, o valor.

§ 33

Tipos de colaboração entre consciências afins. Quais são as possíveis formas de colaboração consciencial? Tem-se a colaboração individual (consigo mesmo), a coletiva (entre indivíduos ou grupos de indivíduos) ou em massa (multidões ou plêiades de indivíduos). Basta haver senso comum entre as consciências que visam um “objetivo maior”, normalmente relacionado à propagação dos benefícios de um bem consciencial, o único “ativo” da economia consciencial capaz de gerar valor no plano sutil, indo além dos limites físicos da realidade.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Para um merecido mergulho sobre o tema que é vasto, não deixe de conhecer e degustar a obra definitiva do economista francês Thomas Piketty: O Capital, 2014.

2. Tapscott, Don, Wikinomics: como a coloboração em massa pode mudar o seu negócio, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 2007.