Despertar da consciência

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Perfazendo uma breve análise histórica do pensamento, a “chave” de todos os conceitos e práticas que serão por mim apresentados, encontramos primeiramente na filosofia grega da antiguidade a arte da dúvida que nos impulsiona à busca pela sabedoria e o tal “mundo das ideias” de Platão que retomaremos mais a frente em outro contexto…

Uma pena que depois desta época áurea do pensamento lógico sucederam-se muitos anos na “idade das sombras” em que a teologia, contrariamente, voltou a nos aprisionar em pseudoverdades ditas religiosas, mas que resvalaram em pouquíssimo resultado prático em termos de uma verdadeira evolução da alma.

Este período de trevas para a humanidade que durou aproximadamente 18 séculos, só começou a desvanecer com o surgimento da psicologia moderna, pautada pelas técnicas da psicanálise que propiciaram às pessoas uma visão mais crítica das suas emoções, despertando o entendimento de como elas afetam a psique humana.

Mais recentemente, já no século XX, aconteceu algo inusitado: a ciência milenar da Yoga, inspirada na literatura védica, chegou finalmente com força ao ocidente. Pelas palavras do guru Paramahansa Yogananda, fomos bem além do entendimento das emoções oriundas do subconsciente, permitindo pela primeira vez o controle da consciência através das técnicas de meditação que propiciam a autorealização, numa constante busca de conexão com o Criador.1

É a partir deste ponto de interseção das ciências cognitivas com a ciência da Kriya Yoga que pretendemos avançar em nossas reflexões e proposições.2 Deve-se ter em mente que a presente obra trata-se de uma busca individual (e não individualista) que pode servir a todos aqueles que se identifiquem com a importância da consciência e de suas inúmeras facetas de interação com os planos físicos e extrafísicos, bem como sua trajetória a caminho da imanência.

Os trabalhos apresentados não se basearam em pesquisas exaustivas, carecendo assim de estudos científicos confirmatórios. São frutos, outrossim, de processos naturais da mais pura reflexão, sempre pautados pela seleção e inspiração inerentes de uma quietude da mente que só pode ser elicitada nos momentos introspectivos, este estado da psique humana que os estudiosos chamam de “estado de fluxo”.3

Esta obra, portanto, é muito mais filosófica do que científica! Muito mais intuitiva do que pragmática!! Muito mais especulativa e propositiva do que afirmativa e impositiva!!!

Não encontrarão aqui tantas referências, quando muito um esclarecimento ou uma citação deste ou daquele conceito que possa ser aprofundado através de uma fonte de consulta rápida, priorizando sempre que possível aquelas digitais que são acessíveis gratuita e instantaneamente pela internet.

O formato literário dos aforismos nem um pouco trivial nos dias de hoje, com máximas de cunho moral ou filosófico, inspirou-se em Baltasar Graciás, este padre jesuíta e professor de teologia, condenado pela sua ousadia a pão e água e enterrado em vala comum pela santa Igreja, fora idolatrado por ninguém menos que um Nietzsche ou Schopenhauer.4

Eu diria que o aforismo é, na verdade, um diálogo consigo mesmo, uma reflexão introspectiva que deve servir em última análise para o conhecimento comum, algo assim dicotômico como o diálogo mitológico entre Eco e Narciso:5

- Há alguém aqui?- Aqui! - respondeu Eco. Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quem era a dona daquela voz tão bonita.
- Vem - gritou.- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim?- Por que foges de mim?- repetiu
- Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar!- Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite.
Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou:- Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir! - Me possuir... - disse Eco.

Que o tempo, irresoluto e infindável, nos ajude a nutrir estas linhas com algo que valha. Que elas aconteçam e amadureçam naturalmente na minha mente e de cada leitor, consciências assim conectadas pela busca da autorealização, pela compreensão da imanência e pela aceitação de que não precisamos compreender Deus, basta conectar-se a ele!

A inspiração simplesmente acontece e, como tal, não pode ser forçada e sim induzida. Uma linha de inspiração vale mais do que mil palavras forçosamente ditadas… Espero, por fim, que apreciem comigo esta jornada de pura reflexão, sem verdades preconcebidas, sem rebusques e, o mais importante, sem pestanejar! A maior de todas as jornadas reside dentro de nós mesmos. É a jornada da consciência rumo ao Criador, rumo à imanência. 

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Paramahansa Yogananda viveu entre 1893 e 1952, sendo reconhecido como um dos maiores emissários da antiga sabedoria indiana no Ocidente. Sua vida e seus ensinamentos continuam sendo uma fonte de inspiração e de luz para pessoas de todas as raças, culturas e credos. Para detalhes sobre as experiências maravilhosas da sua vida, não deixe de conhecer e decifrar sua obra clássica intitulada Autobiografia de um Yogue, publicada em português em 2008 e reeditada em 2013 pela Sociedade de Autorealização (vide nota 1). Adicionalmente, para um resumo sobre sua vida e obra, acesse AQUI.

2. Segundo a Sociedade de Autorealização, entidade fundada por Paramahansa Yogananda em 1920, a Kriya Yoga consiste em técnicas avançadas de meditação, cuja prática regular conduz à união com Deus e à libertação de todo tipo de escravidão da alma. É a técnica régia ou suprema de yoga, a união divina. Para mais detalhes acesse AQUI.

3. O estado de fluxo foi proposto como teoria na década de 1970 pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi e designa o estado de consciência em que a mente e o corpo encontram-se em perfeita harmonia. Para detalhes, assista ao TED.

4. Gracián y Morales, Baltasar, A arte da sabedoria [tradução por Luis Roberto Antonik], 1a ed. Barueri, SP: Faro Editorial, 2018.

5. Acesse AQUI,  um blog de humanidades em destaque: reflexões filosóficas, históricas, sociológicas e literárias (acessado em 1.11.2015 às 16:54h).

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