PUREZA versus KARMA – 109 – 111

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§109

Uma conta de valores. Eis uma palavrinha indiana tão pronunciada hoje em dia, mas tão mal compreendida: o karma! Na verdade, certo mesmo seria dizer que ela é outrossim muito mal administrada… Seria como uma típica conta bancária em que os “depósitos” equivalem ao valor que criamos em nossa existência sutil e, por outro lado, os “débitos” equivalem ao valor que destruímos. Mas qual seria o saldo inicial desta conta? Sempre nulo como há de ser. Nossa conta é “aberta” somente no momento da criação da nossa consciência. Sem histórico bancário, diz-se que o ser consciente é puro, “à imagem e semelhança do Criador”. Preceito este completamente coerente do ponto de vista metafísico, dado que a Fonte não poderia criar (ou emanar) nada que não estivesse em consonância com o seu padrão vibratório. Ou seja, no momento da criação somos puros porque ainda não temos saldo algum: nem positivo, nem negativo! Ainda não fizemos nenhum depósito nem pagamos contas oriundas da nossa interação, construtiva ou destrutiva, com o universo e seres que nos rodeiam a partir do tempo (T0), qual seja o momento da nossa criação.

§110

Nosso tempo também é curvo. Einstein conseguiu comprovar de maneira brilhante que “o tempo é curvo”. Ora, pode parecer uma grande bobagem, mas o que será que ele nos responderia ao indagarmos como poderíamos determinar nosso T0? Não há experimento mental capaz de tal proeza, nem mesmo para um Einstein! As dimensões de tempo oscilam a cada diminuto instante. Dependem do nosso padrão vibratório e do ambiente que nos cerca (do “éter”, como já chamaram um dia e talvez voltem a chamar…). Não teríamos como fazer um retrospecto de cada instante, cada momento de interação com o universo físico e sutil, os seres que o permeiam e cujas realidades temporais são completamente distintas. Para medirmos este tempo, nos depararíamos com o paradoxo da impossibilidade de o fazê-lo com precisão, sem afetar a realidade do que se está sendo medido, ou seja, do que se é de fato… Para medirmos teríamos de deixar de existir como entidades reais! Isto mesmo, como o momento de uma partícula, assim fica mais claro o entendimento pelo menos aos leitores físicos ou estudiosos de plantão. Deveras complexo, mas quem disse que seria mais ou menos interessante se não o fosse. 

§111

Existem débitos e débitos. A classificação dos débitos em conta é muito simples e depende basicamente de duas variáveis que dizem respeito à sua “origem” e “intencionalidade”. No primeiro caso sabe-se que podemos ter débitos cuja causa primária se originou por nós mesmos (I) ou por conta de um evento externo (II), ou seja, do meio em que convivemos. Com relação à intencionalidade, há, por sua vez, os débitos voluntários (a) ou involuntários (b). Se cometo adultério, afligindo um relacionamento de anos de amor e confiança, gero um débito do tipo (Ia), em que eu mesmo fui o causador intencional da aflição. Por outro lado, se um motorista de ônibus atravessa o sinal vermelho e arrasta o seu carro por uns 20 metros, retirando a vida da sua filha que dormia tranquilamente no banco de trás e, num ato de fúria, você sai do carro, ainda cambaleante, e desfere golpes no tal motorista até desfigurar sua face, temos aí um débito do tipo (IIb). Aquele em que a causa primária foi externa (o motorista que irresponsavelmente furou o sinal vermelho) e involuntário no sentido de que o pai saiu completamente do seu estado de equilíbrio emocional, mesmo que por um instante, e cometeu um ato que nunca cometeria em juízo perfeito! Notadamente, até mesmo a lei terrena de responsabilidade civil tem seus atenuantes nas penas para este tipo de situação.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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