RIQUEZA versus LUXÚRIA: § 40 – 42

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§ 40

Da distribuição da riqueza. Assim como na natureza, onde os estados extremos buscam sempre a condição de equilíbrio, assim também deveria ocorrer nas micro e macroeconomias. Assimetrias no fluxo de capitais geram situações instáveis que, cedo ou tarde, acabam por ruir de alguma forma. E, diga-se de passagem, nem sempre da melhor forma. A história está repleta de exemplos… Não é preciso nos esforçar para encontrar guerras ou revoluções promovendo “ajustes” sociais que não ocorreriam pela ganância daqueles que detém os recursos e a falta de petulância daqueles que não o têm. Por mais que economistas brilhantes como um Anthony B. Atkinson proponham soluções criativas para que as sociedades minimizem a concentração das riquezas nos “quartis” superiores da pirâmide social,1 dificilmente observaremos sociedades mais justas e igualitárias enquanto o modus operandi daqueles que detém o poder for pautado por artifícios para mantê-lo, abusando das mais engenhosas dimensões de perpetuidade. Eis aí uma típica questão do antivalor da luxúria!          

§ 41

Bilionários em ascensão. E por que então deveríamos considerar mais “louváveis” os recursos no plano sutil? Todos os recursos têm a sua função, independente do plano e dos propósitos dos seres que transitoriamente os detém. Existem seres gerando valor significativo aqui mesmo na realidade física e isto não tem nada de errado! O que dizer dos benefícios materiais gerados por bilionários “conscientes” como os fundadores da Bill & Melinda Gates e, mais recentemente, a criação da Chan Zuckerberg Initiative com o compromisso público de doação de 99% das ações de uma das maiores empresas de internet do mundo (o facebbok)? Numa sociedade madura, onde este tipo de iniciativa começa a se tornar mais frequente, não há dúvidas de que as soluções criativas do Prof. Atkinson para mitigar a desigualdade encontrarão terreno fértil para se propagarem como germes do verdadeiro valor da riqueza.

§ 42

Um sistema de valores conscienciais. Eis o prenúncio de uma migração gradativa de valores: de uma “economia de capital” para uma “economia consciencial”. Imaginem se empresas gigantes como uma Microsoft ou o próprio facebook, cujos orçamentos superam muitos países, distribuíssem parte significativa dos recursos para projetos socioambientais e não somente se voltassem para os interesses dos acionistas. Que tipo de retorno, na forma de vibrações, poderíamos esperar de uma paciente terminal de câncer quando recebesse a notícia da descoberta de um novo tipo de tratamento descoberto por um projeto de pesquisas apoiado pela fundação Bill & Melinda Gates? Ou senão o que dizer dos sonhos que não passavam antes pela cabeça de uma criança carente do Congo que acaba de conseguir uma vaga disputadíssima numa das escolas modelo de Palo Alto (California, US) financiada pela Iniciativa Chan Zuckerberg? Apesar destes exemplos ainda serem muito raros no atual estágio de evolução da humanidade, são passos decisivos para um novo “sistema de valores conscienciais”, capaz de promover avanços que vão muito além das políticas públicas, direcionados por uma missão libertária, despretensiosa e genuína, típica daqueles que trabalham em iniciativas colaborativas, distributivas e geradoras do verdadeiro valor da riqueza.   

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Atkinson, Anthony B. Desigualdade: o que pode ser feito? São Paulo: Leya, 2015.

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