A loucura benigna

Quem nunca ouviu esta frase machadiana de O alienista?

De médico e louco, todo mundo tem um pouco!

Bem, ao refletir sobre a problemática da loucura, vieram-me à mente as seguintes indagações:

Será realmente que somos todos loucos? Por que a loucura pode nos levar tanto ao sanatório como a uma posição de destaque entre as mentes geniais?? Afinal, qual o verdadeiro conceito que está por trás deste estado mental tão temeroso???

Evidentemente que as respostas estão muito longe do trivial! São elas tão abrangentes quanto a experiência de cada um sobre o tema… Seguindo-se a linha de raciocínio, aliada à convivência com os poucos “loucos” que tive oportunidade de conhecer pessoalmente, arrisco-me a sugerir uma teoria tão ousada quanto a minha própria pretensão!!! [rsss]

Como seria possível de tornar a loucura uma ferramenta evolutiva, algo assim benigno?

Inverossímil enveredarmo-nos nestes campos obscuros sem a luz dos conceitos anteriormente estabelecidos, cuja abordagem esclarece aspectos fundamentais como os diferentes níveis da Consciência (inconsciente, subconsciente e consciente), o fluxo informativo entre eles, a memória integral e os tais dos Estados Alterados de Consciência (EACs).

Comecemos então nossa análise. Conversando com um amigo filosófico na época da faculdade, este me confessou ter também grande apreciação pelos “loucos”. Então travamos o seguinte diálogo:

_ Meu caro, considero que os loucos são a nossa maior fonte de aprendizagem! O que achas?

Não contente ele ainda acrescentou:

_ Loucos são somente aqueles que não têm consciência da sua loucura…

Respondi mais do que entusiasmado:

_ Formidável o que acaba de dizer, meu amigo!

A loucura, portanto, nada mais é do que um descontrole do fluxo informativo entre o nosso inconsciente, subconsciente e consciente. Se eu estiver em um restaurante público e ao receber uma mensagem do subconsciente mandando que eu tire a roupa e assim o fizer, podem me mandar para o manicômio porque já estou de fato “doido varrido”!!

Acontece que nem sempre estas ações descontroladas são indesejáveis, podendo ser algumas das vezes determinantes para o nosso sucesso tanto amoroso e até mesmo profissional! Grandes gênios das ciências e das artes, como Mozart, Einstein e Leonardo da Vinci devem ter vivido constantemente sob EACs controlados…

Vemos assim que há uma linha bem tênue entre a loucura e a genialidade, sendo que o que rege o equilíbrio entre estes estados é a nossa capacidade de controlar o fluxo informativo entre nosso subconsciente, inconsciente e consciente.

Tenho outro amigo mais filosófico ainda (este dos tempos da escola secundária), cuja admirável capacidade intelectual nunca o transformou em uma pessoa orgulhosa e arrogante como a grande maioria daqueles que se julgam inteligentes… Só para se ter uma noção, seu pai me confidenciou que na ocasião da passagem do cometa Halley, mais precisamente em 9 de fevereiro de 1986, quando tinha meros oito anos de idade, ele proferiu uma palestra sobre astronomia para especialistas de todo país no Observatório de Capricórnio em Campinas-SP. Dá para imaginar?! Hoje não tenho dúvidas de que ele estava constantemente sob EACs, no entanto isto se dava de forma tão sutil e controlada que só recentemente pude perceber.

Vale ressaltar ainda, dentro desta lógica,  que as manifestações mediúnicas seriam outro tipo de fluxo informativo para o estado consciente, só que oriundo de uma Consciência externa ao plano físico. Neste caso, o chamado médium (sob EAC)  atuaria como um canal de comunicação, provendo o fluxo informativo entre planos normalmente incomunicáveis! Não nos surpreenderíamos agora ao perceber que muitas crenças espiritualistas se baseiem justamente nesta fenomenologia…

Hão de concordar comigo que a racionalização da loucura elucida uma série de fenômenos psíquicos, os quais muitos psicólogos e psiquiatras consideram ainda inexplicáveis ou erroneamente paranormais… Ademais, convencemo-nos que seja este talvez uma espécie de “tratamento de choque” a que todos nós deveríamos nos submeter, para desenvolver nossas potencialidades cognitivas. Em suma: praticar o controle dos seus EACs é o primeiro passo para tornar sua loucura, enfim, benigna!!

Autoria por Ricardo Barreto

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Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed. Editor-Autor, 2003.

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