Nutrição consciente

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Confesso que até pouco tempo atrás eu nunca tinha parado para refletir com maior seriedade sobre o tema. Além de bom gourmet, até debochava daqueles que faziam uma opção alimentar mais restritiva, seja qual fosse a razão: estética, crença ou saúde.

            Foi então que li um livro do polêmico filósofo australiano Peter Singer que chamava a atenção para o dilema ético da alimentação de proteína animal e o sofrimento dos animais criados para o abate.1 Na época (ainda antes dos meus 30 anos), tomei minha primeira decisão acerca do tema: nunca mais comeria carne de vitela!

            Também nunca fui tão preocupado com estética. No máximo, quando solteiro, cheguei a frequentar a academia com maior assiduidade para manter o abdómen levemente torneado (as veleidades de moçoilo), mas nem foi necessário fechar a boca haja vista que sobrava energia e o metabolismo ainda ajudava…

            A questão estava longe ganhar notoriedade mesmo depois dos trinta. Após os 5 primeiros anos de casado, com filha para criar, trabalhando e ainda estudando como nunca, claro que você sempre acaba encontrando breves momentos de prazer na comida: aquela picanha maturada na sexta à noite, pizza portuguesa aos sábados e, claro, uma bela feijoada no domingo para arrematar a semana!

            Então, pela primeira vez, recebi recomendações médicas para atentar mais para o peso e manter sob controle o colesterol, triglicérides, etc. Até aí nenhuma novidade. Faz-se como 99,9% das pessoas: corta-se o açúcar, tranca-se o congelador e começa-se, sofrivelmente, a praticar alguma atividade física, mesmo que esporádica.

            Só percebi realmente algo diferente quando estava à beira de um ataque de estresse e resolvi fazer um retiro espiritual nas montanhas para aprender meditação, mais especificamente raja yoga. Foram dois dias de reflexão, em que aprendi não apenas a meditar, mas também a preocupar-me mais com o que entra pela boca, não pela ótica científica das interações bioquímicas dos nutrientes e seus efeitos fisiológicos, mas sim pela análise de coerência com nossas crenças e seus efeitos sobre os pensamentos. Eis aí a quebra de paradigma! Vejamos uma argumentação bem simples.

            Se sou um ser consciente, em contínua evolução através da interação construtiva com outras consciências, independente de raça, credo ou quaisquer pré-julgamentos, como posso então alimentar-me de carne de origem animal, sabendo (ou acreditando) que estes seres também são dotados de consciência, mesmo que em estágios considerados inferiores aos da espécie humana?

Pronto, se você concordou com esse primeiro raciocínio, então são muitas as perguntas sem respostas: por que, aos olhos do Criador, a consciência de uma vaca, uma leitoa ou um coelhinho silvestre seriam tão diferentes assim das nossas? Ou ainda: se comemos miúdos de galinha, por que não comeríamos miúdos de carne humana?! O Dr. Lecter, de Silêncio dos Inocentes, certamente não era vegetariano…

            Foi assim que, aos 36 anos de idade, decidi não comer mais regularmente carne de origem animal. No início me alimentava, por vezes, de camarão e alguns crustáceos que julgava apresentarem consciências num estágio rudimentar, ou seja, teriam uma tênue ligação com o plano físico e não sofreriam tanto com a morte. No entanto, mais recentemente descobri pela ciência que até mesmo o octupus apresenta um sofisticado sistema sensorial.2

Não me tornei um vegetariano convicto. Longe disso. Digo que sou um vegetariano sem vergonha! Após manter a disciplina por alguns anos, decidi levar a coisa mais suave. Seja com a família, ou amigos, sempre abro honrosas exceções…  Meu objetivo é poupar sei lá: umas 15 vaquinhas, uns 5 porquinhos e umas 70 galinhas até o final dessa minha vida.

Não aboli ovo, nem leite e seus derivados que, a propósito, são extremamente nutritivos e não recomendo que faltem em nossa dieta diária. De qualquer forma, respeito a opção tanto dos carnívoros quanto dos veganos. A sabedoria sempre reside no equilíbrio, independente de como o tenha alcançado.

           A coisa se torna premente quando se trata do direito animal. Sou a favor do movimento em defesa dos animais e também penso que está mais do que na hora de incorporamos leis de proteção severas a este respeito no código civil. É preciso evitar que estas consciências animais sofram durante o abate que é algo brutal, independente do método.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Peter Singer, Vida Ética, Ediouro: São Paulo, 1a ed., 2002.

2. Birch, Jonayhan et al. Dimensions of Animal Consciousness, Trends in Cognitive Sciences, October, 2020

Vida consciente

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Ao afirmar que a “consciência é a realidade mais complexa do cosmos”, Waldo Vieira valeu-se de toda propriedade de um dos maiores estudiosos da consciência dos últimos tempos, indo além dos pináculos da psicologia moderna, mesmo assim o dilema permanece sendo um só: como levar de fato uma vida consciente?

Muito já se falou na literatura esotérica, filosófica e religiosa sobre o tal equilíbrio entre o corpo e a mente. Também é fato inconteste que este tema tem sido cada vez mais objeto de investigação científica nas últimas décadas, inclusive nas mais conceituadas universidades médicas do mundo, dando outra credibilidade ao tema.

No entanto, aqui não nos limitamos na simples conceituação da consciência, nem tampouco nos deixamos cercear pelos preceitos puramente positivistas. Preferimos, outrossim, assumir premissas filosóficas que nos conduziriam a inferências sobre as questões mais prementes para evolução do Ser.

Vimos, por exemplo, que mais do que um atributo da mente, ou um objeto de fé, a consciência é o que anima os nossos corpos, um foco de energia vital, distinta da energia conhecida pela física newtoniana ou mesmo einsteiniana… Nossas indagações nos conduziriam, indelevelmente, à compreensão de como a consciência deve se manifestar em nossas vidas, desde os efeitos fisiológicos que afetam o corpo físico até o papel dos pensamentos que cultivamos e a seleção dos alimentos que nos nutrimos.

São estes, caros leitores, os três pilares que compõem a fórmula do bem viver, a chamada “vida consciente”.

Figura 1. Aspectos de uma vida consciente.

Antes de mais nada, é preciso entender quais são os sensíveis mecanismos biológicos por trás do estresse e, mais do que isso, como podemos “reprogramar” nossas mentes para disparar respostas de relaxamento no cotidiano, essenciais para retroalimentarem tais mecanismos, inibindo o ciclo nocivo à nossa saúde física, mental e consciencial. Já vimos que estes são os três níveis de interação do Ser, de modo que não é preciso complicar com inúmeros corpos energéticos, dos mais “sutis” aos mais “densos” para se explicar os fenômenos mais importantes.

No primeiro nível temos o corpo físico, isto mesmo este que conhecemos muito bem, ou melhor, pensamos que conhecemos… No segundo nível temos o campo mental, desvendado mais recentemente pelos estudiosos da psique humana e que nada mais é do que a manifestação dos nossos pensamentos – o plano nas ideias – lembrando que estes podem emergir ou submergir de acordo com nossas conexões neurais no estado de vigília ou durante o sono, suscitadas na maioria das vezes pelas emoções reprimidas. Por fim, temos ainda a consciência que não precisa de veículo algum para se manifestar. Ela é o terceiro nível porque sua compreensão é a menos palpável no plano físico, muito embora seja ela nossa existência primeira, a única perene, enfim, aquela que nos conduzirá inexoravelmente à Fonte.  

Sondamos então os efeitos dos Estados Alterados de Consciência (EACs), tanto no nível molecular com vibracional, perscrutando os seus benefícios ao corpo físico, capazes até mesmo de evitar inúmeras doenças como artrite reumatoide, depressão, angina pectoris, infertilidade, entre outras. Esta é a medicina do futuro: a medicina vibracional!1

Não nos privamos ainda de recomendar algumas boas práticas, ou melhor, hábitos que são perenes e capazes de estimular os conceitos ora aprendidos e criar maior valor nas nossas vidas. O Prof. Hermógenes, introdutor do Hatha yoga no Brasil, sintetizou alguns dos frutos colhidos ainda em vida, nos planos físico e sutil, por aqueles que alcançaram tal estágio em busca da autoperfeição.2

PLANO FÍSICOPLANO SUTIL
rejuvenescimento geralserenidade
emagrecimento sadioautoconfiança
embelezamento da figuraequilíbrio emocional
aprimoramento da voztranquilidade
resistência às moléstias e estafaclareza mental
leveza física e energiatolerância e paciência
Figura 2. Benefícios da Hatha yoga.

Longe de ser um segredo guardado pelas leis universais e superstições fantasiosas, trata-se outrossim de uma proposta de vida prática extremamente atual perante os avanços da ciência moderna. Alguns podem até achar que está fora do nosso tempo, ou até mesmo piegas, mas a estes convido para que comprovem com os próprios olhos, mas que sejam olhos de ver!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Gerber, Richard, Medicina Vibracional: Uma Medicina para o Futuro, São Paulo: Editora Cultrix, 1988.

2. Hermógenes, Autoperfeição com hatha yoga, 50a ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2009