PASSO 1: nossas crenças (parte II)

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Vamos agora olhar a questão das crenças sob outro prisma. É fato que boa parte da população mundial encontra-se acima do peso ideal, obesos ou minimamente com sobrepeso. Alguém discordaria da afirmação de que a ansiedade, bem como seus estados mentais associados, estão entre as principais causas deste problema?

Você pode até pensar que é só uma reação fisiológica, puramente neuroquímica.1 Entretanto, eu rebateria afirmando que esta é disparada pelo MEDO, uma emoção cada vez mais presente na vida moderna e que, quando exacerbado, assume o grau patológico de fobia. Não há dúvidas de que os consultórios psiquiátricos das grandes cidades vivem abarrotados por conta exatamente disto! Vamos então procurar as explicações mais elementares do porquê que as pessoas têm tanto medo hoje em dia.

Lutar ou fugir?

Sabe-se que, do ponto de vista estritamente físico, o medo nada mais é do que uma resposta fisiológica a uma situação de perigo para preservar a vida orgânica, amplamente conhecida no meio acadêmico como a reação de lutar o fugir, traduzido do termo original em inglês fight-or-flight response.2

Figura. Os efeitos da reação de lutar ou fugir.

Independente da fonte aguda do stress, as alterações no nível de certos neurotransmissores como epinefrina e norepinefrina disparam reações fisiológicas notórias como o aumento dos batimentos cardíacos, da contração do coração e ainda da vasoconstrição, todos efeitos característicos do quadro de hipertensão. Nem é preciso mencionar aqui qual é o resultado no longo prazo para saúde das pessoas que estão constantemente estressadas. O importante é ter em mente o seguinte: este é o efeito e não a causa do medo…

Todo processo é puramente a resposta consciencial gerada por uma crença ou sistema de crenças. Isto mesmo: mude suas crenças que acabará com seus medos!

São muitos os medos que podemos sentir no cotidiano. A morte é, sem sombra de dúvidas, o maior de todos os medos. Justamente por isso que acabamos nos atendo demais a este medo e esquecemos de nos atentar para os “pequenos medos” que nos perseguem a cada instante e que são, na verdade, os mais deletérios.

Especificando melhor: é o medo de barata; de ficar sozinho sem alguém para falar, de ir mal na prova, de falar em público; de não almoçar; de perder o emprego; de ficar doente, de perder a bolsa; de perder o grande amor; de quebrar o celular, puxa vida, são tantos os nossos medos no dia a dia!

Através da teoria do Ciclo da Cultura de Valor, espera-se lidar melhor com cada um destes medos, de uma forma mais construtiva e racional, fazendo-se de tudo para transformá-los em valor através da reprogramação das nossas crenças e, num segundo momento, da reeducação dos nossos pensamentos e hábitos.

Ser CDF ou nerd?

Comecemos performando um breve exercício de memória. Vamos voltar nossos pensamentos à época do ginásio, recordando alguns dos colegas que ficavam na primeira fileira da sala de aula. Sim, aqueles mais CDFs! Agora, pense também naqueles da famosa “turma do fundão”. Alguma dificuldade em responder quem tirava as melhores notas de trigonometria? Ou aqueles que se saiam melhor na avaliação de expressão oral???

Certamente o medo de ir mal numa prova, seguido da frustração de ser incapaz de resolver um problema, culminando com a repreensão do pai severo ao receber o boletim “avermelhado”, não deveriam ser a única razão para que os estudantes da primeira fila se esforçassem tanto para tirar as melhores notas…

Vamos ser bem transparentes. Estamos falando aqui da diferença entre ser CDF ou ser nerd. O último estuda porque gosta e não pelo medo do papai, da nota ou muito menos da frustração! Eis um caso típico em que a crença pode gerar ou destruir o valor do PODER para realização, neste caso, da tão sonhada nota 10!!!

Num passado não tão longínquo assim havia um estigma de que ser nerd era pejorativo, pois significava que o indivíduo tinha dificuldade de convívio social e, por este motivo, vivia só estudando. Uma espécie de fuga da realidade.

Hoje, com o legado deixado por nerds convictos e bilionários tais como o Bill Gates, Steve Jobs ou Jeff Bezos,3 ninguém mais vai duvidar de que o mundo mudou. Vivemos na Era da Informação, ou por que não extrapolar para a Era dos Nerds???

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1.  Uma breve pesquisa em internet aberta com as Tags “neuroquímica” e “ansiedade” nos mostra que o medo é a principal emoção envolvida nas experiências de ansiedade, sendo oriundo de estímulos ambientais que possam indicar perigo ou ameaça, desencadeando uma série de reações cognitivas, sensório-perceptivas e neurovegetativas. A partir deste ponto de vista, a ansiedade pode ser considerada uma disposição orgânica que confere ao indivíduo melhores condições de preservar sua integridade dentro do contexto sócio-ambiental.

2. Conheça a definição para o fenômeno da reação de luta ou fuga, extraída da Wikipedia em 10.11.2019: também chamada de reação de estresse agudo, foi descrita pelo fisiologista Walter Bradford Cannon em 1927. Sua teoria diz que os animais reagem às ameaças com uma descarga comum do sistema nervoso simpático, fazendo com que o animal permaneça e lute ou fuja para se defender.

3. Não é preciso ser um nerd da computação para ler a biografia de Steve Jobs, por Walter Isaacson (Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011). Uma obra memorável que nos remete aos detalhes peculiares da vida do homem que pode ser considerado o maior empreendedor de todos os tempos. Apesar da sua personalidade intragável para muitos, ele fundou uma das empresas mais valiosas do mundo: a Apple. Era também um vegetariano convicto, simpatizante do zen-budismo e praticava yoga com regularidade.

PASSO 1: nossas crenças (parte I)

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Não se enganem. É equivocada a visão de que toda crença está relacionada necessariamente a uma religião, verdade pré-concebida ou conhecimento adquirido. Não podemos fugir, no entanto, da conceituação como algo em que se acredita, um “objeto de fé”.

Deve ser considerada simplesmente como um estado de propensão das nossas mentes, ao qual chamaremos, por sinonímia, de “programação mental”. Se o propósito estiver ligado ao plano físico, assumiremos que esta é uma crença no plano físico. Vejamos um primeiro exemplo antes de adentrarmos no universo bem mais instigante relacionado ao plano sutil.

Ora, se você vê uma gota d’água caindo na piscina, logo pensa consigo mesmo: vai chover! Certo? Sua mente está automaticamente programada pelo raciocínio lógico para tal dedução.1 Alguns segundos depois, para total surpresa, percebe que seu filho estava somente brincando com a mangueira ao lado da piscina.

Vira e mexe a mente nos prega algumas poucas e boas! Na verdade, veremos que nem são tão poucas assim…

Somos reféns das nossas próprias crenças. Esta sim pode ser considerada uma “verdade” ou premissa axiomática. E a boa notícia é que existem algumas formas de afetarmos intencionalmente nossas programações mentais. Vejamos alguma delas.

Reprogramação mental

A primeira forma de reprogramação é a mais frequente e não intencional: através das nossas emoções. Também é possível de forma bem mais controlada pela chamada meditação autosugestionada.2

Ser guiado pelas emoções é como embarcar num “trem descarrilhado”: não existe controle algum sobre as nossas reações! Qualquer impressão do meio à volta pode disparar um sentimento que funciona como “gatilho emocional”, nos impulsionando para uma ação cuja resultante pode ser algo bom ou ruim, gerador ou destruidor de valor.

Contrariamente, a meditação autosugestionada pressupõe o autocontrole nos diferentes graus de consciência. Muitos praticantes das modalidades avançadas de Kriya Yoga, conseguem atingir um estado de domínio pleno da mente, ao qual chamam de samādhi. Preferimos chamar aqui tão somente de “superconsciência”.3, 4

Figura. Processos de reprogramação mental.

Imagine agora uma situação limite do ser humano: alguém que está prestes a cometer suicídio. Este é, certamente, um dos piores cenários que se pode conceber para aqueles que deixam as emoções assumirem o controle total das suas vidas! Não precisamos exagerar para entender que as emoções podem, de forma sorrateira, ser uma das principais responsáveis por corroer nossa saúde mental, física e consciencial.

Reflita bem sobre como a sociedade moderna vive deste “ópio” chamado de doenças mentais, transformado em negócio altamente lucrativo pelas gigantes do segmento farmacêutico e seu exército de médicos prescritores… Uma pílula sempre é muito mais fácil do que a mudança radical dos valores humanos!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1.  A filosofia chama este fenômeno de lógica e o apregoa como um importante campo de estudo relacionado ao raciocínio. Eu encaro este fenômeno, outrossim, como o mais importante à existência dos Seres Conscienciais. É o verdadeiro “gatilho” de todos os nossos processos mentais.

2. Antes de conhecermos as inúmeras modalidades de reprogramação mental, na busca daquela que melhor se adapte às nossas necessidades, recomendo aos leitores que visitem o website do Dr. Bruce Lipton em brucelipton.com, renomado pesquisador no campo das “ciências de fronteira”, pioneiro da nova biologia molecular e autor de obras de importância inquestionável para evolução consciencial.

3. Para um maior entendimento sobre como nos livrar das distrações mentais e, consequentemente, das disfunções físicas, através do equilíbrio entre mente, corpo e consciência, acesse AQUI o website de um dos maiores gurus indianos dos últimos tempos: B. K. S. Iyengar. Sua especialidade era a Hatha Yoga.

4. A Kriya Yoga é uma técnica milenar revivida nos tempos modernos por Lahiri Mahasaya. Paramahansa Yogananda difundiu Kriya em grande escala para o público em geral através do livro Autobiografia de um Iogue. O sistema consiste em técnicas que aceleram o desenvolvimento espiritual e ajudam a alcançar um profundo estado de tranquilidade e comunicação com Deus e com o próprio Eu Superior. Extraído da Wikipedia em 28.01.2018.