Máximas de um pimpolho

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FORMATO DO CONTEÚDO: blog post

GÊNERO LITERÁRIO: contos

Como é bom lembrar deste tempo… Já dizia nosso grande avatar Jesus Cristo: “venham a mim as criancinhas”. Desprovidas são elas, ainda, das falácias mundanas! Não têm medo, nem cobiça, vaidade, bla, bla, bla.

Em verdade, são puras, regadas da mais suave essência de si mesmas. Não vestem “cascas” para se proteger. Enfim, são as “castanhas”do mundo! Não deveríamos jamais ter perdido a nossa criatividade que é exercida tão-somente na “arte do brincar”, mesmo para adultos.

Como é fácil nos esquecermos  da busca incessante pela felicidade. E como regredimos ao nos esquecermos de que esta “rapariga fujona”, em realidade, só nos acompanhará quando encararmos a vida como uma eterna e gostosa brincadeira.

Vejamos do que consigo me lembrar do tempo de “pipoco” para adocicar a Consciência deste “velho rabugento” !

Pensar grande

Por volta dos quatro anos de idade, mamãe fez-me a seguinte pergunta:

_ Filho, o que você quer ser quando crescer?

Não receei em responder-lhe de imediato com outra pergunta:

_ Mamãe, qual é o maior cargo que existe no Brasil?

 Surpresa, ela pensou bem e disse:

_ Bem, meu filho, é o de Presidente da República.

Respondi, então, resoluto:

_ Então, mamãe, é isto o que eu quero ser!

Trato com o dinheiro

Enchi tanto a paciência do papai até que, enfim, abriu uma poupança para mim no “Bladesco”. Isto mesmo: o tradicional banco Bradesco, mais precisamente na antiga agência que ficava em frente à prefeitura de Campinas. Para mim, era apenas o “Bladesco”.

Não saía de casa sem a minha “cadernetinha vermelha”. Ao receber a sagrada mesada, conquistada com o suor de muitas gramas cortadas,  ia correndo na banca mais próxima do bairro para comprar figurinhas, só para pegar o troco em notas de um…

Veja bem a lógica: quanto mais grosso fosse o maço de dinheiro, mais “rechonchuda” ficava aquela cadernetinha. Até que fazia mais sentido do que as criptomoedas de hoje! [hehe]

Grandes conquistas

Luciana, minha maninha, era o que se pode chamar de poetiza nata. Amolei-a tanto que acabou me inscrevendo num concurso de poesias. No entanto, “malvada” foi ela ao me dizer que eu não teria a menor chance!

Fiquei muito triste, mas não desanimei. O concurso era sobre acidentes do trabalho e, apesar de eu não saber nem escrever ainda, com a ajuda do meu vozinho Joaquim (in memoriam), lancei meu versinho:

Nesta casa, a Bruxa do Acidente não entra!

Frase vencedora, concurso SIPAT, Monsanto Brasil, 1982

Quem diria que seria o verso premiado da noite! Coitadinha da maninha talentosa… [rss]

A mesma ladainha ocorreu no concurso de pipas com meu irmão, o Betão. “Pentelhinho” que era, consegui que me fizesse uma mini-pipa com os retalhos da sua majestosa “águia dos ventos”…

Passei o tempo inteiro do concurso correndo de um lado para o outro, na tentativa que minha mini-pipa alçasse voo. Imaginem só: ganhei o primeiro lugar em originalidade!

Associações despretensiosas

Almoçávamos todo domingo em São Paulo na casa dos meus avós. Como todo caçulinha, tinha lugar cativo no centro banco traseiro do carro de papai. Adorava apreciar, dali, a paisagem São Paulina, no seio daqueles que tanto me afagavam…

Meus pais morrem de rir ao contar que toda vez que chegávamos no final da rodovia dos Bandeirantes, quando despontava o primeiro prédio, eu gritava ansioso: Sum Paulo, Sum Paulo!!

Mais engraçado ainda é que, mesmo em Campinas (minha amada cidade natal), sempre que avistava um amontoado de prédios, também gritava o mesmo… [rss] 

§

Portanto, muita atenção adultos! Eis as máximas de um “pimpolho”:

1.   Ousadia de pensar grande;

2.   Empreendedorismo de um colosso;

3.   Simplicidade de um vencedor;

4.   Inocência de um anjo.

Felizes serão aqueles que conseguirem manter estas virtudes!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Conteúdo exclusivo de ricardobarreto.com

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Saiba mais:
  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

One thought to “Máximas de um pimpolho”

  1. “Felizes serão aqueles que conseguirem manter estas virtudes!”…. e no mundo que vivemos me arrisco em dizer….”ousadia dos pais em se permitirem educar filhos com tais virtudes”; neste tempo que vivemos, o ambiente permite acesso as mais diversas fontes que interferem na formação de nossos pimpolhos. Seremos muito severos na vigilância?… ou muito permissíveis em suas “curiosidades”? O meio termo deve ir de encontro à manutenção destas virtudes.

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