INTELIGÊNCIA COLABORATIVA

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Para se atingir um objetivo comum que envolva a solução de um problema desafiador, deve-se somar esforços entre vários atores, competidores ou não, sendo que todos são beneficiados com os resultados, em maior ou menor proporção. Este é o princípio da inteligência colaborativa!

Agora, cá entre nós, será que o conceito de colaboração em massa é mesmo tão recente assim? Veremos que não.

Sua origem se confunde com a própria história do método científico, cujos elementos vêm se desenvolvendo desde o Egito antigo, passando posteriormente pela Grécia e misturando-se com a filosofia islâmica, até culminarem no pensamento de Descartes, no sistema lógico de Francis Bacon e na aplicação do empirismo por Isaac Newton. Resumidamente, Descartes estabeleceu três regras de ouro para chegar à dita “verdade científica”: da evidência, da análise e da dedução 1

Figura. As três regras de ouro de Descartes que culminam na verdade científica.

Vê-se que o método científico não é somente uma receita caracterizada pela objetividade, causalidade e imparcialidade. Ele requer inteligência, imaginação e criatividade para experimentação contínua. Apresenta-se, assim, na forma de uma sequência de ações lógicas e sequenciais, desde a formulação de uma hipótese até a verificação experimental.

Deve-se observar que este processo distingue-se pelo fato de ser cíclico, possibilitando que outros cientistas possam analisar, reproduzir experimentos e verificar a confiabilidade dos resultados. Isto nada mais é do que a tal da colaboração em massa aplicada à solução de problemas científicos.

A única diferença com relação ao conceito atual do wikinomics, é que a divulgação dos resultados de uma pesquisa é imensamente potencializada pelo poder da internet, podendo atingir instantaneamente qualquer pesquisador ao redor do mundo. Assim, fica cada vez mais difícil de discordar da afirmação profética de Hans Selye: quem não sabe o que procura não entende o que encontra.2

Já vimos alguns exemplos bem recentes em que a aplicação da estratégia colaborativa é evidente, tais como a produção de conteúdos para o inbound marketing, a geração de créditos de carbono para economias sustentáveis ou até mesmo o processamento computacional de cálculos complexos para benefícios financeiros, mais propriamente o acúmulo de criptomoedas.  

Acontece que ainda não temos propriamente um Porter da estratégia colaborativa, nem tampouco seria preciso… A ações compreendidas pelo método científico se aplicam como uma luva para todos estes casos! Quando não se aplicarem, pode-se assumir, sem medo de errar na extrapolação, que não existe “vantagem colaborativa”.

A inteligência colaborativa, portanto, carece somente de um formalismo apropriado aos tempos de inteligência artificial e big data, com os devidos algoritmos de machine learning, sistemas de recomendação e técnicas de data mining, visando automatizar todo o processo. Mas paremos por aqui porque na sequência falaremos de um dos principais agentes de mudança nesta nova era: os BROKERs de informação!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre

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Saiba mais:

1.  Descartes, R. Discurso do método, São Paulo: Ed. de Ouro, 1970.

2. Selye, H. Stress a tensão da vida, São Paulo: IBRASA, 1965.

ESTRATÉGIA COLABORATIVA

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Voltemos à questão dos pontos de divergência e confluência. Esta é a chave! É muito fácil tipificar a primeira. Basta imaginar a atividade de comércio no centro da cidade em que vive. As lojas de roupas A, B e C naturalmente “divergem” na qualidade e preço das suas peças, competindo pela preferência de compra do mesmo público. Ou seja, se compro uma blusa em A, não comprarei outra blusa em C porque a demanda já foi suprida. E a segunda: você consegue identificar alguma atividade característica de imediato?

Certamente, a mais antiga e evidente é a base de toda a ciência moderna! Em realidade, trata-se da prerrogativa do próprio “método científico” que depende da construção coletiva do conhecimento, juntando-se uma miríade de fatos verificados por inúmeros cientistas ao redor do mundo que juntos comprovam (ou decifram) hipóteses específicas, formando as bases de uma teoria científica. Um exemplo clássico e de conhecimento do público amplo foi o projeto Genoma que decifrou o código genético humano.

Figura. Representação esquemática do método científico (adaptado da Wikipedia).

            Da mesma forma, podemos enquadrar a atividade de programação que pode envolver centenas ou até milhares de programadores ao redor do mundo, cada um produzindo uma pequena parte do código para desenvolver uma aplicação específica. Este conceito ficou conhecido como princípio do “código aberto” e deu origem ao sistema operacional Linux que chegou a rivalizar com o Windows por certo tempo (pelo menos entre os programadores profissionais).

Existem outras atividades não tão evidentes que também são pautadas pelos “pontos de convergência”, tais como a geração de bitcoins, o acúmulo de créditos de carbono ou o marketing de conteúdo, mas o importante aqui é entendermos a origem do conceito da “colaboração em massa” que ficou mundialmente conhecido pelo termo wikinomics.

Na verdade, wikinomics é um neologismo criado por Don Tapscott e Anthony Williams, enfatizando que o compartilhamento de informações dará “vantagens colaborativas” (e não competitivas) para as empresas que se abrirem a este novo paradigma. Eis uma frase que sintetiza muito bem esta visão de futuro no mínimo instigante: 1

A economia é vista como um meio de colaboração entre os atores sociais, baseada em códigos abertos e “ideágoras” que são as modernas praças do conhecimento, porém nunca tão verdadeiras!

Isto ocorrerá devido à oportunidade de interagir com uma diversidade de profissionais qualificados, mesmo que estes estejam geograficamente distantes e ainda a um custo consideravelmente menor, contando com a diversidade de contribuições para incrementar o processo de inovação dentro e fora das organizações. Uma dica: quem quiser se aprofundar no tema, não deixe de ler os trabalhos do Prof. Henry Chesbrough da Harvard Business School. 2

Aos meus olhos, este movimento é irreversível, de modo que as empresas deverão se adaptar mais cedo ou mais tarde, assim como a necessidade de se fomentar a inovação através das ferramentas propiciadas pela tecnologia da informação e inteligência artificial. Você já está preparado para este futuro incrível que está por vir?

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: sempre boas decisões sem esforço

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Saiba mais:

1. Tapscott, D., Williams, A.D. Wikinomics, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

2. Chesbrough, H.W. Open business model: how to thrive in the new innovation landscape, Boston, MA: Harvard Business School Press, 2006.

COMPETIR OU COLABORAR

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Eis um dos grandes dilemas dos tempos atuais: quando competir ou colaborarar? Enganam-se redondamente aqueles que emitem um julgamento aprioristicamente sem antes passar por uma reflexão profunda sobre o tema que é tão vasto quanto as áreas de interação do ser humano nas esferas pessoal, profissional e social.

Num mundo cada vez mais automatizado e repleto de informação, é preciso antes de mais nada saber qual estratégia assumir, visando ao mesmo tempo a evolução pessoal e os resultados organizacionais. Certamente não é uma “escolha” fácil. Requer muita perspicácia para avaliar qual estratégia deve gerar maior valor no longo prazo, lembrando que a “escolha” é só o começo da jornada que também dependerá das ferramentas disponíveis e, sobretudo, da expertise de como aplicá-las na execução do plano. Vamos lá?!

A ESTRATÉGIA COMPETITIVA é a mais evidente por motivos até mesmo antropológicos, ligados à sobrevivência de uma entidade, segundo o conceito mais amplo que vimos anteriormente, dos processos algorítmicos. Por outro lado, a ESTRATÉGIA COLABORATIVA, requer condições bem específicas e propícias aos “fenômenos de rede”, mais propriamente das redes de valor que têm ganhado cada vez mais importância em algumas áreas do conhecimento de base e aplicado.

Via de regra, em toda e qualquer análise estratégica, independente do campo de aplicação, é preciso primeiramente encontrar os pontos de divergência e/ou confluência. Veremos que o primeiro está relacionados à “destruição criativa”, cerne da inovação schumpteriana de meados do século passado e que revolucionou a forma de se criar vantagem competitiva. 1

Figura. Joseph Schumpeter, economista austríaco precursor da teoria da inovação.

Já o segundo é bem mais recente (eu dato o seu nascimento mais precisamente em 2006 com a publicação do livro Wikinomics) e chamamos aqui mais propriamente de “síntese restritiva”, resumindo o propósito do conceito propalado por Tapscott & Williams. 2

Para chegarmos à origem genésica das estratégias competitivas (o que são, para quê servem e como formulá-las) precisamos de entender primariamente o conceito mais abrangente, para não dizer filosófico, do termo “competição”. Eis os 3 questionamentos basilares que não podem deixar de ser pautados antes de avançarmos:

                                    1. O que se entende por competição?

                                    2. Quais as formas de se competir?                          

                                    3. Ela é mesmo salutar?

 Não se pode negar algo que nos é uma característica intrínseca. O ser humano é naturalmente competitivo e, por consequência, as instituições humanas a que ele pertence. Lutamos constantemente pela busca da melhor performance, pela superação dos nossos pares e as conquistas advindas, sejam elas monetárias, sociais, políticas, religiosas, etc.

Acontece que vivemos na atualidade uma “hipercompetição” generalizada em quase todos os campos de aplicação possíveis e imagináveis. Praticamente já não existem áreas do conhecimento humano inexploradas. Em tempos de globalização econômica e da tal ubiquidade computacional e informacional, o “kit de ferramentas” convencional da competição do Prof. Michael Porter já não é mais suficiente para os indivíduos e organizações se reinventarem continuamente.

Acreditem: neste contexto, a “inovação schumpeteriana”, antes vista como a salvação pelos gurus da estratégia, pelo menos no seu formato original, está em cheque! Mas será que existem novas e inusitadas formas de “destruição criativa” que não estejam diretamente vinculadas à inovação?

Bem, veremos que sim e trata-se justamente da tal “síntese restritiva” que conjuga a evolução de uma série de tecnologias que propiciaram a coloboração em massa numa escala antes inimaginável! Precisamos, mais do que nunca, entendê-la e decifrá-la porque sua lógica é bem diferente do que estávamos habituados…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: tome boas decisões sem esforço

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Saiba mais:

1. Shumpeter, J. Capitalism, socialism and democracy, London: Allen & Urwin, 1943.

2. Tapscott, D., Williams, A.D. Wikinomics, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.