Empreendedorismo: oportunidade ou questão de necessidade

O empreendedor atuante nas micro, pequenas e médias empresas tem um papel fundamental para o país. Ninguém ousaria questionar este fato. Mas será que estamos de fato preparados para empreender?

Segundo Eduardo Cicconi, o empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões.

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Esta visão pode se concretizar na forma de um novo negócio ou de uma nova iniciativa, tal como a compra ou expansão de um negócio existente.

O empreendedorismo, portanto, prima pela mudança do “estado de coisas” visando a criação de valor, riqueza e postos de trabalho.

No entanto, o sucesso depende do conhecimento e da capacidade do empreendedor no sentido de desenvolver novos produtos e processos, o que envolve investimento de risco com resultados incertos.

Neste sentido, é muito importante diferenciar o “empreendedorismo por necessidade” do “empreendedorismo por oportunidade”.

Não se pode imaginar que quando o indivíduo está sendo forçado por uma situação de stress (ex. a perda do emprego) terá os mesmos resultados daquele que vislumbrou uma oportunidade de negócio com esmero…

Isto é fato. Dados do Global Entrepreneurship Monitor mostram que os indicadores de desenvolvimento econômico são muito maiores para os “empreendedores de oportunidade”.

O dito “oportunismo”, na verdade, perpassa por um planejamento prévio que envolve a elaboração de um plano de negócios detalhado (no caso de um negócio já existente, tal como uma franquia) ou a construção de um novo modelo de negócios (para startups que almejam crescimento acelerado através da inovação).

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Por outro lado, os empreendimentos criados por falta de opção não são planejados com a devida cautela. Na sua grande maioria não se distiguem significativamente da concorrência, não trazem inovações ao mercado e são pautados pela informalidade. Infelizmente, o resultado é um elevado índice de fracasso…

Independente do tipo de empreendedor que você se enquadra (ou se enquadrará um dia), qualquer empreendimento surge necessariamente por uma das 8 circunstâncias abaixo:

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  • Empreendedor nato: aquele que possui o perfil característico do empreendedor;
  • O herdeiro: aquele que herda um empreendimento, mas não necessariamente tem perfil de empreendedor;
  • O funcionário de empresa: quadro típico do indivíduo desmotivado na empresa em que trabalha porque não consegue implementar suas ideias e sonha em montar o negócio próprio;
  • Excelentes técnicos: são levados ao negócio próprio pelo elevado expertise em alguma tecnologia, produto, serviço ou processo;
  • Vendedores: neste caso é a experiência de mercado que os leva a iniciar o próprio negócio;
  • Opção ao desemprego: aqui o risco é ainda maior porque nem sempre há a aptidão necessária ao empreendimento;
  • Desenvolvimento paralelo: caso em que o empreendedor inicia seu negócio sem abandonar o emprego atual;
  • Aposentadoria: opção para garantir rendimentos complementares, manter a atividade e continuar aplicando a experiência acumulada em toda sua carreira.

Claro que nem todo mundo nasce com o talento empreendedor nato de um Steve Jobs ou com as habilidades técnicas de um Larry Page!!!

De qualquer forma, são muitos aqueles que têm o conhecimento e a experiência que poderiam ser aplicados com sucesso em negócios próprios, dando o devido empurrão no momento certo da sua carreira.

Cuidado somente para não se precipitar no momento errado (o da necessidade) ou encarar uma empreitada em algo que não domina. Senão, aquilo que foi idealizado como uma “fonte de renda” pode se materializar tão somente como uma “fonte de dívidas”…

Portanto, identifique antes de mais nada a circunstância em que você se enquadra. Então, pronto. Comece hoje mesmo a rascunhar seu modelo de negócios, preferencialmente o Canvas da próxima startup brasileira de sucesso!!!

 

Autoria por Ricardo Barreto

Agradecimento aos compartilhamentos nas redes sociais

Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

Geciane Porto, Gestão da inovação e empreendedorismo, Rio de Janeiro, 2013.

Acs, Z. How is entrepreneurship good for economic growth? Innovations, technology, governance and globalization2006.

Bernardi, L. A. Manual de empreendedorismo e gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas, São Paulo, 2010.

As 10 características únicas do perfil empreendedor

Você gostaria de ter o talento empreendedor de um Steve Jobs?

Bem, acredito que ninguém em sã consciência negaria o anseio de poder fundar a empresa mais valiosa do mundo!!!

Brincadeiras à parte, vamos procurar entender melhor aqui o que está por trás do perfil (pessoal, profissional e psicológico) destes seres que poderiam ser considerados os verdadeiros “super-homens” da atualidade no sentido nietzschiano da palavra…

Já vimos noutra ocasião o conceito de empreendedor e o que diferencia o empreendedorismo de oportunidade do empreendedorismo por necessidade. Também vimos a importância de que o empreendedor tenha conhecimentos e capacidade no sentido de desenvolver novos produtos e processos, passando por todas as etapas que vão desde o surgimento da ideia até o lançamento do produto ou a implementação do novo processo.

Apesar de todos estes conhecimentos e capacidades poderem ser desenvolvidos ao longo da vivência profissional de cada um, existem alguns traços de personalidade que, quando associados, resultam num perfil característico do empreendedor de sucesso. Vejamos quais são estas 10 características únicas do perfil empreendedor:

  1. São visionários: têm a visão completa do empreendimento mesmo antes do próprio sonho realizar-se;
  2. São decididos: é quase impossível de ouvir um empreendedor dizendo _Hum, não sei como agir neste caso… Não têm dificuldade alguma para tomar decisões, mesmo nas circunstâncias mais incertas;
  3. São exploradores: o drive de suas vidas é a busca do desconhecido. Explorar novos espaços de mercado, novos atributos de valor e novas possibilidades de experiência ao cliente. Para eles, quando uma atividade se torna altamente previsível, este é exatamente o momento em que ela perde a graça… São avessos à rotina nos negócios;
  4. São determinados, dedicados e dinâmicos: de nada adianta uma pessoa ter visão, se não conjugar estas 3 qualidades para realizá-la. Portanto, acima de tudo, os empreendedores são persistentes, ao ponto de serem taxados como “turrões” pelos mais íntimos… O dinamismo também é importante porque conseguem iterar rapidamente superando os obstáculos;
  5. São otimistas e apaixonados: diga se tem brilhos nos olhos que te direi quem és!!! Sim, a quase totalidade daqueles que têm este traço amam o que fazem;
  6. São independentes: gostam de aplicar ao máximo seu expertise para depender o menos possível dos outros para realizar suas visões;
  7. São líderes bem relacionados e formadores de equipe: apesar de gostarem de ser independentes, reconhecem quando dependem das competências dos demais, têm prazer de relacionar-se e habilidade para formar equipes motivadas para consecução das atividades necessárias ao sucesso do empreendimento;
  8. São organizados e sabem planejar: ao contrário do que muitos poderiam pensar, os empreendedores são extremamente organizados porque percebem logo cedo que este é o segredo da eficiência… Também aprendem na raça que o planejamento é fundamental para priorizar suas atividades;
  9. São experts no que fazem: o empreendedorismo não nasce do nada. Via-de-regra têm grande conhecimento na área que decidem empreender, o que aumenta sobremaneira suas habilidades para inovar;
  10. São ousados: definitivamente a aversão ao risco não povoa a mente de um empreendedor nato. Ele sabe como maximizar suas chances de sucesso e é nisso que se apega… Conforme já vimos, como autodefesa, criam uma espécie de “campo de distorção da realidade” que bloqueia o medo das perdas inerentes ao empreendedorismo;

Se você conjugar todas estas 10 características, e com intensidade acentuada, te digo sem medo de errar: pare tudo o que está fazendo e reflita seriamente sobre a possibilidade de empreender!!!

Você tem boas chances de fundar a próxima startup unicorn do Vale do Silício brasileiro. E aqui digo que as chances são infinitamente maiores do que ganhar na Mega-Sena… rsss.

 

Autoria por Ricardo Barreto

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Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

Dornelas, J. C. A. Empreendedorismo, Rio de Janeiro, 2005