Genômica consciencial

#ricardobarreto #filosofia #genômicaconsciencial

Antes que me entendam mal, já respondo: não, este não é mais um “megaloprojeto” de sequenciamento genético, outrossim, mera divagação filosófica que pretende lançar uma hipótese minimamente ousada sobre a grande interrogação que assola a mente dos mais competentes biólogos moleculares do Brasil e do mundo!

Além do sequenciamento das bases nitrogenadas que constituem o DNA humano, o Projeto Genoma constatou que o código genético presente nas células da unha do nosso dedão do pé é simplesmente idêntico ao das complexas células neurais… [rss]

Persiste em nossas mentes, então, aquela dúvida cruel: o que exatamente determina a expressão de um determinado gene em uma célula especializada?

Pasmo fiquei ao fazer esta mesma pergunta a um dos maiores especialistas da época sobre o assunto na UNICAMP e obter a seguinte resposta categórica:

Esta é a grande limitação da ciência no momento, visto que conseguimos obter o livro, no entanto, estamos ainda bem longe de compreender sua linguagem”.

No meio acadêmico existem correntes que acreditam na influência da natureza conformacional da molécula de DNA como fator determinante das regiões gênicas expressivas. Mas mesmo que isto venha a ser comprovado um dia, o que além das interações supramoleculares determinaria estes diferentes arranjos conformacionais?

A constatação experimental destes fenômenos ainda é implausível experimentalmente dada a extrema complexidade dos referidos sistemas supramoleculares, mesmo com as mais sofisticadas ferramentas de cálculos computacionais e imageamento.

Tal limitação científica abre margem para proposição de modelos filosóficos hipotéticos, ou metafísicos como preferem denominar os detentores do método…

Sou um profundo admirador da filosofia, a qual tem sido inadvertidamente ignorada nos últimos tempos. Injusto o é haja vista que ela tem impulsionado o desenvolvimento da humanidade desde os seus primórdios, muito antes de se fazer ciência como a concebemos hoje.

A concepção da Conscienciologia, proposta por Waldo Vieira no século XX (vide Um olhar sobre a CONSCIENCIOLOGIA), postulou a existência de uma espécie de “envoltório consciencial” que une o corpo físico e a Consciência.

Outros estudioso da ciência de fronteira como Richard Gerber, em suas pesquisas no campo da Medicina Vibracional, propuseram uma espécie de “mapa energético” que contém as informações espaciais a respeito da matriz fisiológica que os organismos devem assumir.

Urge assim mais uma indagação um pouco menos perturbadora: não seria esta “matriz energética sutil”, ou o tal “corpo consciencial”, uma espécie de molde capaz de influenciar inclusive as conformações protéicas e por que não a expressão gênica?

Será que realmente somos literalmente “programados” por algoritmos moleculares via informações impressas em nosso “código consciencial”, as quais se expressam materialmente através de nosso código genético?

Mais recentemente a epigenética tem trazido luz científica à questão. Vamos aguardar as preciosas descobertas neste campo que ainda estão por vir…

De qualquer forma, isto não é metafísica nem conscienciologia e sim filosofia!

Seja pela biologia molecular, genômica ou epigenética, o que realmente importa é que a ciência avança a passos largos na compreensão da interação dos fenômenos da Consciência com as células do corpo e a manifestação de doenças somáticas, o que nos estimula ainda mais a continuar refletindo sobre os mecanismos da vida tanto na esfera física com extrafísica.

 

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  2. Gerber, R. Medicina Vibracional, 1997, Cultrix, 12a ed., p. 98.
  3. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/5142/13877

Ética científica – parte I

#ricardobarreto #filosofia #éticacientífica

 

Esta é uma questão sobre a qual quero me ater sobremaneira, haja vista sua crescente importância quanto ao rumo da civilização especialmente devido aos avanços conquistados nos últimos dois séculos.

A ciência já nos levou à lua e nos fez ver a célula e o átomo, mas também trouxe consigo a bomba atômica…

É imprescindível, portanto, uma séria reflexão por parte da comunidade científica e também da sociedade civil sobre as questões éticas envolvidas nas pesquisas, sua utilidade pública e implicações socioeconômicas.

Em 2005 estas questões vieram à tona com o caso do Dr. Hwang Woo Suk, quando a comunidade científica mundial foi sacudida pelas denúncias feitas por membros da sua equipe e pesquisadores de outras partes do mundo.

Os resultados que o Dr. Hwang afirmou ter obtido eram de enorme relevância, pois representavam a primeira comprovação científica da clonagem de embriões humanos, colocando seu grupo de pesquisas e, principalmente, seu país (a Coréia do Sul) na fronteira das pesquisas envolvendo células-tronco. Infelizmente, todos os resultados publicados em periódicos de elevado impacto científico e divulgados mundialmente eram forjados.

Voltemo-nos rapidamente ao passado para compreender melhor o presente. Por muito tempo o mundo já foi açoitado pela “ignorância medieval”. Uma época de “sombras” em que o domínio sobre os povos era exercido sob a égide da religião, perpetrando a antiga política do “pão e circo”!

Muitas iniquidades foram cometidas contra aqueles que ousassem pensar além dos limites impingidos pela “Santa Igreja”. Taxados de “bruxos”, cientistas foram considerados hereges e queimados na fogueira por causa das suas ideias tidas como revolucionárias…

Por sorte este tempo já se foi, porém ainda sofreremos as consequências lamuriosas por muitos e muitos anos. Sobre essa problemática, o grande filósofo contemporâneo, Bertrand Russel, assinalou de forma inequívoca:

Não é de dogma que o mundo precisa, mas de uma atitude de investigação científica.

Tal atitude de investigação científica pressupõe, via de regra, uma formação acadêmica de primeira-linha. Acontece que, muitas vezes, o que é chamado de educação, em verdade, deveria significar o oposto…

Desde os primórdios da civilização antiga, logo quando a organização estatal foi instituída, a educação tem sido utilizada como meio de instrução social, segundo os interesses do Estado. Entretanto, paradoxalmente, uma sociedade bem instruída constitui o maior perigo àqueles que pretendem se manter no poder, com o intuito de fazer prevalecerem seus próprios interesses…

Em tempos de clonagem, transgenia, neuro e nanociências, já não existem mais limites para o que o homem possa fazer! Alguns dos resultados oriundos da pesquisa científica podem impactar diretamente na vida de milhões de indivíduos e trazer benefícios que certamente faziam parte dos “sonhos” daqueles mais obcecados por ficção científica…

Nanomáquinas capazes de processar microcirurgias, nanosensores que detectam doenças em estágios iniciais, curas de doenças por processos de manipulação genética, crescimento de órgãos oriundos do próprio paciente, que pode recebê-los em um transplante sem riscos de rejeição, cura de doenças degenerativas, cura de paralisias diversas, etc.

As únicas amarras ficam praticamente a cargo dos princípios éticos ou morais, dependendo do país e das leis que o regem. E é exatamente aí que reside o grande problema. Quando são os códigos de conduta morais, instituídos por essa ou aquela religião, que influenciam as prerrogativas dos Conselhos de Ética em pesquisa, pode-se limitar equivocadamente os campos de pesquisa em áreas importantes para o avanço da humanidade.

É o que se observou, por exemplo, com a questão da clonagem terapêutica. As pesquisas nesta área requerem o uso de células tronco especiais, as quais são extraídas de embriões recém-formados, com apenas alguns dias após a fecundação. Entretanto, a Igreja Católica insiste em apregoar que a vida existe desde o momento da fecundação, mesmo sabendo que a ciência já provou o contrário…

Assim como se considera a morte cerebral quando o cérebro pára de funcionar, a vida também só começa com a formação do sistema nervoso, o que ocorre somente depois do décimo quarto dia…

Só para se ter uma ideia dos avanços que o Projeto Genoma propiciaram, segundo estimativas do professor Richard Dawkins, em 2050, pelo preço atual de uma análise de raios-x, poderemos conhecer o “texto” completo de todos os nossos genes. O médico não nos dará mais uma prescrição convencional, mas sim aquela que se adequará com precisão ao nosso genoma.

Isto é maravilhoso, sem dúvida, mas nosso “texto pessoal” irá também predizer, com precisão alarmante, nosso fim natural… Será que desejamos tanto conhecimento? Mesmo que a resposta seja afirmativa, será que vamos querer que nosso código do DNA seja lido pelos agentes das seguradoras, pelos advogados dos processos de reconhecimento de paternidade e até mesmo pelo governo?

Mesmo numa democracia arraigada, nem todos ficariam felizes com essa perspectiva. De que maneira algum “futuro Hitler” poderia fazer mau uso desse conhecimento é algo que precisamos pensar desde já!

Sem dúvida, estas preocupações são imprescindíveis, tanto que a ONU, na Conferência Geral da UNESCO de 1997, adotou a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, marcada por questões político-científicas polêmicas como a manipulação do genoma humano, a clonagem e os transgênicos.

Presumo eu que todas as pessoas deveriam ler este documento na íntegra, pois se trata de um primoroso avanço para sociedade, reconhecendo que a pesquisa sobre o genoma humano e as aplicações dela resultantes abrem amplas perspectivas para o progresso, com a melhoria da saúde dos indivíduos, mas enfatizando que tal pesquisa deve respeitar inteiramente a dignidade, a liberdade e os direitos humanos, bem como a proibição de todas as formas de discriminação, baseadas em características genéticas.

Então a questão é simples: o que vale mais a pena? Salvar a vida de uma criança de nove anos de idade, condenada pela leucemia ou fazer uso de um punhado de células inócuas e acéfalas por um bem maior? A resposta é de cada um, mas a consciência social deveria ser de todos!

 

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed., Editor-Autor, 2008.
  2. Ethics and Fraud in Three cheers for peers, Nature, 2005, 439, 117.
  3. a) Woo Suk, H. et al.; Science, 2004, 303, 1669. b) Woo Suk, H. et al.; Science, 2005, 308, 1777.
  4. Fernando Coelho, Química Nova, vol. 29, No2, 185, 2006.
  5. Bertrand Russel, A Sociedade Humana na Ética e na Política, 216.
  6. Farias et. al. Ética e Atividade Científica, Campinas: Editora Átomo, 2006.
  7. Richard Dawkins, O Capelão do Diabo, São Paulo: Compahia das Letras, 2005.

 

Manifesto ao “cretinismo”

#ricardobarreto #crônicas #cretinismo

Quantos não o são?! Estes que “sabem o que julgam, mas ignoram o que não sabem”… Oh, Sócrates! Mestre dos imortais!! Ninguém jamais escapa ileso ao “cretinismo”, esta chaga que rumina até mesmo os doutos de sabedoria. Quem não tem seus momentos de afazia, neste mundo errante onde não há paz, só agonia!?!

No sentido literal, interpretado pelo senso comum da avassaladora maioria dos mortais, o “cretinismo” nada mais é do que a deficiência de desenvolvimento mental. Acontece que, se pararmos para observar suas manifestações mais profundas, constaremos estupefatos que é extremamente contagiante, como o mais temível vírus.

Já apregoava o grande Mestre que ninguém está ileso, pois vivemos desde os primórdios da humanidade entre “cegos guiando cegos”…

Como então não cairmos no abismo abissal da “santa ignorância”, haja vista que mesmo aqueles quase “super-homens” nietzscheanos vêm-se oprimidos e solitários diante dessa “demência” que assola a humanidade?

No Brasil parece que esta situação deplorável fica ainda pior. Quando não se houve falar da ladroeira institucionalizada, restam-nos os usuais comentários futebolísticos, a ciranda-remota dos “desinformantes” canais de televisão [agora YouTubers], ou o som infame do “tapinha”… [vixe, nesta época este era o hit de sucesso do verão]

Santa ignorância! Que fazer? Oh, Céus!! Por falar das “Alturas”, me perdoem os sinceros e desinteressados crentes d´alma: que sacrilégio, hein!?!

Segundo analistas da economia informal, um dos melhores “negócios” da atualidade [com isenção fiscal para ONGs] é abrir uma “igrejinha” lá para as bandas da periferia, bem pertinho daquele bar “destruidor de lares” e repleto da mais desoladora falta de perspectiva humana!

Como toda dicotomia, o tão manjado “ópio do povo” sempre mostra suas facetas e muito bem balanceadas… Certo, pastorado de araque?! Em nome de Jesus, o catzo!!

Cristo, o grande Mestre espiritual da civilização ocidental, vivenciava o amor desprendido dos anseios materiais, bem diferente destes aproveitadores da desgraça social. Quem nos dera ser “100 % Jesus”…

Quanto àqueles corruptos que impregnaram-se no poder, ou ainda aos que se opõem até chegarem lá [sim, esta história a gente já conhece aos montes e não só no Brasil], meus mais sinceros pêsames, pois vocês definitivamente “não sabem o que fazem”…

Enquanto não houver crescimento ético-moral, seja político, intelectual ou religioso, vamos continuar neste pardieiro! E o que mais me entristece são os “pequenos safados”!! Não pela gravidade das suas faltas, mas porque são muitos e somados  resultam nesta miséria social em que estamos assolados!!!

Vamos a um exemplo despretensioso de “pequena safadeza”. Outro dia [na verdade já faz um bom tempinho] fui ao cinema e não me atentei para o fato de que era quarta-feira (dia de meia-entrada). Dei, então, o valor integral do ingresso e não fosse pela namorada vigilante teria sido convenientemente enganado… Que desgrama!

Por este e alguns outros motivos aqui evidentes [só contar o número de exclamações, rss], a crônica livre talvez seja a forma mais adequada e direta de expressar tamanha indignação! Isto mesmo, colocar a boca no trombone!! Primando pela sua base fundamental: não importar-se com as consequências… Amo o preceito da liberdade de expressão.

Àqueles que porventura sintam-se ofendidos com qualquer crítica um pouquinho mais felina, mesmo que despretensiosa na sua intenção, perdoem-me pois presumo seja eu mesmo o maior alvo delas pelo simples fato de acreditar que na autoanálise reside a melhor forma de evoluirmos.

Salve a reforma íntima! Que ela seja, sempre, o mais verdadeiro “pão nosso de cada dia”.

 

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Para saber mais:

  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Ética política

Para muitos nada poderia ser mais enfadonho do que discutir política. Dou-lhes pleno crédito, pois ninguém gosta de falar sobre algo que só nos traz aborrecimentos, ainda mais no país do samba, carnaval e do futebol!!

Mas deixando seu aspecto demeritório de lado, que já estamos demasiado habituados a ver nos noticiários do cotidiano, vamos analisar a política por outra faceta, por sinal bem mais interessante…

Ademais, valeria ainda uma reflexão mais profunda a respeito das palavras do filósofo Franklin Leopoldo, sobre a “banalização da política”:

“Essa espécie de rejeição ética da política configura a profunda contradição em que estamos enredados. Pois se definimos o indivíduo como social, então a separação entre ética e política configura a ruptura entre indivíduo e sociedade, o que no limite significa a ruptura do indivíduo com ele mesmo”.

Portanto, para não deixar que isto aconteça conosco, vamos tentar enxergar a política sobre outro prisma: o da ética.

A sociedade humana, organizada sobre a égide estatal, muito embora ainda esteja bem longe de ser considerada justa, teve consideráveis avanços filosóficos, científicos e sócio-culturais desde o seu surgimento, há alguns poucos milhares de anos. Entretanto, no campo da política, em alguns aspectos, parece ter havido, outrossim, muitos retrocessos…

Nos tempos da Grécia antiga, a democracia não permitia segredos, forçando a transparência total das práticas políticas, o que inibia, em grande parte, a corrupção. Ou seja, não havia como se separar a “virtude moral” da “virtude política”, ou melhor, o princípio do respeito ao próximo e os meandros do poder.

Com o advento do Maquiavelismo, abriu-se as portas da modernidade pelo abandono das virtudes morais, com o intuito de manter o poder a qualquer custo e derrotar os inimigos. Marca-se o início do individualismo na política, visando obter vantagens pessoais, sucesso na carreira e, principalmente, benefícios financeiros…

Infelizmente, Rousseau não conseguiu derrubar estes conceitos nem tampouco a Revolução Francesa. A adoção de valores modernos consagrados, tais como a isonomia legal, o sufrágio universal e a lógica de mercado não deveria nunca tomar o lugar dos valores tradicionais e morais!

Acerca deste assunto, o antropólogo Roberto da Matta ressalta muito bem que:

“A ética como instrumento de gestão lança luz na complexa e difícil dialética entre o princípio da compaixão (para os ‘nossos’) e da justiça (para os ‘outros’)”.

Até mesmo o Lula, nosso ex-presidente, já deve ter percebido – espero – que este jeito de tratar seus “companheiros” não dá muito certo, ou melhor, só poderia dar em “mensalão”.  [o tempo comprovou que ele realmente não se apercebeu…]

Basta analisar o status quo do Brasil de hoje: reflexo do rito eleitoral imperante, em que o voto é encarado, segundo esta cultura do “desencantamento político” e a visão minimalista da democracia, como via crucis do povo.

Fica cada vez mais claro, dentre os incontáveis escândalos decorrentes da falta de princípios éticos, como exemplo marcante deste tipo de conduta na política, o caso de mais um ex-presidente brasileiro – o Fernando Collor – que depois de confiscar a poupança de toda população, sofreu um processo de impeachment devido às acusações do próprio irmão: Pedro Collor.

Sua ambição de ser presidente, antes de estabelecer seu caráter, não foi responsável somente por sua derrocada política, provocou também, mesmo que de forma indireta, a morte de um irmão, sua mãe e seu comparsa Paulo César Farias: o famoso PC. Sem falar dos milhares de casos de suicídio em todo o país, por causa do inadvertido confisco…

Continuando nossa análise, só para se ter uma ideia, uma pesquisa do Ibope que analisava justamente nesta época a questão da ética na política, revelou um dado alarmante: apesar do eleitor ser muito crítico em relação às suas lideranças políticas em termos de ética e corrupção, 75% dos entrevistados confessaram que cometeriam os mesmos impropérios se estivessem no poder.

A autora da pesquisa explicou ainda que:

“As pessoas não vêem a ética como um valor absoluto, mas com gradações, em que é possível ser mais ou menos ético”.

O mais assustador é que não vêem sequer que, em sua essência, a política é uma poderosa ferramenta da ética, isto porque, pelo menos em princípio, deveria visar sempre o bem coletivo em detrimento do individual…

Em termos conceituais, a política é exercida pelo Estado, o qual se vale das leis para regulamentar as relações entre as instituições e os cidadãos. Isto é política interna, contudo, existem também os tratados internacionais que regulamentam as relações entre os países, o que é chamado de política externa.

Nas sendas das relações internacionais, não tenho dúvidas de que ainda estamos muito longe do sonho utópico de um dia ser consolidado um governo de caráter mundial, regido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em que todas as leis seriam uniformizadas por meio de tratados multilaterais, ficando todos os Estados subjugados a um Conselho Único que visasse manter os equilíbrios sociais, econômicos e políticos a nível global.

Só assim seria possível vislumbrar uma distribuição mais eqüitativa de recursos, possibilitando a consolidação da justiça gradualmente, sem que para isso incorrêssemos nos graves erros do passado, quando ainda se pensava que o uso das forças armadas, através de guerras sangrentas, poderia sortir algum tipo de resultado positivo…

E ainda dizem por aí com orgulho que a Bomba de Hiroshima pôs fim na 2a Guerra Mundial, poupando milhões de vidas a custo de milhares de outras…

Infelizmente, estamos bem longe desta condição tão almejada, tendo em vista o nível de aprovação absurdo aferido pela sociedade americana quanto à reação do Governo Bush aos atentados de 11 de setembro.

Até quando a intemperança reinará entre aqueles que estão no poder? [e olha que do Bush passamos ao Trump… rss] Não seria a hora da ONU assumir uma postura mais firme e não tão condescendente perante as questões internacionais mais pungentes?

Tenho a certeza de que um dia, afinal, o posto de Secretário-Geral da ONU será mais cobiçado do que o de presidente dos Estados Unidos, ou de qualquer outra nação que venha a ser a mais rica e poderosa… Quando este dia chegar, e receio que ainda tardará, estaremos dando um grande passo na evolução da humanidade!

Neste cenário, urge que se faça justiça à relevância da diplomacia, especialmente no mundo globalizado, em que seu papel é cada vez mais preponderante. Como vimos, um país se governa não só pela resolução de seus problemas internos, mas sobretudo pela sua política externa, a qual deve reger sua relação com as demais nações.

Os reflexos positivos dessa relação são determinantes para o equilíbrio político, financeiro e social, mantenedores da soberania nacional. Tamanha responsabilidade deve recair, necessariamente, sobre mãos tenazes, que sejam capazes de sustentar habilmente este jugo.

No Brasil, assim como na grande maioria dos países de governo democrático, existe um órgão responsável por esta tarefa: o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Ele é composto, como pressuposto, por um corpo diplomático da mais alta competência, constituído pelos melhores profissionais de diversas áreas do conhecimento, os quais são selecionados através do concurso mais difícil da carreira pública: o Exame de Ingresso para o Itamaraty.

Estes profissionais, a rigor, são chamados de diplomatas e devem primar pelo conhecimento geral: história, direito, geografia, economia, línguas, política externa, tecnologia, etc. Seu escopo profissional é o de servirem-se destes conhecimentos para poderem informar, representar e negociar os interesses do país e de seus concidadãos.

Nesse sentido, faço questão de louvar o nome do diplomata brasileiro Vieira de Mello, morto num atentado terrorista à sede da ONU, no Iraque pós-Sadan. Este homem, cujo nome muitos desconhecem, talvez tenha sido uma de nossas autoridades mais respeitadas em todo mundo, não somente pelo seu ideário de justiça, mas sobretudo por sua luta incansável pelos direitos humanos. Tanto que o seu nome era cotado para sucessão de ninguém menos do que Kofi Annan como secretário-geral da ONU e Prêmio Nobel da Paz!

Como o mundo seria diferente se, nas sendas da política, existissem muito mais Vieiras´s e não Collor´s de Mello e Lula´s… [aqui pequena atualização do ensaio mediante o “terremoto” que passou pelo país com a admirável Operação Lava jato]

 

Crédito:

Autoria por Ricardo Barreto

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Para saber mais:

  1. Barreto, R. L. ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed., Editor-Autor, 2008.
  2. Haag, Carlos, “Entre a Virtude e a Fortuna”, Pesquisa Fapesp, outubro de 2006, No 128, 76-81.

Monólogo de um poeta

 

HOMENAGEM: ao meu avô e consagrado poeta Silva Barreto

#ricardobarreto #poesia #poetas

FORMATO DO CONTEÚDO: poesia

TEMPO DE LEITURA: 00:00:34

Exorta-nos o poeta,

ao sentir com as letras

inspiração concreta,

o atributo mais sublime d´alma.

 

Com ele não se sabe o que é dor,

sem ele não concebe a alma

nem mesmo um Criador…

 

Onisciência, suprema inteligência,

perdida fica a mente ao ousar contemplá-la.

Verão as plantas algum dia a semente?

 

Deixemos estas questões para os Imortais!

Estes semi-Deuses, “Super-Homens”…

 

Deus,

aristotelicamente, ato puro,

ou, simplesmente,

segundo João, o apóstolo,

amor!

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Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Um olhar sobre a CONSCIENCIOLOGIA

À primeira vista este termo pode nos parecer uma forçosa  elucubração linguística, mas se fugirmos das apelações neologísticas constataremos o valor da sua significância. E justamente na sua essência!

Ao pé da letra dir-se-ia que se trata do conhecimento da Consciência, a qual os dicionários continuam tratando de maneira simplista como sendo estritamente a “percepção do que se passa em nós”. Ou seja, além de injusto à sua importância humanística, a definição é totalmente aberta e imprecisa. Vamos mudar isto daqui para frente.

Talvez um dos primeiros estudiosos a utilizar este termo publicamente com outro sentido, elevando-o ao devido patamar, tenha sido o médico brasileiro Waldo Vieira em seu primoroso Tratado de Projeciologia.

Quis ele expandir as divisas da parapsicologia, criando um novo campo do conhecimento das ciências que estudam a mente, onde o escopo primordial é o entendimento da Consciência e as suas diversas formas de manifestação.

Sabe-se de longa data que a problemática consciencial tem sido discutida e estudada por diversos pensadores e cientistas ao longo da história da humanidade sob diferentes aspectos como alma, espírito, ego, self, prana, etc.

Chamou-me especial atenção a abordagem do filósofo alemão Emmanuel Kant, sobretudo ao confrontar o empirismo materialista de Hume com o seu racionalismo afiado. Disse ele que:

 

A consciência é o plano interior em que se processa a relação do sujeito com o objeto do conhecimento.

 

Vê-se que o objeto do seu racionalismo é a Consciência, ao passo que para o empirismo é a experiência… Encontramos aí o ponto de conturbação pelo qual os céticos materialistas e os crentes racionalistas não chegam nunca a um consenso!!

Ainda segundo Kant a Consciência manifesta-se de duas formas: a reflexão subjetiva pela qual cada indivíduo identifica a si mesmo e a reflexão profunda segundo a qual os seres comunicam-se entre si.

Nota-se a dualidade do processo cognitivo regido pela Consciência, em que por um lado reconhece o indivíduo a sua existência e por outro adquire conhecimento perceptivo. Isto é simplesmente maravilhoso!!

Pode-se inferir assim que o intelecto e a razão são as faculdades da Consciência que “corporificam” o conhecimento, muitas vezes inacessível ao experimentalismo materialista…

Numa abordagem distinta, transpondo o experimentalismo para o plano extrafísico, Waldo Vieira estabelece que a Consciência pode manifestar-se em três estados:

 

  1. Estado consciencial intrafísico;
  2. Estado consciencial extrafísico;
  3. Estado consciencial projetivo.

 

Necessário se faz neste ponto uma distinção entre a Consciência e o Espírito para que não se confunda os seus sentidos epistemológicos apesar da necessária complementaridade… Allan Kardec indaga em O Livro dos Espíritos (questão no 23):

 

“_ Que é o Espírito?”

“_ O princípio inteligente do Universo.”

 

Fica claro aí que o Espírito é a essência divina e imaterial do ser (não só humano), enquanto que a Consciência seria toda e qualquer manifestação do mesmo, independente do plano existencial (físico ou extrafísico).

Nesta linha podemos imaginar o pensamento como uma manifestação do Espírito através da mente que se processo fisicamente por impulsos eletroquímicos no cérebro onde fica a porta de comunicação interplanar dentro do nosso corpo.

Herculano Pires faz esta distinção com a sua costumeira elegância em obra basilar intitulada Os Filósofos:

 

“A causa das ideias é uma substância ativa incorpórea, ou espírito”.

 

Sempre que possível gosto de simplificar os conceitos e presumo que neste caso não se perderia a sublimidade de sentido se considerarmos a Consciência como sendo:

 

O atributo do Espírito de ter ciência de si e de ser percebido através de suas manifestações.

 

Seria de certa forma não muito diferente do “penso, logo existo” de Descartes… Poderíamos nos arriscar aqui a fazer algumas extrapolações quanto a outras indagações naturais neste contexto, mas vamos deixar este debate em profundidade mais para a frente.

E as conclusões virão naturalmente como que por indução intuitiva… A melhor forma criativa! Alimento para Espíritos livres como Waldo!! Salve o guru dos gurus!!!

 

Autoria por Ricardo Barreto

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Para saber mais:

  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed. Editor-Autor, 2003.
  2. Vieira, W. Projeciologia, 1999, IIPC, 4a ed., p. 1.
  3. Vieira, W. Conscienciologia, 1994, IIPC, 1a ed., p. 1.
  4. Kardec, A. O Livro dos Espíritos, 1992, IDE, 75a ed., p. 1.
  5. Pires, H. Os Filósofos, 2000, FEESP, 1a ed., p. 224.

 

A loucura benigna

Quem nunca ouviu esta frase machadiana de O alienista?

De médico e louco, todo mundo tem um pouco!

Bem, ao refletir sobre a problemática da loucura, vieram-me à mente as seguintes indagações:

Será realmente que somos todos loucos? Por que a loucura pode nos levar tanto ao sanatório como a uma posição de destaque entre as mentes geniais?? Afinal, qual o verdadeiro conceito que está por trás deste estado mental tão temeroso???

Evidentemente que as respostas estão muito longe do trivial! São elas tão abrangentes quanto a experiência de cada um sobre o tema… Seguindo-se a linha de raciocínio, aliada à convivência com os poucos “loucos” que tive oportunidade de conhecer pessoalmente, arrisco-me a sugerir uma teoria tão ousada quanto a minha própria pretensão!!! [rsss]

Como seria possível de tornar a loucura uma ferramenta evolutiva, algo assim benigno?

Inverossímil enveredarmo-nos nestes campos obscuros sem a luz dos conceitos anteriormente estabelecidos, cuja abordagem esclarece aspectos fundamentais como os diferentes níveis da Consciência (inconsciente, subconsciente e consciente), o fluxo informativo entre eles, a memória integral e os tais dos Estados Alterados de Consciência (EACs).

Comecemos então nossa análise. Conversando com um amigo filosófico na época da faculdade, este me confessou ter também grande apreciação pelos “loucos”. Então travamos o seguinte diálogo:

_ Meu caro, considero que os loucos são a nossa maior fonte de aprendizagem! O que achas?

Não contente ele ainda acrescentou:

_ Loucos são somente aqueles que não têm consciência da sua loucura…

Respondi mais do que entusiasmado:

_ Formidável o que acaba de dizer, meu amigo!

A loucura, portanto, nada mais é do que um descontrole do fluxo informativo entre o nosso inconsciente, subconsciente e consciente. Se eu estiver em um restaurante público e ao receber uma mensagem do subconsciente mandando que eu tire a roupa e assim o fizer, podem me mandar para o manicômio porque já estou de fato “doido varrido”!!

Acontece que nem sempre estas ações descontroladas são indesejáveis, podendo ser algumas das vezes determinantes para o nosso sucesso tanto amoroso e até mesmo profissional! Grandes gênios das ciências e das artes, como Mozart, Einstein e Leonardo da Vinci devem ter vivido constantemente sob EACs controlados…

Vemos assim que há uma linha bem tênue entre a loucura e a genialidade, sendo que o que rege o equilíbrio entre estes estados é a nossa capacidade de controlar o fluxo informativo entre nosso subconsciente, inconsciente e consciente.

Tenho outro amigo mais filosófico ainda (este dos tempos da escola secundária), cuja admirável capacidade intelectual nunca o transformou em uma pessoa orgulhosa e arrogante como a grande maioria daqueles que se julgam inteligentes… Só para se ter uma noção, seu pai me confidenciou que na ocasião da passagem do cometa Halley, mais precisamente em 9 de fevereiro de 1986, quando tinha meros oito anos de idade, ele proferiu uma palestra sobre astronomia para especialistas de todo país no Observatório de Capricórnio em Campinas-SP. Dá para imaginar?! Hoje não tenho dúvidas de que ele estava constantemente sob EACs, no entanto isto se dava de forma tão sutil e controlada que só recentemente pude perceber.

Vale ressaltar ainda, dentro desta lógica,  que as manifestações mediúnicas seriam outro tipo de fluxo informativo para o estado consciente, só que oriundo de uma Consciência externa ao plano físico. Neste caso, o chamado médium (sob EAC)  atuaria como um canal de comunicação, provendo o fluxo informativo entre planos normalmente incomunicáveis! Não nos surpreenderíamos agora ao perceber que muitas crenças espiritualistas se baseiem justamente nesta fenomenologia…

Hão de concordar comigo que a racionalização da loucura elucida uma série de fenômenos psíquicos, os quais muitos psicólogos e psiquiatras consideram ainda inexplicáveis ou erroneamente paranormais… Ademais, convencemo-nos que seja este talvez uma espécie de “tratamento de choque” a que todos nós deveríamos nos submeter, para desenvolver nossas potencialidades cognitivas. Em suma: praticar o controle dos seus EACs é o primeiro passo para tornar sua loucura, enfim, benigna!!

Autoria por Ricardo Barreto

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Para saber mais:

  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed. Editor-Autor, 2003.

As quatro estações da vida

A natureza se revela muitas das vezes através de ciclos temporais. É o que se observa, por exemplo, com o clima que sofre variações de temperatura bem determinadas ao longo do ano. Tais alterações, em realidade, decorrem da variação de proximidade entre as diferentes regiões do nosso planeta com relação ao Sol.

Didaticamente é sempre muito útil dividir estes ciclos em fases caracterizadas de acordo com suas propriedades específicas no tempo. Daí surge o conceito das quatro estações do ano. Entretanto, a atribuição de tais propriedades para certos ciclos humanos torna-se imprecisa, devido às falhas de compreensão fenomenológica na escolha dos parâmetros causais.

Segundo a OMS, divide-se a vida humana de acordo com a condição funcional do binário corpo/mente em cinco fases:

  1. Infância (1 – 12 anos);
  2. Adolescência (13 – 20);
  3. Juventude (entre os 20 e 30);
  4. Fase adulta (entre os 30 e 60);
  5. Terceira idade (depois dos 60).

Fazendo-se uma considerável mudança de parâmetros causais, ao se considerar como propriedade primordial a maturidade filosófica, Pitágoras fez jus ao ditado de que “a vida começa aos 40”! Para ele a vida também se distribui em fases só que anacronicamente diversas às usuais. Mais interessante ainda é a analogia que faz com as quatro estações do ano…

Esplêndido! Somente um “amante da sabedoria” faria tão sublime analogia!!!

Presumo que seja louvável acrescentar apenas um discernimento em virtude das elucidações originárias da literatura védica e difundidas no ocidente por uma série de doutrinas espiritualistas. Trata-se da concepção da existência de encarnações sucessivas, rompendo o paradigma da evolução restrita à tênue linha temporal de uma vida…

Nosso cotidiano está repleto de dicotomias neste sentido, haja vista a existência de crianças e adolescentes mostrando-se por vezes mais “sábios” do que muito adulto ou ainda prodígios das artes e das ciências revelados em tenra idade.  Veja o caso mais recente do pianista chinês Lang Lang que aos 5 anos de idade ganhou o Concurso de Piano Shenyang e tocou em seu primeiro recital público (não é preciso voltar na época de um Mozart…). Dá para acreditar uma performance de Rachmaninoff nesta idade?! [confiram ao final o video no YouTube] É indiscutível a existência de muitos outros pontos fora da reta!

Apesar de estarmos falando aqui de “objetos da crença humana”, segundo a lógica filosófica de uma existência consciencial que sobrevive à morte do corpo físico e que, pelo menos em teoria, poderia assumir outros corpos em continuidade à sua jornada evolutiva, deve-se louvar os mais recentes avanços da ciência no sentido de comprovar a sua existência, tanto em humanos como em outros animais (vale a leitura completa da Declaração da Consciência de Cambridge). Um texto primoroso àqueles que precisam ver para crer!

Por certo ainda um pequeno passo para os crentes convictos e praticantes que estão a anos luz em termos de auto-realização, mas sem dúvida “um grande passo” para implacável comunidade científica! E olhem que até o grande físico Stephen Hawking esteve por lá…

Muito bem. Resta-me, pelo menos por ora, o consolo de saber que em breve entrarei nos “enta” e somente começando minha fase da juventude pitagórica!!!

Autoria por Ricardo Barreto

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Para saber mais:

  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  2. Acesso ao texto da Declaração de Cambridge sobre a Consciência em: http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf
  3. Assista ao video de Lang Lang: https://www.youtube.com/watch?v=e-x01ddG0x4

Conhecimento, inteligência e moral: uma tríade que faz a diferença!

É perceptível certa confusão na aplicação destas palavras pela grande maioria das pessoas, sejam elas cultas ou ignorantes. Todos os seres humanos são dotados de inteligência, simplesmente por serem munidos de um computador muito avançado: o cérebro.

Isto significa que a inteligência nada mais é do que a faculdade de se pensar. Como tal, ela precisa ser desenvolvida através da prática. Assim como os músculos, o cérebro também necessita de exercícios, muito embora alguns prefiram um tríceps bem desenvolvido do que um cérebro “bombado”!

Já o conhecimento, por sua vez, é o arcabouço de todas as experiências adquiridas em virtude da boa aplicação da inteligência. Portanto, a melhor maneira de se desenvolver intelectualmente é através da prática intelectiva, como através da leitura, jogos, solução de problemas, artes, etc.

E a mente: onde fica nesta história toda? Digamos assim: esta é a que faz o “argamassa” entre o cérebro e a inteligência. Seria como os códigos de programação, ou melhor, os algoritmos que regem o pensamento e se materializam em nossos cérebros através de reações bioquímicas.

Os mais instigantes devem ainda estar se perguntando: faltou a Consciência? Bem, esta é uma outra longa história que deixaremos para tratar num capítulo a parte… Haja assunto!

Alguns acham que pelo simples fato de possuírem um currículo primoroso são dotados de inteligência privilegiada. Grave equívoco! Isto porque pessoas simplórias como um lavrador podem demonstrar inteligência superior à de um erudito…

Então, o que de fato os diferencia? Com certeza a resposta é muito ampla, dependendo do ponto de vista de cada um. Se fôssemos nos basear simplesmente nas definições dadas acima, chegar-se-ia facilmente à seguinte conclusão: o diferencial é o conhecimento.

Entretanto, como reencarnacionista que o sou, acredito que o nosso conhecimento é o resultado de todas as nossas experiências existenciais, inclusive as pregressas de outras vidas no plano físico ou extrafísico (veremos mais detalhes sobre este tema quando falarmos da Consciência). Neste sentido, aquele que hoje não passa de um humilde lavrador, em outra encarnação pode ter sido um grande cientista!

Existe outro elemento não mencionado ainda que influi diretamente tanto na inteligência como também no conhecimento… Ele é a moral. Poder-se-ia defini-la, essencialmente, como sendo a faculdade de se fazer o bem.

Quando o indivíduo é dotado de bons princípios, tudo o que ele produz tem grandes chances de dar certo, enquanto que a pessoa dotada somente de más intenções já parte equivocada, de modo que suas obras serão inexoravelmente inócuas.

Conclui-se, daí, que sábio é aquele que sabe harmonizar a tríade: inteligência, conhecimento e moral. O caminho é demasiado longo, no entanto, todos podem e deverão chegar lá. Pelo menos um dia!

Autoria por Ricardo Barreto

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  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Como estruturar um processo de inovação?

Não há dúvidas de que o processo de inovação é a força-motriz para consecução dos resultados em qualquer tipo de organização. Como todo processo, ele é cíclico sendo fundamental que flua muito bem em todas as etapas, desde o levantamento inicial de informações (científicas, tecnológicas e de mercado) até o devido reconhecimento dos inventores que tiverem suas ideias implementadas com sucesso (a política de recompensas).

Começa-se estrategicamente pela opção de qual metodologia utilizar para conduzir todo o processo. O chamado “funil de inovação” deve ser mais apropriado em geral para as empresas cuja competência essencial seja a própria inovação, ou seja, aquela que um percentual significativo da sua receita seja oriunda de produtos ou serviços lançados nos últimos anos. Já o design thinkingdeve adequar-se melhor para empresas de commodities que priorizam desenvolvimentos ágeis com foco em redução de custos, mas que ficam restritos às áreas diretamente envolvidas no processo de inovação. Detalhe: isto não é uma regra e sim fruto da experiência que pode ser quebrada sempre com novas experiências!!!

Independente da metodologia, o importante é que as companhias tenham uma carteira de projetos bem balanceada, priorizando um maior número de projetos de inovação incremental para reduzir o risco e garantir os resultados num prazo mais curto. Estes resultados são perenes e irão subsidiar alguns poucos projetos mais arriscados, de inovação radical, cujo retorno de longo prazo pode ser mais do que compensatório…

Com relação à escolha dos indicadores para melhor retratar o desempenho da inovação nas empresas, não resta dúvidas de que o percentual de faturamento referente a novos produtos e o percentual de incremento do EBTIDA, oriundo de novos processos, são os indicadores mais diretos que retratam de forma concreta o valor econômico gerado pela inovação. Se ainda não o fez, você deve começar de imediato traçando estes indicadores para sua própria empresa e implementando um trabalho sistemático de monitoramento trimestral dos mesmos. Nunca deixe esta tarefa somente para o financeiro!

Vale mencionar ainda, como forte tendência nas empresas para acelerar os processos de desenvolvimento e reduzir o risco inerente à atividade inovativa, a adoção de modelos de gestão da inovação que explorem oportunidades externas às empresas através do modelo de open innovation.

Assim, urge que novas questões sejam analisadas: quais tecnologias devem ser desenvolvidas internamente e quais podem ser trazidas de fora? No caso de buscar fora da empresa, onde procurar? Como avaliar de forma eficaz estas oportunidades? Estas são, sem dúvida, algumas das questões emergentes daqueles que lidam com a inovação no dia a dia das organizações.

Cabe destacar ainda o surgimento mais recente das metodologias de desenvolvimento ágeis, inspiradas no conceito just in time da fabricante japonesa de veículos (a Toyota), que estão revolucionando a forma como as startups devem ser geridas. A metodologia de lean startup, criada por Eric Ries, se fundamenta na experiência do “aprendizado validado” para construir modelos de negócios sustentáveis.

No entanto, foi o empreendedor serial do Vale do Silício e atual professor de empreendedorismo na Stanford University, Steve Blank, quem desencadeou esta visão, fundamentando o arcabouço de conhecimentos de gestão necessários para praticar o customer development. Esta teoria foi sintetizada num manual que é considerado hoje leitura imprescindível aos fundadores de startups ou qualquer pessoa que pretenda superar as barreiras para inovar!

Vamos finalizar constatando o que outro guru (o da administração neste caso), Peter Drucker, disse sabiamente sobre os empreendedores, contradizendo a visão da grande maioria:

“Everyone who can face up to decision making can learn to be an entrepreneur and to  behave entrepreneurially. Entrepreneurship, then, is behavior rather than personality trait. And its foundation lies in concept and theory rather than intuition… the entrepreneur always searches for change, responds to it, and exploits it as an opportunity”

 

Autoria por Ricardo Barreto

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Para saber mais:

  1. Ries, Eric. The lean startup. New York: Crown Publishing, 2011.

  2. Blank, S. Dorf, B. The Startup Owner´s Manual: The Step-by-step Guide for Building a Great Company, Pescadero, California: K&S Ranch Press, 2012.

  3. Drucker, P. Innovation and entrepreneurship, New York: Harper Collins Publishers, 1985.