Estado de fugacidades

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FORMATO DO CONTEÚDO: blog post

GÊNERO LITERÁRIO: crônica

TEMPO DE LEITURA: 00:02:44

 

Pois bem! Por que será que todos os regimes de governo que conhecemos até hoje falharam? Entenda.

 

Todo “estado soberano”, sem distinções geográficas, temporais ou circunstanciais, e por força da sua significância, deve ser exercido sob a égide de três pilares fundamentais:

  1. Uma economia robusta e igualitária;
  2. Governantes éticos e capacitados;
  3. Cidadãos atuantes e bem instruídos.

Muito utópico, no entanto, seria admitir que algum dos vários regimes de governo que a humanidade experimentou ao longo da história tenha tido, ao mesmo tempo, estes três pilares firmemente estabelecidos.

Desde os regimes mais democráticos, tais como a república, anarquia e o parlamentarismo, aos estados totalitários como os impérios, a monarquia e ditaduras, todos, sem exceção, falham total ou parcialmente em um ou mais destes aspectos! Vamos conhecer alguns casos emblemáticos?

Brasil: uma ditadura minimamente castrante

Em uma ditadura militar, como a que o Brasil experimentou nas décadas de 60, 70 e início dos anos 80, mesmo com a força aparente do chamado “Milagre Econômico” da industrialização, dois outros pilares foram seriamente abalados.

Um deles pela falta de ética dos governantes que simplesmente privaram a sociedade de um dos seus maiores bens: a liberdade individual! O outro ruiu como consequência do primeiro, pela impossibilidade de atuação política dos cidadãos.

Não é preciso dizer o que acontece quando dois pilares de uma estrutura em tríade estão nitidamente comprometidos… O conhecido movimento das “Diretas Já” falou por si!

Argentina: a economia em frangalhos

Tivemos também a derrocada vexatória do governo De La Rua Cavallo, na Argentina, que trouxe à tona a cabal importância de se manter o equilíbrio da “construção estatal”.

Desde o início da década de 90, ainda no mandato de Menen, a economia do país já transparecia problemas estruturais sintomáticos. Mesmo com a hiperinflação controlada, a paridade peso-dólar somente mascarava o verdadeiro mal do país: o déficit comercial !

Somado a isto, uma onda avassaladora de governantes corruptos e incapazes tecnicamente terminou por ruir o que restava da autointitulada “Europa das Américas”…

EUA: o sonho democrático verossímil

Por outro lado, nos últimos séculos e mais intensamente nas últimas décadas, temos observado exemplos promissores de regimes democráticos bem sucedidos, principalmente na América do Norte e em alguns países da Europa.

Claro que estão muito distantes ainda do pleno equilíbrio da tríade estatal. Apesar das instituições funcionais, pautadas por constituintes amadurecidas e respeitadas ipsis litteris em todas as instâncias, de tempos em tempos sempre há uma ameaça “populesca”…

Entretanto, se o mundo não for abalado por mais uma guerra absurda e ainda, se a verdadeira transformação acontecer no que tange a ética individual, acredita-se que estão no caminho certo!

§

Certa vez, nos bons tempos do colegial, quando o “idealismo puro” ainda se faz presente, lembro-me de um professor de história (o saudoso Prof. Naur) ter dito em aula que o melhor regime de governo seria o anarquismo.

Depois de muito refletir sobre sua afirmação, juro que não consegui chegar nesta visão por mais que me esforce… Me pergunto: por que será que todos os regimes de governo que conhecemos até hoje falharam?

Algum tipo de “autogestão representativa” só terá seu lugar quando cada um de nós tiver muito bem desenvolvida a “consciência ética” antes da “consciência política”… Acontece que este nível de compreensão está bem distante da realidade física do nosso mundo que ainda é “demarcado” por países e regido por leis humanas, susceptíveis aos seus próprios erros!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Conteúdo exclusivo de ricardobarreto.com

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Saiba mais:
  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

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